Geral

Exame para confirmar zika passa a ser coberto por planos de saúde

Agora é obrigatório.

Folhapress

Modificado em 29/09/2024, 00:40

Exame para confirmar zika passa a ser coberto por planos de saúde

(Divulgação)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tornou obrigatória a cobertura de testes pelos planos de saúde na detecção de anticorpos do vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

A medida, publicada no "Diário Oficial" da União nesta segunda (6), determina a inclusão de três tipos de testes de zika no rol de procedimentos e eventos em saúde: PCR, IgM (imunoglobina M) e IgG (imunoglobina G), e entrar em vigor a partir do dia 6 de julho.

O método conhecido como PCR, que verifica o genoma do vírus, só é eficaz durante o quadro agudo da infecção -ou seja, quando a pessoa apresenta sintomas da doença.

Os outros dois testes, que foram aprovados pela agência em fevereiro deste ano, conseguem detectar a presença, por meio de métodos de imunoflorescência, de dois tipos de anticorpos, o IgG e IgM, para três doenças: dengue, chikungunya e zika. O primeiro, IgG, indica se houve uma infecção mais antiga pelo vírus. Já o IgM é produzido na fase aguda da doença.

Geral

Hemu promove mutirão para oferecer exames de ecocardiograma fetal em gestantes

No Dia F da atenção à saúde cardiovascular, unidade do Governo de Goiás vai realizar 150 ecofetais, no dia 10 de maio, para que recém-nascidos tenham início de vida mais saudável

Modificado em 17/09/2024, 16:13

Hemu promove mutirão para oferecer exames de ecocardiograma fetal em gestantes

(Divulgação)

O Hospital Estadual da Mulher Dr. Jurandir do Nascimento (Hemu), promove na sexta-feira, 10 de maio, um mutirão para realizar exames de ecocardiograma fetal. Intitulado Dia F da atenção à saúde cardiovascular do feto, o evento da unidade do Governo de Goiás prevê a oferta 150 vagas para gestantes de alto risco a partir de 23 semanas de gravidez, que serão realizadas das 8h às 18h.

Rápido, indolor e seguro para a saúde da mãe e do feto, o ecocardiograma fetal permite fazer a detecção precoce de diversas condições durante a gestação. Por meio de imagem, o ecofetal fornece informações detalhadas sobre o desenvolvimento do feto, especialmente em relação ao coração, ao apresentar válvulas cardíacas e músculos do bebê, permitindo ao profissional avaliar o estado de saúde do coração em seus estágios iniciais de formação, identificando, por exemplo aspectos como a movimentação e o fluxo sanguíneo, que são dados valiosos para a análise do desenvolvimento fetal.

Cardiologista pediatra do Hemu, Mayra Barreto explica que o exame permite aos médicos avaliarem a anatomia do coração do bebê, o ritmo e a frequência dos batimentos cardíacos. Dessa forma, é possível identificar precocemente cardiopatias congênitas, anomalias e malformações cardíacas -- segundo o Ministério da Saúde, cerca de 29 mil crianças nascem com cardiopatia congênita por ano no Brasil. Dessas, cerca de 23 mil precisarão de cirurgia para tratar o problema.

"O objetivo principal é realizar um diagnóstico precoce, possibilitando uma melhor condução do acompanhamento da gestação, possibilitando que a equipe médica planeje e prepare o parto de forma adequada, garantindo a melhor assistência possível tanto para a mãe quanto para o bebê", a diretora técnica do Hemu, Cristiane Carvalho.

Para atender à demanda no dia do mutirão -- realizado em parceria com as Sociedades Goiana de Pediatria e Brasileira de Cardiologia e empresas privadas --, o Hemu vai colocar quatro salas e oito cardiologistas pediatras à disposição das pacientes. As gestantes interessadas em realizar o exame podem se inscrever pelo número (62) 3956-2939.

Geral

Casos de zika já são metade dos registrados em todo 2023

Notificações já somam 59 no estado, o que representa 46,8% do total verificado em 2023. Preocupação para gestantes aumenta e especialistas recomendam uso de repelente

Modificado em 17/09/2024, 15:42

Pedro com a mãe, Eliane: garoto desenvolveu microcefalia após ela ter zika

Pedro com a mãe, Eliane: garoto desenvolveu microcefalia após ela ter zika (Wildes Barbosa)

Nas primeiras quatro semanas deste ano Goiás contabilizou 59 casos confirmados de zika. O número já representa 46,8% de todos os registros do tipo em 2023, quando o estado teve 126 apontamentos, a maioria deles no fim do ano. Ao todo, já são 120 casos notificados em 2024. Considerando as quatro primeiras semanas deste ano com o mesmo período de 2023, houve um crescimento de 380% das notificações. A doença representa um risco para as gestantes, já que os bebês de mulheres infectadas podem desenvolver microcefalia.

