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Dia do Homem: cada vez mais eles procuram cirurgia plástica

A cada dois minutos, um homem faz um procedimento estético

Modificado em 25/09/2024, 01:05

Dia do Homem: cada vez mais eles procuram cirurgia plástica

(Shutterstock)

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cada dois minutos, um homem faz um procedimento estético. Preocupados cada vez mais com a aparência, eles procuram especialmente intervenções faciais. O Dia do Homem é comemorado no Brasil em 15 de julho. O objetivo é conscientizar a população masculina sobre os cuidados que deve tomar com a saúde.

Entre 2009 e 2019, a quantidade de cirurgias plásticas realizadas em homens quadruplicou. "Isso é reflexo do aumento da expectativa de vida e do desejo de amadurecer sem sofrer com os efeitos do tempo", diz o médico Juliano Souto Ferreira.

O cirurgião plástico ressalta que cada procedimento possui uma indicação específica. Dos 12 tratamentos estéticos mais realizados por homens no Brasil, mais da metade é feita na região facial.
Cirurgias plásticas mais realizadas por homens no Brasil:
- Lifiting facial (Ritidoplastia): É a cirurgia que promove o reposicionamento das estruturas da face, eliminando a flacidez e a pele excessiva. É recomendado para homens que apresentam sinais de envelhecimento como rugas de expressão e excesso de pele deixando o paciente com aspecto cansado.
- Blefaroplastia (cirurgia das pálpebras): Elimina o excesso de pele e gordura nas pálpebras superiores e inferiores, proporcionado um olhar mais descansado e rejuvenescido.
- Preenchimento facial: Consiste na aplicação de ácido hialurônico em regiões com sulcos, aperfeiçoando o contorno do rosto e dando um formato mais harmônico.
- Aplicação de toxina botulínica: Muito procurada para amenizar as rugas e linhas de expressão.
- Lipoaspiração: Através de uma cânula, o cirurgião plástico consegue tratar de maneira eficiente o excesso de gordura nas regiões do abdômen, dorso, culotes, parte interna das coxas, braços e papada, conferindo um contorno corporal mais harmonioso.
- Rinoplastia: Essa cirurgia visa tratar uma das regiões anatômicas mais importantes da face, o nariz. Responsável por ser um dos elementos que equilibram a beleza facial, é comum que pacientes insatisfeitos com a formato nariz se sintam constrangidos e incomodados. De uma anatomia peculiar e complexa, esse procedimento começa antes mesmo do ato cirúrgico, onde o cirurgião plástico deverá entender as expectativas do paciente.
- Transplante Capilar: Além do transplante de unidade folicular, há também a técnica de extração de unidade folicular, um método onde os folículos capilares são retirados livremente de uma área doadora, sendo capaz de ser feito tanto pelo cirurgião quanto por um robô. Após a remoção, os enxertos são cuidadosamente preparados para a implantação e colocados para atingir o melhor ângulo, direção e padrão no local do enxerto.
- Mentoplastia: É um procedimento cirúrgico para remodelar o queixo utilizando implantes ou o osso. Muitas vezes, o cirurgião plástico pode recomendar a cirurgia do queixo juntamente com a cirurgia do nariz, de modo a atingir proporções faciais equilibradas - isto porque o tamanho do queixo pode aumentar ou diminuir o tamanho percebido do nariz. Esta cirurgia ajuda a dar equilíbrio harmonioso de suas características faciais para que se sinta melhor com a sua aparência.
- Otoplastia: A otoplastia é a cirurgia para correção das deformidades da orelha. Uma das mais comuns é a orelha em abano que causa grande transtorno psicossocial principalmente nas crianças em idade escolar. Essa cirurgia pode ser realizada com anestesia geral ou local, procedimento que costuma durar entre uma ou duas horas.
- Prótese de peitoral: As próteses são feitas de silicone, mas não como uma prótese de mama. Elas são de silicone sólido, com afinco que varia para imitar o tecido muscular. Os implantes mamários têm uma cápsula e são preenchidos. Por isso, são distintos visual e sensorialmente dos utilizados em homens.
- Prótese de panturrilha: A aplicação das próteses na panturrilha é relativamente simples. O procedimento dura cerca de uma hora e o paciente mantém-se no hospital por 24 horas. O procedimento cirúrgico se baseia na inserção de uma prótese de silicone em gel na panturrilha. Ele é feito através de um corte na região posterior do joelho, situada na dobra posterior do joelho. É feito uma "bolsa" ou descolado um espaço acima do músculo, então, é inserido o implante e é realizada a sutura da incisão.
- Ginecomastia: A ginecomastia é o nome científico dado ao crescimento anormal das mamas nos homens. Essa alteração ocorre devido ao uso de certas medicações, drogas, anabolizantes, genética e a algumas síndromes sexuais. Com a cirurgia para correção de ginecomastia é retirado o excesso de tecido glandular e/ou tecido gorduroso.

