Geral

Demolição de Cavalhódromo custa R$ 2,5 milhões

Processo foi iniciado na quinta e deve ser concluído em até quatro meses. Expectativa, no entanto, é de que campo esteja liberado para as Cavalhadas 2025

Modificado em 29/03/2025, 08:50

undefined / Reprodução

A demolição do Cavalhódromo localizado no Centro Histórico de Pirenópolis, iniciada com a remoção da Torre Moura, é prometida para ser concluída em até quatro meses, mas ainda a tempo da realização da tradicional Cavalhadas do município, em junho. O custo total da operação será de R$ 2,5 milhões. Ao mesmo tempo, o projeto para reconstrução do espaço ainda não foi finalizado e, portanto, segue sem prazo de início e com orçamento indefinido.

Inaugurado em 2006, o Cavalhódromo de Pirenópolis foi utilizado por anos para a realização das Cavalhadas, em meio à tradicional Festa do Divino Espírito Santo, registrada como patrimônio cultural e imaterial brasileiro, para os campeonatos esportivos e treinos da escola de futebol do município, e na promoção de eventos culturais e artísticos. A construção em uma área de 6,9 mil metros quadrados contava com arquibancadas, vestiários, cabines de rádio e televisão, camarotes, salas, sanitários, além das duas torres símbolo da batalha entre os mouros e os cristãos.

A partir de agosto de 2019, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) começou a receber informações de problemas estruturais. Em meio a tratativas extrajudiciais, foi buscada uma solução junto ao governo estadual. Ainda à época, um laudo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) demonstrava os danos, como colunas com ferragem exposta, parte do concreto caído, além de rachaduras e infiltrações. Em maio de 2022, o órgão ministerial ingressou com uma ação civil pública cobrando medidas efetivas de restauro. Em janeiro daquele ano, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) havia feito uma vistoria no local e constatado o colapso estrutural das arquibancadas e passarelas, determinando a interdição parcial. O gramado continuou sendo utilizado.

No ano seguinte, as Cavalhadas que não eram realizadas desde 2020, diante da pandemia da Covid-19, foi promovida no espaço. O POPULAR mostrou à época que a arena passava por um projeto de adequação e que a obra, de caráter provisório, teria sido iniciada com a remoção das rampas, passarelas e escadarias comprometidas. Foi naquele ano que todo o espaço foi interditado judicialmente e, no ano seguinte, a encenação aconteceu em um local improvisado, no Módulo Esportivo de Pirenópolis, longe do Centro Histórico. A expectativa é que neste ano ela seja realizada no Cavalhódromo, que, com a construção removida, terá apenas o gramado com a estrutura modular.

Mesmo com a demolição já prevista, a remoção da Torre Moura e da arquibancada menor, iniciada nesta quinta-feira (27), causou comoção à população pirenopolina, conforme o POPULAR mostrou na data, principalmente por conta do símbolo da batalha dos mouros e cristãos. A torre demolida contava com 13 metros de altura e 8 de largura. Já a arquibancada menor, com três degraus e revestida por pedra natural, alcançava um espaço de 115 metros.

Já a Torre Cristã, explica a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), deve ser desabada na próxima semana. A ordem de serviço à Magalhães Demolição Ltda, vencedora da licitação realizada em dezembro passado, foi emitida no dia 19 de fevereiro com prazo de execução de quatro meses. A expectativa, contudo, é que seja concluída antes do prazo, "desde que as desocupações necessárias ocorram de forma ágil."

Mesmo com a demolição já prevista, a remoção da Torre Moura e da arquibancada menor, iniciada na quinta-feira, causou comoção aos pirenopolinos (Diomício Gomes / O Popular)

Mesmo com a demolição já prevista, a remoção da Torre Moura e da arquibancada menor, iniciada na quinta-feira, causou comoção aos pirenopolinos (Diomício Gomes / O Popular)

Indenização

O custo total do contrato é de R$ 2.499.968,25, e conforme a pasta, o valor é "impactado principalmente pela mobilização e desmobilização de maquinários, demolição da arquibancada principal e, sobretudo, pelo transporte do grande volume de entulho para um local apropriado, onde será reciclado". Parte do montante será destinado à indenização de famílias que residem ao fundo da arquibancada principal. O valor corresponde a aluguel e um fundo para eventuais danos causados às estruturas das casas, já que, conforme o plano de demolição feito pela Seinfra, estão situadas em área de alto risco. São cerca de 16 imóveis nesta condição. Ao todo, variando de alto a baixo risco, foram contabilizados aproximadamente 70 imóveis ao redor da área de intervenção. Conforme o MP-GO, o acordo já está praticamente concluído com os moradores de imóveis de alto risco. Falta apenas a assinatura e o repasse do recurso que ficará sob juízo, para garantir o repasse à vizinhança afetada.

