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Goiás registra média de 16 mil acidentes de trabalho por ano

Dez grupos de atividades econômicas, de um total de 285, respondem por um terço dos casos, e seis deles estão na lista daqueles com mais acidentes fatais

Modificado em 19/09/2024, 01:23

Grupo de profissionais de abate e fabricação de produtos de carne é o que registra o maior número de afastamentos

Grupo de profissionais de abate e fabricação de produtos de carne é o que registra o maior número de afastamentos
 (Pedro Ladeira/Folhapress)

GABRIELLA BRAGA

Um terço do total de acidentes de trabalho registrados em oito anos, em Goiás, acometeu trabalhadores de apenas dez grupos de atividades econômicas. Ao todo, são 285 previstos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae). Os grupos mais perigosos representam 46,9 mil vítimas, do total de 128 mil. O quantitativo geral corresponde a uma média anual de 16 mil ocorrências.

Os dados são referentes aos anos de 2014 a 2021, retirados do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção de Trabalho no Brasil (SIT), mantido pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O maior número de afastamento ocorre em profissionais de abate e fabricação de produtos de carne, com mais de 9 mil ocorrências, seguido pelas atividades de atendimento hospitalar, com 8,6 mil (veja quadro).

Dentre os dez grupos de atividades econômicas mais afetados, seis estão na lista daqueles com mais acidentes fatais. No mesmo período, o estado registrou 793 óbitos. Abate e fabricação de produtos de carne, a exemplo, é a primeira em ocorrências e a sétima em mortes. Já os profissionais do transporte rodoviário de carga têm a maior taxa de fatalidade, com 84 óbitos, mas ficam em oitavo em número de registros. A construção de edifícios é outro grupo que figura como nono no número de acidentes e quarto de óbitos. Nesta quinta feira (9), inclusive, a queda de um guindaste em uma obra no Setor Marista, em Goiânia, deixou três funcionários feridos (leia mais na página ao lado).

A advogada especialista em Direito do Trabalho e conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Goiás (OAB-GO), Thanilla Oliveira, diz que alguns fatores explicam uma maior incidência nos grupos. Primeiro, as atividades possuem um risco maior diante do uso de maquinários ou objetos perigosos, como os trabalhadores da indústria e do campo, ou risco de contaminação biológica, como é o caso dos profissionais da saúde.

Por outro lado, pontua que, mesmo com um risco maior, ações individuais do empregado e do empregador podem impulsionar a chance de incidência de acidentes na atividade laboral. "O fato das empresas não terem uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), o acompanhamento e a fiscalização do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs). A falta de capacitação dos empregados para o trabalho. Tudo isso faz aumentar o risco", explica.

Para ela, há ainda a responsabilidade do trabalhador de fazer o uso dos equipamentos para evitar se expor a um risco desnecessário. "Acidentes de trabalho é um fato imprevisto. Mas quando deixa de usar equipamentos de proteção individuais e coletivos, está colocando em risco a segurança. A maior dificuldade é fazer os funcionários usarem o EPI, obedecer instruções de uso (dos objetos laborais)."

Conforme Thanilla, as empresas precisam investir na entrega dos equipamentos de proteção, na capacitação dos profissionais para as atividades que serão desempenhadas por ele, e na fiscalização das normas de segurança. "E tendo acompanhamento jurídico, do técnico de segurança do trabalho, do médico do trabalho, por aí não teremos risco. Infelizmente vai acontecer, mas vai diminuir muito os impactos", descreve.

Chefe do Setor de Fiscalização em Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRT-GO), a auditora-fiscal Jaqueline Felix aponta que os acidentes de trabalho no estado são mais evidenciados nos setores de transportes, construção civil, indústria da transformação e atividades de atendimento hospitalar.

"Os motivos dos acidentes são os mesmos dentre os diversos setores econômicos. Os acidentes de trabalho ocorrem pela falta de gestão de segurança e saúde no trabalho pelo empregador, falta de um gerenciamento dos riscos ocupacionais existentes, da precarização das relações de trabalho, exigência de jornadas exaustivas, e ritmos de trabalho excessivos", descreve.

