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Gêmeos nascidos durante pandemia recebem nomes de Corona e Covid

Casal da Índia queria que os nomes fossem “memoráveis e únicos”

Modificado em 24/09/2024, 05:01

Gêmeos nascidos durante pandemia recebem nomes de Corona e Covid

(Pixabay)

O casal de indianos Preeti Verma e Vinay Verma escolheu nomes incomuns para os filhos recém-nascidos: Corona e Covid. Os gêmeos, respectivamente uma menina e um menino, nasceram no dia 27 de março, e foram batizados com referências à pandemia do novo coronavírus, que também atinge a Índia.

"O parto ocorreu após diversas dificuldades e, por isso, eu e meu marido queríamos tornar o dia inesquecível", disse Preeti em uma matéria do jornal britânico Metro, que contou com informações da agência de notícias indiana Press Trust of India. Preeti explicou que o casal teve que chamar uma ambulância especial, que foi parada diversas vezes no trajeto até o hospital devido à proibição de circulação de veículos no país.

Em uma matéria do canal Al Jazeera, com informações da agência DPA, Preeti comentou que o casal queria que os nomes fossem "memoráveis e únicos", e comentou que os dois tomaram a decisão quando os próprios funcionários do hospital chamaram os bebês de Corona, em referência ao novo coronavírus, e Covid, em referência à doença covid-19, causada pelo vírus.

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Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas

Em 26 de março de 2020, morria a primeira vítima do coronavírus em Goiás. Viúvo e filhas de Maria Lopes ainda choram a perda devido à doença que devastou centenas de milhares de famílias no Brasil

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Cinco anos depois, ainda é difícil aos familiares de Maria Lopes de Souza recordar o momento de sua partida após a infecção pelo Sars-CoV-2, que por muito tempo foi chamado de "novo coronavírus", surgido na China. A técnica de enfermagem aposentada, então com 66 anos, moradora de Luziânia, município do Entorno do Distrito Federal, foi a primeira vítima fatal da Covid-19 em Goiás. Naquele 26 de março de 2020, o Brasil já registrava 76 mortes, mas ainda havia um cenário de incertezas. No Estado, as autoridades de saúde buscavam respostas para delinear a melhor forma de atendimento à população. A perplexidade pairava Brasil afora.

A assistente social Sandra de Souza, 46, filha caçula de Maria Lopes, busca na memória os dias que antecederam a morte da mãe. "Estávamos com muito medo, as escolas tinham parado de funcionar e nós orientamos nossos pais a ficarem isolados na fazenda, sem receber ninguém." No dia 13 de março, o Decreto 9.633/2020 definiu a situação de emergência na saúde pública em Goiás e a partir daí vieram sucessivos decretos determinando isolamentos. Sandra conta que no final da primeira quinzena de março a mãe foi a uma igreja. "Acreditamos que foi o local da contaminação, porque ela não saía de casa."

O mal-estar respiratório de Maria e do marido Paulo Alves de Souza, então com 72 anos, alertou os filhos. "Pensamos em pneumonia, mas estranhamos porque ficaram doentes juntos", relata Sandra. Levaram o casal a uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde foi medicado. Como a febre de Maria não cedeu, ela se dirigiu a um hospital privado de Luziânia e o médico a encaminhou para a UPA do Jardim Ingá, por entender que a unidade pública estaria mais preparada para casos daquele vírus desconhecido. "Ela ficou na sala vermelha e lá não tinha tomografia. Minha irmã a levou para um hospital particular de Valparaíso e o exame deu sugestivo de Covid", lembra a filha.

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

"Foi aterrorizante. Cinco anos depois é difícil falar nisso. Enquanto tentávamos entender o que estava acontecendo, agarrados a qualquer fio de esperança, o que recebíamos era desinformação. Diziam que era exagero, que era só uma "gripezinha" e que o medo era infundado." Maria Lopes foi transferida para Goiânia e internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), então a unidade referência para atender infectados pelo novo coronavírus. Ela morreu na madrugada do dia 26, um dia após a internação. As autoridades de saúde anunciaram o óbito ressaltando que se tratava de uma paciente com comorbidades.

