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Toxicológico de modelo que denunciou estupro em Goiânia dá negativo para álcool e drogas

Jovem alega ter sido dopada e violentada sexualmente pelo delegado Kleyton Manoel Dias. Exame pericial já comprovou que ela foi vítima de violência sexual

Modificado em 17/09/2024, 15:39

Jade aparece nua saindo de veículo; delegado foi afastado da função

Jade aparece nua saindo de veículo; delegado foi afastado da função (Reprodução)

O exame toxicológico da modelo Jade Fernandes de Oliveira, de 23 anos, não apresentou vestígios de álcool ou drogas. A jovem alega que foi dopada e estuprada pelo delegado Kleyton Manoel Dias, titular da 8ª Delegacia Distrital de Goiânia, na madrugada da última sexta-feira (5). Nesta quarta-feira (10), a TV Anhanguera mostrou, com exclusividade, que o laudo de exame pericial feito na modelo comprovou que ela foi vítima de violência sexual.

Jade, que é uma mulher transsexual, acredita que foi dopada por ter memórias "turvas" do momento da violência, mesmo sem ter ingerido grandes quantidades de álcool. "Estava muito dopada, muito dopada. Então, ela chegou na porta de casa completamente nua, com alguns pertences, que era um sapato e um vestido", relembrou Ricardo Amaral Dias, que mora na mesma residência que ela, em entrevista no último domingo (7). A reportagem tentou contato com a advogada de Jade, Kesia Oliveira Souza, para comentar o resultado do exame toxicológico, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

O estupro teria ocorrido após uma festa de aniversário de um jornalista em uma casa noturna no setor Alto da Glória, onde Jade conheceu Kleyton Manoel. Conforme o relato da jovem, ao final da festa, o delegado teria oferecido carona para ela e para uma outra mulher. Um vídeo de câmeras de segurança do local mostra a modelo e o delegado conversando dentro do estabelecimento. Depois, eles chegam a se beijar perto do caixa.

Segundo Jade, a outra mulher foi deixada em casa primeiro. Em seguida, seria a vez dela, que mora no Setor Jaó. Entretanto, de acordo com a denúncia da jovem, durante o caminho o delegado a teria estuprado. Imagens de câmera de segurança obtidas pela TV Anhanguera mostram a jovem descendo do veículo nua. Segundo Jade, ela foi deixada sangrando no porta-malas do veículo após o abuso sexual.

Investigação

A Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deaem) é responsável pela investigação do caso. Em nota, a PC-GO informou que "em razão das investigações correrem em segredo de justiça, a instituição não pode repassar informações" e que "todas as providências sobre o caso estão sendo adotadas" na investigação conduzida pela Deaem com auxílio e acompanhamento da Corregedoria da corporação.

Jade conseguiu uma medida protetiva que obriga Kleyton Manoel a manter distância dela e de sua família. A decisão, obtida pela TV Anhanguera, foi emitida no dia 5 de janeiro pelo juiz plantonista Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro. O delegado está proibido de frequentar os mesmo locais que a modelo e entrar em contato com ela por qualquer meio de comunicação. Além disso, ele deve permanecer a uma distância mínima de 300 metros.

Defesa

O delegado foi afastado da função e, por enquanto, ficará em função administrativa. A defesa de Kleyton Manoel emitiu comunicado dizendo que "repudia veementemente as acusações e se coloca à inteira disposição das autoridades nas investigações que apuram o caso". A nota diz ainda que ele "está muito abalado, cuidando de sua família."

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Homem é preso suspeito de estuprar adolescente e duas jovens

Segundo delegada, investigado cometeu o último crime enquanto era investigado por outros dois estupros semelhantes. Ele chegou a ser condenado e preso na Espanha

undefined / Reprodução

Um homem de 38 anos foi preso, nesta segunda-feira (14), suspeito de estuprar uma adolescente e duas jovens, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. A delegada Aline Lopes, que investiga o caso, contou ao POPULAR que as vítimas identificaram como autor Pedro Paulo de Jesus Costa. Uma delas, inclusive, chegou a morder o dedo dele.

Uma das vítimas que o mordeu, o sangue dele ficou na roupa da vítima. Então, agora estamos aguardando o resultado dos exames periciais que vão confirmar e dar mais certeza, que ele é o autor desse crime", explicou a delegada.

O POPULAR não conseguiu localizar a defesa do investigado, até a última atualização desta reportagem.

Segundo Aline Lopes, o suspeito abordava as vítimas aleatoriamente passando em ruas próximas de locais de mata, que não possuía câmeras de segurança.