Segundo ela, são vários os problemas decorrentes das ocorrências na atividade laboral. "Acidentes fatais, acidentes com lesões incapacitantes, afastamentos geram desarranjos familiares, queda da renda familiar, traumas físicos e psicológicos, transtornos a todos os membros da família do acidentado."

Além disso, para a empresa, pode haver maior contribuição à Previdência Social com aumento do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), multas, além de interdições, em casos mais graves. "(Já) a sociedade perde a força de trabalho daquele trabalhador, além dos gastos e ocupações hospitalares com os acidentados. Todos perdem", defende.

O superintendente de Vigilância de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Yves Martes, explica que na capital o perfil dos atendidos pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) é de trabalhadores da construção civil e motociclistas, a exemplo dos entregadores, Também acomete aqueles ligados aos serviços gerais e técnicos de enfermagem.

Conforme ele, isso ocorre porque a economia da cidade é voltada à prestação de serviços, mostrando uma característica diferente do visto em nível estadual. Por outro lado, aponta que o perfil é enviesado, pois muitos profissionais, mesmo sendo encaminhados para o Cerest, se recusam a buscá-lo. O centro é responsável por atender trabalhadores acidentados, com atendimento de profissionais da saúde, a exemplo de infectologistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

Para Martes, a jornada de trabalho exaustiva e a própria falta de cuidado do trabalhador, visto que muitas vezes precisa se colocar em situações de risco para garantir a finalização rápida de um serviço, acabam por dificultar a redução dos acidentes. "É preciso promover melhores condições de trabalho, melhor retorno financeiro, que aí a sobrecarga seria menor", pontua.

Os agentes causadores

Considerando os maiores agentes causadores das 128 mil ocorrências no estado, 43,1% dos casos foi ocasionado por ferramenta, máquina, equipamento ou veículo. O segundo maior causador é a substância química, material e produto, com 12,7% dos casos, ou um total de 16,2 mil incidentes. Do total, 22%, ou 28,2 mil dos trabalhadores acidentados, tiveram fraturas. Outros 18,4 mil, ou 14,3% sofreram feridas abertas.

A maior situação geradora envolve impacto de pessoa contra objeto, representando 16,4% do total, com 21 mil ocorrências. Em seguida, a queda de pessoa com diferente nível, com 18,3 mil, ou 14,7% dos acidentes.

A parte do corpo mais atingida é o dedo, com 23,7 mil, ou 18,5%, o pé, ocorrendo em 9,3 mil casos, o que equivale a 7,3%, e a mão, com 6,9 mil acidentes, relacionados a 5,4% do total de 128 mil acidentes de trabalho.redareda

Geral

Motorista de aplicativo que morreu após ser atingido por peça de caminhão que se soltou deixa filhos e enteadas

Acidente aconteceu na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia

Modificado em 29/03/2025, 20:23

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera e Reprodução/Redes Sociais)

O motorista de aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, que morreu após ser atingido por uma peça de caminhão que se soltou , era casado e deixa um casal de filhos e duas enteadas, que cuidou desde os primeiros anos de vida, segundo a cunhada Lorena Souza. O acidente aconteceu na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia. A Polícia Civil investiga o caso.

Uma família destruída", conforme contou Lorena Souza.

As duas filhas mais velhas são do relacionamentos anterior da minha irmã. Ele as criou como filhas. O filho mais novo dele é autista", segundo Lorena. As idades não foram divulgadas.

Nas redes sociais, Lorena também lamentou a morte do cunhado. "Que pesadelo, meu Deus, saber que meu cunhado não está mais com a gente. Que Deus o tenha em um bom lugar. Você sempre será lembrado, meu cunhado", lamentou na postagem.

Ainda segundo a cunhada, o motorista de aplicativo era um homem dedicado à família. "Ele era um homem muito trabalhador, tudo que fazia era pela família. Ele era provedor, muito triste o que aconteceu", contou Lorena em entrevista ao POPULAR .

Acidente

O acidente ocorreu na quinta-feira (27), no km 493, sentido Goiânia-Anápolis. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista estava transportando uma passageira no banco traseiro que sofreu apenas ferimentos leves, enquanto Eder não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Como o nome da passageira não foi divulgado, O POPULAR não conseguiu atualizar seu estado de saúde.

