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Nestlé, Garoto e Lacta reduziram tamanho dos ovos, conclui Procon

Apesar da diminuição não houve mudança no preço

Folhapress

Modificado em 29/09/2024, 00:49

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Fundação Procon de Porto Alegre informou que irá apurar a responsabilidade das fabricantes Nestlé, Garoto e Lacta na redução do peso de ovos de chocolate.

De acordo com o órgão, apesar da redução, os produtos eram comercializados pelo mesmo preço, sem o aviso devido ao consumidor.

Os ovos de Páscoa produzidos neste ano pelas três marcas tiverem os pesos reduzidos entre 10% e 15% em relação ao ano passado, segundo informou o órgão.

O Procon irá autuar as empresas que terão dez dias de prazo para apresentar defesa acerca das irregularidades. As fabricantes poderão ser multadas e até mesmo ter a venda dos produtos suspensa até a adequação das embalagens.

Segundo Cauê Vieira, diretor-executivo do Procon Porto Alegre, além de notificar as empresas, o órgão também irá investigar uma alteração de padrão na fabricação.

"A notificação é mais ampla do que somente a falta de comunicação ao consumidor. Questionamos também o motivo de as empresas retirarem a padronização dos ovos entre os fabricantes, pois até o ano passado eles eram numerados, mas a partir desse ano, com a redução do peso, isso ficou variável entre as empresas", disse.

Desde 2002, a Portaria nº 81 do Ministério da Justiça estabelece que fabricantes que diminuírem a quantidade de produtos à venda ao consumidor devem informar a redução de modo claro e ostensivo nas embalagens.

As empresas informam que até o momento não foram notificadas oficialmente pelo Procon de Porto Alegre. Nestlé e Garoto afirmaram também que atendem rigorosamente às exigências legais.

Já a Mondelez Brasil, dona da marca Lacta, disse em nota que qualquer mudança de peso está devidamente comunicada nas embalagens, de acordo com a legislação.

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Procon Goiás realiza processo seletivo para 19 vagas com salários de até R$ 7,4 mil

Inscrições abrirão na próxima terça-feira (8)

Procon Goiás

Procon Goiás (Reprodução/Street View)

O Procon Goiás publicou edital para Processo Seletivo Simplificado com objetivo de preencher 19 vagas, sendo uma para pessoa com deficiência. O edital publicado nesta quarta-feira (2) divulgou que os salários das vagas variam de R$ 4.266,96 a R$ 7.423,44 mil, com carga horária de 40h semanais para todas as funções. As inscrições abrirão a partir das 8h da próxima terça-feira (8) e encerram às 18h no dia 22 de abril.

Para se inscrever é necessário acessar o site do Portal de Seleção do Governo de Goiás . A taxa de inscrição varia de R$ 50 a R$ 60, conforme a função. As vagas são para o nível médio e superior de ensino. Veja abaixo o valor das taxas de inscrições (confira as vagas ao final do texto) .

  • Analista de cálculo júnior - R$ 40
  • Assessor jurídico júnior - R$ 40
  • Assessor jurídico pleno - R$ 50
  • Assessor jurídico sênior - R$ 50
  • Técnico em manutenção de equipamentos de Informática - Área III (nível médio) -- R$ 40
  • Confira aqui o edital publicado pela Secretaria de Estado da Administração (Sead/SSP)

    Os participantes podem solicitar a taxa de inscrição. Conforme o cronograma do edital, a isenção da taxa tem um prazo para ser solicitado, sendo de 9 a 10 de abril de 2025. Para solicitar a isenção da taxa de inscrição, é necessário ter renda familiar menor que dois salários-mínimos, ser doador de sangue, ser doador de medula óssea e ser doadora de leite materno. Após efetuar a inscrição no Portal do Candidato, a solicitação da isenção estará disponível no Painel do Candidato, Meus Certames, na área do Processo Seletivo.

