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Onda de ameaças a escolas desaparece após medidas

Nenhuma mensagem de violência foi registrada pelas escolas públicas e privadas em Goiás desde o dia 19. Cenário de pânico ficou para trás e ações se voltam para a promoção da cultura de paz. Vigilância sobre redes sociais é apontada como ferramenta de controle

Modificado em 19/09/2024, 00:25

Policiais militares em monitoramento de escola: trabalho deve continuar e receber outras ferramentas

Policiais militares em monitoramento de escola: trabalho deve continuar e receber outras ferramentas
 (Diomício Gomes)

Desde o último dia 19, as escolas da rede estadual de Goiás não têm relato de mensagens referentes a supostos ataques, informou o superintendente de Segurança Escolar e Colégio Militar da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), coronel Mauro Ferreira Vilela. As unidades privadas também apresentam um momento de tranquilidade em relação a esta questão.

O cenário contrasta com o pânico instalado na comunidade escolar em Goiás até o início da última semana, quando uma onda de mensagens de supostos ataques circulou nas redes sociais. A situação deixou pais e professores preocupados e levou as instituições públicas a se mobilizarem para dar uma resposta ao momento de alerta.

O clima de tranquilidade nas unidades particulares é apontado pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia. Desde quinta-feira, não há registro de alguma mensagem de violência.

"A gente pretende agora passar para outra parte do projeto. Agora é um projeto de conscientização das famílias, articulação da psicologia escolar, trazendo as famílias para mais perto da escola, para dividir este problema", explica o presidente do Sepe Flávio Roberto de Castro, que também preside o Conselho Estadual de Educação.

No âmbito nacional, as denúncias de ameaças registradas no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) reduziram. O número de registros do tipo, que chegou a ser de 1.836 no último dia 11, foi de 84 na última segunda-feira (24), conforme reportagem publicada pelo portal UOL.

A reportagem solicitou, na tarde desta quinta-feira (27), as denúncias recebidas pelo MJSP referentes a Goiás, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria.

Nesta quinta-feira (27), o ministro da Justiça, Flávio Dino, reforçou a disponibilidade de recursos para a segurança nas escolas e para as guardas municipais. São R$ 250 milhões. O reforço foi realizado em Fortaleza durante o lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2).

No último dia 12, a Seduc divulgou a portaria 1.867. O documento apresenta diretrizes para a segurança nas escolas. O texto tem validade de 90 dias. A principal medida prevista é a revista das mochilas dos estudantes por parte de servidores.

Neste intervalo de três meses, a secretaria planeja concluir a aquisição de detectores de metais portáteis, por meio de processo licitatório. A portaria trata de meios para o tratamento de situações críticas como a manutenção do sigilo da identidade do suposto autor de atos ou comportamentos violentos.

Na portaria da Seduc também está estipulada a determinação para que o Protocolo de Segurança Escolar seja revisto. "Nós estamos iniciando este trabalho. O protocolo foi feito em 2019, antes da pandemia, não tinha a sobrecarga (emocional) da pandemia. Não vamos fazer isto isoladamente, teremos participação da Procuradoria Geral do Estado (PGE), respeitando o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)", detalha Vilela.

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) também tem a percepção de que não há mais atualmente a grande circulação de mensagens de ameaças ao ambiente escolar em Goiás. O MP-GO criou um grupo de trabalho (GT) de prevenção à violência nas escolas.

Coordenadora do GT do MP-GO, a promotora de Justiça Liana Antunes Vieira Tormin afirma que o colegiado já desenvolveu um conjunto de diretrizes para membros do MP. São questões referentes a atuação criminal, saúde, educação e infância e juventude. "Com a expedição desta informação técnico-jurídica, o objetivo foi unificar e aprimorar atuação do MP-GO em ações contra violência e fornecer suporte para que o promotor de justiça consiga atuar de forma eficaz nesta questão", explica a coordenadora do GT.

A semana passada foi marcada por uma série de medidas de sensibilização para a cultura de paz na rede estadual. Alunos dedicaram parte do tempo para momentos de reflexão, entre outras ações. Escolas foram enfeitas com balões para chamar a atenção para a necessidade de tratar da paz.

