
Valdinéia Satil Camargo Buiarski, de 23 anos e Rosiane da Paixão Satil Camargo (Arquivo Pessoal/Rosiane da Paixão)
Uma jovem grávida de gêmeas siamesas está fazendo acompanhamento no Hospital Estadual da Mulher (Hemu) em Goiânia. Valdinéia Satil Camargo Buiarski,de 23 anos, veio acompanhada da mãe Rosiane da Paixão Satil Camargo de Buritis, em Rondônia, até a capital goiana em busca de tratamento. O médico Zacharias Calil, referência na área e que acompanhará a família com sua equipe, classificou o caso como extremamente complexo.
Ela vai passar primeiro com a equipe de obstetrícia, é o primeiro passo. Ela está com sete meses de gestação, são gêmeas siamesas, caso extremamente complexo e ela optou por vir para cá por causa da nossa referência. Ela está aguardando e fazendo exames com programação de dar à luz aqui para avaliarmos as crianças", informou o médico Zacharias Calil.
Rosiane encontrou menções sobre o médico pelas redes sociais. "Descobri o trabalho do doutor Zacharias Calil através de pesquisa sobre o caso no TikTok e Kwai foi aí que encontrei mãezinhas que já tiveram filhas siamesas e ele fez a cirurgia. Então conversei com essas mães e elas me passaram o contato da secretaria dele", informou a avó das gêmeas.
O plano se concretizou. Segundo Rosiane da Paixão, as duas chegaram em Goiânia na última terça-feira (14) e estão acolhidas na casa de apoio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Neste período Valdinéia Satil e as gêmeas Nathaly e Rhadassa passarão pelo acompanhamento médico e ficarão em Goiânia até as crianças nascerem para poder fazer a cirurgia de separação.
Ainda na espera, a família tem previsão que no dia 29 de janeiro seja realizado um ultrassom e há uma possibilidade de marcar a data do parto. Conforme o médico, o ideal é que chegue a 37 semanas. No entanto, ele informa que casos como este normalmente entram em trabalho de parto prematuro. O médico informa haver possibilidade de nascer, caso siga o cronograma normal, que as crianças nasçam no final de fevereiro.
A equipe médica se prepara para atender Valdinéia Satil e as gêmeas com uma grande equipe. "Elas estão unidas do tórax até a bacia. Na hora de fazer o parto cerca de doze pessoas. O parto normal é geralmente o médico e um auxiliar", informou Zacharias Calil.
Nós já atendemos vários casos, essa classificação de gêmeas siamesas é a mais grave delas, só perde para os que são unidos pela cabeça", informou o médico.

Valdinéia Satil Camargo Buiarski, será mãe das gêmeas Nathaly e Rhadassa (Arquivo Pessoal/Rosiane da Paixão)
Apesar da complexidade do caso, Roseane da Paixão informou que está lidando com a situação com gratidão devido a todas as dificuldades para percorrer um estado para o outro e encontrar tratamento em Goiânia. Além dos desafios financeiros que já enfrentam e os que podem vir pela frente.
Eu quero agradecer primeiramente. Sempre agradeço a Deus porque sem ele não somos nada. Em segundo, agradeço as pessoas que estão orando por nós e que estão contribuindo. A gente não sabia se iria ficar na casa de apoio (OVG) e conseguimos. Graças a Deus fomos muito bem recebidas, são pessoas excelentes", agradeceu Rosiane da Paixão.
Além da gratidão, a família também conta com uma realidade de instabilidade devido aos recursos financeiros que precisa para arcar com a estádia em Goiânia e com o futuro enxoval das crianças.
Depois que as nenês nascerem vamos ter um custo maior porque vai precisar de completar o enxoval das bebês que não trouxemos e o enxoval completo, até porque a gente não podia trazer muita coisa e pelo jeito que elas estão. Então os gastos pessoais comigo e com a minha filha. Tem pessoas nos ajudando, contribuindo, tem o esposo dela que vai precisar vir quando as nenês nascerem, ele ficou lá no trabalho dele, mas ele vai precisar vir. Então tudo tem gasto".
Para conseguir lidar com todos os percalços, Rosiane concluiu a situação. "É uma coisa que a gente fica assim: nossa, estou mesmo passando por isso? Estou suportando isso mesmo? Mas só com ajuda de Deus mesmo para gente conseguir passar e com o apoio das pessoas", informou a mãe de Valdinéia.