Geral

Mulher tenta fazer selfie em galeria de arte, derruba tudo e causa prejuízo de US$ 200 mil; veja

Vídeo mostra o momento em que ocorreu o desastre na 14th Factory, em Los Angeles

Modificado em 27/09/2024, 01:14

Incidente aconteceu há duas semanas, em Los Angeles

Incidente aconteceu há duas semanas, em Los Angeles (Reprodução/Youtube)

Em uma visita normal à galeria 14th Factory, em Los Angeles, duas amigas deram um prejuízo calculado em 200 mil dólares ao derrubarem várias obras, que estavam enfileiradas.

A proeza pode ser conferida em um vídeo da galeria (veja abaixo) , que mostra o exato momento em que as duas amigas tentam fazer selfie e o que conseguem é derrubar as obras, num total de 12 esculturas, que caíram uma em cima da outra, como em um jogo de dominó, e algumas foram danificadas.

Tratava-se da exposição de arte Hypercaine, que reúne obras de alguns artistas, como Simon Birch.

Veja o vídeo:

Geral

'Chicotada climática' pode ter agravado incêndios em Los Angeles, mostra estudo

Segundo um novo estudo, a frequência dos eventos do tipo teve aumento de 31% a 66% globalmente desde meados do século 20 nas medições feitas em períodos de três meses

Foco de incêndio emergiu perto de um parque nas colinas de Hollywood

Foco de incêndio emergiu perto de um parque nas colinas de Hollywood (Mario Tama/Getty Images)

As ocorrências de um fenômeno conhecido como "chicotada hidroclimática", que causa variações bruscas entre períodos de seca e umidade intensos, estão aumentando. Segundo um novo estudo, a frequência dos eventos do tipo teve aumento de 31% a 66% globalmente desde meados do século 20 nas medições feitas em períodos de três meses.

Nas medições anuais, o aumento registrado é de 8% a 31%, de acordo com a pesquisa.

Segundo os cientistas, o fenômeno é potencializado pelas mudanças climáticas, trazendo ainda mais inundações repentinas e incêndios florestais, e pode estar por trás das chamas que devastaram áreas de Los Angeles neste mês de janeiro.

O artigo com o levantamento que mostra o crescimento das ocorrências foi publicado por pesquisadores dos Estados Unidos e da Suíça na última quinta-feira (9) na revista Nature Reviews.

Los Angeles é a segunda maior cidade dos EUA e fica localizada no sul do estado da Califórnia. A região é conhecida pelo clima quente e seco. O período de maior umidade é registrado entre novembro e abril, mas as chuvas são, em geral, escassas.

Para os cientistas, a "chicotada climática" atuou na área da seguinte forma: os invernos de 2022-2023 e 2023-2024 trouxeram grande quantidade de chuvas (o inverno nos EUA ocorre de dezembro a março), com mais neve e inundações de vales. A maior umidade proporcionou fartura de grama e arbustos nos meses seguintes.

Em 2024, o verão (de junho e setembro) teve calor recorde, e o mês de janeiro, que é o período úmido na região, teve um início mais seco.

"Essa sequência de impacto climático na Califórnia aumentou o risco de incêndios em dobro: primeiro, ao elevar consideravelmente o crescimento de grama e arbustos inflamáveis nos meses que antecedem a temporada de incêndios e, depois, ao secá-los a níveis excepcionalmente altos com a extrema secura e calor que se seguiram", diz Daniel Swain, autor principal do artigo e cientista climático da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), em comunicado publicado pela instituição.

Os incêndios florestais, intensificados pelos fortes ventos Santa Ana, quentes e secos, destruíram áreas urbanas e já deixaram 24 mortos.

"As evidências mostram que a 'chicotada hidroclimática' já teve aumento devido ao aquecimento global, e o aquecimento adicional provocará aumentos ainda maiores", diz Swain.

Os pesquisadores estimam que a frequência do fenômeno deve crescer em 113% em períodos de três meses e 52% em períodos anuais caso as temperaturas globais subam 3°C acima dos níveis pré-industriais.

De acordo com dados do observatório Copernicus, da União Europeia, 2024 foi o ano mais quente na história da humanidade, com temperatura média global 1,6°C acima dos níveis pré-industriais.

Segundo os autores do estudo, a capacidade da atmosfera de evaporar, absorver e liberar água, citada no artigo como "esponja atmosférica em expansão", cresce 7% para cada 1°C de aumento na temperatura média global, aumentando a volatilidade do clima.