Ele conseguia em algum momento se aproximar dessas vítimas, cruzar com essas vítimas, no momento que a vítima passava por ele, ele abordava ela por trás, a imobilizava pelo pescoço e arrastava para o matagal", narrou a delegada.

De acordo com Aline Lopes, o perfil das vítimas escolhido pelo suspeito sempre era de mulheres jovens e "frágeis".

Todas com o mesmo perfil, estrutura física, franzina, baixinha, magrinha... frágeis, que não poderiam oferecer resistência frente ao porte físico dele. Ele é um lutador de artes marciais, de judô e jiu-jitsu", disse a delegada.

A delegada destacou que o homem foi identificado e preso no decorrer de investigação de dois crimes que ocorreram na mesma região, com descrições de um homem que teria as mesmas características de Pedro Paulo. "Em fevereiro, o crime foi contra uma menor, o estupro foi consumado", disse.

Ela lembra que o suspeito chegou a ser preso em 2023, pela Polícia Civil de Anápolis, "pelo crime de estupro tentado, agindo da mesma forma e de uma região muito próxima também".

Então, nós acreditávamos que poderia se tratar da mesma pessoa e poderia ser esse homem preso em 2023. Enquanto, nós estavamos investigando esses dois crimes ocorridos em janeiro e fevereiro, um envolvendo uma maior de idade e uma menor, ocorreu um outro crime de tentativa de estupro", salienta a investigadora.

Esse outro crime similar, segundo a delegada, foi registrado no último dia 6, quando a vítima mordeu o dedo do suspeito e conseguiu fugir. À polícia, a jovem descreveu o modo de agir do homem e suas vestimentas. "Então, nós tivemos certeza que se tratava da mesma pessoa", pontuou.

A delegada ressaltou que Pedro Paulo foi encontrado na casa dele e apresentava um ferimento no dedo, conforme idicado pela jovem. Durante a prisão, a polícia informou que o investigado negou o crime. Mas, ele ainda será interrogado formalmente.

Aline Lopes contou que Pedro Paulo chegou a ser condenado na Espanha também por estupro. Por enquanto, ela aguarda confirmação por quantos anos ele ficou preso por lá.

Ele é brasileiro, morou um tempo na Espanha, lá ficou preso, segundo ele, por 10 anos", comentou a investigadora.

Com a divulgação da imagem do investigado, a delegada acredita que outras vítimas do homem devem procurar a delegada.

Segundo polícia, suspeito foi encontrado com ferimento provocado por vítima (Divulgado/PC-GO)

Segundo polícia, suspeito foi encontrado com ferimento provocado por vítima (Divulgado/PC-GO)

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Servente de pedreiro é condenado a 30 anos de prisão pela morte de estudante

Reidimar Silva Santos vai ser julgado em 7 de abril pelo estupro e assassinato de Thaís Lara, crime cometido de forma semelhante ao que o levou à prisão

Reidimar Silva Santos está preso desde 29 de novembro de 2022: ele confessou os dois assassinatos

Reidimar Silva Santos está preso desde 29 de novembro de 2022: ele confessou os dois assassinatos (Reprodução)

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Jovem é estuprada e roubada após suspeito ajudá-la a consertar moto e receber Pix de R$ 50 como agradecimento, diz PM

O homem tem passagem pelos crimes de furto, roubo e estupro de vulnerável, segundo a polícia. Caso aconteceu em Porto Nacional, a cerca de 60 km de Palmas

Modificado em 05/02/2025, 19:59

Suspeito acabou preso pela Polía Militar

Suspeito acabou preso pela Polía Militar (Ascom 5º BPM)

Um homem foi preso suspeito de estuprar e roubar uma mulher de 22 anos, em Porto Nacional. O caso foi registrado nesta quarta-feira (5). Segundo a Polícia Militar, a jovem foi violentada e assaltada após receber ajuda do suspeito para consertar a moto, que havia apresentado problemas.

O nome do homem não foi divulgado, por isso o Daqui não conseguiu contato com a defesa dele.

O crime aconteceu durante a madrugada. A mulher contou aos policiais que após sua moto apresentar problemas, o suspeito se aproximou e ofereceu ajuda. Como ele conseguiu consertar o veículo, ela transferiu R$ 50 para conta dele, por meio do Pix.

Conforme a PM, no momento em que a vítima tentou deixar o local, o homem anunciou o assalto, levando anéis e correntes. Em seguida ele a estuprou. Ainda na madrugada, policiais militares e civis fizeram patrulha e localizaram o suspeito no setor Jardim América.

