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Operação do MP apura desvio de R$ 500 mil do Parque Salto do Itiquira, em Formosa

Investigação aponta que depois que visitantes pagavam entrada, dinheiro era desviado pelo ex-assessor da Secretaria de Finanças e pelo ex-secretário da pasta

Modificado em 20/09/2024, 03:52

Valor pago por visitantes para entrada no local era desviado por secretário e assessor

Valor pago por visitantes para entrada no local era desviado por secretário e assessor (Salto do Itiquira / Divulgação parque)

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) realizou, na manhã desta quarta-feira (17), a Operação Boitatá, que apura desvio de R$ 500 mil do Parque Municipal Salto do Itiquira, em Formosa, no entorno do Distrito Federal (DF). A ação incluiu dois mandados de busca e apreensão contra o ex-assessor da Secretaria de Finanças do Município, Eliardo José Faria, e o ex-secretário da pasta, Luís Gustavo Nunes Araújo. Os desvios teriam ocorrido entre os anos de 2017 e 2018.

A investigação aponta que Eliardo e Luís Gustavo teriam se apropriado, de forma ilegal do dinheiro que era pago pelos visitantes do Parque do Itiquira. Depois do pagamento, o dinheiro, que deveria ser depositado em uma conta bancária do município, própria para este fim, era desviado pelos investigados. A apuração continua com o objetivo de identificar outros envolvidos no crime e o destinatário final do dinheiro.

Titular da 3ª Promotoria de Justiça de Formosa, Douglas Chegury afirma que o Ministério Público deve oferecer denúncia nos próximos dias pelo crime de peculato. Caso condenados, a pena pode chegar a 10 anos de reclusão. "As investigações continuam na busca de descobrir o destino dado ao dinheiro público desviado para tentar recuperar e ressarcir os desvios provocados aos cofres públicos do município", finaliza.

O Popular não teve acesso à defesa dos investigados.O espaço continua aberto para posicionamento.

O nome da operação

Boitatá é uma referência ao personagem do folclore brasileiro considerado protetor das florestas, e na língua indígena tupi-guarani significa cobra de fogo.

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Segurança de boate acusado de matar cliente com barra de ferro vai a júri popular

Crime ocorreu em maio de 2024. Vítima ficou 28 dias internada antes de morrer

José Henrique Ribeiro da Cunha (à esquerda) e Marcos Antônio Santos Xavier (vítima, à direita)

José Henrique Ribeiro da Cunha (à esquerda) e Marcos Antônio Santos Xavier (vítima, à direita) (Divulgação/Polícia Civil)

O segurança de uma boate acusado de matar um cliente com golpes de barra de ferro na cabeça vai a júri popular. O caso ocorreu após uma discussão entre o suspeito, José Henrique Ribeiro da Cunha, e a vítima, Marcos Antônio Santos Xavier, em maio de 2024, em Goiânia.

A decisão é do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, que acatou o parecer do Ministério Público de Goiás (MP-GO). No documento, o magistrado alega que entendeu que há indícios suficientes de autoria e materialidade para que o caso seja avaliado pelo Conselho de Sentença.

A reportagem tentou contato com a defesa do acusado, mas não obteve retorno até a última atualização desde texto.

Relembre o caso:

Segundo a Polícia Civil (PC), o crime ocorreu na madrugada do dia 11 de maio de 2024, por volta das 5h, em frente ao estabelecimento Bar e Recanto do Norte, no Setor Garavelo B, em Goiânia. De acordo com o divulgado pela polícia na época, a vítima tentou entrar na boate, mas foi impedida pelo segurança por não portar documento de identidade. Após a recusa, Marcos Antônio permaneceu na rua, na companhia de um amigo.

Momentos depois, José Henrique teria ordenado que ele saísse da frente do estabelecimento, mas Marcos Antônio negou. Diante disso, o segurança desferiu um golpe com uma barra de ferro contra a cabeça da vítima. Marcos Antônio caiu ao chão em estado convulsivo e foi socorrido ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Ele permaneceu internado por 28 dias, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 8 de junho de 2024.