A Polícia Científica realizou a perícia para apurar as circunstâncias do acidente. A Triunfo Concebra, concessionária responsável pelo trecho, informou que o cubo de freio se desprendeu do caminhão e atravessou o para-brisa do lado do motorista.

IcEconomia

Emprego

Empresas oferecem mais de 100 vagas de emprego em Goiás

Há oportunidades para auxiliar de logística, motorista de ônibus, fiscal de tráfego, borracheiro, serviços gerais, auxiliar industrial, jovem aprendiz, auxiliar de efeitos especiais e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar

Pessoa preenchendo uma carteira de trabalho.

Pessoa preenchendo uma carteira de trabalho. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Veja as vagas de emprego disponíveis em Goiás nesta sexta-feira (28). Há oportunidades para auxiliar de logística, motorista de ônibus, fiscal de tráfego, borracheiro, serviços gerais, auxiliar industrial, jovem aprendiz, auxiliar de efeitos especiais e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar.

Veja as vagas disponíveis:

Goiânia

Global Effects Brasil

Total de vagas oferecidas: 05 vagas
Cargo oferecido:

05 vagas para auxiliar de efeitos especiais

Prazo para se inscrever: até 26/04
Salário: a combinar
Como se candidatar: enviar currículo para o e-mail rhefeitosespeciais@outlook.com
Contato: (62) 992147950 - Lucas

Expresso Maia

Total de vagas oferecidas: 25 vagas
Cargos oferecidos:

05 vagas para motorista de ônibus
04 vagas para mecânico de ônibus
03 vagas para eletricista de ônibus
02 vagas para auxiliar de mecânico
02 vagas para técnico de ar-condicionado de ônibus
02 vagas para fiscal de tráfego
02 vagas para almoxarife
02 vagas para borracheiro
02 vagas para serviços gerais
01 vaga para pedreiro

Prazo para se inscrever: indeterminado
Salário: a combinar
Como se candidatar: enviar currículo para o Whatsapp (65) 98153-0222
Contato: (65) 98153-0222

Aparecida de Goiânia

H Egidio Group

Total de vagas oferecidas: 39 vagas
Cargo oferecido:

15 vagas para auxiliar industrial
10 vagas para consultor comercial (experiência em distribuição de medicamentos)
04 vagas para auxiliar de serviços gerais
03 vagas para auxiliar de logística
03 vagas para ajudante de cozinha
03 vagas para jovem aprendiz
01 vaga para motorista de caminhão (cnh d)

Prazo para se inscrever: indeterminado
Salário: a combinar
Como se candidatar: enviar currículo para o e-mail curriculos@hegidiogroup.com
Contato: curriculos@hegidiogroup.com

Real Distribuidora

Total de vagas oferecidas: 21 vagas
Cargos oferecidos:

20 vagas para movimentador de mercadorias (noturno)
01 vaga para motorista (CNH C/D)

Prazo para se inscrever: indeterminado
Como se candidatar: enviar currículo para o Whatsapp (62) 3250-0567 ou e-mail selecao@realdec.com.br
Contato: (62) 3250-0567

Hidrolândia

Gi Group

Vagas oferecidas: 30 vagas
Cargo oferecido:

30 vagas para auxiliar de logística

Prazo para se inscrever: indeterminado
Salário: a combinar
Como se candidatar: encaminhar o currículo para o WhatsApp (11) 97725-0476 ou e-mail rafaela.santos@gigroup.com
Contato: (11) 97725-0476

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Arquiteta e ex-secretária de turismo morre ao cair de escada em casa, em Rio Verde

Segundo a polícia, Maria Luiza de Moraes se desequilibou e caiu da escada ao tentar entregar um pano a uma pessoa no telhado da casa

Maria Luiza de Moraes morreu após cair do telhado de casa, em Rio Verde (Reprodução/Redes sociais)

Maria Luiza de Moraes morreu após cair do telhado de casa, em Rio Verde (Reprodução/Redes sociais)

A arquiteta e ex-secretária de Turismo, Maria Luiza de Moraes, de 62 anos, morreu após cair de escada em sua casa, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas a morte foi constatada no local. A queda, que teria sido de aproximadamente 7 metros, está sendo investigada pela Polícia Civil.

