Geral

Justiça suspende cobrança de pedágio na BR-153, em São Francisco de Goiás

Prefeitura afirma que valor mínimo de R$14,20 na tarifa, limita acesso dos moradores do município aos serviços básicos encontrados somente em Jaraguá

Modificado em 20/09/2024, 06:16

Suspensão da cobrança passam a valer a partir desta sexta-feira (23) para veículos e motos com placa de São Francisco de Goiás

Suspensão da cobrança passam a valer a partir desta sexta-feira (23) para veículos e motos com placa de São Francisco de Goiás (Reprodução/Prefeitura de Jaraguá)

A prefeitura de São Francisco de Goiás, a 96 quilômetros de Goiânia, conquistou na Justiça a suspensão da cobrança de pedágio no KM 367 da BR-153, no trecho que liga o município à Jaraguá. A decisão do juiz federal, Hugo Otávio Tavares Vilela, foi divulgada na tarde desta sexta-feira (23) e ainda cabe recurso.

De acordo com o advogado que representa a Prefeitura, Ricardo Reis Franco, o município possui aproximadamente seis mil habitantes, e parte deles exercem suas atividades laborativas em Jaraguá.

"Muitas famílias possuem renda média próxima de um salário mínimo e, com o pedágio no valor mínimo de R$ 14,20, limita o acesso dos moradores de São Francisco aos serviços essenciais, como a delegacia de polícia civil e comando da polícia militar, atendimento do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Previdência Social", explica Ricardo.

A Ecovias do Araguaia, empresa responsável pela administração do trecho, ressalta que existem três rotas alternativas para o acesso dos motoristas à cidade de Jaraguá. No entanto, a Prefeitura afirma que duas rotas são estrada de chão e uma aumenta em cinco vezes a rota.

"No que diz respeito à Rota 1 e Rota 2, quase inteiramente sem pavimentação, há trechos de trafegabilidade difícil. Quanto à Rota 3, esta é pavimentada em sua maior parte, entretanto se fosse adotada essa rota, os munícipes que se deslocam diariamente a Jaraguá, que percorrem aproximadamente 40 km ida e volta na rodovia em que foi instalado o pedágio, passariam a percorrer 220 km ida e volta, ou seja, mais que o quíntuplo da distância. Tal fato demonstra cabalmente a inviabilidade econômica e logística para a população de percorrer tal distância diariamente", diz trecho do documento.

Na decisão, o juiz justificou que a cobrança da tarifa causaria graves prejuízos a toda a municipalidade. "Pelo exposto, defiro em parte, o pleito provisório para suspender a cobrança de pedágio na praça de Jaraguá (PP7) relativamente aos veículos e motos com placa do Município de São Francisco de Goiás", escreveu.

Geral

Empresária morre e filha fica ferida após acidente na GO-139

Criança está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Goiânia. O estado de saúde dela é grave, segundo o hospital

Modificado em 24/03/2025, 15:54

A empresária Amanda Nunes Magalhães, de 29 anos, morreu após um acidente na GO-139, no trecho entre Cristianópolis e São Miguel do Passa Quatro. No momento do acidente, ela estava acompanhada da filha, uma criança de 6 anos que ficou gravemente ferida, segundo o Corpo de Bombeiros.

Conforme os militares, o acidente ocorreu na noite de sábado (22). Na ocasião, o carro em que mãe e filha estavam bateu de frente com outro veículo. Amanda ficou presa às ferragens e teve a morte confirmada ainda no local.

Já a filha dela, foi encaminhada para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, onde está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. Na manhã desta segunda-feira (24), a unidade informou que o estado de saúde da menina é grave e que ela respira com ajuda de aparelhos (veja o boletim na íntegra ao final do texto).

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Outros envolvidos

O outro carro envolvido no acidente era ocupado por um casal. Segundo os bombeiros, eles receberam atendimento no local e, em seguida, encaminhados ao Hospital Municipal de Cristianópolis e, posteriormente, Goiânia. Como as identidades das vítimas não foram reveladas, a reportagem não conseguiu atualizar o estado de saúde delas até a última atualização deste texto.