Monitoramento deve ser aprimorado

O superintendente de Segurança Escolar e Colégio Militar da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Mauro Ferreira Vilela, afirma que haverá investimentos em inteligência artificial. O objetivo é haver uma combinação de tecnologias que torne o ambiente escolar mais seguro. "Colocar câmeras no meio externo, fazendo com que haja uma cerca virtual. Quando alguém tentar pular o muro, o alarme vai disparar", exemplifica.

As visitas da PM-GO às escolas devem continuar. Vilela também destaca que a integração entre a Seduc e a SSP-GO com troca de informações foi importante para reverter a situação crítica do início do mês.

Além disto, ele pontua a relevância do acompanhamento dos filhos pelos pais e atribui parte do problema às redes sociais. "As redes sociais é que fomentaram (a replicação de conteúdo) porque não quiseram fazer controle", acredita.

À época da crise, conforme Vilela, ao menos 80% das unidades de ensino da rede estadual receberam ao menos uma mensagem de ameaça. A rede tem mais de 500 unidades de ensino, algumas com mais de 3 mil alunos.

A mobilização das instituições públicas envolveu as forças policiais na apuração das mensagens. Foram apreendidos 55 adolescentes, conforme a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-GO).

A reportagem contatou a Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai). O titular da especializada, delegado Queops de Lourdes Barreto Silva, informou que parte está presa e outros estão em liberdade. "Todos estão sendo julgados", frisou o investigador. No dia 20 de abril, O jornal revelou que 18 já haviam sido apreendidos e internados.

Ao todo, a SSP-GO divulgou que houve 78 adolescentes com algum envolvimento nas ações de ameaça. O trabalho de inteligência mostrou que 78,9% deles eram do gênero masculino e a faixa etária predominante de 14 e 15 anos. A maioria estava matriculada em escola pública (80,9%) - o ensino público tem a grande maioria dos alunos - e os demais na rede privada. Os dados revelam ainda que 33,3% dos genitores têm antecedentes criminais. (Colaborou Mariana Carneiro)

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Professores paralisam parcialmente atividades para reivindicar piso salarial e redução de carga horária

Manifestação contou com profissionais de Goiânia e de Aparecida. Ação foi uma adesão ao ato nacional por melhorias salariais e condições de trabalho na educação

Paralisação da Educação em Goiânia

Paralisação da Educação em Goiânia (Fábio Lima/O Popular )

Professores e os funcionários administrativos de cerca de 100 instituições de ensino de Goiânia aderiram à paralisação nacional das atividades nesta quarta-feira (23). Eles reivindicam o pagamento de piso nacional para o administrativo e a redução da carga horária para cerca de 26h semanais.

Divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e confirmado pela Secretaria Municipal de Educação (SME), o número de instituições que pararam as atividades é referente a escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) da capital. A paralisação acontece apenas nesta quarta-feira.

A SME, por meio de nota, informou que a "gestão atual é sensível às demandas apresentadas e tem compromisso com o diálogo e a valorização dos profissionais da Educação" (veja íntegra da nota ao final desta reportagem).

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A presidente do Sintego, deputada Bia de Lima, disse que a manifestação foi uma adesão à mobilização organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). O ato é referente à 26ª Semana Nacional em Defesa da Promoção da Educação Pública, que tem como tema "Escola pública não é negócio.

Dentre as reivindicações da categoria estão:

  • Realização de concurso público;
  • Aprovação do projeto de lei que institui o Novo Plano Nacional de Educação;
  • Gestão democrática das escolas;
  • Valorização para todos os profissionais da educação;
  • Piso e carreira do magistério.
  • Em Goiânia, segundo Bia de Lima, além das pautas nacionais há reivindicações especificas.

    No caso do município de Goiânia, até agora não foi pago o piso, que deferia ser pago desde janeiro, não pagou e nem garantiu o novo plano de carreira, que é uma luta de três anos que a gente vem batalhando para ver se o município construiu um plano de carreira", destacou.

    O Sindicato reivindicou também do governo estadual melhorias para a classe.

    Redução da jornada de trabalho dos professores, que está em confluência com a legislação nacional. Já que aqui em Goiás mudou a lei e colocou os professores para trabalhar mais do que no Brasil inteiro", disse.

    À reportagem, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que as atividades nas escolas estaduais foram normais nesta quarta.

    Durante o ato, os professores aprovaram ainda uma assembleia geral para avaliar a possiblidade de greve.