A polícia informou que o homem já tinha passagem pelos crimes de roubo, furto, além de reincidência por estupro de vulnerável, praticado em 2021. Na época, ele foi preso e chegou a usar tornozeleira eletrônica. Conforme a Polícia Civil, o homem tinha cinco passagens pelo crime de estupro.

O suspeito foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, onde foi autuado em flagrante por roubo e estupro, segundo a PM. Os policiais também identificaram que o homem tinha um mandado de prisão em aberto pelos mesmos crimes.

O caso será investigado pela 8ª Delegacia de Atendimento à Mulher de Porto Nacional.

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Uma criança de 10 a 14 anos dá à luz a cada dia em Goiás

Foram 5,9 mil nascimentos de bebês gerados por meninas no Estado em dez anos. Profissionais apontam o risco de morte na gestação precoce e afirmam que grande parte dos casos é fruto de abuso sexual

Modificado em 17/09/2024, 15:58

Uma criança de 10 a 14 anos dá à luz a cada dia em Goiás

Na última década, Goiás registrou 5,9 mil nascimentos de bebês com mães de 10 a 14 anos de idade. No mesmo período, foram contabilizadas seis mortes maternas nessa faixa etária. Os dados são do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), ferramenta do Sistema Único de Saúde (SUS). Especialistas apontam que a gravidez na infância e adolescência está associada a casos de abuso sexual e, quanto mais nova a gestante, maior o risco de vida ao dar prosseguimento a gravidez.

Segundo os últimos dados consolidados, de 2022, foram 397 nascidos vivos de mães com idade entre 10 a 14 anos. Eles representam 0,44% dos 89,7 mil nascimentos ocorridos no ano retrasado. Quando comparado com dez anos antes (2012), o número teve uma queda de 51,6%. Naquele ano, foram 821 nascidos vivos. Mesmo assim, o número mais recente chama atenção, com o nascimento de praticamente um bebê por dia de uma mãe criança ou pré-adolescente.

No Brasil, a quantidade de bebês com mães de 10 a 14 anos de idade também caiu. Em 2012, eram 28,2 mil nascidos vivos. Em 2022, foram 14,2 mil, número 49,3% menor. No ano retrasado, foram registrados dois casos de bebês que nasceram de mães com menos de 10 anos no País. Pela Código Penal, qualquer tipo de relação sexual ou pratica de outro ato libidinoso com menores de 14 anos é estupro de vulnerável. Por isso, uma parte considerável dessas gestações são fruto de violência sexual.

O assunto voltou ao centro do debate público devido ao Projeto de Lei (PL) Antiaborto por Estupro, que determina a prisão ou internação (no caso de menores de 18 anos) de vítimas de estupro que fizerem aborto depois de 22 semanas de gravidez. Atualmente, o abordo legal é garantido, em qualquer idade gestacional, nos casos de gravidez decorrente de estupro, risco à vida da pessoa gestante e anencefalia do feto.

Divulgado nesta terça-feira (18), o Atlas da Violência 2024, relatório foi feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), demonstrou que meninas de 10 a 14 anos são as que mais sofrem proporcionalmente com a violência sexual.

Médica do Centro de Referência para o Cuidado de Crianças e Adolescentes e suas Famílias em situação de Violência (Cercca) de Recife, no Pernambuco, Maria Carmelita Maia e Silva estudou o contexto de mais de 100 mães com idade entre 10 e 14 anos acompanhadas na capital pernambucana e escreveu uma tese de doutorado sobre o assunto em 2009. De acordo com a pesquisadora, a maior parte dessas gestações acontece entre meninas em situação de vulnerabilidade, que costumam começar o pré-natal tardiamente por medo e/ou vergonha.

Ao jornal, ela apontou que a maioria dessas gestações foram acompanhadas do abandono escolar ou deterioramento da atividade educacional e do crescimento da ocupação em subempregos. Além disso, ela conta que muitas dessas meninas sofreram com a tentativa de viabilização de um parto normal sem elas terem condições físicas para tal. "Uma tortura para elas", ressalta Maria Carmelita, que também chama atenção para o fato de que essas meninas costumam ficar com a saúde mental fragilizada por conta das gestações.

A diretora da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Mirna de Sousa, explica que a gravidez na infância e na adolescência é um problema que deve ser tratado à luz da saúde pública. "O impacto é muito grande. É preciso esquecer crenças religiosas para olhar quem está em risco. Crianças e adolescentes fazem parte da nossa sociedade e são nossa responsabilidade", diz.