Decisão judicial

Para o Ministério Público o crime teve motivação fútil, pois o segurança teria atacado a vítima apenas por ela ter se recusado a deixar o local, que se tratava de uma via pública. A defesa, por outro lado, alegou que José Henrique agiu em legítima defesa, pois teria sido agredido pela vítima e por seu acompanhante antes do golpe fatal, conforme o documento divulgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás.

No entanto, na decisão, o juiz Alcântara destacou que o laudo cadavérico comprovou a causa da morte como traumatismo cranioencefálico por instrumento contundente. Além disso, considerou que há indícios suficientes para levar o réu a julgamento por homicídio.

Prisão

A prisão preventiva de José Henrique foi decretada em 20 de setembro de 2024 e cumprida no dia seguinte. O magistrado justificou a medida como necessária para garantir a ordem pública e a regular condução do processo.

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Atritos na negociação de carga com sementes de milho motivou morte de fazendeiro por falsos policiais, conclui polícia

Vítima já tinha desavenças com um dos suspeitos devido a um empréstimo de aproximadamente R$ 30 mil que não foi pago, segundo delegado. Três suspeitos foram presos

Fazendeiro Luiz Carlos de Lima, conhecido como Peixe, foi assassinado em Formosa

Fazendeiro Luiz Carlos de Lima, conhecido como Peixe, foi assassinado em Formosa (Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil concluiu que um atrito na negociação de um caminhão carregado com sementes de milho motivou o assassinato do fazendeiro Luiz Carlos de Lima, conhecido como Peixe. As investigações apontam que ele foi atraído para uma emboscada e brutalmente agredido até a morte. O crime ocorreu em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, e três suspeitos foram presos.

A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos.

Segundo o delegado Danilo Meneses, responsável pelo caso, a vítima já tinha desavenças com um dos suspeitos devido a um empréstimo de aproximadamente R$ 30 mil que não foi pago. Posteriormente, surgiu um novo conflito envolvendo a carga de sementes de milho.

Além de um dos suspeitos dever cerca de R$ 30 mil para a vítima e não ter pago esse valor, o que acabou gerando um desentedimento entre eles, houve também um desacordo sobre a carga de milho. Isso explicaria por que, no momento do assassinato, ele [o suspeito] ter colocado milho na boca da vítima", afirmou o delegado.

Os três suspeitos tiveram a prisão temporária convertida em preventiva pelo Poder Judiciário, e o Ministério Público já apresentou a denúncia. Durante as investigações, a polícia identificou quatro envolvidos, mas a Polícia Civil concluiu que um deles não tinha conhecimento da prática do crime.

A Polícia Civil de Goiás informou que os suspeitos foram presos durante a operação Isca, realizada em 24 de janeiro. Durante a ação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, com apoio de agentes das delegacias de Formosa, Planaltina e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Relembre o caso

O assassinato de Luiz Carlos ocorreu em 15 de agosto de 2024. Segundo as investigações, um grupo de criminosos disfarçados de policiais invadiu uma fazenda e manteve 10 pessoas em cárcere privado durante cerca de seis horas.

Os suspeitos forçaram um funcionário da propriedade a cortar a correia de uma caminhonete e, em seguida, ligar para a vítima pedindo que levasse uma peça nova para o conserto. O plano serviu para atrair Luiz Carlos ao local.

Assim que chegou à fazenda, o fazendeiro foi rendido, agredido violentamente e assassinado. Após o crime, os suspeitos fugiram em um carro.

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Grupo "lavava dinheiro" da venda de rebites com criação de redes de restaurantes e empreendimentos imobiliários, diz MP

Segundo as investigações, organização criminosa criava empresas para lavar o dinheiro do comércio de anfetaminas e de outras atividades ilícitas

Dinheiro e bens apreendidos em operação da PRF e Gaeco contra grupo que lavou R$ 320 milhões da venda de rebites

Dinheiro e bens apreendidos em operação da PRF e Gaeco contra grupo que lavou R$ 320 milhões da venda de rebites (Divulgação Gaeco/MPGO)

As investigações da "Operação Ephedra" apontam que o grupo suspeito de produzir e vender rebites movimentou ao menos R$ 320 milhões, segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO). Eles teriam lavado o dinheiro do crime criando vários empreendimentos.