Os casos registrados até agora se concentram em Águas Lindas de Goiás, na região do Entorno do Distrito Federal (confira quadro). Todos os quatro casos de gestantes com zika em Goiás estão no município. Duas delas têm 35 anos e as demais 20 e 44 anos. Elas estão no primeiro e no terceiro trimestre de gestação. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), os casos foram fechados por teste rápido e a pasta já entrou em contato com o município para fazer uma nova coleta e encaminhar ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-GO). É necessário fazer um novo exame, pois o teste rápido não confirma caso de zika devido à reação cruzada com dengue.

Ainda de acordo com o governo estadual, as gestantes estão sendo acompanhadas pelo município. A SES-GO destacou que todos os casos de zika estão sendo monitorados pela coordenação estadual, mas que a pasta também tem reforçado junto às secretarias municipais a importância dos registros dos casos no sistema oficial de notificação. O número de casos da zika começou a crescer no fim de 2023. Na penúltima semana do ano foram 79 casos notificados, o que representa 16,5% do total de registros.

O aumento coincide com o crescimento dos casos de dengue e chicungunha em Goiás. A infectologista Juliana Barreto, que atua no Hospital Albert Einstein Goiânia, explica que a época do ano é propícia para o aparecimento da arboviroses. "Acabamos vendo um aumento de todas, mas claro que a dengue em maior proporção", esclarece. A zika pode apresentar sintomas oculares, coceira acentuada e irritações na pele semelhantes à alergias. Já a dengue tem como um dos principais sintomas a dor muscular. No caso da chicungunha, prevalece a dor nas articulações.

A zika costuma ser benigna para a maioria das pessoas. O último óbito em Goiás foi registrado em 2022. Entretanto, a doença é um risco para as gestantes, especialmente para aquelas no primeiro trimestre de gestação. "A fase em que está sendo formado o sistema nervoso do bebê. A zika tem um 'imã' para essas células que ainda estão em formação e impede o desenvolvimento delas", explica Thais Alarcon, infectologista da Maternidade Dona Íris. Na prática, isso significa que as grávidas podem passar a zika para os bebês, o que pode comprometer o desenvolvimento do cérebro deles. A gravidade do comprometimento vai depender de uma combinação de virulência e idade gestacional.

No caso das quatro gestantes de Águas Lindas, a SES-GO comunicou que assim que os bebês nascerem, os casos irão passar pela avaliação do comitê de investigação de casos e óbitos por Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) e as crianças serão acompanhadas de acordo com o fluxo de atendimento pelos municípios e se necessário avaliação estadual.

Em 2016, o número de casos de zika explodiu em todo o Brasil. Somente em Goiás, foram 8 mil casos confirmados. Um deles foi o de Eliane Alves, de 44 anos. No segundo semestre daquele ano ela estava grávida de Pedro, que hoje tem 6 anos, quando teve o diagnóstico de zika. "Com aquele tanto de casos, eu morria de medo de pegar. Usava repelente. Porém, ainda assim aconteceu", conta a morada de Goiânia.

Pedro nasceu em 2017, depois de uma gestação complicada por uma pré-eclâmpsia, o que levou a um parto prematuro. "Mesmo assim, ele saiu do hospital bem. Abaixo do peso, mas bem", diz. Quando Pedro tinha por volta de sete meses de vida, Eliane começou a perceber que o desenvolvimento dele não estava de acordo com o esperado. Então, veio o diagnóstico da SCZ.

Atualmente, a criança faz acompanhamento no Centro Estadual De Reabilitação e Readaptação. O maior acometimento de Pedro foi motor. Ele não anda, mas consegue movimentar os braços e adora conversar. "Agora ele está na escola", orgulha-se a mãe. Eliane deixou de trabalhar para se dedicar integralmente aos cuidados do filho. "É difícil, porque fazemos tudo de ônibus. Porém, não me arrependo. Vivo 100% para ele", finaliza.