Ainda segundo a Seinfra, "foram elaborados laudos cautelares de vizinhança para todos os imóveis ao redor do Cavalhódromo, incluindo os comércios." "Em determinada etapa da obra, será necessária a desocupação de áreas específicas. Toda a negociação foi conduzida diretamente com os moradores, com a participação do MP-GO. Já há um acordo de indenização aceito pelos moradores, e os pagamentos serão realizados por meio de um processo vinculado a uma ação civil pública instaurada" pelo órgão ministerial, complementa a pasta.

Nova proposta ainda não foi concluído e encontra resistência

O novo projeto para construção do novo Cavalhódromo de Pirenópolis ainda não foi concluído e, conforme a Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Secult), segue em desenvolvimento com 82% finalizado. O que falta, ainda, é o aceite do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) "por conta da Portaria nº 02/1995". Tal documento trata sobre a proteção do conjunto arquitetônico urbanístico, paisagístico e histórico da cidade, que foi tombado em 1990. Desta forma, a autarquia precisa conceder licenciamento para intervenções dentro da área.

"O processo de aprovação pelo Iphan está em andamento. A reconstrução do Cavalhódromo será iniciada apenas após a obtenção de todas as aprovações necessárias, incluindo" a do instituto, aponta a pasta. O projeto que ainda precisa ser finalizado será, após concluído, submetido à licitação. Em seguida, serão iniciadas as obras sob gerência da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra). Desta forma, segue sem prazo para início definido, e também sem orçamento detalhado. Vale lembrar que em outubro de 2023, o governador Ronaldo Caiado (UB) anunciou R$ 30 milhões para a reforma.

O POPULAR questionou sobre as reclamações proferidas pelas associações esportiva e das Cavalhadas, que apontam a inviabilidade do projeto para as Cavalhadas e para os campeonatos esportivos. A Secult diz que "em nenhum momento há inviabilidade em atender às necessidades básicas do espaço". Alega ainda que o "projeto está sendo elaborado para atender" às normas do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO), do Iphan, da prefeitura e das atividades da Associação Atlética Pirenopolina e do Instituto das Cavalhadas, além da comunidade.

"A questão é que existem muitos grupos com necessidades diferentes, e estamos buscando alinhar as demandas para atender a todos. O projeto foi elaborado para atender as diversas necessidades dos grupos envolvidos, e embora existam muitas demandas diferentes, a Secult está buscando alinhar tudo para atender a todos. Já foram realizadas diversas reuniões com os grupos e entidades envolvidas, mas não houve consenso. Portanto, pode haver ajustes no projeto com base nesse diálogo contínuo", pondera.

Integrantes das Cavalhadas: Célio Antônio Pompeu de Pina, o Bala; Adail Luiz Cardoso, rei cristão; Roberto Jayme Neto, cavaleiro cristão; Eustáquio Figueiredo, imperador de 2025, e Ronaldo Félix ( Diomício Gomes / O Popular)

Integrantes das Cavalhadas: Célio Antônio Pompeu de Pina, o Bala; Adail Luiz Cardoso, rei cristão; Roberto Jayme Neto, cavaleiro cristão; Eustáquio Figueiredo, imperador de 2025, e Ronaldo Félix ( Diomício Gomes / O Popular)

População discorda de pontos do projeto inicial

O projeto da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Secult) para o novo Cavalhódromo não tem agradado quem promove as Cavalhadas de Pirenópolis nem tampouco a Associação Atlética Pirenopolina, que usa o espaço para campeonatos esportivos e escola de futebol infantil. Para eles, a nova estrutura não teria funcionalidade para a promoção de ambas as atividades realizadas, que também promove eventos culturais e artísticos, a exemplo do PiriBier.