    De acordo com a organização do evento na capital, houve adesão de professores também de Aparecida de Goiânia. Ao POPULAR, a Secretaria Municipal de Educação informou que não tinha o número de escolas sem aula durante a manhã (veja íntegra da nota ao final do texto).

    Paralisação da Educação em Goiânia (Fábio Lima/O Popular )

    Paralisação da Educação em Goiânia (Fábio Lima/O Popular )

    Íntegra da nota da SMS de Goiânia

    Paralisação Nacional da Educação -- 23 de abril de 2025

    A Secretaria Municipal de Educação de Goiânia respeita o movimento de paralisação nacional dos profissionais da educação realizado nesta terça-feira (23).

    A gestão atual é sensível às demandas apresentadas e tem compromisso com o diálogo e a valorização dos profissionais da Educação.

    Secretaria Municipal de Educação

    Íntegra da nota da SME de Aparecida de Goiânia

    A Prefeitura de Aparecida, por meio da Secretaria de Educação, mesmo diante das dificuldades financeiras herdadas da administração anterior. - R$ 500 milhões em dívidas - tem dialogado com o sindicato que representa a categoria e tratado os pleitos dentro das condição financeiras atuais do município, como a folha de dezembro, que não foi paga pela administração anterior, e quitada pela nova gestão, que também está pagando os salários dos servidores em dia e dentro do mês trabalhado.

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    Empresária que morreu após embarcação afundar auxiliava com ensino religioso para crianças em igreja

    Ana Flávia foi arrastada por correnteza e teve o corpo encontrado dois dias depois a 1,5 km do local do naufrágio

    Modificado em 23/04/2025, 13:18

    Empresária e pedagoga Ana Flávia de Abreu Santos Rosa, de 26 anos (Reprodução/ Redes Sociais)

    Empresária e pedagoga Ana Flávia de Abreu Santos Rosa, de 26 anos (Reprodução/ Redes Sociais)

    A empresária Ana Flávia de Abreu Santos Rosa, de 26 anos, que morreu após a embarcação em que ela estava afundar no Rio Claro, no município de Montes Claros de Goiás, era formada em pedagogia e auxiliava com ensino religioso para crianças e adolescentes na igreja que frequentava em Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia. Nas redes sociais, Ana Flávia fez diversas publicações em que mostrava parte das atividades na comunidade cristã.

    Ainda nas redes sociais, o marido dela, o conselheiro tutelar Ramon Lucas Oliveira Nascimento, republicou homenagens feitas por amigos e familiares. Em uma das mensagens, uma mulher afirma que Ana Flávia "foi um exemplo de serva de Deus" e destaca: "Nunca vou esquecer nossa última conversa e o quanto ela era meiga, doce e uma mulher virtuosa", escreveu.

    Em uma outra publicação, um primo da empresária escreveu: "Você foi uma pessoa verdadeiramente alcançada por Cristo e deixou um lindo legado para todos nós. Minhas lembranças com você são sempre maravilhosas, desde a nossa infância. Estou com nó na garganta constante, mas o que me consola é saber que você está com Jesus e que isso não foi um adeus, mas sim um até logo. Te amo prima, minha irmãzinha querida!", declarou.

    O marido da empresária também fez uma emocionante homenagem à esposa. O casal completaria dois anos de casamento em junho.

    Meu eterno amor. O sorriso mais lindo do mundo", escreveu Ramon Lucas na legenda das publicações.

    Conselheiro tutelar Ramon Lucas Oliveira Nascimento publicou homenagem à esposa que morreu após embarcação afundar (Reprodução/Redes Sociais )

    Conselheiro tutelar Ramon Lucas Oliveira Nascimento publicou homenagem à esposa que morreu após embarcação afundar (Reprodução/Redes Sociais )

    Entenda o caso:

    Segundo o Corpo de Bombeiros, Ana Flávia estava com outras seis pessoas em uma canoa que afundou no Rio Claro, na última sexta-feira (18).

    "A primeira informação que chegou até nós foi de que uma pessoa do sexo feminino caiu de uma embarcação. No local, os militares descobriram que tinha acontecido um naufrágio", detalhou o sargento Fernando Augusto.

    Ana Flávia desapareceu após o naufrágio e o corpo dela foi encontrado pelos bombeiros no domingo (20). Testemunhas afirmaram que Ana Flávia não sabia nadar e foi levada pela correnteza.