A organização criminosa movimentou e movimenta muitos milhões de reais. Alguns dos investigados, que estavam envolvidos com atividades de financiamento da produção de comprimidos, partiram para diversas formas de lavagem de dinheiro. Sendo esse dinheiro sujo, oriundo do tráfico, introduzido em outras atividades, como por exemplo: abertura de redes de restaurantes, empresas de transporte, empreendimentos imobiliários e outras atividades comerciais", disse o promotor Paulo Vinícius Parizotto.

De acordo com o Gaeco, o "rebite" era vendido para motoristas profissionais, pois essa droga sintética é utilizada para inibir o sono e permitir a realização de longas jornadas de trabalho, colocando em risco a segurança viária. Inclusive, o dinheiro oriundo do tráfico era utilizado para adquirir insumos - produtos químicos, máquinas para produção das drogas - e lavagem de capitais, por meio da aquisição de veículos, residências, fazendas e até mesmo criptoativos.

"A investigação foi feita em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, a partir de dados e informações coletadas pela PRF. O objetivo da investigação foi aprofundar a estrutura dessa organização criminosa para identificar as pessoas que financiavam, controlavam a produção e distribuição dos comprimidos de anfetaminas. A operação de hoje constatou que essa organização tinha aparato para produção em alta escala de rebites", disse o promotor.

Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar as defesas deles até a última atualização desta reportagem.

Operação Ephedra

Durante a Operação Ephedra, nesta terça-feira (10), foram cumpridos 24 mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão em Goiás, Tocantins, Bahia e São Paulo.

Segundo o superintendente da PRF em Goiás, Tiago Queiroz, a operação teve início a partir do aumento significativo da apreensão de "rebite" e do aumento de ocorrências nas rodovias federais que cortam o estado.

A PRF constatou, em 2023 e 2024, um aumento significativo e exponencial da apreensão de rebites e anfetaminas no estado de Goiás, acompanhada da quantidade de autuações de infrações de motoristas em desrespeito à lei do descanso profissional. Precisávamos, então, da ajuda do Ministério Público, por meio do Gaeco, porque entendíamos que havia uma verdadeira organização criminosa trabalhando na produção, compra, venda e distribuição de anfetaminas pelo país", declarou.

Os mandados foram cumpridos nos municípios de Goiânia, Goianira, Trindade, Anápolis, Ceres, Mara Rosa, Campinorte, Uruaçu, Porangatu, Talismã (TO), Luiz Eduardo Magalhães (BA) e Salto (SP). Também foi cumprido mandado de prisão contra um detento na Unidade Prisional Regional de Nova Crixás.

De acordo com o MPGO, os suspeitos vão responder pelos crimes de tráfico de drogas, organização criminosa, financiamento ao tráfico de drogas, aquisição de apetrechos e maquinários para o tráfico de drogas, além de lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo.

Grupo comercializava 'rebite' para motoristas profissionais e utilizavam contas bancárias para movimentar dinheiro (Divulgação Gaeco/MPGO)

Grupo comercializava 'rebite' para motoristas profissionais e utilizavam contas bancárias para movimentar dinheiro (Divulgação Gaeco/MPGO)

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MPGO não vai impedir torcida visitante em Atlético-GO x Palmeiras: "Clubes têm de assumir a responsabilidade"

Promotor de Justiça Sandro Henrique afirmou que a decisão de não acatar a recomendação de torcida única "onera a polícia"

Jogo entre Atlético-GO e Palmeiras será disputado no Antônio Accioly

Jogo entre Atlético-GO e Palmeiras será disputado no Antônio Accioly (Ingryd Oliveira / Atlético-GO)

Após a recomendação de torcida única em Atlético-GO x Palmeiras feita pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e a declaração do presidente rubro-negro Adson Batista de que o jogo terá torcida visitante, o promotor de Justiça Sandro Henrique Silva Halfeld Barros afirmou que a entidade não obrigará o clube goiano a acatar a decisão. A partida será no próximo sábado (23), no Estádio Antônio Accioly, em Goiânia, às 19h30, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro.