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Ao saber da morte da mulher, Paulo começou a passar mal e foi levado para a UPA do Jardim Ingá e de lá para Goiânia, tornando-se o paciente inaugural do primeiro Hospital de Campanha (HCamp) para enfrentamento da nova doença, montado em 14 dias no antigo Hospital do Servidor Público, que nunca tinha funcionado. "Era tudo novo e foi muito sofrido para a família. As pessoas evitavam contato conosco. Não passavam na calçada de nossas casas. Até parentes tinham receio. Na época, eu não conseguia falar no assunto", lembra a filha. Paulo ficou internado por seis dias. Sua alta foi muito comemorada pelos servidores, mas psicologicamente o motorista aposentado estava devastado.

"Ele se recuperou rapidinho, mas ficou depressivo. Até hoje, quando toca no assunto, chora", afirma a filha. Paulo não ficou com sequelas da Covid-19 e, aos 77 anos, continua morando na propriedade rural da família. Ele e Maria tiveram três filhos (Iara, Luis Carlos e Sandra), nove netos e dois bisnetos. "Há cinco anos, a Covid-19 mudou o mundo. Para nós, é uma mudança que tem nome, tem rosto e tem ausência. Nossa mãe é uma das vítimas dessa doença que muitos insistiram em negar. A nossa perda não foi só um número. Foi um vazio que nunca mais se preencheu. O que dói não é só a perda, mas a maneira como tudo aconteceu. Além da dor de ver quem a gente ama partir, tivemos que enfrentar o peso da negação, do descaso e da mentira."

Para enfrentar o luto, Sandra decidiu homenagear a mãe criando dois perfis em redes sociais -- @oamorquefica -- que, juntos, somam 1 milhão de seguidores. Neles, além de amor, ela fala de ausência e de resiliência. "A dor persiste, a saudade sufoca e a revolta ainda arde. Nossa mãe não foi só uma estatística, foi amor, foi história e foi vida. Ela foi tirada de nós por um vírus e por um sistema que preferiu fechar os olhos para a verdade", enfatiza.

Relações desfeitas pelo vírus

Marcada pela dor, a história de Maria e Paulo Lopes de Souza, até então um anônimo casal de Luziânia, se soma a muitas outras que vieram depois. No dia 12 de março, data em que o Brasil registrou a primeira morte por Covid-19, o músico Roberto Célio Pereira da Silva, o Xexéu, vestiu uma camiseta com a inscrição "Cláudia-se" para uma de suas apresentações. Foi a forma que encontrou para homenagear a afilhada e amiga Cláudia Garcia, cantora que morreu aos 49 anos no dia 26 de fevereiro de 2021. "Hoje chorei muito", contou ao POPULAR. Cláudia foi aliada de Xexéu na criação do projeto Adote a Arte que forneceu alimentos e material de limpeza ao pessoal da cultura que ficou sem trabalho durante a pandemia.

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

Xexéu e a mulher Daniela foram contaminados. Ele chegou a ficar internado com 50% do pulmão comprometido e caiu em tristeza profunda após a morte de Cláudia Garcia. Mas não deixou seu propósito esmorecer. Mobilizou amigos e fez a diferença, assim como outros colegas do meio cultural, entre eles o músico Carlos Brandão e o artista circense Maneco Maracá, que também lideraram iniciativas semelhantes. "Estimo que 15 mil cestas tenham sido distribuídas pelo Adote a Arte no auge da pandemia e depois", afirma. Xexéu lembra ainda que os artistas foram uma espécie de agentes de saúde naquele período tenebroso. "As lives -- apresentações online -- salvaram muita gente da depressão."