"O novo projeto não condiz com a realidade das Cavalhadas e do futebol. Deveriam apresentar um novo, uma alternativa. Está em discussão, mas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não autorizou. Não é viável para nossa tradição e nossa cultura. Precisa de espaço para arquibancada, camarote de rádio, para a população", diz o presidente do Instituto das Cavalhadas, Roberto Jayme Neto. E logo antes, ele mencionou a demora do Estado em dar início à intervenção.

Na direção da Associação Atlética Pirenopolina, Célio Antônio Pompeu de Pina, o Bala, não quis falar muito sobre o projeto, mas demonstrou insatisfação. Ele explica que o local que hoje abriga a arena foi cedido ao Estado com usufruto da associação, mas há quatro anos não tem conseguido mais realizar atividades no espaço. Segundo ele, o novo projeto também não tem as medidas necessárias para um campo de futebol com partidas oficiais. E ele partilha, junto aos demais, o medo do espaço não ser reconstruído.

Para o ex-secretário municipal de Cultura de Pirenópolis Roberto Félix a redução no tamanho do campo também prejudica a movimentação dos participantes da festividade. "O projeto está sendo feito por quem não vive aqui, não atende às Cavalhadas. Precisa de circulação, não é uma festa de se sentar na arquibancada", pontua. Para ele, é necessário ainda se adaptar à nova realidade, haja vista que a comunidade, por vezes, mantém uma memória tradicional de quando se era construído os camarotes com madeira e palha. "A população ainda tem um sentimento pelo formato de antes, mas há dificuldade hoje para ter autorização dos órgãos e do Corpo de Bombeiros."

É o caso de Célia Fátima de Pina, de família tradicional no município e que tomava conta do Museu das Cavalhadas. Sua memória demonstra que viveu muito a história de Pirenópolis. "Não quero que gastem milhões construindo nada, não, achei foi bom demolir. O pirenopolino não quer isso. A gente gostava era de cada família construir seu camarote de madeira e de palha e de pano de chitão (tecido estampados com cores vibrantes)", comenta. Ela, contudo, assim como os demais, não enxergou motivos para a demolição das torres.

Até o momento, apenas a Torre Moura foi abaixo, mas a previsão é que a Torre Cristã seja removida na próxima semana. O momento da queda, contudo, foi de comoção para a população local, mesmo ciente de que seria feito. "É um símbolo das Cavalhadas. Deu um sentimento de dor", resume Roberto Félix. O imperador de 2025, Eustáquio Figueiredo, diz que tentaram negociar a demolição das torres, mas não foi possível devido "à demanda e licitação". O processo de remoção das estruturas, contudo, é visto com bons olhos por ele, que deseja que a arena esteja limpa até junho, quando é realizado o evento. "Estamos até agradecidos para que ocorra (a conclusão do serviço) em tempo hábil para as Cavalhadas. E temos um projeto que será mostrado em tempo oportuno", garante.

Já o rei cristão Adail Luiz Cardoso cita que visualmente não era observada necessidade para retirada das torres. "A olho nu, não precisava. Mas a melhor coisa agora é limpar tudo. Começaram a mexer, então é importante que esteja limpo (até a festa)", pontua, ao relatar que a expectativa, e a informação repassada a eles, é de que as Cavalhadas sejam realizadas no Cavalhódromo neste ano. "Lá no outro local é longe, perigoso, difícil de chegar lá", conta, tendo a posição concordada por todos.

Conforme a Secult, em nota, a demolição de ambas as torres foi necessária, pois, embora "estivessem passíveis de restauro, a passarela, a escada e a arquibancada estavam comprometidas". Essas já haviam sido removidas em 2023. "Assim, para garantir a segurança estrutural e permitir uma integração adequada com a nova construção, optou-se pela remoção de tudo. Além disso, as novas torres deverão conversar com a arquitetura local", conclui a pasta.