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Mulher que morreu após cirurgia plástica economizou e fez consórcio para procedimento que era o sonho dela, diz marido

Velório e sepultamento do corpo de Cristina aconteceram em um cemitério de Itaberaí, no noroeste de Goiás, nesta terça-feira (25)

Modificado em 27/03/2025, 10:49

Cristina Rocha da Silva tinha 46 anos (Reprodução/Rede social)

Cristina Rocha da Silva tinha 46 anos (Reprodução/Rede social)

O marido de Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, que morreu após realizar cirurgias plásticas em um hospital de Goiânia, disse que a mulher havia economizado e feito um consórcio para realizar o procedimento. Em entrevista à TV Anhanguera, Diogo Domingos contou a cirurgia era o sonho da esposa.

Era o sonho dela fazer esse procedimento. Foram alguns anos juntando dinheirinho, fazendo consórcio, trabalhando e fazendo economia", disse.

O marido de Cristina contou também que tentou socorrer a esposa, e que o médico havia orientado ele a fazer massagem até a ambulância chegar.

Desesperador ver a esposa naquela situação. O médico orientou a fazer a massagem até a ambulância chegar, a gente tentou, e a ambulância chegou e tentou também. Já não tinha o que fazer", disse Domingos.

Entenda o caso

Segundo a polícia, Cristina Rocha havia realizado a cirurgia no último sábado (22), e na madrugada desta segunda-feira (25) a filha da chefe de serviços gerais a encontrou desacordada em sua casa.

O procedimento teria sido feito em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. A reportagem entrou em contato por e-mail com o Hospital Goiânia Leste, onde o médico que realizou o procedimento trabalha, nesta quinta-feira (27), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Uma amiga e vizinha da vítima, Brenda Alves, contou ao g1 que Cristina recebeu alta hospitalar no domingo (23). Ao chegar em sua casa, reclamou de muitas dores no abdômen e falta de ar.

O velório e o sepultamento do corpo de Cristina aconteceram em um cemitério de Itaberaí, no noroeste de Goiás, nesta terça-feira (25).

Investigação

O delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel, está investigando se a causa da morte foi devido o procedimento cirúrgico realizado pelo médico Dagmar João Maester.

Eu estou preferindo evitar ainda chegar ao profissional médico, pelo seguinte, eu preciso ter informações para saber se a morte foi causada ou se ela tem uma correlação direta ou indireta com esse procedimento", disse o delegado.

A reportagem entrou em contato com o advogado do médico, Wendell do Carmo Sant' Ana, que disse em nota que por enquanto não se manifestará para falar sobre o caso.

Teve perícia na qual retrata a inexistência de culpa e nexo de causalidade entre a conduta médica e o óbito. No mais os processos estão em segredo de Justiça, por consequência não podemos prestar maiores informações", disse.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que "todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico."

Processos envolvendo Dagmar João

A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) nesta terça-feira (25) a fim de obter informações em relação à tramitação dos processos envolvendo o médico em Goiás.

A assessoria de imprensa do TJ respondeu à reportagem que os processos estão correndo normalmente e que dois deles se encontram em segredo de justiça.