    Todos os demais ocupantes foram resgatados com vida por populares momentos após a embarcação afundar. Nenhum deles usava colete salva-vidas, segundo os bombeiros.

    De acordo com os bombeiros, o rio estava com águas turvas, cheio e com correnteza forte devido às chuvas recentes. Por conta das condições, as buscas só puderam ser iniciadas no dia seguinte.

    O corpo de Ana foi localizado por mergulhadores a aproximadamente 1,5 km do local do acidente. A Polícia Científica confirmou liberação à família na noite de domingo (20) para os procedimentos de despedida.

    Empresária Ana Flávia de Abreu morreu após ser arrastada por correnteza de rio (Reprodução/Redes Sociais/Corpo de Bombeiros)

    Empresária Ana Flávia de Abreu morreu após ser arrastada por correnteza de rio (Reprodução/Redes Sociais/Corpo de Bombeiros)

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    Fotógrafa goiana obtém remédio fora da lista do SUS após batalha na Justiça

    Convivendo com esclerose múltipla recorrente, uma doença neurológica progressiva, Maria Francisca da Silva Santos conquista direito a medicamento de alto custo considerado um dos mais eficazes para sua condição

    Chica Fotógrafa lida há 18 anos com percalços da esclerose múltipla

    Chica Fotógrafa lida há 18 anos com percalços da esclerose múltipla (Wildes Barbosa / O Popular)

    A fotojornalista Maria Francisca da Silva Santos, a Chica Fotógrafa, lida há cerca de 18 anos com os percalços provocados pela esclerose múltipla (EM), doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central e que tornou-se recorrente nos últimos anos. Este mês ela ganhou na Justiça Federal uma ação que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a liberar o medicamento ofatumubabe, considerado um dos mais eficazes para sua condição. O remédio não integra a lista de remédios de alto custo fornecidos pelo SUS.

    O ofatumumabe ou Kesimpta (nome comercial) é também indicado para leucemia linfocítica crônica. O remédio é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a Comissão Nacional de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) não recomendou a sua inclusão na lista de medicamentos fornecidos pelo SUS alegando alto impacto orçamentário e sob a justificativa de que não faria muita diferença em relação ao progresso da doença. Anticorpo monoclonal, o remédio ataca alvos específicos do sistema imunológico e podem reduzir em até 59% as taxas de recidiva da EM recorrente, segundo especialistas.

    Convivendo com fadiga, fraqueza muscular, dificuldade para respirar e dores articulares, Chica e a médica Denise Sisteroli Diniz, que a acompanha no tratamento no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, viram no ofatumumabe a única possibilidade de uma melhor qualidade de vida e interrupção do progresso da doença. O pedido inicial para obter o remédio foi apresentado ao Ministério Público de Goiás que o encaminhou à Defensoria Pública da União. No final de 2023, o pedido de urgência para o caso foi negado pela Justiça Federal.

    Sem conhecer a fotojornalista, a advogada Janaina Mathias Guilherme Soares, especialista em Direito da Saúde, se ofereceu para ajudá-la. E deu certo. A urgência foi reconhecida judicialmente e o Estado foi obrigado a fornecer o medicamento até que houvesse uma sentença a respeito. A advogada lembra que o Supremo Tribunal Federal criou regras limitando o suprimento de remédios não disponibilizados pelo SUS, cabendo à parte autora o ônus de demonstrar a segurança e a eficácia do fármaco e a inexistência de um substituto terapêutico.

    "Eu melhorei muito com o ofatumubabe, cheguei a andar 4 km num dia, mas como há interrupções no fornecimento, tudo piora nas minhas funções neurológicas. É uma doença progressiva", lamenta Chica. Ela diz que a última vez que o Estado cumpriu a liminar foi em maio de 2024. "Depois, passei a pedir o bloqueio da conta para que a compra do remédio fosse providenciada. Eles compram três ampolas e entregam, mas cada vez que peço o bloqueio há um intervalo de tempo até que o pedido seja apreciado e a compra efetivada."

