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Prédio modernista, antiga sede da Celg é demolida

Prédio, de propriedade de um pool de empresas que adquiriram o imóvel quando a Celg foi vendida, em 2016, estava sem ocupação oficial desde meados de 2019

Demolição da antiga sede da Celg, na Avenida Anhanguera, Setor Oeste, foi iniciada nesta segunda-feira (17): prédio quase foi tombado

Demolição da antiga sede da Celg, na Avenida Anhanguera, Setor Oeste, foi iniciada nesta segunda-feira (17): prédio quase foi tombado (Wildes Barbosa / O Popular)

Pouco mais de um mês depois que o prefeito Sandro Mabel e o presidente da Câmara Municipal, vereador Romário Policarpo, gravaram um vídeo em frente ao imóvel da antiga sede da Centrais Elétricas de Goiás (Celg) e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) falando sobre exemplos de imóveis abandonados na capital, os restos da construção começaram a ser demolidos nesta segunda-feira (17). O prédio, de propriedade de um pool de empresas que adquiriram o imóvel quando a Celg foi vendida, em 2016, estava sem ocupação oficial desde meados de 2019.

De acordo com a Prefeitura de Goiânia, o alvará da demolição foi concedido no último dia 13, após pedido dos proprietários, e é executado quatro dias depois. Segundo populares que circulam próximo ao local, na Avenida Anhanguera, Setor Oeste, as máquinas começaram a atuar no meio da manhã e ficaram no local até por volta das 16 horas, o que deve continuar no decorrer da semana. Ainda resta pedaços de construção no local, além de faltar a limpeza do que já foi demolido. Não há qualquer registro na administração municipal de processo para uma nova ocupação da área. A reportagem tentou contato com as empresas proprietárias, mas não recebeu retorno até o fechamento da matéria.

Entre meados de 2019, quando a Seduc desocupou o prédio que era alugado ao Estado por cerca de R$ 500 mil mensais, o imóvel sofreu com um processo de abandono, o que foi objeto de denúncia da reportagem em 2020 em razão da situação, especialmente pela presença de um afresco do artista plástico Frei Nazareno Confaloni, de nove metros de largura por três metros de altura. Confaloni é um dos criadores da Escola de Belas Artes de Goiás. Na época, o painel chegou a ser vandalizado com uma tinta preta, e o abandono, com infiltrações e outros problemas, pioravam a situação da obra.

Ainda em 2019, o imóvel teve um processo de tombamento analisado pela Secretaria de Estado de Cultura de Goiás, por ser um representante da arquitetura modernista em Goiânia. Porém, o Conselho Estadual de Cultura (CEC) decidiu pelo não tombamento definitivo do prédio devido ao estado de deterioração do imóvel. "A reconstrução do imóvel criará o que se chama de falso histórico, numa obra altamente dispendiosa em um bem cuja importância e valor histórico não são unânimes", diz o parecer emitido em 2023 do CEC, segundo a Secult.

Em 2021, os proprietários do imóvel tentaram a demolição do local, o que foi repudido por entidades como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), justamente pela relevância histórica na capital. A ação foi suspensa pelo processo de tombamento que ainda estava em curso. Sobre o afresco de Frei Cofaloni, a obra foi resgatada em agosto de 2023 pelo Estado de Goiás. Ele está, desde então no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON). "O Conselho Estadual de Cultura emitiu parecer favorável para a permanência do painel de Frei Confaloni intitulado 'Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto' em Goiânia para a realização de sua restauração", informa a pasta.

Em abril de 2024, o governador Ronaldo Caiado chegou a anunciar a transferência da obra para o Museu Histórico Dominicano Frei Nazareno Confaloni, situado na cidade de Goiás. "Contudo, os pareceres técnicos solicitados pela Secult se posicionaram a favor da manutenção do painel em Goiânia devido ao risco que a obra corre no deslocamento para a cidade de Goiás e a falta de infraestrutura adequada e necessária no espaço reservado para recebê-la."