O incidente ocorreu na manhã de quarta-feira (26). Segundo a Polícia Militar, Maria Luiza teria subido na escada para entregar um pano a uma pessoa que realizava a limpeza de placas de energia solar no telhado, quando perdeu o equilíbrio e caiu. O Samu informou que a vítima apresentava trauma na cabeça, embora a causa exata da morte ainda será apurada pela Polícia Científica.

O velório foi realizado na noite de quarta-feira (26) até a manhã de quinta-feira (27) em Rio Verde. O sepultamento ocorrerá às 11h desta quinta-feira, no Cemitério São Sebastião.

A Prefeitura de Rio Verde publicou uma nota nas redes sociais lamentando a morte da ex-servidora e expressou solidariedade à família.

Neste momento de dor, a gestão municipal se solidariza com familiares e amigos", escreveu a prefeitura.

Maria Luiza assumiu a Secretaria Municipal de Turismo em maio de 2014. Anteriormente, em 1988, quando ainda era recém-formada, iniciou sua carreira como arquiteta na Secretaria de Obras da Prefeitura de Rio Verde.Também foi artista plástica, com 25 exposições coletivas e 5 individuais em seu currículo.

Maria Luiza assumiu a Secretaria Municipal de Turismo em maio de 2014 (Reprodução/Redes Socias)

Maria Luiza assumiu a Secretaria Municipal de Turismo em maio de 2014 (Reprodução/Redes Socias)

Nota da Prefeitura de Rio Verde na íntegra:

A Prefeitura de Rio Verde manifesta o mais profundo pesar pelo falecimento da ex-servidora municipal Maria Luiza Moraes. Neste momento de dor, a gestão municipal se solidariza com familiares e amigos, expressando as mais sinceras condolências por esta perda.

(Colaborou Rodrigo Melo)

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Onça que nasceu em cativeiro em Goiás é levada à Argentina para viver na natureza

Ayní tem apenas três anos de vida e deve passar por um período de adaptação de um ano na Argentina. A viagem está programada para esta quarta-feira (26)

A onça-pintada Ayní nasceu em junho de 2021 no Instituto Nex, em Corumbá de Goiás (Reprodução/Instituto Nex)

A onça-pintada Ayní nasceu em junho de 2021 no Instituto Nex, em Corumbá de Goiás (Reprodução/Instituto Nex)

A onça-pintada Ayní, que nasceu em cativeiro em Goiás, vai ser levada à Argentina nesta quarta-feira (26) para viver na natureza. O animal nasceu em junho de 2021 no Instituto Nex, localizado em Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o custo para soltar uma onça na natureza gira em torno de R$ 1 milhão.

A mãe da pequena onça de apenas 3 anos de vida é a Jací, que foi resgatada na Amazônia há 12 anos, após ser encontrada sozinha e ferida por uma enchente, com uma fratura exposta na pata dianteira.Ela recebeu cuidados no Instituto Nex, mas devido à necessidade de cuidados específicos, acabou permanecendo no santuário de onças.

Em entrevista à TV Anhanguera, Daniela Gianni, coordenadora de projetos do Instituto Nex, explicou que Ayní é a primeira onça nascida em cativeiro no Brasil que será solta na natureza, embora seja a terceira a ser levada à Argentina, após outras duas fêmeas resgatadas pelo Instituto.

É um animal extremamente ameaçado, e por isso fazemos a reprodução em cativeiro. O ápice do nosso trabalho é poder soltar esses animais na natureza, tanto os resgatados, quando conseguimos reabilitá-los 100%, quanto os que nascem aqui. E, pela primeira vez, temos uma onça nascida em cativeiro com o perfil adequado para a soltura. Ela é agressiva e não gosta do contato humano", explicou Daniela.

De acordo com a coordenadora, Ayní passará por um período de adaptação na Argentina, onde conhecerá o clima local e os outros animais com os quais vai conviver. Antes da viagem, a onça passou por uma bateria de exames para garantir que está saudável.

Ela passará pelo menos um ano de treinamento, caçando animais da região, e depois será feita a soltura branda, ou seja, a porta do recinto será aberta e ela poderá entrar e sair quando quiser. Precisamos deixar a natureza seguir seu curso, e nada nos deixa mais felizes do que ver essa espécie vivendo livre", comemora Daniela Gianni.