Geral

92% dos municípios de Goiás têm maioria da população parda

Proporção geral dos habitantes do estadonesta classificação é de 54,18%. Parcela de pessoas que se enxergam como pretas aumentou. Cavalcante é onde elas representam a maior fatia

Modificado em 19/09/2024, 01:15

92% dos municípios de Goiás têm maioria da população parda

(Redação)

Dos 7.054.495 habitantes de Goiás, 54,18% se autodeclararam pardos no Censo 2022, segundo os dados referentes à Identificação étnico-racial, por sexo e idade divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento foi 5,15% em comparação a 1991 quando 49,03% se identificaram nessa categoria. Em 246 municípios goianos, 227 (92,27%) apresentaram população majoritariamente parda. A categoria branca é a única que vem caindo na população goiana desde o ano 2000.

Em 19 municípios de Goiás a predominância foi de pessoas autodeclaradas brancas. Lagoa Santa, no Sudoeste, foi a única exceção nesse quesito por ter empatado em número de pessoas que disseram aos recenseadores serem brancos e pardos, 45,45%, da população. Nenhum dos municípios goianos foi identificado com maioria populacional de amarelos, pretos ou indígenas. Entretanto, de 1991 a 2022, as pessoas que se autodeclaram pretas em Goiás cresceu de 128.106 para 648.560, saltando de 3,19% para 9,19% do total da população.

O município que mais se declarou pardo foi Mimoso de Goiás. Dos 2.614 habitantes, 1.983 (75,86%) disseram ser pardos. Cavalcante, na região Nordeste do estado, é a cidade com maior porcentual de pessoas autodeclaradas pretas em Goiás. Em 2022, quando o Censo apontou uma população de 9.583 no município, 3.367 pessoas (35,14%) disseram ser negras. E há uma razão para isso. A localidade concentra o maior número de habitantes oriundos da comunidade quilombola Kalunga. Nova América, em termos porcentuais, possui o maior número de indígenas. Com 2.237 habitantes, 129 (5,52%) se autodeclararam índios.

Cumari, no Sul, foi a localidade de Goiás que se declarou branca. Dos 2.929 habitantes, 1.810 (61,84) afirmaram ser brancos. Já Aragoiânia, na região metropolitana da capital, apresentou a maior porcentagem de população amarela. Dos 11.890 habitantes, 188 (1,58%) estão nesta categoria, segundo a autoavaliação.

Goiânia

Na capital, nos últimos 12 anos, as pessoas que se autodeclaram pardos superaram o número de brancos. No Censo de 2010, a população branca de Goiânia representava 47,95% do total e os pardos, 44,52%. Em 2022, esses porcentuais passaram para 43,60% e 47,97%, respectivamente. Em relação à população preta, o crescimento foi de 5,68% para 7,94%. As quedas na presença populacional foram verificadas entre os amarelos, de 1,68% para 0,35%; e indígenas, de 0,16% para 0,13%.

Está entre a população indígena a idade mediana mais alta de Goiás, 37 anos. Pretos e amarelos possuem idade mediana de 36 anos; brancos, 35 anos e os pardos, a maioria da população, 32 anos. Segundo o IBGE, os índices de envelhecimento no estado nos últimos 12 anos se deu de forma desigual, embora tenha crescido em todas as categorias de cor ou raça. Aqueles que mais envelheceram foram as pessoas que se autodeclaram amarelas (112,03%), indígenas (104,40%) e pretas (100,56%). Os brancos ficaram em 81,15% e pardos (54,75%).

Brasil

O número de pessoas que se declaram pardas superou, pela primeira vez no Censo, o de brancos e se tornou o maior grupo étnico-racial do Brasil. Os pardos somam 92,1 milhões de habitantes, o que representa 45,3% de todos os brasileiros.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou os dados de identificação étnico-racial do Censo nesta sexta-feira (22) na sede do bloco afro Olodum, em Salvador, capital do estado com maior população preta do País 22,5%.

Os brancos, que eram o maior grupo, hoje somam 43,5% ou 88,2 milhões de pessoas. Se compararmos o recenseamento atual com o passado, houve uma mudança no perfil dos brasileiros: as pessoas passaram a se identificar mais como pardos e pretos.