Geral

Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo

Segundo Polícia Militar, vítima foi agredida por cinco homens que utilizaram um taco de beisebol envolto por arame farpado

Modificado em 18/04/2025, 19:14

Um homem morreu após ser espancado por um empresário e quatro amigos após invadir um lava-jato localizado no jardim Maria Helena, na região leste de Goiânia. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), a vítima, que não teve o nome revelado, foi agredida pelos suspeitos com um taco de beisebol envolto em arame farpado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local (veja o vídeo - atenção as imagens e áudios são fortes).

Como os nomes dos suspeitos do crime não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (17), por volta das 2h, conforme a PM, após o proprietário do estabelecimento, de 30 anos, notar a presença do invasor por câmeras de segurança do local e chamar os amigos, sendo um deles funcionário dele.

O cabo da PM Rafael Moreira disse que a polícia recebeu uma denúncia de um morador de que um homem estava sofrendo agressões dentro de um estabelecimento comercial próximo do Jardim Novo Mundo. Conforme ele, dois dos suspeitos foram encontrados ainda dentro do local do crime.

O proprietário e o seu funcionário ainda estavam dentro do estabelecimento quando as equipes chegaram. Os demais autores estavam nas proximidades do setor", relatou Moreira.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

À polícia, um dos investigados chegou a confessar o crime e disse que foi chamado pelo amigo para ajudar no espancamento. De acordo com ele, o homem utilizou "um taco de beisebol, com arame farpado" para agredir a vítima. Ele, o empresário e outros três suspeitos, entre 18 e 30 anos, foram presos.

Conforme a PM, o empresário possui passagens criminais por roubo e por três portes ilegais de arma de fogo.

Ainda não foi divulgado o motivo da vítima ter invadido o estabelecimento.

A reportagem entrou em contato com as polícias Técnico-Científica e Civil para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

Geral

Policial militar é filmado agredindo adolescente em Palmelo; vídeo

Um tenente da PM afirmou ao POPULAR que, antes da abordagem, o adolescente teria empinado a moto próximo da viatura

undefined / Reprodução

Um policial militar foi filmado agredindo um adolescente, de 17 anos, durante uma abordagem, em Palmelo, no sudoeste de Goiás. No vídeo, obtido pela TV Anhanguera, mostra o momento em que o jovem conduzia a moto com uma passageira e foi fechado pela viatura. Os dois ocupantes desceram da moto, e um dos PMs começa a dar socos, chutes e empurrões no motociclista, enquanto o outro militar assiste (assista acima) .

Em nota, a corporação informou que a ação fez parte de uma operação para combater os diversos casos de manobras perigosas e infrações de trânsito que tem ocorrido na cidade. Acrescentou que o menor realizou uma "manobra perigosa" em frente à viatura, ocasião em que foram constatadas várias irregularidades. Segundo a PM, foi instaurado um procedimento apuratório para verificar a conduta dos militares envolvidos (veja a nota completa no final da matéria) .

O caso aconteceu na manhã do último sábado (12), na Rua Virgulino Gonçalves, no Setor Central. Ao POPULAR , um tenente da PM que faz parte do batalhão responsável pela cidade, Márcio de Castro afirmou que antes da abordagem, o adolescente teria empinado a moto ao lado da viatura.

Na cidade tem vários motociclistas que vivem empinando moto, fazendo arruaças, moto com escapamento barulhento, motos de leilão, que é a sucata, chassi raspado, adulterado. [...] A PM estava em patrulhamento, deparou com um desses, inclusive era menor de idade, e empinou a moto em frente à viatura. Ele tentou evadir e a polícia foi e abordou ele", relatou.

Conforme a ocorrência, o moto modelo Honda CG 125, conduzida pelo jovem, está com o documento atrasado desde 2012 e o chassi teve o número "picotado", o que, segundo o tenente, demonstra que o veículo é sucata e não deveria estar circulando.

O adolescente foi apreendido e conduzido até a delegacia, e a moto removida. Ele poderá responder por atos análogos aos crimes de direção perigosa e dirigir sem habilitação, ambos previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Conforme o tenente, a mãe do jovem e uma conselheira tutelar foram chamadas e estiveram na delegacia. O POPULAR não localizou a defesa do adolescente para que pudesse se posicionar. O Conselho Tutelar de Palmelo não retornou ao contato da reportagem.