Já sobre a processo 5213761-73.2025.8.09.0051, ele teve início em 20/03/2025 no sistema Projudi", esclareceu o órgão.

Conforme o tribunal, na última quinta-feira (20), o processo foi distribuído para a juíza Lívia Vaz da Silva, da 6ª UPJ Varas Cíveis de Goiânia.

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Mulher de 46 anos morre após fazer cirurgias plásticas, em Goiânia, diz delegado

Segundo polícia, paciente morreu três dias depois de fazer procedimento em um hospital da capital. Médico ainda não é investigado sobre o caso, mas responde por outras mortes na Justiça

Modificado em 25/03/2025, 19:25

PC relatou que Cristina Rocha da Silva foi encontrada desacordada em sua casa pela filha

PC relatou que Cristina Rocha da Silva foi encontrada desacordada em sua casa pela filha (Reprodução/Redes Sociais)

Uma mulher de 46 anos morreu após fazer cirurgias plásticas em um hospital de Goiânia. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), a chefe de serviços gerais Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, foi encontrada pela filha desacordada em sua casa, na madrugada de segunda-feira (25).

O delegado Anderson Pimentel investiga se a causa da morte foi em decorrência do procedimento cirúrgico feito nela pelo médico Dagmar João Maester.

Eu estou preferindo evitar ainda chegar ao profissional médico, pelo seguinte, eu preciso ter informações para saber se a morte foi causada ou se ela tem uma correlação direta ou indireta com esse procedimento", disse o delegado.

Ao DAQUI , o advogado do médico, Wendell Santana, disse que por enquanto não se manifestará sobre o caso.

Em razão do sigilo médico não podemos, ao menos por agora, prestar maiores informações sobre os fatos em tela", respondeu a defesa do médico.

Quem é o médico acusado de morte e sequelas de pacientes após cirurgias plásticas em Goiás
Seis morreram após cirurgia feita por médico que é réu por morte de idosa
Médico vira réu após morte de paciente que fez cirurgia plástica 'sem condições clínicas', diz MP

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), por nota, informou que "não tem conhecimento" da morte da paciente atendida pelo médico Dagmar João Maester (veja íntegra da nota ao final desta reportagem).

O delegado acrescentou que nestes casos são realizadas perícias complementares para se confirmar a causa exata da morte. Se "foi efetivamente a parada cardiorrespiratória, se foi por outro fator endógeno, pré-existente, ou se foi causado por uma causa exógena, ou seja, externa e não inerente à vontade da vítima".

A Polícia Técnico-Científico Morte informou ao DAQUI que a causalidade da morte será esclarecida por exames de anatomopatológico e toxicológico. O prazo para o laudo cadavérico é de 10 dias.

"Exames estes a serem realizados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Goiás", emendou a polícia.

Entenda

A polícia relatou que Cristina Rocha da Silva realizou a cirurgia plástica no sábado (22). O procedimento teria sido feito em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. O nome da unidade não foi divulgado e, por isso, a reportagem não conseguiu um posicionamento sobre o caso.

Uma amiga e vizinha da vítima, Brenda Alves, contou ao g1 que Cristina recebeu alta hospitalar no domingo (23). Ao chegar em sua casa, reclamou de muitas dores no abdômen e falta de ar. Na segunda-feira, ela foi encontrada desacorda pela filha na casa dela.

O DAQUI entrou em contato com o Corpo de Bombeiros de Goiás (CBM-GO) para obter informações se uma equipe atendeu a ocorrência, o que foi negado. A corporação indicou que o atendimento foi feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A reportagem não conseguiu contato com o órgão.

Outros casos envolvendo o médico

Anderson Pimentel recordou que o cirurgião plástico Dagmar João Maester se tornou réu pela morte de uma idosa que fez uma mamoplastia, abdominoplastia e lipoescultura no Hospital Goiânia Leste, em Goiânia, em abril de 2023.

Sobre esse caso, em outubro do mesmo ano, a Justiça acatou uma denúncia contra ele. Maester foi acusado de negligência médica. Com a morte da idosa, ele foi investigado por suspeita de causar a morte de seis pacientes.