Local do acidente na GO-139 (Reprodução/ Corpo de Bombeiros)

Local do acidente na GO-139 (Reprodução/ Corpo de Bombeiros)

Homenagens

Natural de Cristianópolis e moradora de São Miguel do Passa Quatro, Amanda era empresária no ramo de distribuição de gás, negócio que administrava ao lado do marido. Segundo amigos e familiares, ela era conhecida por sua dedicação ao trabalho e sua alegria contagiante.

"Amanda sempre foi alegre. Não tinha um dia que não estivesse com seu sorriso de orelha a orelha no rosto. Ia atender seus clientes sempre transmitindo amor pela profissão", disse uma amiga da família.

Nas redes sociais, inúmeras homenagens foram prestadas à empresária. Em nota, a prefeita de Cristianópolis, Juliana Costa, lamentou a perda. "Nossas condolências aos familiares e amigos por essa perda irreparável", declarou.

Prefeita da cidade lamentou a morte da empresária (Reprodução/Redes Sociais)

Prefeita da cidade lamentou a morte da empresária (Reprodução/Redes Sociais)

Amanda foi sepultada na manhã de domingo (23), em Cristianópolis.

Nota Hugol:

NOTA HUGOL

"Em resposta à solicitação, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) informa que a paciente está internada na UTI Pediátrica da unidade, possui estado geral grave e respira com ajuda de aparelhos.

Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol/SES-GO)"

Colaborou com o texto: Yanca Cristina

Geral

Mulher que extorquiu quase R$ 50 mil de amigo para não revelar traição trocou de número para continuar ameaças, diz PC

De acordo com a polícia, a jovem mudava de linha telefônica sempre que era bloqueada pela vítima. Ela foi presa e responderá pelo crime de extorsão

Mulher ameaça revelar traição caso não receba dinheiro da vítima, em Goiás (Divulgação/Polícia Civil)

Mulher ameaça revelar traição caso não receba dinheiro da vítima, em Goiás (Divulgação/Polícia Civil)

Uma jovem de 22 anos, que foi presa suspeita de extorquir quase R$ 50 mil de um amigo casado para não revelar sua traição, trocou de número de telefone para continuar fazendo ameaças. Nas mensagens enviadas, ela exigia dinheiro para apagar arquivos que comprovavam a relação extraconjugal.

Estou te dando a oportunidade de eu apagar tudo. Mas se não tiver, vou enviando aos poucos. Tenho muitos números", escreveu a suspeita em uma das mensagens.

Como os nomes dos envolvidos não foram divulgados, a reportagem não obteve contato com a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

As investigações apontam que as ameaças começaram em setembro de 2024. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Daniel Oliveira, a jovem mudava de linha telefônica sempre que era bloqueada pela vítima. Apesar de pagar as quantias solicitadas pela mulher, as ameaças não cessaram, levando a vítima a registrar um boletim de ocorrência por chantagem.

Durante o avanço das investigações, a polícia também decretou a prisão do irmão da suspeita. Um amigo dela foi preso, mas recebeu liberdade provisória. O pai da jovem ainda é considerado foragido pela Justiça. De acordo com o delegado, parte dos valores extorquidos foi enviada aos outros envolvidos.

Além das ameaças de divulgar os arquivos, a jovem também tentou intimidar a vítima com a ameaça de criar um grupo com seus familiares para revelar o caso.

Se realmente quer que conte tudo, vou fazer um grupo às 9h45 com todos eles se não me mandar o dinheiro", enviou.

Mulher ameaça revelar traição para família de amigo (Divulgação/Polícia Civil)

Mulher ameaça revelar traição para família de amigo (Divulgação/Polícia Civil)

Durante a abordagem, ela confessou o crime aos policiais, mas segundo o delegado, a mulher optou por ficar em silêncio durante seu depoimento.

A jovem foi presa em flagrante pelo crime de extorsão no dia 13 de março, em Goiânia. Durante a abordagem, a suspeita confessou o crime aos policiais, mas optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento. Após audiência de custódia, sua prisão foi mantida. Ela responderá pelo crime de extorsão, cuja pena pode variar de quatro a dez anos de reclusão, além de multa.