    A ação protocolada por Janaina Guilherme na Justiça Federal tem como réus o Município de Goiânia, o Estado de Goiás e a União que sistematicamente vêm recorrendo. No dia 2 deste mês, o juiz federal Leonardo Buissa Freitas julgou procedente o pedido da Chica Fotógrafa e determinou que o medicamento seja fornecido a ela em quantidade suficiente para três meses de tratamento. Antes do término, a fotojornalista deve apresentar relatório médico atualizado para justificar a renovação da aquisição. "No próximo dia 24 tenho de tomar o remédio, mas não tenho convicção de que irão cumprir a sentença", afirma Chica. Os réus ainda podem recorrer.

    Fornecimentos

    Para obter uma sentença favorável ao uso do ofatumumabe (Kesimpta) 20 mg, que custa cerca de R$ 10 mil cada ampola e fora das condições financeiras da fotojornalista, a advogada Janaina Guilherme se dedicou a uma árdua tarefa, segundo ela. "À medida que os meses foram passando fui anexando relatórios e exames médicos demonstrando o quão positivo estava sendo o tratamento. Também fiz uma pesquisa científica e anexei estudos que demonstram a superioridade do medicamento em relação a outros", detalha

    A advogada, que soube pelas redes sociais do caso de Chica Fotógrafa, lembra que a prática tem demonstrado a eficácia de medicamentos não disponibilizados pelo SUS. "Pelo país afora existem muitas pessoas vivas, com saúde e dignidade graças a liminares e muito trabalho por parte de seus procuradores. E estão assim por fazerem uso de medicamentos que a Conitec disse não serem eficientes o suficiente para o aumento da sobrevida global, ou seja, o tempo entre o diagnóstico e a morte do paciente."

    O impacto financeiro mencionado pela Conitec para não incorporar o ofatumumabe (Kesimpta) no rol de medicamentos fornecidos pelo SUS à população é, na visão da advogada, um ponto importante, no entanto é necessário observar outro aspecto. "Sob a ótica individualista é doloroso pensar que o fator econômico pesou nessa decisão. O fármaco poderia estar sendo fornecido a tantas outras pessoas que trabalharam a vida toda e que agora, sem condições de pagar um plano de saúde, se veem diante de um fim lento e doloroso ou da morte iminente."

    A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla estima que 40 mil brasileiros sofram com a condição. Em setembro de 2023, por decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o ofatumumabe (Kesimpta) foi incluído na lista obrigatória a ser garantida pelos planos de saúde privados.

    Chica Fotógrafa possui uma longa trajetória como ativista dos direitos humanos, das causas feminista e indígena. Ela trabalhou por muito tempo ao lado de Dom Tomás Balduíno na Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil. Ela assina seus trabalhos fotográficos e videodocumentários como Antonieta de Sant'Ana.

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    Homem usa criança como escudo durante perseguição policial, diz PM

    Criança foi resgatada em segurança e suspeito preso em flagrante por tráfico de drogas

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    Um homem foi preso suspeito de usar uma criança como escudo para se proteger após uma perseguição policial ocorrida nesta sexta-feira (18), em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a Polícia Militar (PM), o homem ainda teria apontado uma arma falsa para a equipe. O caso será investigado pela Polícia Civil (PC).

    A polícia não divulgou o nome do suspeito e o grau de parentesco dele com a criança. A criança foi resgatada em segurança.

    Conforme a Polícia Militar, o caso ocorreu no Bairro Adriana Parque, após a equipe tentar abordar o carro do suspeito, que não obedeceu a ordem de parada e fugiu em alta velocidade.

    Durante a perseguição, o suspeito teria batido o carro e, neste instante, saiu do veículo usando uma criança de aproximadamente quatro anos como escudo, enquanto um outro homem que também estava no carro, tentou fugir a pé por uma região de mata.

    Ainda segundo a PM, o homem usava a criança como escudo para se proteger ao mesmo tempo em que apontava uma arma de fogo para os policiais, arma esta que após verificação a equipe constatou se tratar de um simulacro, ou seja, uma arma falsa. Ele foi contido e a criança resgatada em segurança.

    A polícia informou que com os suspeitos foram apreendidas porções de drogas, dinheiro em espécie e um aparelho celular. Na casa de um dos suspeitos, os policiais encontraram mais droga, balanças de precisão e materiais usados para o tráfico de drogas.

    Ainda segundo a PM, o suspeito de usar a criança com escudo estava em descumprimento de medida cautelar, sem tornozeleira eletrônica, e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Os dois foram presos por tráfico de drogas.

    Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

    Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)