Desde 2000, o porcentual de pessoas que se identificam como pretos e pardos vem aumentando de forma gradativa. Em 2010, tornaram-se juntos a maior parcela da população 50,7%, ante os 47,7% que se declaravam brancos.

No censo atual, a tendência de ascensão se manteve, e os dois grupos continuaram como maioria. No recenseamento passado, pardos eram 43,1% da população, enquanto pretos, 7,6%.

Hoje, o porcentual da população que se reconhece como preta subiu para 10,2% o que representa cerca de 20,6 milhões de pessoas. A variação desse porcentual foi de 42,3%, a segunda maior ao longo da última década, atrás apenas do aumento da população indígena, que cresceu 89% entre 2010 e 2022.

Atualmente, há mais de 1,6 milhão de indígenas no Brasil, ou 0,8% da população. É quase o dobro do que foi registrado em 2010. Naquele ano, 896 mil pessoas se identificaram como indígenas, 0,5% da população.

A contagem dos grupos étnicos-raciais é realizada por meio do questionário feito por recenseadores que vão aos lares brasileiros fazer entrevistas.

(Redação)

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Obstáculos resistem em calçadas

Especialista cita baixa fiscalização dos passeios públicos e falta de planejamento

Modificado em 25/04/2025, 09:16

Calçadas em sequência de desnível uma para a outra: realidade da Rua Rio Branco, no Jardim Esmeralda ( Wildes Barbosa / O Popular)

Calçadas em sequência de desnível uma para a outra: realidade da Rua Rio Branco, no Jardim Esmeralda ( Wildes Barbosa / O Popular)

Goiânia tem 64,9% dos passeios nas calçadas com obstáculos que impedem o livre trânsito dos pedestres, mesmo registrando o maior percentual de moradores que residem em locais com calçadas dentre as capitais. Ao mesmo tempo, a acessibilidade para cadeirantes que dependem das rampas de acesso nos espaços públicos se mantém em um índice baixo: 35,2%.
Especialistas e associações de deficientes visuais e físicos apontam que a baixa fiscalização das calçadas e a falta de planejamento prejudicam os transeuntes.

Os dados fazem parte do Censo 2022, dentro do estudo sobre Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última semana. No levantamento são analisados 10 quesitos, como a existência de calçada ou passeio, de obstáculos nas calçadas e de rampas para cadeirantes, além da capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação, pontos de ônibus e van, vias sinalizadas para bicicletas, e arborização.

Entulho vira barreira para deficientes visuais em caminho tátil na Rua 84, no Setor Sul ( Wildes Barbosa / O Popular)

Entulho vira barreira para deficientes visuais em caminho tátil na Rua 84, no Setor Sul ( Wildes Barbosa / O Popular)

Destaque

A capital goiana se destaca como aquela com o maior índice de calçadas e o terceiro maior de rampa para cadeirantes. No primeiro quesito, Goiânia alcançou 98% dos moradores que vivem em vias públicas com a existência de passeios. Neste caso, contudo, não analisa se tais locais têm boa conservação. Contudo, no quesito de obstáculos, o município registrou dois terços dos residentes com calçadas inadequadas, ocupando a 13ª colocação (da melhor para a pior). Analisando os índices de rampas, perde apenas para Campo Grande (MS), com 55,7%, e Curitiba (PR), com 40,5%.

Coordenador operacional do Censo 2022, Daniel Ribeiro comenta que os obstáculos levantados pelo estudo se referem a postes, árvores, buracos e declives.

É um índice alto de obstáculos, que deixa a desejar. É um poste, uma árvore, uma calçada onde alguém faz uma rampa com um declive e chega no local e tem esse obstáculo, uma erosão ou um buraco que não foi consertado. Às vezes tem poste entre o meio-fio e o muro e não cabe uma cadeira de roda, por exemplo", explica.

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Na presidência da Associação dos Deficientes Visuais de Goiás (Adveg), Adelson Alves convive diariamente com as dificuldades de locomoção nas vias da capital e garante: "já foi menos complicado andar por Goiânia".
O diretor de fiscalização da Secretaria de Eficiência (Sefic), João Peres Teodoro Rodrigues, garante que a pasta realiza uma fiscalização constante sobre as calçadas.