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    A seleção para todos os participantes será em duas etapas, sendo a primeira, uma análise curricular de caráter eliminatório e classificatório e a segunda fase, a entrevista. Segundo o cronograma, a relação dos candidatos aptos a passar pela análise curricular está previsto para 6 de maio, e o resultado definitivo da primeira etapa, está previsto para 23 de maio.

    Já a convocação para entrevistas, ocorrerá do dia 29 de maio a 3 de junho presencialmente no local marcado no edital de convocação, em Goiânia. Os resultados das entrevistas estão previstos para às 16h de 10 de junho. Conforme o cronograma, o resultado definitivo do processo seletivo será em 25 de junho.

    Os profissionais contratados exercerão as atividades por um período máximo de três anos pelo Procon. Caso haja a necessidade, o contrato poderá ser prorrogado em até cinco anos. Segundo edital, o processo seletivo será realizado pela Secretaria de Estado da Administração (Sead) e a contratação será pelo Procon por meio da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP/GO).

    Confira abaixo as vagas

  • Analista de cálculo júnior - 6 vagas para ampla concorrência
  • Assessor jurídico júnior - 6 vagas, sendo 1 para pessoa com deficiência
  • Assessor jurídico pleno -- 5 vagas para ampla concorrência
  • Assessor jurídico sênior - 1 vaga para ampla concorrência
  • Técnico em manutenção de equipamentos de Informática - Área III -- 1 vaga
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    Ovos de Páscoa de sushi, pequi e até de torresmo atraem quem busca opções criativas na data

    É possível encontrar combinações como chocolate com pequi, maçã verde com caramelo, recheio de pudim, bolo de cenoura e até torresmo

    Modificado em 01/04/2025, 07:11

    Ovo de sushi
Base de arroz empanado com recheio de salmão, cream cheese, gergelim e cebolinha para comer de colher

    Ovo de sushi Base de arroz empanado com recheio de salmão, cream cheese, gergelim e cebolinha para comer de colher (Wesley Costa / O Popular)

    Na busca por opções criativas e diferentes para presentear na Páscoa, muitos optam por produtos artesanais e inusitados. É possível encontrar combinações como chocolate com pequi, maçã verde com caramelo, recheio de pudim, bolo de cenoura e até torresmo. O sucesso do ovo de Páscoa de sushi no ano passado, que viralizou nas redes sociais do restaurante Tajin Japanese Cuisine, no Setor Bueno, garantiu seu retorno ao cardápio de 2025, especialmente para as festividades.

    A ideia é servir o famoso temaki "hot", que é empanado e frito, no formato de um ovo de Páscoa salgado para comer de colher. A base é de arroz e o recheio leva salmão, cream cheese, gergelim e cebolinha. "Foi uma surpresa para nós, porque a gente não esperava todo o sucesso que foi no ano passado", conta o proprietário Glauco Vieira. As vendas começam um mês e meio antes da Páscoa. "Tem gente que já compra para consumir agora, mas muitos deixam reservado para presentear alguém na data em si", comenta. As encomendas vão até o dia 20.

    Watson Andrade Mendonça, 27 anos, também contou com o empurrãozinho das redes sociais para a criação do cardápio de Páscoa deste ano da confeitaria Sabor Andrade, no Residencial Eldorado. O primeiro teste da maçã do amor que viralizou no Instagram e TikTok no último ano foi para as festas juninas de 2023. "Fez tanto sucesso que ficou como fixa no cardápio", conta ele, que teve como um dos principais incentivadores o seu pai, que morreu nos últimos dias. "Por conta disso, eu tinha fechado a loja. Mas minha família me incentivou a voltar às atividades, porque esse era o maior orgulho do meu pai", conta ele, que já está recebendo encomendas novamente.