Nos últimos anos, o imóvel foi a "sede" do Museu do Depois do Amanhã (Mudda), um projeto de extensão vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), que "lança um olhar sobre estruturas abandonadas" na cidade e que funcionou como uma galeria a céu aberto de obras de artes plásticas que utilizavam a estrutura e a marginalidade do local. A última ação cultural no espaço foi a gravação do filme "Noite de Jazz", videoclipe do rapper goiano Ajay. A obra é do diretor goiano Robson Vieira, ja indicado em premiações nacionais na categoria videoclipe.

Prédio tinha arquitetura modernista e chegou a ser cotado para tombamento ( Diomício Gomes / O Popular)

Prédio tinha arquitetura modernista e chegou a ser cotado para tombamento ( Diomício Gomes / O Popular)

O prédio da Avenida Anhanguera, esquina com a Rua R-7, no Setor Oeste, próximo ao Hospital Estadual da Mulher, foi sede da antiga Celg, desde a sua construção, no final dos anos 1950 até a venda da empresa, em 2016. A obra é do engenheiro Oton Nascimento e do arquiteto Gustav Ritter. Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), em parecer contrário a demolição do imóvel em 2021, o prédio "tem características modernistas, além do edifício ser um exemplar autêntico do modo de entender e fazer Arquitetura de uma época, sua localização é emblemática dentro de um circuito de outros espaços importantes na cidade". Ainda na década de 1960, o artista plástico Frei Confaloni pintou o afresco "Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto" em uma das paredes do prédio. O local foi vendido em 2016, após um leilão.

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Demolição de Cavalhódromo custa R$ 2,5 milhões

Processo foi iniciado na quinta e deve ser concluído em até quatro meses. Expectativa, no entanto, é de que campo esteja liberado para as Cavalhadas 2025

Modificado em 29/03/2025, 08:50

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A demolição do Cavalhódromo localizado no Centro Histórico de Pirenópolis, iniciada com a remoção da Torre Moura, é prometida para ser concluída em até quatro meses, mas ainda a tempo da realização da tradicional Cavalhadas do município, em junho. O custo total da operação será de R$ 2,5 milhões. Ao mesmo tempo, o projeto para reconstrução do espaço ainda não foi finalizado e, portanto, segue sem prazo de início e com orçamento indefinido.

Inaugurado em 2006, o Cavalhódromo de Pirenópolis foi utilizado por anos para a realização das Cavalhadas, em meio à tradicional Festa do Divino Espírito Santo, registrada como patrimônio cultural e imaterial brasileiro, para os campeonatos esportivos e treinos da escola de futebol do município, e na promoção de eventos culturais e artísticos. A construção em uma área de 6,9 mil metros quadrados contava com arquibancadas, vestiários, cabines de rádio e televisão, camarotes, salas, sanitários, além das duas torres símbolo da batalha entre os mouros e os cristãos.

A partir de agosto de 2019, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) começou a receber informações de problemas estruturais. Em meio a tratativas extrajudiciais, foi buscada uma solução junto ao governo estadual. Ainda à época, um laudo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) demonstrava os danos, como colunas com ferragem exposta, parte do concreto caído, além de rachaduras e infiltrações. Em maio de 2022, o órgão ministerial ingressou com uma ação civil pública cobrando medidas efetivas de restauro. Em janeiro daquele ano, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) havia feito uma vistoria no local e constatado o colapso estrutural das arquibancadas e passarelas, determinando a interdição parcial. O gramado continuou sendo utilizado.

No ano seguinte, as Cavalhadas que não eram realizadas desde 2020, diante da pandemia da Covid-19, foi promovida no espaço. O POPULAR mostrou à época que a arena passava por um projeto de adequação e que a obra, de caráter provisório, teria sido iniciada com a remoção das rampas, passarelas e escadarias comprometidas. Foi naquele ano que todo o espaço foi interditado judicialmente e, no ano seguinte, a encenação aconteceu em um local improvisado, no Módulo Esportivo de Pirenópolis, longe do Centro Histórico. A expectativa é que neste ano ela seja realizada no Cavalhódromo, que, com a construção removida, terá apenas o gramado com a estrutura modular.