"O planeta está aquecendo a um ritmo essencialmente linear, mas nos últimos cinco ou dez anos tem havido muita discussão sobre a aceleração dos impactos climáticos. Este aumento da 'chicotada hidroclimática', através da esponja atmosférica em expansão exponencial, oferece uma explicação potencialmente convincente", afirma Swain no comunicado.

O cientista prevê que essas rápidas alterações no clima entre extremos podem atingir potencialmente todas as regiões da Terra. Os cientistas destacam no artigo, porém, que os maiores aumentos do fenômeno devem ser vistos no norte da África, Oriente Médio, sul da Ásia, norte de Ásia e Europa e nas regiões do Pacífico Tropical e do Atlântico Tropical, que inclui o Brasil.

Para Swain, a abordagem para gerenciar eventos climáticos extremos deve mudar: grandes volumes de água devem ser administrados com cuidado para o possível período de seca extrema que pode seguir ---é o que o pesquisador chama de "cogerenciamento".

"Ele [o estudo] leva a conclusões mais holísticas sobre quais intervenções e soluções são mais adequadas, em comparação com considerar o risco de seca e inundação de forma isolada", conclui.

Geral

Indicações ao Oscar são adiadas de novo após onda de incêndios em Los Angeles

Inicialmente previsto para esta sexta-feira (17), o anúncio já havia sido adiado para o dia 19 de janeiro, mas sofreu uma nova alteração

Modificado em 13/01/2025, 18:39

Estatueta do Oscar

Estatueta do Oscar (Reprodução/Academy of Motion Picture Arts and Sciences)

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas adiou pela segunda vez o anúncio das indicações ao Oscar de 2025 em função da onda de incêndios florestais que vem acontecendo em Los Angeles, nos Estados Unidos.

As indicações serão relevadas no próximo dias 23 de janeiro. Inicialmente previsto para esta sexta-feira (17), o anúncio já havia sido adiado para o dia 19 de janeiro, mas sofreu uma nova alteração. A medida também implica no aumento do tempo de votação.

"Devido aos incêndios ainda ativos na área de Los Angeles, achamos necessário estender nosso período de votação e mudar a data do anúncio de nossas indicações para dar mais tempo aos nossos membros", afirmaram o presidente-executivo da Academia, Bill Kramer, e a presidente da Academia, Janet Yang, em um comunicado emitido à imprensa.

O novo adiamento faz parte de uma série de mudanças e cancelamentos na agenda da temporada de premiações que Los Angeles vive no momento.

Foi o caso do cancelamento de uma sessão do filme brasileiro "Ainda Estou Aqui", que teria a participação do diretor Walter Salles e a atriz Fernanda Torres, sob mediação do cineasta mexicano Guillermo Del Toro, e o adiamento do anúncio de outras premiações como o PGA Awards, organizado pelo sindicato de produtores de Hollywood.

Apesar dos acontecimentos, o Oscar segue agendado para o dia 2 de março.

Geral

Incêndios em Los Angeles chegam ao terceiro dia; número de mortes sobe para 10

Segundo autoridades locais, número de moradores que deixaram suas casas chegou a 180 mil, nesta madrugada

Imagem mostra devastação causado por incêndio que dura três dias em Los Angeles

Imagem mostra devastação causado por incêndio que dura três dias em Los Angeles (Photo by Justin Sullivan/Getty Images)

Os incêndios que devastaram Los Angeles, na Califórnia, chegam ao terceiro dia nesta sexta-feira (10), com focos persistentes e condições climáticas favoráveis à continuidade. O número de mortos subiu para 10, segundo atualização desta sexta.

Conforme a última atualização das autoridades locais, nesta madrugada, o número de residentes que evacuaram suas casas chegou a 180 mil, segundo a agência de notícias Reuters. Outros 200 mil moradores estão sob alerta de evacuação.

O conjunto de incêndios, registrados desde a última terça-feira (7), já é considerado o maior da história de Los Angeles, onde os focos são comuns nesta época do ano. A área devastada corresponde a 13,7 mil hectares, mais que 9 mil campos de futebol.

Registros feitos na cidade desde terça revelam um cenário apocalíptico, composto por uma manta de fumaça, o céu tingido pelas labaredas e centenas de imóveis destruídos --além de feridos e desabrigados.