De acordo com as investigações, as mortes ocorreram em decorrência de intervenções clínicas em pacientes de Goiás, Maranhão e Distrito Federal. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).

No caso da idosa, o laudo pericial indicou a causa da morte como "alterações biopatológicas relacionadas com procedimento cirúrgico", o que teria ocasionado um tromboembolismo pulmonar.

Demais mortes supostamente causadas pelo médico Dagmar João Maester:

  • Em fevereiro de 2022, a vereadora de Açailândia Robenha Maria Sousa Pereira, de 43 anos, morreu após ter feito abdominoplastia, lipoescultura e mastopexia nos seios em um hospital de Imperatriz (MA).
  • Em março de 2022, a assessora parlamentar Patriciana Nunes Barros, de 36, também morreu após passar por procedimentos cirúrgicos de abdominoplastia e uma cirurgia de prótese nas mamas.
  • Em março de 2010, a servidora pública do Ministério das Cidades, Kelma Macedo Ferreira Gomes, de 33 anos, passou por uma lipoaspiração, implante de prótese de silicone nos seios e abdominoplastia, mas no dia seguinte teria passado muito mal.
  • Em 2001, outras duas pacientes também teriam sido vítimas após realizarem procedimentos estéticos em Goiás, com o mesmo médico.
  • Na época, o cirurgião chegou a ser suspenso por 30 dias do exercício profissional. Depois desse período, ele retomou as atividades.

    Íntegra da nota do Cremego (25/03/2025)

    O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) não tem conhecimento deste caso (morte da paciente). Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

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    Donos de clínica suspeitos de deformar rostos de pacientes devem permanecer presos, determina Justiça

    Juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães afirmou que a privação da liberdade do casal é imprescindível para a continuidade das investigações

    Karine Gouveia e Paulo Cesar, donos de clínica de estética investigada em Goiânia (Reprodução/Redes Sociais )

    Karine Gouveia e Paulo Cesar, donos de clínica de estética investigada em Goiânia (Reprodução/Redes Sociais )

    Os donos da clínica de estética presos por deformar rostos de pacientes devem permanecer presos , determinou a Justiça. Karine Giselle Gouveia Silva e Paulo Cesar Dias Gonçalves foram presos na quarta-feira (18). Ao menos 24 pacientes já denunciaram as clínicas por deformações nos rostos.

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    Na decisão, a juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, da 1ª Vara das Garantias, afirmou que a privação da liberdade do casal é imprescindível para a continuidade das investigações, bem como para a obtenção de outros elementos de informação quanto à autoria e materialidade dos delitos examinados.

    A magistrada pontuou que a prisão temporária é uma medida cautelar cujo objetivo é assegurar a eficácia das investigações. Com a decisão, o casal deverá retornar ao local onde estava segregado, caso seja requerido pela Polícia Civil, ou à Casa do Albergado, devendo lá permanecer até o término do prazo estabelecido na ordem de restrição ou outra determinação judicial.

    Em nota, os advogados de Karine e Paulo, Romero Ferraz e Tito do Amaral, informaram que mesmo sem ainda terem acesso ao processo, já entraram com o pedido de habeas corpus, "uma vez que não há demonstração da necessidade da prisão para as investigações e que ambos podem responder às acusações em liberdade sem qualquer prejuízo". Ainda segundo a defesa, o processo foi protocolado no fim da tarde de quarta-feira (18).

    Sem formação acadêmica

    Karine Giselle Gouveia Silva, investigada por causar deformidades a 24 pacientes durante procedimentos e cirurgias, não tem nenhuma formação profissional e era quem fazia o primeiro atendimento das vítimas, segundo a Polícia Civil (PC). Neste primeiro contato, ela indicava quais procedimentos deveriam ser feitos.

    Daniel Oliveira pontuou que ela quem fazia a triagem dos pacientes e fazia "promessas falsas", indicando quais procedimentos entregariam o resultado que o paciente esperava. No entanto, ela não tem nenhuma formação superior. "Ela determinava aos profissionais que tinham ali, principalmente dentistas, qual procedimento ia ser feito", disse ele.