Mesmo com a demolição já prevista, a remoção da Torre Moura e da arquibancada menor, iniciada nesta quinta-feira (27), causou comoção à população pirenopolina, conforme o POPULAR mostrou na data, principalmente por conta do símbolo da batalha dos mouros e cristãos. A torre demolida contava com 13 metros de altura e 8 de largura. Já a arquibancada menor, com três degraus e revestida por pedra natural, alcançava um espaço de 115 metros.

Já a Torre Cristã, explica a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), deve ser desabada na próxima semana. A ordem de serviço à Magalhães Demolição Ltda, vencedora da licitação realizada em dezembro passado, foi emitida no dia 19 de fevereiro com prazo de execução de quatro meses. A expectativa, contudo, é que seja concluída antes do prazo, "desde que as desocupações necessárias ocorram de forma ágil."

Mesmo com a demolição já prevista, a remoção da Torre Moura e da arquibancada menor, iniciada na quinta-feira, causou comoção aos pirenopolinos (Diomício Gomes / O Popular)

Mesmo com a demolição já prevista, a remoção da Torre Moura e da arquibancada menor, iniciada na quinta-feira, causou comoção aos pirenopolinos (Diomício Gomes / O Popular)

Indenização

O custo total do contrato é de R$ 2.499.968,25, e conforme a pasta, o valor é "impactado principalmente pela mobilização e desmobilização de maquinários, demolição da arquibancada principal e, sobretudo, pelo transporte do grande volume de entulho para um local apropriado, onde será reciclado". Parte do montante será destinado à indenização de famílias que residem ao fundo da arquibancada principal. O valor corresponde a aluguel e um fundo para eventuais danos causados às estruturas das casas, já que, conforme o plano de demolição feito pela Seinfra, estão situadas em área de alto risco. São cerca de 16 imóveis nesta condição. Ao todo, variando de alto a baixo risco, foram contabilizados aproximadamente 70 imóveis ao redor da área de intervenção. Conforme o MP-GO, o acordo já está praticamente concluído com os moradores de imóveis de alto risco. Falta apenas a assinatura e o repasse do recurso que ficará sob juízo, para garantir o repasse à vizinhança afetada.

Ainda segundo a Seinfra, "foram elaborados laudos cautelares de vizinhança para todos os imóveis ao redor do Cavalhódromo, incluindo os comércios." "Em determinada etapa da obra, será necessária a desocupação de áreas específicas. Toda a negociação foi conduzida diretamente com os moradores, com a participação do MP-GO. Já há um acordo de indenização aceito pelos moradores, e os pagamentos serão realizados por meio de um processo vinculado a uma ação civil pública instaurada" pelo órgão ministerial, complementa a pasta.

Nova proposta ainda não foi concluído e encontra resistência

O novo projeto para construção do novo Cavalhódromo de Pirenópolis ainda não foi concluído e, conforme a Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Secult), segue em desenvolvimento com 82% finalizado. O que falta, ainda, é o aceite do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) "por conta da Portaria nº 02/1995". Tal documento trata sobre a proteção do conjunto arquitetônico urbanístico, paisagístico e histórico da cidade, que foi tombado em 1990. Desta forma, a autarquia precisa conceder licenciamento para intervenções dentro da área.

"O processo de aprovação pelo Iphan está em andamento. A reconstrução do Cavalhódromo será iniciada apenas após a obtenção de todas as aprovações necessárias, incluindo" a do instituto, aponta a pasta. O projeto que ainda precisa ser finalizado será, após concluído, submetido à licitação. Em seguida, serão iniciadas as obras sob gerência da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra). Desta forma, segue sem prazo para início definido, e também sem orçamento detalhado. Vale lembrar que em outubro de 2023, o governador Ronaldo Caiado (UB) anunciou R$ 30 milhões para a reforma.