    A disputada Caramel Apple criada por Watson, inspirada nas maçãs da Disney, agora também é sabor de ovo de Páscoa. O ovo inteiro pesa mais de 1 kg e tem casca dupla de chocolate, com uma camada de chocolate branco e outra de chocolate ao leite. Entre elas fica o recheio de caramelo puxa-puxa, maçã verde e mais chocolate. Por ser um produto com fruta, o consumo deve ser imediato e tem a validade de um dia. O cardápio conta com outras opções, como ovo de pistache, geleia de amora e um especial para as crianças, recheado de guloseimas variadas.

    Fernanda Sturzbecher produz pudins ao longo do ano todo à frente da sua loja Pudim da Fê, no Setor Nova Suíça. Para a Páscoa, ela decidiu inovar e juntar os dois doces em um só: os ovos de chocolate levam um minipudim como recheio, com calda e tudo. Já a Luí Doces, no Setor Sul, traz o Bolovo de Cenoura para o cardápio deste ano, que consiste em meia casca de ovo de chocolate recheado com bolo de cenoura da casa e brigadeiro ao leite.

    Os vizinhos de Brasília da Labarr Chocolate de Origem, confeitaria localizada na Asa Norte, apresentam a inusitada combinação de chocolate com pequi para a Páscoa 2025. Chamado de Ovo Arara Canindé, a criação é uma homenagem ao Cerrado brasileiro e conta com três camadas de recheio: caramelo de cajá, duja de baru e ganache de pequi. Os goianos podem encomendar por meio do site www.labarrchocolate.com e receber em casa.

    O sabor intenso e característico do fruto é suavizado pela combinação com a baunilha do Cerrado. A casca de chocolate ao leite recebe uma pintura em azul e amarelo, em referência à arara. "Queríamos trazer a singularidade do pequi para nossos ovos de Páscoa, oferecendo algo exclusivo e que valoriza a biodiversidade desse bioma que tanto nos inspira", conta Adriana Labarrère, cofundadora da loja que conta com sabores como maracujá do Cerrado e o ovo Caminhos da Chapada, que homenageia a Chapada dos Veadeiros e leva baru na receita.

    Para saborear

    Confira a seleção de ovos de Páscoa diferentes e criativos para 2025 feita pelo POPULAR e como adquirir cada um deles:

    Ovo de sushi
    Base de arroz empanado com recheio de salmão, cream cheese, gergelim e cebolinha para comer de colher.
    Onde encontrar: Tajin Japanese Cuisine (R. T-37, 2823, Setor Bueno)
    Pedidos: @tajinjapanese e 99365-7059

    Maçã verde com caramelo

     (Tulio Salvo)

     (Tulio Salvo)

    Ovo com casca de dupla de chocolate, com uma camada de chocolate branco e outra de chocolate ao leite, recheada com caramelo puxa-puxa, maçã verde e mais chocolate.

    Onde encontrar: Sabor Andrade (retirada no Residencial Eldorado)
    Pedidos: @saborandrade e 98410-7765

    Chocolate com pequi
    Ovo de chocolate ao leite com três camadas de recheio: caramelo de cajá, duja de baru e ganache de pequi.
    Onde encontrar: Labarr Chocolate de Origem (SCRN, 710/711, BL H, loja 35 - Asa Norte, Brasília, DF)
    Pedidos: @labarrchocolate e www.labarrchocolate.com

    Pudim

    (Divulgação)

    (Divulgação)

    Ovos de chocolate com recheio de pudim de diferentes sabores, com opção que leva um mini pudim como recheio, com calda e tudo.
    Onde encontrar: Pudim da Fê (Av C-233, 766 - Setor Nova Suíça)
    Pedidos: @pudim.dafe e 98148-2111

    Bolo de cenoura
    Meia casca de ovo de chocolate recheado com bolo de cenoura da casa e brigadeiro ao leite.
    Onde encontrar: Luí Doces (R. 132, 517 - Setor Sul)
    Pedidos: @luidoces e 99269-4118

    Torresmo
    A inusitada combinação de chocolate com torresmo é a proposta da Casa do Torresmo, que aceita encomendas de todo o Brasil.
    Onde encontrar: Casa do Torresmo (envio de Santa Catarina)
    Pedidos: www.casadotorresmo.com