    A maioria das intervenções realizadas na clínica só deveriam ser feitas por médicos cirurgiões plásticos e algumas por cirurgiões dentistas, segundo o delegado.

    A PC confirmou que os conselhos profissionais foram consultados pela polícia e apontaram que os profissionais investigados não possuem registros que comprovem a realização de cursos e especializações necessárias para o exercício de diversos procedimentos e cirurgias que realizavam, como, por exemplo, cursos de especialização em harmonização orofacial para cirurgiões-dentistas.

    Em nota, o Conselho Regional de Biomedicina afirmou que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e informou ainda que Karine Giselle Gouveia Silva não é biomédica (leia íntegra ao final da reportagem).

    Em nota, o Conselho Regional de Odontologia afirmou que não teve conhecimento prévio da operação realizada na manhã da última quarta-feira, que "resultou na prisão prisão de profissionais cirurgiões-dentistas, inscritos neste conselho". O Conselho repudia veementemente qualquer ato que exponha negativamente a imagem dos profissionais da área, que "em sua maioria, exercem sua profissão com excelência, dedicação e respeito à sociedade", diz a nota (leia íntegra ao final da reportagem).

    Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirmou que a indicação da execução e a execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, são atos exclusivos de médicos, e que portanto, não devem ser exercidos por outros profissionais (leia íntegra ao final da reportagem).

    Realização de procedimentos

    Imagens mostram ferimentos em vítimas de procedimentos (Reprodução / TV Anhanguera)

    Imagens mostram ferimentos em vítimas de procedimentos (Reprodução / TV Anhanguera)

    Sobre a permissão para realizar os procedimentos dentro das clínicas, o delegado disse que, em Goiânia, a autorização que consta do alvará sanitário era apenas para a realização de "procedimentos minimamente invasivos relacionados à estética".

    Ele pontuou também que a atividade econômica no alvará e na Receita Federal aponta atendimento estético como uma subclasse do atendimento de cabeleireiro. Em Anápolis, não havia nenhum tipo de autorização, segundo o delegado. "Ela tentou uma autorização que foi negada e ela nunca arrumou o que foi apontado pela vigilância sanitária", disse.

    Além dessas lesões que elas [as vítimas] sofriam, a gente identificou também, com laudos médicos, a presença de substâncias proibidas como PMMA, óleo de silicone [...]. Ali eram realizadas verdadeiras cirurgias, sem as mínimas condições apropriadas. Então, bisturi cego, falta de iluminação, falta de esterilização, tudo isso foi constatado", disse o delegado.

    Segundo o delegado, as lesões são gravíssimas e os pacientes têm sequelas. "São vítimas que tiveram que passar por diversos outros procedimentos para tentar corrigir minimamente o dano que foi causado", disse. Ele ainda disse que, em alguns casos, a própria clínica oferecia outro procedimento reparados e as pessoas não tinham dinheiro para procurar outros profissionais e médicos, e aceitavam. Uma das vítimas retornou mais de 30 vezes ao local.

    Vítimas que saíram pelo país inteiro para buscar algum profissional que tentasse de alguma forma remediar a situação. Há vítimas que estão até hoje em filas do SUS porque não têm dinheiro para pagar esses procedimentos", disse ele.

    Entenda o caso

    A influenciadora e empresária Karine Gouveia e seu marido, Paulo Cesar Dias Gonçalves, donos de clínicas de estética em Goiânia e Anápolis, foram presos em uma operação policial que investiga procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos a pacientes. De acordo com a polícia, os alvos atuavam em uma famosa clínica de estética, localizada no Setor Oeste, em Goiânia, e em outra clínica localizada em Anápolis.

    Contra eles, além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, foi realizado o bloqueio de contas, bens e valores, totalizando R$ 2,5 milhões, incluindo percentual das cotas de um helicóptero ano 2024, avaliado em R$ 8 milhões. De acordo com a polícia, diversos pacientes procuraram a delegacia para denunciar que após procedimentos estéticos e cirúrgicos realizados na clínica, ficaram com rostos e corpos deformados.