Qualquer projeto, qualquer obra, a vistoria observa em relação à calçada, (se foi cumprido) o código de identificações... Qualquer estabelecimento que vai requerer alvarás de localização e funcionamento, também é feita uma vistoria. A fiscalização é intensa em relação a isso.", disse

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Empreendimentos impulsionam o crescimento de bairros em Goiânia

Um exemplo foi o Setor Perim, que após receber 900 famílias com a entrega de empreendimento imobiliário, atraiu mais comércios e serviços que beneficiam toda a região

Modificado em 17/09/2024, 16:26

Empreendimentos impulsionam o crescimento de bairros em Goiânia

(Divulgação)

Goiânia cresce a olhos vistos em todas as áreas. De tamanho populacional à presença de comércios e serviços, é visível o rápido desenvolvimento da cidade ao longo dos anos. O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado, serve como parâmetro ao apontar que a concentração urbana da Grande Goiânia foi a que mais cresceu no país nos 12 anos anteriores ao levantamento.

A região teve um salto de 18,9% desde a última pesquisa, em 2010, representando um aumento de mais de 390 mil pessoas. No âmbito comercial, dados da Junta Comercial de Goiás (Juceg) mostram que a capital goiana saiu de 208.733 empresas em funcionamento, em 2018, para 309.056, em agosto de 2022. Foram mais de 100 mil CNPJs, representando um aumento de 48,06%.

Olhando os números com uma lupa, em direção aos bairros, o que se percebe é que o crescimento populacional está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico de uma região. Um dos que mais sentiu os efeitos desse crescimento foi o Setor Perim, na região Norte da capital. Antes um bairro estruturalmente carente, agora se destaca pela chegada de diversos comércios e serviços, após a implantação de residenciais que quase dobraram a sua população.

De acordo com o Censo de 2010, sua população era de 3.419 habitantes. Em processo contínuo de expansão, o setor historicamente enfrentou problemas significativos em relação à falta de esgoto adequado, à necessidade de ampliação de serviços de saúde, aos altos índices de criminalidade e à demanda crescente por novas linhas de ônibus para atender seus moradores.

Uma das iniciativas que ancorou o crescimento veio da MRV, empresa do grupo MRV&CO que, entregou dois empreendimentos, que levaram quase 900 famílias para o bairro - uma população aproximada de 3000 pessoas. Ou seja: vai dobrar a população local.

O Gran Vitta foi entregue em novembro de 2020 e recebeu 320 famílias. Logo depois, os dois primeiros módulos do Gran Valley foram entregues em novembro de 2021 para outras 120. A última etapa do residencial foi disponibilizada em dezembro do ano seguinte, com mais 432 apartamentos.

A chegada do residencial estimulou um círculo virtuoso no setor, atraindo outros investimentos. Vizinho a ele, está prestes a ser inaugurado um street mall com opções de alimentação, entretenimento, pet shop, salão de beleza e estética, academia de ginástica e lotérica, entre outros.

Síndico dos dois condomínios, Agnaldo Eterno dos Santos mora na região há 20 anos. Ele diz que a instalação dos prédios fez com que diversos estabelecimentos fossem atraídos para o Norte da cidade e até com que o poder público olhasse para a região com mais atenção, oferecendo melhorias na segurança e em infraestrutura com investimentos em pavimentação, iluminação pública e saneamento básico.

"Onde antes só havia lotes baldios, sem construção, hoje, em função da chegada dos empreendimentos da MRV, o comércio local aumentou significativamente para atender a essa população. É notável o progresso que a região teve", comenta o síndico.

Outra área que viu avanços na região foi a da segurança pública. Com mais comércios e moradores, os frequentadores puderam perceber também o crescimento do policiamento. "Sempre que a gente demanda algo com a polícia, temos sido atendidos a contento", diz Agnaldo. "O condomínio em si tem uma segurança maior porque conta com monitoramento por câmeras 24 horas por dia. Mas toda a região dos condomínios não tem histórico de roubos ou latrocínios, por exemplo", explica.

Vale ressaltar que o crescimento dos serviços para o bairro trazem também uma valorização natural dos imóveis da região. De acordo com Agnaldo, de um lançamento na faixa de R$ 120 a R$ 140 mil, os apartamentos do Gran Valley e do Gran Vitta chegam a ser vendidos hoje entre R$ 200 e R$ 220 mil.