Grávidas devem usar repelente

O uso do repelente é a forma mais eficaz das gestantes se protegerem do mosquito Aedes aegypti, que transmite a zika. "É a prevenção possível", destaca Juliana Barreto, infectologista que atua no Hospital Albert Einstein Goiânia. Atualmente, não existe vacina contra a zika, nem nenhum tipo de medicação que evite que uma gestante passe o vírus para o bebê. "O que conseguimos é tratar os sintomas, como febre e dor no corpo. Entretanto, não existem medidas específicas", esclarece a especialista.

A infectologista da Maternidade Dona Íris, Thais Alarcon, também recomenda que as gestantes usem repelente e ainda alerta que aquelas que forem infectadas precisam dar seguimento em um pré-natal de alto risco. Juliana detalha que os bebês de mulheres infectadas precisam ter o desenvolvimento e acompanhamento por meio de ultrassom durante toda a gestação.

Geral

Prefeitura de Goiânia lança Corujão de Ultrassonografia

O objetivo do programa é zerar em quatro meses a fila de espera de 120 mil pacientes que aguardam por um exame

Modificado em 19/09/2024, 01:23

O secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, e o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, lançaram nesta terça-feira (7) o programa Corujão de Ultrassonografia

O secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, e o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, lançaram nesta terça-feira (7) o programa Corujão de Ultrassonografia (Diomício Gomes)

Lançado nesta terça-feira (7) pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, o programa Corujão de Ultrassonografia pretende reduzir a fila de 120 mil pacientes que aguardam para fazer os exames. A iniciativa, apresentada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) vai envolver 12 clinicas da rede privada que vão atender usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em horários alternativos. A SMS prometeu entrar em contato de imediato com os pacientes para fazer o agendamento.

"Com esse trabalho sério, a expectativa é zerar, dentro de quatro meses, a fila de espera por ultrassonografias", disse o prefeito na cerimônia de lançamento. Pelo programa Corujão de Ultrassonografia, de acordo com a SMS, serão oferecidos diversos tipos de exames, como do abdômen, sistema urinário, próstata, pélvis e da tireoide. O atendimento será escalonado com base no tempo de espera. Serão priorizados os pedidos com espera superior a 180 dias e os pacientes terão acesso a consulta em telemedicina. Caso haja necessidade, os exames serão agendados e realizados pelos prestadores do Corujão. Nos pedidos com até 60 dias, o fluxo segue procedimento padrão da SMS.

O titular da SMS de Goiânia, o médico Wilson Pollara explicou que a iniciativa foi inspirada em experiências que tiveram êxito na rede pública de São Paulo, onde ele também atuou como secretário. "Existem clínicas que a partir das 15 horas já não têm movimento e nesses horários alternativos elas atenderão os pacientes da rede pública, durante sete dias da semana", disse. A grande fila de espera foi formada a partir do início da pandemia da Covid-19, em 2020, quando os serviços de saúde foram suspensos em razão das medidas sanitárias de isolamento.

Além das 12 clínicas já definidas, a SMS está buscando parceria com outros prestadores.

"Quando entenderem a magnitude do programa, vão querer participar. Inclusive, muitos já se mostraram interessados, como é o caso do Hospital Albert Einstein", afirmou Wilson Pollara.

Na primeira fase, que começa de imediato, a SMS vai entrar em contato com os pacientes e haverá a publicação de edital de chamamento para os prestadores. Na segunda etapa, serão realizadas as ultrassonografias.

Cronograma de atendimento

  • Pedidos com até 60 dias: prestadores atuais, agendamento normal.
  • Pedidos com espera entre 61 e 180 dias: pacientes serão contactados para saber se ainda aguardam para fazer o exame.
  • Pedidos com espera superior a 180 dias: pacientes passarão por consulta em telemedicina com equipe médica do Idetech e, caso ainda haja necessidade, o exame será agendado e realizado pelos prestadores do Corujão de Ultrassonografia.
  • Geral

    Teste genético ajuda a prevenir câncer de mama em Goiás

    Exame será oferecido pelo SUS e realizado na UFG. Mulheres poderão ser diagnosticadas precocemente e acompanhadas pelo serviço de saúde

    Modificado em 19/09/2024, 01:20

    Teste genético ajuda a prevenir câncer de mama em Goiás

    O oferecimento do teste genético BCRA 1 e BCRA 2 para câncer de mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Goiás, permitirá que várias mulheres sejam diagnosticadas precocemente e possam ser acompanhadas pelo serviço de saúde. Trata-se de um exame de sangue com o intuito de identificar a predisposição para a doença.