Mirna aponta que esse tipo de gestação é de alto risco, com possibilidade de prematuridade do bebê e complicações que podem levar a mãe à morte. "É um corpo que não está preparado para gestar", frisa. Apesar de muitas dessas meninas já terem ciclo menstrual, ela pontua que o útero delas ainda não está maduro para gerar um bebê. O contexto leva a chance aumentada de abortamento, pré-eclâmpsia e depressão pós-parto.

Nesse sentido, a diretora da SGP discorre que existe um gargalo na atenção primária atualmente. "Dentro do consultório, é importante que o médico (pediatra) aproveite este vínculo com as famílias para fazer orientações", diz Mirna. A rede municipal de saúde de Goiânia, por exemplo, não possui um ambulatório específico para tratar vítimas de violência sexual.

No Estado, existem três ambulatórios do tipo. Eles ficam no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), Hospital Estadual da Mulher (Hemu) e o Hospital Estadual de Luziânia (HEL). O Hemu, na capital, é a referência para a realização de abortos legais em Goiás.

Óbitos maternos entre adolescentes e jovens

Os óbitos maternos entre adolescentes e jovens, de 15 a 19 anos de idade, alcançaram a marca de 55 registros quando considerado o período de 2014 a 2024. É uma média de 5,5 mortes por ano. As informações são do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), ferramenta do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados de 2023 e 2024 são preliminares e estão sujeitos a alteração.

No mesmo período, nasceram 138,7 mil bebês com mães nessa faixa etária. De acordo com os últimos dados consolidados, de 2022, foram 10,1 mil nascidos vivos. Eles representam 11,3% dos 89,7 mil nascimentos ocorridos no ano retrasado. O número apresentou leve queda em relação a 2021, que teve 10,2 mil registros, mas queda mais acentuada quando comparado com 2012, quando foram registrados 16,7 mil nascimentos, uma redução de 39,1%.

O ginecologista e obstetra Jony Rodrigues Barbosa conduziu um estudo sobre a maternidade na adolescência na região Noroeste de Goiânia. Para uma dissertação de mestrado, ele acompanhou 170 pessoas do sexo feminino de até 19 anos internadas para realização de parto ou quadro clínico de abortamento, de agosto de 2013 a maio de 2014, na Maternidade Nascer Cidadão. A média de idade do estudo foi de 17,3 anos, sendo que o motivo principal apontado para o primeiro ato sexual foi o sentimento pelo parceiro.

Do total, 99,4% conheciam algum contraceptivo e 75,9% mencionaram ter familiares de primeiro grau que tiveram filhos antes dos 20 anos. Além disso, 53,5% estudavam quando engravidaram e 64,8% das pessoas nesse subgrupo abandonaram os estudos durante a gravidez.

Na avaliação do especialista, que faz parte da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO), o acesso a essas adolescentes é difícil, já que muitas delas não estão na escola, o que demonstra a importante da Estratégia de Saúde da Família (ESF) para alcançá-las, informá-las e convencê-las sobre a importância do uso dos métodos contraceptivos. "Busca ativa", destaca.

Goiânia

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a rede de atenção, por meio das unidades de saúde da Atenção Primária, realiza atendimento médico e de enfermagem visando a orientação de adolescentes quanto à iniciação sexual e saúde reprodutiva, sendo que os preservativos, tanto masculino quanto feminino, também estão disponíveis para distribuição à população nestas unidades.

A pasta comunicou ainda que ações intersetoriais também são realizadas em parceria com as secretarias municipal e estadual de Educação. "Por meio de ações educativas, temas semelhantes são trabalhados com o intuito de reforçar nos jovens e adolescentes o autocuidado não somente relacionado às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), mas também abordando o risco de gravidez na adolescência", detalhou a pasta.

De acordo com a SMS, quando a adolescente identifica ou suspeita de gravidez, a rede acolhe a demanda com o início e acompanhamento do pré-natal. Além disso, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) acolhem e acompanham as vítimas de violência sexual quando em sofrimento mental.

Estado

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), tem sido desenvolvido junto às regionais de saúde e municípios goianos, atividades para o monitoramento dos casos de violência sexual e de gravidez na adolescência no Estado, "com reuniões periódicas entre os envolvidos, onde são analisados os dados e sugeridas ações e políticas públicas para reverter o cenário".

Ademais, a pasta informou que mantém parceria, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), com a Atenção Primária e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), "onde são desenvolvidas ações frequentes sobre o tema de educação sexual e reprodutiva junto aos estudantes da rede pública estadual".