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Censo IBGE: Idade média da população de Goiás passou de 29 para 34 anos em uma década

Goiânia possui praticamente a idade mediana igual à média nacional

Modificado em 19/09/2024, 01:18

O município com o maior índice de envelhecimento no estado é Amorinópolis e com o menor índice de envelhecimento é Chapadão do Céu

O município com o maior índice de envelhecimento no estado é Amorinópolis e com o menor índice de envelhecimento é Chapadão do Céu (Freepik)

A idade mediana da população de Goiás passou de 29 para 34 anos em uma década, pouco abaixo da média nacional que é de 35 anos, segundo dados do Censo de 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Goiânia possui praticamente a idade mediana igual à média nacional, ou seja, a população de todo país envelheceu.

O município com a maior idade mediana é Guaraíta, na região central de Goiás, com 46 anos, sendo 18 anos a mais do que a menor, que é 28 anos, e foi registrada em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.

Índice de envelhecimento em Goiás
O índice de envelhecimento do IBGE mostra a relação de idosos de 65 anos ou mais de idade em relação à população de 0 a 14 anos. Quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população.

Esse índice chegou a 45,3 em 2022 para Goiás, indicando haver 45,3 idosos para cada 100 crianças. Em 2010, esse índice era de 26,1, evidenciando o processo de envelhecimento da população na unidade da Federação.

O município com o maior índice de envelhecimento no estado é Amorinópolis e com o menor índice de envelhecimento é Chapadão do Céu. Goiânia apresentou um índice superior ao estadual e nacional e mostra que, mesmo com vários municípios com índices altos, os municípios do interior pressionam para o menor índice geral do estado.

Mais da metade da população de Goiás é formada por mulheres
De acordo com o levantamento, as mulheres no estado são 50,9% da população, enquanto os homens, 49.1%. O Censo aponta que há mais de 75 mil mulheres a mais do que homens. Elas somam 756.475, enquanto os homens são 680.891.

A nível nacional, os dados também mostram que em todo o Brasil a população é majoritariamente feminina. Enquanto as mulheres são 51,5%, isto é, 104.548.325, os homens são 48,5%, ou seja, 98.532.431.

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12% dos domicílios de Goiás estão vagos, revela Censo

Estado possui 385.155 residências sem ninguém morando e outros 245.234 de uso ocasional. Em 2021, déficit habitacional era estimado em 177 mil moradias

Modificado em 19/09/2024, 00:49

Recenseadores durante pesquisa feita em Goiás em 2022

Recenseadores durante pesquisa feita em Goiás em 2022
 (Wesley Costa)

Um em cada dez domicílios em Goiás está vago, conforme aponta o Censo 2022 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número se refere a um total de 385.155 casas particulares sem ninguém morar, de um total de 3.306.489 imóveis residenciais no Estado. Proporcionalmente, a cidade com mais casas vazias é Campos Verdes, na região Norte, em que um a cada quatro domicílios está vazio (24,62%). Santa Rita do Araguaia, Morro Agudo, Monte Alegre e Itapirapuã estão em seguida, com índice próximo de um domicílio sem ninguém morar a cada cinco existentes.

Para se ter uma ideia, em dezembro do ano passado, o Instituto Mauro Borges (IMB), do governo estadual, estimou o déficit habitacional em Goiás e chegou ao número de 177.192 famílias sem habitação ou com moradia precária. Ou seja, o número de domicílios vazios apontados pelo IBGE seria suficiente para abrigar até um pouco mais que o dobro do déficit apontado pelo governo. Os dados do IMB são com base no Cadastro Único do governo federal de 2021 e abrange casos de ônus excessivo com aluguel urbano, domicílios improvisados, coabitação familiar, domicílios rústicos e também o adensamento excessivo em domicílios alugados.

Já os dados do Censo 2022 são coletados de porta a porta pelos recenseadores e assim identificam os locais sem qualquer morador. "Quando o recenseador aborda o domicílio, seja nesta data ou em uma data posterior, ele pergunta se a pessoa que o está recebendo morava naquele endereço no dia 1º. Se sim, continua a entrevista. Se não, indaga se existia outro morador, para ser contatado em outro imóvel", explica Daniel Ribeiro de Oliveira, coordenador operacional do Censo no estado de Goiás. Segundo ele, caso o residente não atenda na primeira vez, é exigido que o funcionário do Instituto retorne ao local pelo menos quatro vezes.