Quase dez meses após Goiás ter sido apresentado oficialmente à pandemia e suas consequências sanitárias, econômicas e emocionais, a capital passou por um momento espinhoso. Aos 71 anos, o ex-governador Maguito Vilela morreu no dia 13 de janeiro de 2021 em decorrência das sequelas da Covid. Em agosto do ano anterior, o político havia perdido duas irmãs em Jataí para a doença. Maguito já estava internado quando foi eleito para administrar Goiânia com 52% dos votos no segundo turno das eleições de 2020. Tomou posse de forma virtual e se licenciou do cargo. A gestão da capital pelos quatro anos seguintes ficaria a cargo do vice, Rogério Cruz.

No tribunal

A técnica judiciária Ariony Chaves de Castro, responsável pelo centro de memória do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), fez da dor uma catarse. Em outubro de 2020, ela viu a Covid levar a cunhada, o irmão, os sogros dele. Em 2021, perdeu a irmã. "O Tribunal ficou fechado, mas trabalhei todos os dias. Foi o período em que mais produzi.Em alguns dias, eu sentava no chão e chorava muito. Tinha muito medo de morrer e deixar meu filho, então com 16 anos. O que me salvou foi a minha fé."

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Ariony produziu o documentário A Repercussão da Pandemia de Covid-19 no TRT-GO, em que mostra as providências para manter o serviço jurisdicional e depoimentos de servidores e magistrados atingidos pela doença. A produção foi exibida no Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) e concorre este ano ao Prêmio CNJ do Poder Judiciário.

Foi em 2021 que foi registrado o maior número de óbitos pela doença, em razão da chegada da variante ômicron, uma mutação do coronavírus. O produtor Felipe Jorge Kopanakis acompanhou em Goiânia o sofrimento do pai de 81 anos, que ficou cinco dias intubado antes de morrer, em maio daquele ano. Ele vivia em Niterói (RJ) e colaborou na produção do filme Mulheres & Covid, assinado pela irmã Fernanda Kopanakis e Ivan de Angelis, uma parceria com a Fiocruz. Depois disso, se cadastrou na Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid (Avico). "A Covid impactou todo mundo. Fui me aprofundando no tema e vejo que um dos grandes problemas da sociedade brasileira é esquecer o passado. Houve uma onda de desinformação e mentiras, precisamos lutar contra isso."

Membro de uma organização não governamental que atua com cinema e literatura em escolas públicas às margens dos rios Guaporé, Amazonas e Negro, na Amazônia, Jorge Kopanakis conta que após a pandemia só conseguiu voltar à região em 2024. "O impacto da Covid nessas comunidades distantes foi imenso. Já existe um isolamento natural porque não têm estradas. Para chegar a Manaus, é preciso pegar uma voadora (tipo de barco comum na Amazônia) e viajar 12 horas. Ninguém chegava e as pessoas foram morrendo. Teve um professor que morreu por falta de oxigênio." O produtor pretende se dedicar a um documentário sobre vacinação. "A taxa vacinal do País caiu. Estamos negando a ciência."

IcMagazine

Famosos

Livre de Covid-19, Ana Maria Braga volta ao 'Mais Você' na segunda (2)

Modificado em 17/09/2024, 17:23

Livre de Covid-19, Ana Maria Braga volta ao 'Mais Você' na segunda (2)

(Divulgação TV Globo)

Por meio das redes sociais, Ana Maria Braga contou que fez um novo teste de Covid e que, o resultado deu negativo. A apresentadora adiantou, então, que retorna ao comando do "Mais Você" na próxima segunda-feira (2).

Em sua ausência, o programa foi apresentado por Tati Machado e Fabricio Battaglini.

"Estava ansiosa aqui e repeti o teste todos os dias e... Hoje não deu nada! Finalmente!", escreveu a loira.

Essa foi a quarta vez que a apresentadora testou positivo para doença. A última havia sido em fevereiro deste ano.

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Goiás vive nova onda de Covid e registra 14 mortes em 2024, diz SES

Modificado em 17/09/2024, 15:53

Goiás vive nova onda de Covid e registra 14 mortes em 2024, diz SES

(Wildes Barbosa)

Goiás vive uma nova onda de aumento de casos de Covid-19, segundo a Secretária de Estado da Saúde (SES-GO). Entre janeiro e fevereiro deste ano, mais de 8 mil pessoas foram infectadas e 14 morreram em decorrência de complicações da doença. A maior parte dos óbitos foi entre idosos. Já em 2023, de acordo com a SES, nas cinco primeiras semanas foram registrados 28.359 casos e 73 mortes.