    Ovo de ouro
    Feito com chocolate amargo, coberto com camada de ouro comestível.
    Onde encontrar: Chocolate Lugano (Passeio das Águas Shopping)
    Pedidos: Diretamente na loja ou www.chocolatelugano.com.br

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    Preço do metro quadrado em Goiânia tem média de R$ 7.496 em maio

    Cidade figura pela primeira vez na lista das 10 capitais com preço médio mais elevado e registra a maior alta acumulada em 12 meses: 14,2%

    Modificado em 17/09/2024, 16:28

    Henrique Campelo, gerente comercial da Euro Incorporações: agronegócio e pandemia contribuíram para diminuir a defasagem nos preços de imóveis em Goiânia que se manteve até 2019

    Henrique Campelo, gerente comercial da Euro Incorporações: agronegócio e pandemia contribuíram para diminuir a defasagem nos preços de imóveis em Goiânia que se manteve até 2019
 (Fábio Lima)

    Pela primeira vez, Goiânia passou a figurar no ranking das dez capitais brasileiras com preços médios de imóveis mais altos. No último mês de maio, o valor do metro quadrado na capital estava em R$ 7.496, o décimo maior do País, depois de uma alta acumulada de 14,2% nos últimos 12 meses, a maior entre as capitais pesquisadas, segundo o índice FipeZap. Entre os motivos, estão a alta nos custos da construção, terrenos mais caros, empreendimentos de melhor padrão, mudanças no Plano Diretor e a maior demanda.

    O Índice FipeZap de Venda Residencial acompanha a variação do preço médio de apartamentos prontos em 50 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na internet. O coordenador do índice FipeZap, Alisson Oliveira, lembra que milhares de anúncios são coletados mensalmente para medir a evolução dos valores praticados. Segundo ele, o comportamento dos preços está muito relacionado à oferta e demanda, sendo que a demanda é mais volátil e varia muito nos 30 meses entre o lançamento do empreendimento e a entrega das chaves.

    "A demanda por imóveis varia conforme fatores econômicos e demográficos, como renda, mercado de trabalho, construção de novas famílias e aumento populacional", explica o coordenador. Com mais renda, pessoas compram e financiam mais. "Goiânia é uma das capitais onde a renda mais cresceu e uma cidade com aumento da população, enquanto outras capitais têm redução", destaca. O aumento da renda está ligado à expansão do agronegócio.

    Valorização

    Além disso, segundo Oliveira, a cidade ainda tem um preço do metro quadrado razoável e mais fôlego para valorização, com a pujança do mercado imobiliário. "É uma capital que, na média, ainda é acessível, diferente de outras com regiões muito valorizadas e onde uma quantidade muito reduzida da população consegue ter acesso a áreas mais valorizadas", avalia.

    Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, o FipeZap traz um dado importante: o quanto o mercado local está saudável, com os imóveis usados acompanhando a valorização dos novos. Ele lembra que o preço do metro quadrado em Goiânia era muito barato na comparação com outras capitais e havia uma grande defasagem, que está sendo corrigida.

    A pandemia potencializou este aumento, com a alta no custo das matérias-primas. "Agora, a alta é na mão de obra, o que se reflete nos preços dos imóveis em construção. Mas a valorização está maior que a alta de custo. Quem compra, vê no bolso", destaca Melazzo. Ele lembra que os terrenos também estão cada vez mais escassos e caros. Outro impulso veio da mudança no Plano Diretor, que reduziu o adensamento em algumas áreas na cidade, deixando os projetos mais caros em bairros mais demandados pela boa infraestrutura.

    A tendência é que o metro quadrado em Goiânia continue se valorizando. O acréscimo foi de 23% em 2022, 18% em 2023 e mais 5% no primeiro trimestre deste ano. "Para quem pensa em comprar, a hora é agora, pois não deixará de fazer bom negócio. A valorização continuará acima de qualquer investimento e a tendência é de taxas de juros mais atrativas na entrega do empreendimento", prevê o presidente da Ademi-GO.