Novos incêndios em Hollywood Hills mantêm pânico entre moradores e turistas
Mega incêndio atinge Los Angeles, inflama caos e deixa 30 mil fora de casa

Nesta quinta (9), dois grandes incêndios florestais devoraram quase 10 mil casas e outras estruturas. Bairros inteiros se transformaram em cinzas.

Somente o Eaton foi responsável por algo entre 4.000 a 5.000 estruturas, enquanto o Palisades destruiu ou danificou outras 5.300 estruturas.

Os danos econômicos superam US$ 135 bilhões, segundo projeção da AccuWeather, que atua no ramo de prevenção a desastres. Estima-se que a tragédia incorrerá em um custos crescentes com seguros residenciais nos próximos meses.

RECONSTRUÇÃO

Já na noite de quinta, a prefeita de Los Angeles, a democrata Karen Bass, declarou que "Já estamos planejando reconstruir agressivamente a cidade de Los Angeles".

Bass é alvo de críticas do presidente eleito Donald Trump e de outros republicanos, por, segundo dizem, sua forma de lidar com o desastre --sem pontuar quais seriam os infortúnios na condução da crise.

Nos últimos dias de mandato, Joe Biden - que passará o bastão para Trump no próximo dia 20-- prometeu que seu governo reembolsará 100% da recuperação pelos próximos 180 dias, contemplando custos para remoção de entulhos e materiais perigosos, construção de abrigos temporários e salários dos socorristas.

"Eu disse ao governador e às autoridades locais para não pouparem despesas, para fazer o que for preciso e conter esses incêndios", disse Biden após se reunir com conselheiros na Casa Branca.

No total, cinco incêndios florestais ocorreram em Los Angeles. Há uma tendência à diminuição, uma vez que os ventos, agora, sopram menos intensos que nos dois primeiros dias.

'ESTAMOS VIVOS'

Alguns moradores de Pacific Palisades se aventuraram e retornaram para áreas já devastadas pelo fogo, onde restam apenas tijolos carbonizados e veículos queimados.

"Estamos vivos. É isso que importa", disse o segurança Bilal Tukhi, destacando que a cena o lembrava de seu país natal, o Afeganistão, devastado pela guerra.

Aulas em escolas da cidade estão suspensas pelo segundo dia nesta sexta devido à fumaça, cinzas e partículas que contaminam o ar.

INCÊNDIO EM HOLLYWOOD CONTIDO

Equipes de combate a incêndio conseguiram controlar completamente o incêndio Sunset, em Hollywood Hills, depois que as chamas atingiram o topo do morro com vista para a Calçada da Fama da popular Hollywood Boulevard, na noite de quarta-feira.

Os dois maiores incêndios - Palisades e Eaton --- formaram uma pinça ao redor da cidade tão enorme que era visível do espaço.

Um morador de Palisades, John Carr, 65, disse que desafiou as ordens de evacuação e ficou para proteger sua casa. A empreitada de risco foi de sucesso,

"A casa foi construída por minha mãe e meu pai em 1960 e eu vivi aqui minha vida inteira, então há muitas memórias dela. E acho que eu devia isso a eles também, tentar o meu melhor para salvá-la."
Carr disse que não havia equipes de bombeiros para ajudá-lo a tentar salvar as casas de seus vizinhos.

Geral

MAC Goiás recebe exposição inédita de Kboco com 135 obras

Mostra ‘Eu Não Vou Passar Em Branco’ segue até 29 de setembro com assemblages, esculturas, pinturas em madeira e intervenções feitas diretamente no museu que incorporam elementos do cerrado e do orientalismo

Modificado em 17/09/2024, 17:23

MAC Goiás recebe exposição inédita de Kboco com 135 obras

(Hugo Bocalan)

O renomado artista visual Kboco apresenta sua exposição individual 'Eu Não Vou Passar em Branco' no Museu de Arte Contemporânea de Goiás (MAC), localizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer. A mostra, que fica em cartaz até o dia 29 de setembro, reúne 135 obras em técnicas e suportes variados que exploram a intersecção entre o ambiente urbano e a natureza. A visitação é gratuita e pode ser realizada todos os dias da semana, das 14h às 20h.

Com curadoria de Felipe Scovino, a exposição reflete a profunda conexão de Kboco com o cerrado e com os ambientes urbanos, através de obras que não apenas capturam a essência dessas paisagens, mas também criam um diálogo visual e conceitual entre esses dois mundos distintos. O público terá a oportunidade de conferir assemblages, esculturas e pinturas em madeira, além de intervenções site-specific que dialogam com o espaço expositivo do MAC Goiás.