De acordo com a SES-GO, se comparados os casos confirmados nas últimas cinco semanas de 2023 e as primeiras cinco semanas de 2024, houve um aumento de 389% nos registros de Covid-19, em Goiás. Já quando a comparação é feita entre as cinco de semanas deste ano com o mesmo período do ano passado, houve uma diminução de 70% nos registros da doença no estado.

O avanço da doença e as festas de carnaval, preocupam a secretaria, que reforçam as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção da doença.

"Se a pessoa está com sintomas respiratórios, use máscara, evite locais com aglomeração de pessoas e, principalmente, a vacinação. Antes do carnaval procure um posto de saúde. Se não completou o esquema vacinal, complete", explica a Superintendente de Vigilância Sanitária em Saúde, Flúvia Amorim.

Com o aumento do número de casos, quatro cidades goianas cancelaram as festas de carnaval, são elas: Guapó, Itapuranga, Petrolina de Goiás e São Francisco de Goiás. Entretanto, importantes pontos turísticos do Estado devem receber milhares de pessoas nos quatro dias de festa.

De acordo com a superintendente, já é esperado um aumento no número de casos após os festejos de carnaval, porém, se a população se vacinar, não deve haver registro de casos graves.

Atualmente, segundo a SES-GO, apenas 77,39% da população recebeu as duas doses do imunizante que protege contra a doença e apenas 13,81% foi vacinada com a Bivalente, que protege contra as variantes da Covid.

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Saúde disponibiliza nova dose de reforço da vacina bivalente contra Covid-19 em Goiás

Medida segue recomendação do Ministério da Saúde, diante da identificação de novas sublinhagens do vírus no país. Atualmente, contudo, não há registro das subvariantes JN.1 e JG.3 no estado

Modificado em 19/09/2024, 01:14

Reforço da vacina bivalente é recomendado para idosos acima de 60 anos e imunocomprometidos a partir de 12 anos

Reforço da vacina bivalente é recomendado para idosos acima de 60 anos e imunocomprometidos a partir de 12 anos ( Iron Braz)

Seguindo recomendação do Ministério da Saúde, o governo de Goiás passa a disponibilizar a dose de reforço da vacina bivalente contra Covid-19 para idosos acima de 60 anos e imunocomprometidos a partir de 12 anos. A orientação consta na nota técnica nº 83/2023, publicada pelo órgão ministerial na última terça-feira (5).

O documento foi emitido após a identificação de duas sublinhagens de uma variante da covid-19 no Brasil (JN.1 e JG.3). "O estado do Ceará identificou essa nova variante da Omicron, que fez com que o número de casos naquele estado aumentasse. E por isso essa recomendação para que idosos e imunodeprimidos tomem mais uma dose da vacina bivalente. Lembrando que a orientação é para quem já tomou a última dose há seis meses ou mais", explica a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), Flúvia Amorim.

Em Goiás, já foram registrados ao longo de 2023 um total de 110.463 casos confirmados de Covid-19, com 452 óbitos pela doença. Até o momento, contudo, não há registro das subvariantes JN.1 e JG.3 no estado, conforme o último sequenciamento genômico realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-Go), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Atualmente, a XBB.1 é a subvariante com maior representatividade em Goiás.

O imunizante está disponível nas 989 salas de vacinação em todo o estado. Hoje, a cobertura vacinal para a bivalente em Goiás é de 13,22%. Além dos idosos, transplantados, pessoas vivendo com HIV, portadores de doença renal crônica em hemodiálise e pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico podem buscar a dose de reforço. "Se você está nessa situação, a recomendação é procurar um posto de vacinação no seu município e atualizar sua caderneta", completa a superintendente.