    Henrique Campelo, gerente comercial da Euro Incorporações, lembra que, até 2019, Goiânia tinha um dos menores valores entre as cidades pesquisadas pelo FipeZap. Mas o agronegócio veio se destacando e ajudou a gerar um aumento na renda, fazendo o dinheiro circular mais e movimentando o comércio e serviços na capital e interior, onde os preços dos imóveis também estão subindo.

    Segundo ele, a valorização do metro quadrado em Goiânia foi natural, crescente e sustentável, ou seja, não foi provocada por um evento pontual, como Copa do Mundo, que poderia gerar especulação. "Na pandemia, o INCC subiu muito e as incorporadoras não tiveram outra opção a não ser subir preços, mesmo com o risco de desaquecimento do mercado, mas o cliente absorveu bem porque havia uma defasagem", lembra.

    Assim, a pandemia teria ajudado a recuperar essa defasagem na cidade, que sempre foi referência em imóveis baratos. "Está ficando mais difícil achar terrenos melhores para construir, pois eles estão inflacionados, principalmente em frente a parques", destaca. Por isso, a Euro migrou seus empreendimentos para a região a leste da BR-153, visando entregar produtos mais condizentes com valor de mercado e com diferenciais como vista definitiva e menor adensamento. Apartamentos na região, que custavam R$ 400 mil em 2019, hoje estão na faixa dos R$ 900 mil.

    Custo de construção

    Para Fernando Razuk, CEO da Somos Desenvolvimento Imobiliário, esta valorização é reflexo de crescimento da economia. O PIB de Goiás cresceu 6,1% e o do Brasil 2,9% no ano passado. "Do Censo 2010 para cá, a população brasileiros cresceu 7% e a de Goiás 19%. Isso mostra o quanto o estado está pujante, crescendo população e economia", ressalta.

    Mas, segundo ele, isso também é reflexo da alta no custo de construção, como o da mão de obra, com muitas obras acontecendo ao mesmo tempo, e dos efeitos do Plano Diretor, que começam a ser sentidos agora, com preço subindo nas regiões mais valorizadas. "O mercado de novos geralmente sobe primeiro, com o aumento da demanda e dos custos, puxando os preços dos usados", destaca.

    Razuk conta que, nos últimos meses, também houve um forte aumento da demanda por imóveis. Entre os motivos, estão a taxa juros mais baixa, com concessão mais abundante de crédito, e uma certa instabilidade política e econômica, que atraiu mais investidores para o mercado de imóveis.

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    No mercado, cesta básica da Prefeitura de Goiânia custa 49% menos

    Secretaria afirma que precisava agilizar contratação após fornecedor anterior pedir distrato e que R$ 380,35 era o mais barato disponível para evitar risco de desabastecimento

    Modificado em 17/09/2024, 15:47

    No mercado, cesta básica da Prefeitura de Goiânia custa 49% menos

    Uma pesquisa feita pelo jornal em três mercados de bairros de classe média encontrou de R$ 193,80 a R$ 220,50 os produtos que constam na nova cesta básica adquirida pela Prefeitura de Goiânia por R$ 380,35 a unidade. A justificativa da administração municipal é que o valor contratado é o mais barato que tinha disponível no momento para uma aquisição rápida, pois o antigo fornecedor, que oferecia uma cesta básica diferente por R$ 148,77, não conseguia mais atender a demanda e pediu a suspensão do contrato.

    A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs) contratou a W&C Alimentos, de Estival Gerbi (SP), cidade a 800 km de Goiânia, para fornecer até 12 mil cestas básicas por R$ 4,56 milhões. A nova cesta não tem leite, milho, farinha e sardinha como a anterior, mas acrescenta extrato de tomate, biscoito, café e alguns produtos de higiene, além de aumentar a quantidade de arroz, feijão, óleo e açúcar. O extrato do contrato foi publicado no dia 20 no Diário Oficial do Município (DOM).

