Miss Venezuela é suspenso após denúncias de corrupção
País sul-americano é 2° com mais conquistas no Miss Universo, atrás apenas dos Estados Unidos, que já teve oito mulheres consideradas as mais belas do mundo
Estadão Conteúdo
23 de março de 2018 às 13:00
Modificado em 26/09/2024, 00:51

Concurso Miss Venezuela em 2017 (Divulgação)
A organização encarregada pelo emblemático concurso de beleza Miss Venezuela anunciou nesta quarta-feira, 21, que entrou em "revisão" e suspenderá temporariamente suas atividades após uma série de acusações entre as competidoras nas redes sociais, informou uma unidade de negócios do grupo Cisneros.
Um grupo de ex-participantes do concurso manteve, no último mês, um debate em redes sociais sobre o que elas insinuaram ser um comportamento pouco ético de suas companheiras. Elas eram acusadas de terem se envolvido com empresários e funcionários de alto escalão para se beneficiar, abrindo a polêmica de como as misses sobrevivem.
Os encarregados da competição disseram que suspenderam o recrutamento de misses até segunda ordem para um concurso que tradicionalmente acontece no final do ano.
"Diante dos atos descritos recentemente através das redes sociais, blogs anônimos e por algumas pessoas que tiveram relação com o Miss Venezuela, decidiu-se começar uma revisão interna", disse a organização em comunicado.
O objetivo é "determinar se alguns de seus associados, durante o curso de suas gestões, se envolveram em atividades que infringiram os valores e a ética do concurso", acrescentou o texto, sem mencionar nenhum nome específico ou detalhes. Não ficou claro se elegerão ou não a Miss Venezuela este ano.
O ex-presidente do concurso, Osmel Sousa, negou nesta quinta-feira, 22, ter atuado com preconceito com algumas candidatas, como foi sugerido nas últimas semanas, após o escândalo envolvendo as ex-misses.
"Parece inacreditável que eu tenha de negar algo que em si é absolutamente e inerentemente falso, mas para fins de clareza e responsabilidade, eu digo: em nenhum momento eu agi com preconceito com qualquer uma das milhares de candidatas que passaram sob o meu comando", disse Sousa em um post no Instagram.
"O tratamento e a interação com todas as candidatas, claro, não foram por igual, uma vez que cada uma tem sua própria personalidade e as atitudes diferem, mas o respeito a elas como pessoas e as exigências para com elas como profissionais e representantes dos valores e da beleza da mulher venezuelana sempre foram denominador comum", acrescentou.
Algumas ex-participantes do concurso também afirmaram ter trabalhado para uma fundação de Diego Salazar, primo do ex-presidente da estatal petroleira PDVSA Rafael Ramírez, que está preso por suposta lavagem de dinheiro.
La Organización Miss Venezuela realizará una revisión de sus controles internos https://t.co/bwR5GJAxRV pic.twitter.com/Oyy4TulzXe --- Miss Venezuela (@MissVzla) 21 de março de 2018