"É possível fazer (uma medida judicial), mas eu entendo que os clubes já estão avisados. Seria possível, em tese, o Ministério Público entrar com uma ação para ter apenas uma torcida. Na verdade, eu acho que os clubes têm de assumir as suas responsabilidades. O Ministério Público avisou, a polícia avisou. A recomendação não tem caráter de obrigação. Os clubes fazem a análise do custo-benefício, mas já estão cientes do risco", disse Sandro ao jornal.

De acordo com o promotor, a obrigação de manter a segurança é dos clubes e Atlético-GO e Federação Goiana de Futebol (FGF) sabem do risco de confronto entre torcidas. Sandro Halfeld explica que não poderão eventualmente alegar desconhecimento. A partir disso, haverá responsabilização das partes.

"Tenho certeza de que eles vão tomar mais medidas de segurança. Acaba que isso onera a nossa polícia, que vai reforçar o policiamento, mas não podem falar depois que não sabiam do risco. A recomendação tem como grande vantagem para o MPGO posteriormente, caso o risco se materialize. O risco existe, foi documentado, avisado, e os responsáveis pelo evento podem fazer a análise se compensa ou não abrir mão do evento em razão do risco", completou o promotor.

Advogado do Atlético-GO, Marcos Egídio afirmou que o clube recebeu a recomendação do MPGO na última terça-feira (19), um dia depois das vendas de ingressos terem sido abertas, e que quase todos os bilhetes já tinham sido comercializados àquela altura.

"O Atlético-GO tem a obrigação primeira de cumprir o regulamento da competição, que é a disponibilização de 10% mínimo para o torcedor adversário, sob pena de sermos punidos pela Justiça Desportiva. Por fim, confiamos em nossa Segurança Pública para que nenhum incidente venha a acontecer em Goiânia", afirmou.

Segundo o advogado, o comando da polícia trabalha com a demanda necessária de contingência conforme o evento e, nesse caso, certamente será maior. Além disso, o Atlético-GO cuidará do reforço de segurança dentro do Estádio Antônio Accioly.

"Na verdade, o risco não é dentro do estádio, é para a sociedade como um todo. A gente não sabe onde vai ser o ataque, a revanche. Pode ser que não ocorra nem em Goiás, pode ser que ocorra lá no Triângulo Mineiro, em São Paulo, a gente não sabe onde vai ser o ataque. Mas já avisamos que a chance é grande de um revide (em Goiânia)", pontuou o promotor Sandro Halfeld.

Entenda o caso

O MPGO recomendou à CBF que o jogo entre Atlético-GO e Palmeiras, pela 35ª rodada do Brasileirão, no próximo sábado (23), às 19h30, no Antônio Accioly, tenha torcida única devido à possibilidade de confronto entre torcidas.

A recomendação de torcida única leva em conta o contexto recente de violência entre a torcida organizada Mancha Verde, do Palmeiras, e a Máfia Azul, do Cruzeiro.

Segundo a justificativa do MPGO, a Máfia Azul é aliada da Torcida Dragões Atleticanos, do Atlético-GO. No entendimento do órgão, isso traz um "altíssimo risco de confronto" por causa da rivalidade e também pela estrutura física do Antônio Accioly, que, segundo a entidade, não possui vias de acesso exclusivo e seguro para a torcida visitante.

O contexto de violência entre as torcidas organizadas de Palmeiras e Cruzeiro ocorreu no dia 27 de outubro, quando uma emboscada de palmeirenses contra cruzeirenses envolveu cerca de 150 pessoas e deixou uma pessoa morta e outras 17 feridas, em Mairiporã (SP).