O POPULAR questionou sobre as reclamações proferidas pelas associações esportiva e das Cavalhadas, que apontam a inviabilidade do projeto para as Cavalhadas e para os campeonatos esportivos. A Secult diz que "em nenhum momento há inviabilidade em atender às necessidades básicas do espaço". Alega ainda que o "projeto está sendo elaborado para atender" às normas do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO), do Iphan, da prefeitura e das atividades da Associação Atlética Pirenopolina e do Instituto das Cavalhadas, além da comunidade.

"A questão é que existem muitos grupos com necessidades diferentes, e estamos buscando alinhar as demandas para atender a todos. O projeto foi elaborado para atender as diversas necessidades dos grupos envolvidos, e embora existam muitas demandas diferentes, a Secult está buscando alinhar tudo para atender a todos. Já foram realizadas diversas reuniões com os grupos e entidades envolvidas, mas não houve consenso. Portanto, pode haver ajustes no projeto com base nesse diálogo contínuo", pondera.

Integrantes das Cavalhadas: Célio Antônio Pompeu de Pina, o Bala; Adail Luiz Cardoso, rei cristão; Roberto Jayme Neto, cavaleiro cristão; Eustáquio Figueiredo, imperador de 2025, e Ronaldo Félix ( Diomício Gomes / O Popular)

Integrantes das Cavalhadas: Célio Antônio Pompeu de Pina, o Bala; Adail Luiz Cardoso, rei cristão; Roberto Jayme Neto, cavaleiro cristão; Eustáquio Figueiredo, imperador de 2025, e Ronaldo Félix ( Diomício Gomes / O Popular)

População discorda de pontos do projeto inicial

O projeto da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Secult) para o novo Cavalhódromo não tem agradado quem promove as Cavalhadas de Pirenópolis nem tampouco a Associação Atlética Pirenopolina, que usa o espaço para campeonatos esportivos e escola de futebol infantil. Para eles, a nova estrutura não teria funcionalidade para a promoção de ambas as atividades realizadas, que também promove eventos culturais e artísticos, a exemplo do PiriBier.

"O novo projeto não condiz com a realidade das Cavalhadas e do futebol. Deveriam apresentar um novo, uma alternativa. Está em discussão, mas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não autorizou. Não é viável para nossa tradição e nossa cultura. Precisa de espaço para arquibancada, camarote de rádio, para a população", diz o presidente do Instituto das Cavalhadas, Roberto Jayme Neto. E logo antes, ele mencionou a demora do Estado em dar início à intervenção.

Na direção da Associação Atlética Pirenopolina, Célio Antônio Pompeu de Pina, o Bala, não quis falar muito sobre o projeto, mas demonstrou insatisfação. Ele explica que o local que hoje abriga a arena foi cedido ao Estado com usufruto da associação, mas há quatro anos não tem conseguido mais realizar atividades no espaço. Segundo ele, o novo projeto também não tem as medidas necessárias para um campo de futebol com partidas oficiais. E ele partilha, junto aos demais, o medo do espaço não ser reconstruído.

Para o ex-secretário municipal de Cultura de Pirenópolis Roberto Félix a redução no tamanho do campo também prejudica a movimentação dos participantes da festividade. "O projeto está sendo feito por quem não vive aqui, não atende às Cavalhadas. Precisa de circulação, não é uma festa de se sentar na arquibancada", pontua. Para ele, é necessário ainda se adaptar à nova realidade, haja vista que a comunidade, por vezes, mantém uma memória tradicional de quando se era construído os camarotes com madeira e palha. "A população ainda tem um sentimento pelo formato de antes, mas há dificuldade hoje para ter autorização dos órgãos e do Corpo de Bombeiros."

