Médico é suspeito de dar tapas, perfurar o tímpano e xingar paciente autista de 9 anos durante atendimento
Mãe contou que o filho foi levado ao hospital após ferir a mão durante uma crise em casa. Polícia Civil investiga o caso
Letícia Graziely
14 de março de 2025 às 16:54
Modificado em 14/03/2025, 16:55

Marca de tapa no rosto de criança autista que teria sido agredida por médico durante atendimento (Arquivo pessoal/Ediane Lopes)
Um médico é suspeito de dar tapas, perfurar o tímpano e xingar um paciente autista de 9 anos em Mambaí, na região nordeste de Goiás. A mãe da criança contou ao POPULAR que o filho foi levado ao hospital após ferir a mão durante uma crise em casa, mas foi agredido pelo médico enquanto era atendido no Hospital Municipal de Mambaí. A Polícia Civil investiga o caso.
O médico começou a agredir ele verbalmente, deu dois tapas no rosto dele e mobilizou o braço dele para trás. As enfermeiras entraram, aplicaram um medicamento sedativo e, como ele é autista, começou a se debater. Ele conseguiu se soltar e o pé dele pegou na minha irmã e médico deu outro tapa no rosto dele. Esse outro tapa pegou acima do ouvido e perfurou o tímpano dele", contou Ediane Lopes.
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O DAQUI não conseguiu localizar a defesa do médico para pedir um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) disse que não recebeu qualquer informação sobre o caso, mas que "todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico".
A Secretaria Municipal de Saúde informou que está apurando os fatos. A reportagem questionou se o médico foi afastado, mas não obteve resposta.
O caso aconteceu na quarta-feira (12). Segundo Ediane, o filho também tem transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e mudou de medicamento há pouco tempo. No dia do fato, ela avisou o Conselho Tutelar que a criança havia se machucado e foi orientada a buscar atendimento médico.
"Ele teve uma crise de agressividade, deu um soco na janela e cortou a mão. Chamei o Conselho Tutelar para relatar o que aconteceu e falaram para eu levar ao hospital para fazer curativo. Estava no meu horário de trabalho e minha irmã levou. Fizeram o curativo, mas a enfermeira disse que ele precisava passar pelo médico", afirma a mãe.
Ediane disse que foi até o hospital depois do ocorrido e que o filho estava vermelho, chorando, se debatendo na cama. "Eu tentei acalmar ele e o médico me chamou na sala e falou que teve que usar força e agrediu ele", relata a mãe.
Após sair do hospital, Ediane procurou a Secretaria Municipal de saúde e Polícia Militar. Foi feito o corpo de delito e mãe e filho foram encaminhados para a Polícia Civil. "Eles falaram que abriram o inquérito e iam fazer uma investigação do que tinha acontecido", disse a mãe.