    As cestas básicas são distribuídas nos mutirões realizados pelo Paço Municipal com a presença do prefeito Rogério Cruz (SD), para entidades parceiras na área de assistência social ou em ações pontuais da Sedhs nos centros de referência em assistência social (Cras). A pasta garante que as cestas são entregues também para todas as famílias em situação de vulnerabilidade social que estejam no Cadastro Único do governo federal que aparecerem nos Cras, mas ao jornal servidores destas unidades afirmam que isso não acontece.

    A reportagem esteve em três supermercados na tarde desta quarta-feira (26), um no Setor Bueno e dois no Setor Pedro Ludovico, e fez o levantamento dos valores com base nas especificações que constam na licitação a qual a Prefeitura fez a adesão. Considerando os produtos mais baratos que se enquadram nos critérios exigidos pela licitante, o valor mais barato encontrado equivale a 51% do total a ser pago pela Prefeitura, enquanto o mais caro, 58%. A consulta levou em conta preços no varejo, vendidos ao consumidor em poucas unidades.

    O contrato com a W&C Alimentos foi por meio de uma adesão a ata de um pregão realizado pelo Consórcio Intermunicipal Multifinalitário dos Municípios do Extremo Sul de Minas (Cimesmi). Já o contrato anterior, assinado em junho de 2023, também foi por meio de adesão a ata, mas uma realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de Goiás (Seds).

    Agilidade

    A titular da Sedhs, Luanna Sousa, argumenta que a opção mais rápida encontrada pela pasta para que não houvesse o risco de faltar cesta básica para famílias em vulnerabilidade foi aderir a uma licitação já realizada por outro ente público e que foi consultado o banco de dados do governo federal com todas as possibilidades de "carona", como o mecanismo é conhecido informalmente. Diante do que havia disponível, a contratação da W&C Alimentos, com as cestas básicas de R$ 380,35, foi a opção mais econômica e vantajosa para a Prefeitura.

    Luanna afirma que um processo licitatório poderia durar de seis a nove meses e que não havia como esperar tanto tempo. Primeiro por ser um ano com eleições municipais, o que limita os períodos para contratações. Segundo porque teria sido a empresa anterior, a Quit Alimentos, de Brasília, que procurou a Prefeitura dizendo não ter mais disponibilidade de fornecer o produto. "Isso nos forçou a buscar outras possibilidades de cestas", comentou a secretária.

    A secretária diz que foi aproveitado o momento para aumentar o valor nutricional das cestas, aumentando o volume dos itens básicos, como arroz e feijão, e incluir itens de higiene. Isso porque teria sido constatado que pelo tamanho das famílias que adquiriram as cestas, a quantidade por item era insuficiente. Com isso, a nova cesta seria maior em peso que a anterior, garante Luanna. "Era uma cesta realmente pequena." A titular da Sedhs diz que, apesar da agilidade na compra, o processo foi feito conforme a legislação vigente e sempre buscando a melhor opção para Goiânia.

    A Sedhs afirma que o peso da cesta básica passou de 20 kg para 40 kg e que isso possibilita suprir as necessidades nutricionais das famílias por um período mais longo, "antes não chegava ao final do mês". "Houve aumento significativo no arroz e feijão, que são a base da alimentação brasileira, asseguram uma alimentação mais sólida. Já a inclusão de itens adicionais como café, biscoito e molho de tomate, proporcionam maior diversidade e qualidade nutricional." Já os itens de higiene "conferem mais dignidade" às famílias atendidas.

    Divergências

    A resposta dada pela secretária diverge da apresentada pela pasta na semana passada, quando foi informado ao jornal que a rescisão do contrato com a Quit foi bilateral e amigável porque a Prefeitura precisava "aumentar o valor nutricional da cesta fornecida, com adequação à cultura local, além da inclusão de itens de higiene".

