A quantidade de pedidos de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes adultos com Covid-19 dos municípios goianos para a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) aumentou 88,52% em maio com relação a abril deste ano.No mês passado, as cidades do estado solicitaram um total de 115 UTIs à rede estadual, enquanto que anteriormente isso havia sido feito por 61 vezes. A média com relação aos primeiros seis dias de junho, último dado informado pela secretaria estadual, também já é maior do que a registrada no mês anterior. Em maio foram 3,7 solicitações por dia e nestes primeiros dias do mês o índice aponta 9,3 pedidos diários.Levando em conta a soma das UTIs para pacientes adultos e pediátricos, o número se eleva para 4,6 em maio ante 10 nos primeiros seis dias de junho.A presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO), Verônica Savatin, acredita que esta alta de solicitações se dá por uma alta de casos não só da Covid-19, mas também de outras doenças, incluindo síndromes respiratórias e dengue, que ocupam os leitos nas cidades. Assim, os municípios não estão reabrindo os leitos de Covid-19 por ter outras prioridades.Verônica relata que os secretários municipais têm percebido o aumento de casos de infecções pelo coronavírus, mas que não com pessoas em risco de morte, fazendo com que o tratamento seja demandado para a rede estadual.Válido lembrar que as unidades intensivas para o tratamento da Covid-19 demandam isolamento, o que não é exigido para a dengue, por exemplo. “O foco dos municípios em relação à Covid tem sido para a vacinação e a testagem. Os leitos hospitalares estão cheios com as demais doenças, mas nós atualmente temos os equipamentos e, se for necessário, poderemos ter leitos de Covid reabertos.”A alta, no entanto, ainda não atingiu os leitos de UTIs pediátricas, o que só ocorreu neste ano na comparação de fevereiro com janeiro. Já em maio o número de solicitações destes leitos foi 28, enquanto que em abril os municípios pediram 54 vezes.A SES-GO informa que “está reestruturando a rede estadual de leitos pediátricos para leitos de isolamento”. A expectativa é que estejam adequados para receber pacientes gerais e os que necessitem de isolamento.Com relação aos pedidos totais de internação, ou seja, somando as unidades intensivas e os tratamentos nas enfermarias, a comparação de maio com abril mostra um aumento de 33,07%. No mês passado foram 341 solicitações ante 257 anteriormente. Nos seis primeiros dias de junho, com base neste dado, a SES-GO já recebeu 143 pedidos dos municípios, ou seja, uma média de 23,83 por dia. No total do ano, a secretaria estadual tem um índice de demanda municipal de 25,52 solicitações diárias, o que indica um primeiro trimestre do ano com mais pedidos.Para se ter uma ideia, o número de maio ficou ainda abaixo do registrado em março (409) e é cerca de um terço do que se teve em fevereiro (1.120) e ainda menos do que em janeiro (1.735). As cidades de Aparecida de Goiânia e Goiânia são as que mais solicitaram leitos para a rede estadual, sendo 566 e 398 entre os dias 1º de janeiro de 6 de junho deste ano, respectivamente.O mesmo ocorre com relação à demanda por UTIs. Neste caso, Aparecida já solicitou leitos por 203 vezes e a capital por 176. A diferença é que em Goiânia houve aumento em maio em relação a abril, enquanto que na cidade vizinha há uma redução.Segundo a SES-GO, observa-se “uma alta sazonal do número de casos da Covid-19, influenciada pelo clima frio, gerando consequentemente uma alta no número de solicitações de internações para casos suspeitos da doença que necessitam de isolamento”.A secretaria explica que muitos pedidos recebidos pela Central de Regulação Estadual relativos à síndrome respiratória aguda grave (Srag) são cancelados após resultados de exame negativo para Covid-19. A expectativa dos técnicos em saúde do estado é que “o cenário epidemiológico poderá ser algo parecido com o vivenciado em janeiro deste ano”.Por outro lado, a SES-GO não tem utilizado o termo “quarta onda” para descrever o aumento de casos da Covid-19 neste ano, o que é indicado também pela alta de solicitações por leitos específicos da doença.A secretaria explica que “não existe uma definição técnica do que são ondas Covid-19, mas podemos dizer que estamos sim em um novo período de aumento de casos”. A pasta reforça que as medidas de controle são principalmente a vacinação e as medidas não farmacológicas como o uso de máscara e a higienização das mãos.-Imagem (1.2470930)