(Colaborou Yanca Cristina)

Mulher dizia que iria contar sobre traição para a esposa e outros parentes da vítima (Reprodução/ Polícia Civil)

Mulher dizia que iria contar sobre traição para a esposa e outros parentes da vítima (Reprodução/ Polícia Civil)

IcEconomia

Emprego

Empresas oferecem mais de 100 vagas de emprego em Goiás

Há oportunidades para jovem aprendiz, auxiliar de serviços gerais, técnico de segurança do trabalho, assistente administrativo e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar

Modificado em 24/03/2025, 06:15

Carteira de trabalho

Carteira de trabalho

Veja as vagas de emprego disponíveis em Goiás nesta segunda-feira (24). Há oportunidades para jovem aprendiz, auxiliar de serviços gerais, técnico de segurança do trabalho, assistente administrativo e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar.

Veja as vagas disponíveis:

Goiânia

Grupo Trigobel Indústria de Alimentos

Total de vagas oferecidas: 39 vagas
Cargos oferecidos:

01 vaga para serviços gerais
02 vagas para auxiliar de limpeza
01 vaga para estágio em processos (engenharia de produção, química ou engenharia de alimentos)
01 vaga para técnico de segurança do trabalho
26 vagas para auxiliar de produção
01 vaga para jovem aprendiz
01 vaga para analista de manutenção
01 vaga para operador de moagem
02 vagas para auxiliar de carregamento
01 vaga para operado de máquina
01 vaga para operador de carregamento
01 vaga para serviços gerais

Prazo para se inscrever: imediato
Salário: compatível com o mercado + assiduidade + refeição na empresa + vale transporte + plano de saúde + plano odontológico + cesta com produtos da empresa
Como se candidatar: enviar currículo pelo Whatsapp (62) 99813-8544 ou e-mail vagas.grupotrigobel@gmail.com
Contato: (62) 99813-8544

BM Máquinas

Total de vagas oferecidas: 4 vagas
Cargos oferecidos:

01 vaga para soldador
01 vaga para montador industrial
01 vaga para meio oficial de produção
01 vaga para assistente administrativo

Prazo para se inscrever: até 22/03/2025
Salário: a combinar + benefícios: ticket alimentação e seguro de vida
Como se candidatar: enviar currículo para o Whatsapp (62) 99866-0050
Contato: (62) 99866-0050

Aparecida de Goiânia

Evólum Embalagens Flexíveis

Total de vagas oferecidas: 2 vagas
Cargos oferecidos:

01 vaga para técnico de segurança do trabalho
01 vaga para extrusor

Prazo para se inscrever: até o dia 28/03/2025
Salário: a combinar
Como se candidatar: enviar currículo para o e-mail rh03@evolum.com.br
Contato: (62) 999298-2617

Real Distribuidora

Total de vagas oferecidas: 20 vagas
Cargo oferecido:

20 vagas para movimentador de mercadorias de noite

Prazo para se inscrever: indeterminado
Como se candidatar: enviando o currículo para o e-mail selecao@realdec.com.br
Contato: (62) 3250-0567

Anápolis

Rio Vermelho Distribuição LTDA

Vagas oferecidas: 47 vagas
Cargos oferecidos:

15 vagas para separador de mercadorias
10 vagas para movimentador de mercadorias
04 vagas para jovem aprendiz para atuação em horário matutino
03 vagas para auxiliar de serviços gerais
01 vaga para auxiliar de departamento de pessoal
01 vaga para técnico de CFTV
01 vaga para técnico em segurança do trabalho
03 vagas para manobristas
02 vagas para motorista entregador
04 vagas para vendedora interna
01 vaga para consultor tributário
01 vaga para estagiária de recursos humanos
01 vaga para auxiliar de compras

Prazo para se inscrever: indeterminado
Salário: a combinar
Como se candidatar: encaminhar o currículo para o e-mail selecao@riovermelho.net
Contato: (62) 99961-2750