    Em nota na terça-feira (25), a Prefeitura disse que a mudança foi para se adequar a "critérios nutricionais da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao decreto federal 11.936, de março de 2024, que trata de forma genérica sobre o conjunto de alimentos que busca garantir o direito humano à alimentação adequada".

    Para a Sedhs, falar em "adequação à cultura local" se refere à "inclusão do café e das bolachas de permitem um café da manhã mais completo, possibilitando que a família desfrute dessa bebida essencial e já apontada pelo jornal como a bebida preferida dos goianos".

    Inicialmente, a secretaria encaminhou um comparativo entre as cestas que omitia da anterior itens que foram excluídos da atual, como sardinha, farinha de mandioca, leite em pó e flocos de milho. Questionada sobre a ausência, a pasta depois explicou que havia colocado só os itens novos e os que se repetiam.

    Na nota enviada ao jornal, a Sedhs fala em uma nova cesta básica com maior variedade de alimentos, o que garantiria "uma alimentação mais balanceada e nutritiva a fim de atender a diferentes necessidades nutricionais". E pede que seja feita uma ressalva da inflação no período entre um contrato e outro e o aumento nos preços dos alimentos neste ano. A ata de registro de preço com os valores da cesta da Quit Alimentos é de março de 2023, enquanto a da W&C é de outubro.

    Na época do contrato com a Quit, a então titular da Sedhs, Maria Yvelônia Barbosa, dizia haver uma demanda urgente para entrega dos alimentos a famílias carentes. Entretanto, das 37,5 mil cestas que poderiam ser adquiridas pelo contrato, foram fornecidas apenas 6.630 em 12 meses.

    Apesar do baixo volume de cestas distribuídas pela Prefeitura, uma média de 550 por mês desde junho de 2023, a Sedhs cita a existência de mais de 200 mil famílias em Goiânia cadastradas no CadÚnico (registro do governo federal), das quais mais de 72 mil em situação de pobreza para justificar o contrato por meio de adesão com a W&C.

    Entregas

    A titular da Sedhs também rebateu informações publicadas pelo jornal a partir de entrevista com servidores dos Cras de que nestas unidades não havia distribuição de cestas básicas, a não ser em ações pontuais da pasta. Em alguns centros, os funcionários ouvidos diziam que as famílias deveriam procurar a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), ligada ao governo estadual.

    Segundo Luanna, toda família cadastrada no CadÚnico que esteja em vulnerabilidade e necessitando de alimento pode pedir no Cras que a unidade é obrigada a fornecer. Ainda de acordo com a secretaria, o servidor do Cras deve acionar a pasta pedindo a cesta e esta é encaminhada à unidade. Ela diz que a resposta oficial é a da Sedhs, quando oriunda de seu gabinete. "Respostas vindas de outras unidades não são consideradas como oficiais."

    "A secretaria garante que existem cestas básicas para serem distribuídas para as famílias acompanhadas pelo PAIF, com critérios previamente estabelecidos, a saber: famílias incluídas no Cadastro Único, acompanhadas pelo PAIF, e em dia com o cumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa Família, ou seja, com filhos em idade escolar matriculados na escola e com as obrigações do calendário nacional de vacinação e acompanhamento do estado nutricional para os beneficiários que tenham até 7 anos de idade incompletos e a realização do pré-natal das gestantes definidos pelo MDS", informou na nota.

    Um dia

    A W&C informou que a entrega das suas cestas é de forma imediata, demorando cerca de um dia para chegar a Goiânia, uma vez que os produtos saem de sua sede, no interior de São Paulo. As cestas seguem conforme o previsto na ata da Cimesmi e são as mesmas independentemente do ente público que fizer a adesão a licitação vencida pela empresa.

    O jornal não conseguiu resposta da Quit Alimentos a respeito das informações repassadas pela Prefeitura de Goiânia e também não obteve retorno da Cimesmi para saber quais outros entes aderiram a ata dela.