Vídeo gravado por populares mostra o momento em que um dos policiais dá socos e chutes, além de jogar o capacete próximo ao adolescente (Reprodução/TV Anhanguera)

Vídeo gravado por populares mostra o momento em que um dos policiais dá socos e chutes, além de jogar o capacete próximo ao adolescente (Reprodução/TV Anhanguera)

Nota da PM

A Polícia Militar informa que foi montada uma operação em resposta a diversas denúncias e a casos recorrentes de manobras perigosas e infrações de trânsito que colocavam em risco a vida de pessoas na cidade de Palmelo.

Durante a operação, a equipe policial abordou o suspeito após ele realizar uma manobra perigosa em frente à viatura. Constatou-se que o condutor era menor de idade e que a motocicleta estava com licenciamento atrasado desde 2012, além de ter o chassi picotado. O menor foi encaminhado à autoridade competente para as devidas providências.

Em relação a possíveis excessos durante a abordagem, foi instaurado um procedimento apuratório para verificar a conduta dos militares envolvidos.

Geral

Treinador de futebol é preso suspeito de abusar sexualmente de crianças e adolescentes em Aparecida de Goiânia

Vítimas contaram para familiares que eram convidadas para casa do investigado para receberem massagens após treinos. Segundo delegada, homem negou que cometeu os crimes

Modificado em 16/04/2025, 19:29

undefined / Reprodução

Um treinador de futebol de 43 anos foi preso suspeito de abusar sexualmente de crianças e adolescentes, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, relatou a Polícia Civil de Goiás (PC-GO). O caso é investigado pela titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Sayonara Lemgruber.

É um treinador de futebol que atua de forma gratuita por vários dias na semana no Conjunto Mabel", disse a delegada.

Como o nome do investigado não foi divulgado, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa dele até a última atualização desta reportagem.

Segunda a polícia, o homem foi detido durante cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, na terça-feira (15). Lemgruber disse que o suspeito negou os crimes durante o depoimento. Ele passou a ser investigado após os adolescentes relatarem os abusos para familiares.

Esses adolescentes informaram que eram levados para a casa desse treinador, onde ele simulava massagens para ajudá-los em algumas lesões causados durante os treinos, e acabava praticando os atos sexuais e os forçavam a praticar os atos sexuais", detalhou a delegada.

De acordo com ela, quando as vítimas se negavam a ter relação com o suspeito, ele as impediam de participar dos treinos e jogos. "Eles eram colocados no banco de reserva", acrescentou. Além dos castigos, Lemgruber ressaltou que o homem prometia objetos, como chuteiras e outros presentes.

[As vítimas] são adolescentes e crianças de baixa renda. Então, ele se prevalecia da função dessa hierarquia exercida como professor para cometer os crimes", pontua a investigadora.

Vítimas

Nesta quarta-feira (16), Sayonara Lemgruber revelou que compareceram duas crianças menores de 12 anos na delegacia. "Elas também foram submetidas a essas práticas sexuais sem consentimentos", apontou.

Contudo, a delegada disse que não sabe, até o momento, quantas pessoas podem ter sido vítimas do treinador. Após a prisão dele, a investigadora acredita que mais crianças e adolescentes devem procurar a polícia para registrarem seus relatos sobre os abusos do treinador.

Sayonara Lemgruber ressaltou que o treinado foi investigado por estupro de adolescentes menores de 14 anos e de mulheres, em Mato Grosso, no ano de 2023. Sobre esse caso, ela ressaltou que não tem conhecimento sobre o andamento das investigações.

Polícia cumpriu mandados contra o suspeito na última terça-feira (Divulgação/PC-GO)

Polícia cumpriu mandados contra o suspeito na última terça-feira (Divulgação/PC-GO)

Geral

Acusados de matar empresário na porta de casa são condenados a mais de 14 anos de prisão

Eles foram julgados por júri popular em Goiânia pela morte de Brunno Baylão. Juiz decidiu que ambos vão aguardar recursos presos

Modificado em 15/04/2025, 19:05

undefined / Reprodução

Os acusados de matar o empresário Brunno Baylão Lobo na porta da casa dele, em Goiânia, foram condenados a mais de 14 anos de prisão. Edgar Silva Primo e Henrique Pacheco de Almeida passaram por júri popular presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, na segunda-feira (14). Ao Daqui, o advogado de Edgar Primo informou que recorreu da sentença nesta terça-feira (15).
A defesa de Edgar Silva Primo, informa que protocolou nesta manhã de terça-feira, petição de recurso de apelação. Entende a defesa que a decisão dos jurados, condenando-o à pena de 15 anos de reclusão, foi manifestamente contrária à prova dos autos e acima de tudo injusta".