É o caso de Célia Fátima de Pina, de família tradicional no município e que tomava conta do Museu das Cavalhadas. Sua memória demonstra que viveu muito a história de Pirenópolis. "Não quero que gastem milhões construindo nada, não, achei foi bom demolir. O pirenopolino não quer isso. A gente gostava era de cada família construir seu camarote de madeira e de palha e de pano de chitão (tecido estampados com cores vibrantes)", comenta. Ela, contudo, assim como os demais, não enxergou motivos para a demolição das torres.

Até o momento, apenas a Torre Moura foi abaixo, mas a previsão é que a Torre Cristã seja removida na próxima semana. O momento da queda, contudo, foi de comoção para a população local, mesmo ciente de que seria feito. "É um símbolo das Cavalhadas. Deu um sentimento de dor", resume Roberto Félix. O imperador de 2025, Eustáquio Figueiredo, diz que tentaram negociar a demolição das torres, mas não foi possível devido "à demanda e licitação". O processo de remoção das estruturas, contudo, é visto com bons olhos por ele, que deseja que a arena esteja limpa até junho, quando é realizado o evento. "Estamos até agradecidos para que ocorra (a conclusão do serviço) em tempo hábil para as Cavalhadas. E temos um projeto que será mostrado em tempo oportuno", garante.

Já o rei cristão Adail Luiz Cardoso cita que visualmente não era observada necessidade para retirada das torres. "A olho nu, não precisava. Mas a melhor coisa agora é limpar tudo. Começaram a mexer, então é importante que esteja limpo (até a festa)", pontua, ao relatar que a expectativa, e a informação repassada a eles, é de que as Cavalhadas sejam realizadas no Cavalhódromo neste ano. "Lá no outro local é longe, perigoso, difícil de chegar lá", conta, tendo a posição concordada por todos.

Conforme a Secult, em nota, a demolição de ambas as torres foi necessária, pois, embora "estivessem passíveis de restauro, a passarela, a escada e a arquibancada estavam comprometidas". Essas já haviam sido removidas em 2023. "Assim, para garantir a segurança estrutural e permitir uma integração adequada com a nova construção, optou-se pela remoção de tudo. Além disso, as novas torres deverão conversar com a arquitetura local", conclui a pasta.

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Camelôs têm até 30 de março para deixar as ruas da região da 44, confirma prefeitura

Proposta do município é que vendedores ambulantes sejam realocados para lojas vazias em galerias e na Feira Hippie. Associação deles denúncia que empreendimentos estão desocupados por falta de movimento

Sandro Mabel estabeleceu prazo até o dia 30 de março para a retirada dos ambulantes da Região da 44

Sandro Mabel estabeleceu prazo até o dia 30 de março para a retirada dos ambulantes da Região da 44 (Wildes Barbosa / O Popular)

Os camelôs têm até o próximo dia 30 para deixar as ruas da região da 44, confirmou a Prefeitura de Goiânia, nesta quarta-feira (26). A proposta é que os vendedores ambulantes cadastrados sejam redirecionados para as galerias e também reorganizados na Feira Hippie. No caso das galerias, o pagamento do aluguel seria custeado pelo município.

No entanto, essas propostas são rejeitadas pela categoria. No aluguel social, o plano da prefeitura é levar os camelôs para os espaços vazios nos empreendimentos comerciais da região, a partir de isenção progressiva no valor do aluguel. Porém, eles devem custear a taxa de condomínio às galerias e shoppings centers.

À reportagem, a presidente da Associação dos Camelôs, Ana Paula de Oliveira, contou, nesta quarta, que a categoria está negociando com a prefeitura para a regularização deles na rua.

Em relação às salas nas galerias, Ana Paula de Oliveira comenta que "muitos lojistas estão entregando as lojas" por baixo movimento de pessoas nesses locais.

Eles reclamam, mas não somos nós que estamos atrapalhando o movimento dos lojistas. É pelo contrário, a gente traz clientes para eles [lojistas]", salienta a presidente da associação.

Ela chega a ressaltar que há disposição para pagamento de taxas à prefeitura, desde que eles continuem na região. Oliveira denuncia que a proposta é levar os vendedores para uma "parte" sem movimento de clientes da Feira Hippie.