    A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que 3,9 mil novos casos da doença sejam registrados no estado em 2024 e 2025. Somente neste ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), foram 730 registros confirmados até julho. Entre 2020 e 2022, foram 5,3 mil.

    O teste compõe o projeto Goiás Todo Rosa, lançado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) na última quinta-feira (19). Ele será viabilizado por meio de um trabalho da SES-GO em conjunto com o Centro de Genética Humana da Universidade Federal de Goiás (UFG), que será responsável pela realização dos exames. O câncer de mama é a primeira causa de morte pela doença em mulheres no Brasil. Em Goiás, 1,9 mil mulheres perderam a vida para a enfermidade entre 2020 e 2023.

    A lei estadual nº 20.707, de janeiro de 2020, garantiu a realização do teste genético pelo SUS. Segundo a legislação, o exame precisa ser requisitado por um médico geneticista, mastologista ou oncologista e a paciente terá de apresentar laudo que comprove histórico pessoal de câncer de mama ainda jovem ou laudo que comprove histórico familiar de câncer de mama.

    A mastologista Rosemar Macedo Sousa Rahal, responsável pela construção do projeto, explica que em 10% dos casos de câncer de mama as mulheres desenvolvem a doença em decorrência de uma predisposição. "É como se elas já nascessem com uma marca", diz. O diagnóstico dessas mutações acontece por meio do teste genético. "Dependendo do tipo de mutação, a chance é de até 80% da mulher desenvolver o câncer."

    O diagnóstico afeta diretamente dois cenários. Primeiro, o de uma paciente que já tem câncer e descobre a mutação. "A forma de tratamento é diferente", destaca Rosemar. O segundo cenário é de uma mulher que não tem câncer e descobre possuir a mutação. "Ela fará um acompanhamento muito mais próximo, com exames e consultas com mastologistas mais frequentes, podendo até haver a indicação de uma cirurgia profilática", esclarece a mastologista.

    A realização do exame depende da vontade do paciente, que é encaminhada para o Centro de Genética Humana e passa por uma triagem, chamada de aconselhamento genético pré-teste. O exame ocorre por meio da coleta de sangue. O movimento inicial para a chegada do exame ao SUS nasceu em 2018, por meio de uma pesquisa da UFG que fez a avaliação e identificação dos genes associados ao câncer hereditário em pacientes do SUS. "Com a estruturação do Centro de Genética Humana e da lei estadual, tudo se encaminhou. Sempre buscamos uma forma de devolver para a comunidade o que produzimos na universidade", explica Elisângela Lacerda, professora e pesquisadora do Centro de Genética Humana.

    Goiás Todo Rosa

    O projeto Goiás Sempre Rosa é realizado em quatro frentes, que serão desenvolvidas de forma concomitante. A primeira é justamente a capacitação de profissionais da Atenção Primária, como médicos, enfermeiros e agentes de saúde. "Se eles não têm a formação adequada, é possível que uma paciente chegue com uma alteração e ela não seja diagnosticada", diz Rosemar. A segunda frente é a ampliação da rede de biópsia mamária. "Ainda é um gargalo no Brasil", destaca a responsável pela construção do projeto.

    A terceira frente é dar mais agilidade para o fluxo de atendimento das pacientes entre as redes de atenção básica e especializada. "Construir o que chamamos de 'linha rosa'. A celeridade do tratamento está diretamente ligada às melhores chances de recuperação da doença", pontua Rosemar. A quarta frente é justamente o acesso das pacientes ao teste genético.

    O Goiás Todo Rosa está sendo iniciado nas Regionais de Saúde Sudoeste 1 e 2, que abrange 28 municípios com mais de 500 mil pessoas. Numa primeira etapa, serão capacitados mais de 1,1 mil profissionais da Atenção Primária para a coleta das amostras nas pacientes. A médio e longo prazo, o intuito da SES-GO é promover uma reestruturação na rede de policlínicas do estado. "O foco é na prevenção e melhoria do diagnóstico. Queremos que, aos poucos, elas (policlínicas) virem centros de diagnóstico de câncer", finaliza Sérgio Vencio, secretário estadual de Saúde.