O Daqui entrou em contato com a defesa de Henrique Pacheco, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Henrique, que foi condenado pelo execusão do crime, recebeu 15 anos de prisão. No caso de Edgar Silva, que também receberia o mesmo tempo de condenação, o juiz decidiu pela diminuição da pena dele em seis meses por ele ter "confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime". Assim, o condenado cumprirá 14 anos e seis meses de prisão.

De acordo com a sentença, os dois ficarão detidos em regime inicialmente fechado, na Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Embora caiba recursos, Jesseir Coelho determinou que Edgar Silva Primo e Henrique Pacheco irão aguardar o trânsito do processo presos.

Edgar Silva Primo e Henrique Pacheco foram condenados pelo assassinato do empresário Brunno Baylão, em 2024. De acordo com a investigação, Edgar tinha uma dívida de R$ 320 mil com a vítima e, por não conseguir pagar, decidiu matá-lo.

Um vídeo de câmeras de segurança mostra o momento em que o empresário sai à rua e é atingido pelos disparos na porta de casa. Na sequência, o atirador foge do local em uma moto (assista abaixo).

Antes do julgamento, a família de Brunno cobrou por justiça. Em entrevista ao Daqui , a irmã dele, Roberta Baylão, contou

A sensação é péssima de reviver todo este sofrimento e frente a frente com estes monstros é muita tristeza, mas estamos confiantes que a justiça dos homens e a de Deus será feita", afirmou Roberta Baylão, irmã de Brunno, em entrevista.

Empresário Brunno Baylão Lobo (Arquivo pessoal) ()

Empresário Brunno Baylão Lobo (Arquivo pessoal) ()

Relembre o crime

Brunno Baylão foi assassinato em 15 de fevereiro do ano passado 2024, no Residencial Junqueira, em Goiânia. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) revelou que Edgar, proprietário de um laticínio, fornecia queijos para o empresário, que intermediava a troca de cheques do investigado com agiotas.

Devido a essa relação comercial, Edgar acumulou uma dívida com Brunno. Assim, para se livrar do débito, segundo o MP, ele contratou Henrique para executar o crime. Para esse serviço, foi oferecido R$ 15 mil como pagamento.

Ainda de acordo com a promotoria, os dois passaram a planejar o assassinato. Edgar ficou responsável por monitorar a rotina da vítima e por fornecer a arma que seria utilizada pelo executor.

Execução

Em 14 de fevereiro de 2024, conforme apuração policial, Henrique tentou matar Brunno pela primeira vez. Ele foi de moto até a empresa da vítima, se passou por entregador e disse que levava uma encomenda.

No entanto, na ocasião, foi atendido por um funcionário, que, desconfiado, alegou que Brunno não estava. Henrique deixou uma caixa com máscaras --- que não haviam sido encomendadas --- e foi embora.

Um dia depois, na manhã de 15 de fevereiro, por volta das 5h40, Edgar foi até a casa de Brunno com a desculpa de entregar queijos. Enquanto isso, Henrique o aguardava mais distante, em uma moto e armado.

Assim que Brunno abriu o portão da garagem para receber a entrega, Henrique se aproximou e efetuou diversos disparos, atingindo-o no braço esquerdo, no hemitórax e no rosto. Após o crime, ele fugiu do local.

Conforme o delegado João Paulo Mendes, Edgar ainda tentou simular uma tentativa de impedir a fuga do criminoso.

Ao fugir, o executor passa ao lado do Edgar, que estava em uma caminhonete, e para simular, arranca o tênis e finge que vai jogar no executor que passa por ele e vai embora tranquilamente", pontuou Mendes à época.

Crime aconteceu no Residencial Junqueira, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)

Crime aconteceu no Residencial Junqueira, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)