Geral

Saiba o que diz a lei e qual a opinião de especialistas sobre estudante reprovado em banca de cotas da UFG

Especialistas ouvidos pelo POPULAR questionam a decisão e defendem que Richard Aires possui características de uma pessoa parda

Richard Aires de Sousa, de 19 anos, foi barrado na banca da UFG por não ser considerado pardo

Richard Aires de Sousa, de 19 anos, foi barrado na banca da UFG por não ser considerado pardo (Kariny Bianca/O Popular e Arquivo Pessoal/Richard Aires)

O caso do estudante Richard Aires de Sousa, de 19 anos, reprovado na banca de heteroidentificação da Universidade Federal de Goiás (UFG), gerou debates sobre os critérios de avaliação para cotas raciais nas universidades. Embora tenha sido aprovado no curso de Biotecnologia, Richard foi indeferido na classificação como pardo após ser submetido à análise fenotípica, que leva em conta suas características físicas. Especialistas ouvidos pela redação questionam a decisão e defendem que Richard possui características de uma pessoa parda.

Em nota, a UFG afirmou que a prova de heteroidentificação não admite, em nenhuma hipótese, a comprovação por ancestralidade. A Comissão de Heteroidentificação utiliza exclusivamente o critério fenotípico para aferir a condição racial declarada pelo candidato.

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Richard havia sido aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 13 de fevereiro. A primeira banca de heteroidentificação ocorreu em 26 de fevereiro, quando ele foi avaliado pessoalmente e gravou um vídeo se declarando pardo. Após horas de espera, o resultado foi divulgado e sua autodeclaração foi indeferida com a justificativa de que ele tem pele clara e cabelo liso. No dia seguinte, o estudante entrou com um recurso, mas a decisão foi mantida com as mesmas justificativas.

Em entrevista à, o advogado Flávio Dias Abreu Filho, que está atuando na defesa de Richard Aires, informou que entrou com um pedido de liminar no Tribunal Regional Federal da 1ª Região para que o juiz determine à UFG a realização da matrícula do estudante.

Entramos com uma ação anulatória, pois acreditamos que o ato administrativo é nulo devido a problemas na fundamentação. Quando Richard recorreu, a banca apresentou uma justificativa que consideramos subjetiva e que não aborda especificamente o caso dele", explicou o advogado.

Flávio ressaltou que as características físicas de Richard, um estudante pardo, são visíveis, mas a banca não explicou de forma clara em qual grupo o estudante se enquadraria, já que não o consideraram pardo.

A banca tenta justificar a negativa de maneira confusa, mas não apresenta razões específicas pelas quais Richard não é considerado pardo", destacou.

Critério de avaliação

Em entrevista à redação, Aluísio Black, Conselheiro Estadual de Direitos Humanos e Presidente do Centro de Cidadania Negra do Estado de Goiás (Ceneg-GO), explicou que acompanhou a implantação do sistema de cotas em Goiás, em 2005, sendo um dos primeiros estados no Brasil a adotar essa medida. Ele ainda afirmou que o critério de avaliação de uma banca deve ir além das características físicas.

Ao meu ver, julgaram de forma equivocada. A banca precisa analisar a árvore genealógica da pessoa, não só o caráter físico. Não é porque a pessoa tem o cabelo liso, a pele mais clara, que deixa de ser negra ou parda", afirmou Black.

Richard Aires junto com o pai Márcio Aires e mãe Lilia Rosa. (Kariny Bianca/O Popular)

Richard Aires junto com o pai Márcio Aires e mãe Lilia Rosa. (Kariny Bianca/O Popular)

O ativista ressaltou que, apesar das cotas raciais serem um avanço importante, existem pessoas que tentam se aproveitar do benefício sem ter direito. Ele enfatizou que os critérios para o acesso a cotas e vagas devem ser rigorosos para garantir a Justiça e evitar que as pessoas mal-intencionadas se aproveitem do sistema.

É preciso lembrar também que as pessoas têm se aproveitado [das cotas raciais] para levar vantagens. Então, por isso, esses critérios públicos de acesso a cotas e vagas são altamente criteriosos", destacou Black.