Porque não é justo falar que chegar dia 30 para tirar os camelôs e tirá-los. Porque aqui somos pais e mães de famílias que dependem daqui para tirarmos os sustentos para nossas casas", defendeu Oliveira.

A presidente prevê que "acabar" com os camelôs afetará toda uma cadeia de produção. "Falam que a gente não paga imposto. A gente paga imposto, sim. Porque nós fazemos circular o dinheiro aqui mesmo em Goiânia. Nós somos os fabricantes, compramos em Campinas. Se chegar e falar que vai tirar 'camelô', não acabou só para nós", salienta Oliveira.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura nesta quarta, mas a assessoria de imprensa informou que não haverá manifestação sobre o assunto, por enquanto. A avaliação é que as discussões com os camelôs continuem e, apesar da confirmação do prazo limite de retirada deles da Rua 44, a administração ainda tenta "uma definição" negociável.

Câmara Municipal

A persistência do impasse na retirada dos vendedores ambulantes motivou a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal de Goiânia, por iniciativa do vereador Heyler Leão (PP). O encontro contou com a participação de representantes da Associação dos Camelôs, da Prefeitura, da Guarda Civil Metropolitana, da Polícia Militar e de centenas de comerciantes de rua.

Ao final da audiência, foi determinada a criação de uma comissão temporária, para estudar e propor soluções para a realocação dos vendedores ambulantes da região da 44.

O membro da Secretaria de Gestão de Negócios e Parcerias da Prefeitura, Flávio Rassi, em entrevista à rádio CBN, ressaltou que a permanência dos camelôs pelas ruas da região da 44 representa uma concorrência desleal com os demais comerciantes. Além disso, segundo ele, a retirada deles faz cumprir a legislação municipal.

Eles estão de forma irregular, porque eles estão em desconformidade com o Código de Posturas do município de Goiânia. Então, eles estão concorrendo com os lojistas que estão lá", comparou Rassi.

Para evitar isso, ele destaca que há duas maneiras. "Ou as pessoas estão nas feiras, seja Feira Hippie, Feira da Madrugada, ou qualquer outra feira, ou estão nas lojas. Então, o que a prefeitura propôs, é que as pessoas se adequem a uma dessas duas realidades", disse o auxiliar do prefeito Sandro Mabel (UB).

Mas como o Prefeito não quer prejudicar quem estiver trabalhando, vamos oferecer lugar nas feiras e nas lojas para todos", acrescentou Rassi, em entrevista ao POPULAR.

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Demolição de igreja onde teto desabou durante instalação de placas solares é autorizada

Investigação revelou falhas no laudo de segurança estrutural apresentado à igreja e à empresa responsável pela obra. A demolição deverá ocorrer ainda nesta semana

Modificado em 25/03/2025, 19:25

Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou

Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou (Wildes Barbosa / O Popular)

A demolição da Igreja Videira, localizada no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia, foi autorizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) após o desabamento do teto enquanto trabalhadores instalavam placas solares. A administração da igreja informou que a demolição ocorrerá ainda nesta semana. Em entrevista à TV Anhanguera, o gerente de fiscalização do Crea, Jeorge Frances, explicou que a investigação revelou falhas no laudo de segurança estrutural apresentado à igreja e à empresa responsável pela obra.

Não foram realizadas as vistorias adequadas para identificar a tipologia correta da estrutura. O laudo foi baseado apenas em cálculos, mas faltou a vistoria presencial. Em uma obra com mais de 30 anos, não basta apenas realizar cálculos; é essencial inspecionar e verificar a integridade das peças estruturais. Até o momento, a igreja está sendo analisada como uma vítima do processo. Ela não é alvo da fiscalização, mas sim os profissionais envolvidos", afirmou Jeorge Frances.

Como os nomes dos profissionais envolvidos não foram divulgados, o DAQUI não conseguiu localizar a defesa deles para posicionamento até a última atualização desta matéria.