Nesta exposição, Kboco utiliza materiais e formas que evocam a transformação e a relação entre os contextos urbano e natural, oferecendo aos espectadores uma experiência que questiona e celebra a coexistência desses elementos. A mostra é realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.
Biodiversidade do Cerrado
Kboco dedicou os últimos sete anos à pesquisa, produção e vivência no cerrado, mais especificamente em Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros. As esculturas que compõem a exposição "Eu Não Vou Passar Em Branco" são feitas, em sua maioria, de madeiras coletadas ocasionalmente pelo artista em Goiás, seja nas ruas ou na própria natureza oriunda da paisagem seca e diversificada do cerrado.

Peças essas que, apesar de separadas e autônomas a princípio, ganham um novo significado estético ao serem rearranjadas organicamente pelo artista. A utilização da madeira como suporte do trabalho de Kboco aponta seu interesse para o passado e pelas formas espirituais adotadas por culturas não ocidentais, ressaltando, inclusive, seu poder simbólico tanto nos campos político e espiritual quanto cultural.

Em seu texto crítico, o curador Felipe Scovino salienta que Kboco acaba por constituir uma relação intrínseca entre visualidade plástica e paisagem, o que acentua o caráter de originalidade da obra. "Chama ainda a atenção nesses trabalhos feitos em madeira e numa relação própria com a biodiversidade do cerrado, a crueza, isto é, Kboco imprime cores e gestos sobre a madeira mas mantém também o seu aspecto original. Interessa ao artista, me parece, manter um vínculo com a terra, deixar aparente os veios da madeira mas também uma certa atmosfera rústica, crua como é o cerrado, no sentido de balancear referências eruditas da arte mas também de saberes e conhecimentos de culturas marginalizadas e rurais", destaca.
Expografia: articulação e organicidade
O arquiteto Fernando Maculan, conhecido por sua expertise na relação entre arquitetura e cultura, especialmente nos projetos para o museu Inhotim desde sua fundação em 2006, é o responsável pela expografia da exposição 'Eu Não Vou Passar Em Branco', em parceria com o arquiteto João Facury.

Nesta mostra de Kboco, a grandiosidade das obras tridimensionais e de maior porte tomam conta do ambiente e a madeira assume o protagonismo. A organização rizomática da expografia no espaço é outro destaque. Apesar da ausência de uma ordem aparente, essa disposição revela uma lógica fragmentada e, acima de tudo, orgânica, que dialoga com os galhos retorcidos da vegetação típica do cerrado.

Outro aspecto singular do projeto reside na maneira como as obras se organizam e se conectam, como se eles se articulassem. Maculan destaca que essa organização espacial reflete um traço marcante da obra do Kboco: a interconexão e o fortalecimento sistêmico de suas obras. "É uma proposta de transformação do espaço expositivo em uma exposição mais viva", ressalta Maculan.
Sobre Kboco
O artista visual Márcio Mendanha de Queiróz, conhecido artisticamente como Kboco (@kboco23), nasceu em 1978 em Goiânia e soma mais de 25 anos de produção. Aprendeu a pintar como autodidata e, desde a infância, o contato com a cultura hip hop nas ruas de sua cidade natal o levou a expandir o universo de suas pinturas para além das molduras das telas.

Com características bastante particulares e uma impressionante capacidade de absorver e reinterpretar influências extremamente díspares, que vai de Burle Marx e Rubem Valentim a Basquiat, seu trabalho se alimenta de diferentes registros e procedimentos, promovendo uma fusão de tempos e lugares distintos.

Suas telas, desenhos e instalações harmonizam elementos que parecem pertencer a universos distintos, utilizando referências claras à arquitetura e à arte mourisca, bem como à rica padronagem dos tecidos e aos símbolos.

O artista também soma elementos das culturas pré-colombianas e árabes, especialmente o simbolismo dos padrões geométricos das mesquitas que visitou no sul da Espanha. Ademais, o orientalismo de sua produção advém do apreço pelos vencidos, pelas culturas subjugadas pela civilização ocidental ou marginalizadas por questões sociopolíticas.

Kboco já realizou exposições individuais em São Paulo, Curitiba e Nova York; pintou murais nas ruas de diversas cidades brasileiras e em outros países como Chile, Espanha, Alemanha, Estados Unidos e Itália; expôs na 29ª Bienal de São Paulo e realizou trabalhos em Portugal, à convite da Fundação Gulbenkian e do Centro Cultural José dos Bois.