Aluísio Black destacou que, apesar de o Estatuto da Igualdade Racial ter pouco mais de 10 anos, a reparação de 300 anos de escravidão ainda é um processo longo. Ele ainda ressaltou sobre a importância das cotas raciais.

As pessoas que se posicionam contra as cotas o fazem por falta de conhecimento. As cotas não são um instrumento eterno, elas são apenas para igualar as oportunidades de direito. Quando percebermos que todos estão sendo tratados da mesma forma --- nas vagas de emprego, com menos racismo --- as cotas deixarão de ser necessárias. Mas eu sei que, no momento, isso está longe de acontecer", ressalta Black.

O que diz a Lei de Cotas

Para ingressar no sistema de cotas das universidades federais, o candidato deve se declarar negro, pardo, indígena ou quilombola, além de ter cursado o ensino médio em escola pública. Candidatos brancos também podem concorrer às cotas, desde que tenham estudado em escola pública e possuam renda familiar de até um salário mínimo por pessoa.

Em entrevista à redação, a advogada Ana Flávia Machado, membro do jurídico do Centro de Cidadania Negra do Estado de Goiás (Ceneg-GO), explicou que a Lei de Cotas nº 12.711/2012 foi atualizada em 2023. A nova versão garante que 50% das vagas nas universidades e institutos federais sejam destinadas a estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas.

Com a atualização de 2023, essas vagas são destinadas exclusivamente aos estudantes que vêm da escola pública e não alcançaram a nota da ampla concorrência. A intenção da lei de cotas é reduzir a desigualdade social. Trata-se de uma política afirmativa, uma reparação histórica, especialmente para as pessoas negras e indígenas", afirmou Ana Flávia.

Ela também explicou as etapas do processo: o candidato preenche uma autodeclaração e, em seguida, passa pela banca de heteroidentificação, responsável por confirmar se ele realmente se enquadra como negro ou pardo.

Devido ao aumento de fraudes nas autodeclarações, os critérios de avaliação estão mais rigorosos. Contudo, no caso específico de Richard, é evidente que ele possui características físicas de uma pessoa parda", finalizou a advogada.

Richard Aires foi aprovado por cotas no curso de Biotecnologia na Universidade Federal de Goiás (UFG) (Kariny Bianca/O Popular)

Richard Aires foi aprovado por cotas no curso de Biotecnologia na Universidade Federal de Goiás (UFG) (Kariny Bianca/O Popular)

Nota da UFG na íntegra:

A Comissão de Heteroidentificação da Universidade Federal de Goiás (UFG) baseia-se no edital e na Instrução Normativa do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (IN MGI) 23/2023. Assim como determina o artigo 19 da IN, o procedimento é realizado por pessoas de reputação ilibada, que participaram de oficinas ou cursos sobre a temática da promoção da igualdade racial e do enfrentamento ao racismo e preferencialmente experientes nesta temática. A Comissão de Heteroidentificação é composta por cinco membros e suplentes. Já a Comissão Recursal é formada por três membros distintos daqueles que compõem a Comissão de Heteroidentificação. Já o artigo 14 da IN 23/2023 preconiza o respeito à dignidade humana, a garantia de padronização e de igualdade de tratamento entre as pessoas submetidas ao procedimento de heteroidentificação promovido no mesmo certame, bem como a garantia da publicidade e do controle social do procedimento de heteroidentificação, resguardadas as hipóteses de sigilo previstas na instrução normativa. Em relação a laudos, a normativa é expressa em dizer que: não será admitida, em nenhuma hipótese, a prova baseada em ancestralidade (artigo 20 da IN 23/2023, parágrafo 3º). Outro ponto destacado, no artigo 21, é de que a Comissão de Heteroidentificação utilizará exclusivamente o critério fenotípico para aferição da condição declarada pela pessoa no certame. Após o candidato passar pela banca inicial (Comissão de Heteroidentificação) e posteriormente pela banca recursal (Comissão Recursal), e o recurso for indeferido, administrativamente não há mais possibilidade de recurso (artigo 29, parágrafo 1º).