O desabamento ocorreu em 19 de março. No momento da queda, a igreja, que recebe cerca de 3 mil pessoas aos domingos, estava vazia, com apenas seis funcionários presentes. Um deles precisou ser hospitalizado devido ao acidente.

A Defesa Civil já havia recomendado a demolição do prédio, e agora o Crea também autorizou a ação. À TV Anhanguera , o conselho informou que a demolição será supervisionada em conjunto com o Corpo de Bombeiros, pois o telhado é composto por amianto, o que pode liberar partículas tóxicas caso se espalhem pela vizinhança.

Desabamento em igreja

O alerta do desabamento parcial do telhado da Igreja Videira foi feito por um trabalhador de uma oficina mecânica localizada em frente ao templo. Ao ver o acidente, o homem acionou o Corpo de Bombeiros.

Matheus Oliveira, de 27 anos, relatou que operários vinham instalando as placas no telhado havia cerca de uma semana. Mas, por volta das 10h30, de quarta, a estrutura cedeu e surpreendeu quem estava por perto.

Um barulho muito alto e muita poeira", descreveu a testemunha, depois que ele e colegas se assustaram com o incidente.

Além dos bombeiros e da Defesa Civil de Goiânia, esteve no local representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO).

O capitão do CBM, Guilherme Lisita, disse que os trabalhadores informaram que mais de 70 placas já haviam sido instaladas antes do desabamento. A estimativa é que cada uma delas pesa aproximadamente 30 quilos, o que representou um acréscimo de mais de duas toneladas à estrutura do edifício.

O gerente de fiscalização do Crea-GO, Jeorge Frances, ressaltou que, além das questões administrativas relacionadas à área elétrica, a instalação de placas solares envolve diversos aspectos da engenharia. Conforme ele, o primeiro passo é calcular a capacidade de geração de energia no local.

Frances frisou que a demanda de carga determina tanto a quantidade quanto o tipo de placas a serem utilizadas, sendo que cada modelo possui um peso específico. Esse fator também influencia a maneira como as placas serão distribuídas e fixadas na estrutura.

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Marginal: Acesso deve ficar pronto esta semana

Obra que muda trecho próximo a córrego deve ser finalizada nesta quarta-feira (26), a depender de condições meteorológicas

Av. Castelo Branco perde mais um trecho de canteiro central, desta vez para dar acesso à Marginal Cascavel

Av. Castelo Branco perde mais um trecho de canteiro central, desta vez para dar acesso à Marginal Cascavel (Wildes Barbosa / O Popular)

Os motoristas que trafegam na Avenida Castelo Branco no sentido Praça Walter Santos para o Terminal Padre Pelágio devem poder acessar a Marginal Cascavel ainda nesta semana. A faixa adicional, com a retirada do canteiro central, começou a ser implantada ainda no sábado (22) e a previsão é que as obras sejam finalizadas em uma semana. No entanto, há a expectativa de que o serviço fique pronto já na quarta-feira (26), a depender do período chuvoso. Com a obra, que é a implantação do chamado taper, o motorista vai conseguir fazer a conversão à esquerda e acessar a via marginal. Porém, esse acesso será semaforizado. Os veículos que quiserem seguir pela Avenida Castelo Branco terão o trânsito livre.

O acesso está sendo construído na faixa mais à esquerda da via, em um trecho logo abaixo da ponte sobre o Córrego Cascavel e é semelhante ao que se tem atualmente na Avenida 85 com a Avenida Mutirão, mas com um menor número de faixas. A medida faz parte de um pacote de alterações na Avenida Castelo Branco com a ideia de dar maior fluidez aos veículos automotores. A previsão é que todas as mudanças sejam finalizadas no final deste mês. Conforme explicou a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) na última semana, "um estudo realizado na via revelou que, entre 6h e 20h, cerca de 45 mil veículos equivalentes trafegam na região próxima à Marginal Cascavel, evidenciando a necessidade de intervenções para otimizar a mobilidade".