Segundo ele, alguns aspectos são levados em conta para definir se o imóvel é vago ou não. "Uma casa que está sem morador, geralmente, está cheia de lixo na porta. Mato crescendo, plantas do jardim ressecadas, medidor de energia estático. Já onde há moradores, é possível visualizar, entre outras coisas, cachorros latindo, roupas no varal e calçadas varridas. No caso de prédios, este tipo de informação pode ser obtida facilmente através de porteiros, síndicos ou vizinhos", diz. O número de imóveis vagos em Goiás de 2010, a data da última pesquisa, a 2022 teve uma alta de 85,5%. No ano inicial, foram verificados 207.617 domicílios sem moradores, o que representava 9,38% do total de imóveis particulares residenciais no Estado, ou seja, um índice menos que os 12% verificados atualmente. O Censo 2022 ainda identifica a existência de 3.636 domicílios em Goiás como improvisados, que corresponde a imóveis comerciais utilizados como casas.

Liderança

Para o município de Campos Verdes manter um índice de 24,62% dos domicílios vagos, o crescimento desordenado na cidade é um dos motivos, de acordo com o prefeito local, Haroldo Naves (MDB). "A cidade, em seu passado, teve um crescimento desorganizado, advindo da mineração, chegando a ter uma população de 16 mil habitantes em 1989. A partir daí, houve um decréscimo, uma desocupação, seguida de um desenvolvimento com maior organização", afirma Naves. Os dados do Censo de 2022 registraram um total de 4.005 campo-verdenses, um aumento de aproximadamente 162,5% em relação à contagem anterior, de 1.526.

Segundo o prefeito, a área mais predominante dos imóveis vazios em Campos Verdes é próxima aos locais de mineração do município. "É um lugar que, no planejamento urbano, ela não pode ser habitada, mas foi onde a cidade iniciou nos anos 1980. A Prefeitura nem mais contabiliza estes imóveis no cadastro imobiliário, então não tem um prejuízo muito grande, porque entendemos que os domicílios não voltarão a ser preenchidos com moradores. Com a assinatura do Termo de Compromisso Ambiental, já que várias mineradoras vão voltar a trabalhar, estas casas serão demolidas", diz o prefeito. De acordo com Naves, a maioria dos domicílios vagos da cidade é de baixa renda. "São casas bastante rudimentares que foram construídas por mineradores do Brasil inteiro que vieram para cá, para ficarem próximos do garimpo, de forma passageira, e que hoje, já não servem mais para habitação", relata. (João Pedro Santos é estagiário do GJC, em convênio com a UFG)

Rio Quente tem mais da metade dos domicílios de uso ocasional

Um total de 245.234 moradias são utilizadas em Goiás ocasionalmente ou como segunda residência, como casas de veraneio ou férias ou mesmo para aluguel por temporada. Neste quesito, Rio Quente, no Sudeste goiano, é quem mais se destaca, pois mais da metade das residências ficam a maior parte do ano sem um morador exclusivo. No município turístico, 57,53% dos domicílios são para locações ocasionais ou casas de passeio de moradores de outras cidades. Três Ranchos, no Sul goiano, possui índice de 45,38% neste quesito.

Em ambos os casos, isso se dá pelo viés turístico dos municípios. Até por isso, chama a atenção, por outro lado, a situação de Heitoraí, no Centro goiano, em que, segundo o Censo 2022, 42,34% dos domicílios são de uso ocasional, mesmo sem ser considerado um grande destino turístico no Estado. De acordo com a prefeitura municipal, isto se deve a mais de 2 mil casas de veraneio na zona rural, utilizadas pelos seus proprietários somente em períodos como finais de semana, feriados e férias. Um exemplo dado pela prefeitura são os ranchos construídos às margens do Rio Uru, que são colocados para aluguel para aproveitar o ponto turístico. No entanto, a prefeitura entende que não há um prejuízo com a presença dos imóveis temporários. Porém, diferentemente, os domicílios pertencem a famílias de renda média para alta. Embora existam casas vagas próximas a pontos turísticos da cidade, elas não afetam diretamente as fontes de economia do município, mas a ocupação das mesmas contribui para o fortalecimento do comércio local, como supermercados, distribuidoras de bebidas e açougues.