    Mandados de busca e apreensão são cumpridos na casa dos suspeitos (Reprodução / Polícia Civil)

    Mandados de busca e apreensão são cumpridos na casa dos suspeitos (Reprodução / Polícia Civil)

    Nota Cremego

    "De acordo com a LEI Nº 12.842, DE 10 DE JULHO DE 2013, que dispõe sobre o exercício da medicina, a indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, são atos exclusivos de médicos, portanto, não devem ser exercidos por outros profissionais."

    Nota Conselho Regional de Odontologia

    "O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) informa que não teve conhecimento prévio da operação policial realizada na manhã da última quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, que resultou na prisão de profissionais cirurgiões-dentistas inscritos neste Conselho. Conforme divulgado pela mídia, os profissionais são acusados de realizar procedimentos estéticos e cirúrgicos que teriam causado danos físicos a pacientes.

    Esclarecemos que, de acordo com a Resolução CFO nº 198/2019, os cirurgiões-dentistas possuem formação e capacidade técnica para a realização de procedimentos de Harmonização Orofacial (HOF), respeitando os limites de atuação da profissão, a legislação vigente e os princípios éticos que regem a Odontologia.

    O CROGO repudia veementemente qualquer ato que exponha negativamente a imagem dos profissionais da área, que, em sua grande maioria, exercem sua profissão com excelência, dedicação e respeito à sociedade. Reforçamos nosso compromisso de zelar pela ética e pela segurança dos pacientes, promovendo uma Odontologia responsável e de qualidade.

    Informamos que eventuais procedimentos administrativos de fiscalização do órgão são sigilosos, não sendo possível compartilhar sua existência ou desdobramentos."

    Nota Conselho Regional de Biomedicina

    "O Conselho Regional de Biomedicina -- 3ª Região (CRBM-3) informa que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e só vai comentar o caso após ser notificado. Informa ainda que a Clínica que pertence à empresária Karine Giselle Gouveia Silva tem registro de Pessoa Jurídica no Conselho. A referida profissional não é biomédica".

    IcMagazine

    Famosos

    Jornalista Mariana Martins desabafa após infecção ao trocar silicone

    Modificado em 17/09/2024, 17:24

    Jornalista Mariana Martins desabafa após infecção ao trocar silicone

    (Reprodução Instagram)

    A jornalista Mariana Martins usou as redes sociais para relatar uma infecção que sofreu após uma cirurgia de troca de prótese de silicone. A problema, segundo ela, foi causado por uma micobactéria, uma bactéria microscópica. Mariana relatou aos seguidores que denunciou o hospital onde o procedimento foi realizado para a vigilância sanitária de Goiânia.

    Muito emocionada, a jornalista conta que, após momentos de dor e incertezas, precisou fazer uma nova cirurgia a um mês do casamento. "Infecção é algo que ninguém espera, principalmente em uma cirurgia estética, que você escolhe fazer para melhorar alguma parte do seu corpo", lamentou.

    Segundo o relato de Mariana, trata-se de uma bactéria mais resistente que prolifera em ambiente hospitalar. "Importante dizer que o que aconteceu comigo não foi erro médico. O resultado ficou lindo. Eu gostei muito. O que aconteceu comigo foi uma infecção que estava no ambiente hospitalar", destacou a jornalista, que denunciou hospital à Vigilância Sanitária.

    De acordo com o médico infectologista Marcelo Daher, as micobactéria podem envolver praticamente qualquer tecido, órgão ou sistema do corpo humano, e é mais frequente o acometimento na camada interna da pele. O tratamento é longo, segundo Marcelo, "um tempo maior do que o habitual para infecções".

    A transmissão da micobactéria MCR pode estar relacionada ao processo de esterilização e reprocessamento dos instrumentos e aparelhos utilizados em procedimentos invasivos, como cirurgias plásticas. Segundo Daher, o período de incubação da bactéria pode variar de duas semanas a 12 meses.