O movimento de acesso à Marginal Cascavel vai também substituir a conversão à esquerda que passará a ser proibida no cruzamento com a Rua Jaraguá, no Setor Campinas. Ou seja, o condutor que quiser acessar a rua, onde fica a sede da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), por exemplo, poderá fazer via o novo acesso que está sendo feito. Quem estiver na Rua Jaraguá e quiser ter acesso à avenida, terá de fazer o looping de quadra, utilizando a Avenida Mato Grosso e a Rua Quintino Bocaiúva, conforme explicado pela reportagem na última semana. Outra medida a ser feita na Avenida Castelo Branco é a criação de uma terceira faixa no trecho que vai da Praça do Cigano, no Setor Oeste, até a Praça Walter Santos, no Setor Coimbra, sendo de um quilômetro.

Na semana passada, o trabalho foi realizado entre a Praça Ciro Lisita e a Praça Walter Santos, que corresponde a 400 metros. Não havia a informação de que o mesmo seria feito no trecho anterior de quem vai no sentido Avenida 85 a Praça Walter Santos, que é de 600 metros. Ambos eram as únicas extensões da Avenida Castelo Branco que tinham duas pistas para os veículos e passarão a ter três com a retirada do canteiro central e redimensionamento das faixas. Para tal, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) está executando o serviço projetado pela SET, e retirou, praticamente, todo o canteiro central, deixando apenas o espaço do tronco das palmeiras.

Ressalta-se, porém, que as faixas da direita dos dois lados da avenida serão destinadas a um corredor preferencial de ônibus e motocicletas, tal qual ocorre nos demais corredores que antes eram destinados apenas ao transporte coletivo, como das avenidas 85, T-63, Universitária e T-7. Com isso, haverá duas faixas (a central e a da direita) destinada aos demais veículos particulares. O estacionamento ao longo de todo o trecho do corredor Castelo Branco/Mutirão será proibido, dando espaço à via preferencial, assim como a instalação de caçambas e demais equipamentos que dificultam a fluidez. Porém, por se tratar de uma via comercial, a SET avalia "a possibilidade de autorização para carga e descarga por um período do dia, entre 9h e 15h".

"O corredor da Avenida Castelo Branco está passando por uma série de melhorias para otimizar o fluxo de tráfego. Entre as ações em andamento, estão a abertura da terceira faixa, a remoção do semáforo de três tempos com a construção de um novo acesso para conversão à esquerda na Marginal Cascavel e a modernização do parque semafórico", resume a SET. A secretaria informa ainda que, com essa modernização, "será possível implementar a gestão inteligente dos semáforos, garantindo a sincronização dos corredores e a criação da onda verde, reduzindo o tempo de deslocamento dos motoristas".

A SET estima ainda que todas essas melhorias serão entregues de forma integral dentro do prazo previsto de 100 dias, sendo que a sincronização estará presente em todo o corredor, contemplando a Avenida Mutirão, desde o cruzamento com a Avenida 85, até o final da Avenida Castelo Branco, no cruzamento com o viaduto da GO-070. "Estima-se que, com a implementação da sincronização semafórica, conhecida como 'onda verde', os motoristas e motociclistas terão uma redução de aproximadamente 30% no tempo de percurso ao longo do corredor Castelo Branco/Mutirão", informa a secretaria.

A pasta explica que essa estimativa baseia-se em estudos nacionais que apontam ganhos semelhantes com a adoção dessa tecnologia. "A sincronização dos semáforos diminui o tempo de espera nos cruzamentos, melhora a fluidez do tráfego e reduz os congestionamentos, permitindo deslocamentos mais rápidos e eficientes." As medidas, por outro lado, têm recebido críticas pela maior parte dos urbanistas e engenheiros de tráfego por não considerarem todo o sistema de mobilidade da cidade, como a falta de espaço seguro para ciclistas e, especialmente, pedestres, já que a tendência é aumentar a velocidade dos demais veículos, dificultando as travessias.

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