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Planos de saúde passam a cobrir testes para detectar zika a partir desta quarta

Os planos de saúde deverão cobrir obrigatoriamente três exames para a detecção de anticorpos do vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Folhapress

Modificado em 29/09/2024, 00:08

Planos de saúde passam a cobrir testes para detectar zika a partir desta quarta

(Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas)

Os planos de saúde deverão cobrir obrigatoriamente três exames para a detecção de anticorpos do vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, a gestantes, bebês filhos de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus, bem como os recém-nascidos com malformação congênita sugestivas de infecção.

Esses são os grupos considerados prioritário para detecção da zika devido à sua associação com o risco de microcefalia nas crianças, quando o cérebro delas não se desenvolve de maneira adequada.

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determinou que os planos devem oferecer cobertura dos testes de PCR (Polymerase Chain Reaction), IgM (imunoglobina M) e IgG (imunoglobina G) a partir desta quarta-feira (6). A medida foi publicada no "Diário Oficial" da União no dia 6 de junho e as operadores de saúde tiveram 30 dias para se adequarem às novas regras.

"A incorporação de exames diagnósticos para zika foi amplamente discutida por técnicos e especialistas visando a melhoria do atendimento a gestantes e recém-nascidos no Brasil", afirma a diretora de Normas e Habilitação de Produtos, Karla Santa Cruz Coelho.

"Mas é importante ressaltar que diversos procedimentos destinados ao acompanhamento de gestantes e bebês já têm cobertura assegurada nos planos de saúde. Portanto, essa medida assegura o diagnóstico mais preciso, melhorando a qualidade na atenção às mães e seus bebês", diz.

A doença, causada pelo vírus da zika, tem como característica a presença de manchas avermelhadas na pele e está associada a casos de microcefalia em bebês e da síndrome Guillain-Barré, transtorno que pode causar paralisia dos membros.
A diretora também destaca que a incorporação dos testes laboratoriais ocorreu de forma extraordinária por se tratar de uma emergência em saúde pública decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

"Portanto, essa é mais uma das ações da agência [ANS] no enfrentamento da atual situação, além do acompanhando atento das diretrizes do Ministério da Saúde para prevenção e o combate ao vírus da zika e as demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti", concluiu a diretora.

Testes

O método conhecido como PCR (Polymerase Chain Reaction), que verifica o genoma do vírus, só é eficaz durante o quadro agudo da infecção -ou seja, quando a pessoa apresenta sintomas da doença. Esse exame é recomendado para gestantes sintomáticas (somente até cinco dias após o surgimento dos primeiros sinais da doença).

Os outros dois testes, que foram aprovados pela agência em fevereiro deste ano, conseguem detectar a presença, por meio de métodos de imunoflorescência, de dois tipos de anticorpos, o IgG (imunoglobina G) e IgM (imunoglobina M), para três doenças: dengue, chikungunya e zika.

O IgM é produzido na fase aguda da doença -com até duas semanas. Ele é recomendado para gestantes com ou sem sintomas da doença nas primeiras semanas de gestação (pré-natal) com repetição desse procedimento ao final do segundo trimestre da gravidez, e para bebês filhos de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus da zika, bem como aos recém-nascidos com malformação congênita sugestivas de infecção pelo vírus.

Já o IgG indica se houve uma infecção mais antiga pelo vírus. É recomendado somente para infeção pelo vírus da zika para gestantes ou recém-nascidos que realizaram pesquisa de anticorpos IgM cujo resultado foi positivo.

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Mion, Kenya Sade e Gominho vão cobrir o Rock in Rio na Globo

Modificado em 17/09/2024, 17:19

Mion, Kenya Sade e Gominho vão cobrir o Rock in Rio na Globo

(Divulgação)

A Globo definiu nesta quarta-feira (28) os apresentadores que irão comandar a transmissão do Rock in Rio 2024, que acontece a partir de 13 de setembro. A empresa vai exibir o evento em TV aberta e nos canais Multishow e Bis na TV por assinatura.

Na TV Globo, Marcos Mion faz dupla com Kenya Sade, repetindo a parceria que aconteceu na transmissão do show de Madonna no Rio de Janeiro em maio. Kenya também se divide na ancoragem no Multishow e no Bis, ao lado de Guilherme Guedes, Didi Wagner e Chinaina.

O quarteto Laura Vicente, Dedé Teicher, Jonathan Azevedo e Barja mostra os bastidores e a preparação dos artistas que sobem aos palcos do festival. Enquanto Bielo, Gominho e Xan Ravelle estarão ao lado do público mostrando o que acontece no gramado e na área VIP do evento.

A Globo promete exibir todos os shows do palco principal em 4K. O sinal em ultra definição estará disponível no Multishow e no Globoplay. Na TV aberta, a Globo vai mostrar os melhores momentos do Rock in Rio e apresentações ao vivo.

No digital, vai ser possível acompanhar os principais destaques da área VIP, dos bastidores e dos shows, direto da Cidade do Rock, através do gshow e nos perfis das redes sociais do Multishow, Canal Bis, Globoplay e gshow.

Neste ano, os headliners do Palco Mundo, o principal do Rock in Rio, são Travis Scott (dia 13), Imagine Dragons (dia 14), Avenged Sevenfold (dia 15), Ed Sheeran (dia 19), Katy Perry (dia 20), Shawn Mendes (dia 22), além do combinado Para Sempre Rock, que fecha o Dia Brasil no dia 21, e terá Capital Inicial, Detonautas, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino e Toni Garrido.
Rock in Rio 10 será a décima edição do festival realizada na Cidade do Rock, que fica no Parque Olímpico do Rio de Janeiro. O festival irá celebrar os 40 anos do Rock in Rio, contando com uma nova área chamada Global Village com cenários inspirados em ícones arquitetônicos de todo o mundo.

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Casos de zika já são metade dos registrados em todo 2023

Notificações já somam 59 no estado, o que representa 46,8% do total verificado em 2023. Preocupação para gestantes aumenta e especialistas recomendam uso de repelente

Modificado em 17/09/2024, 15:42

Pedro com a mãe, Eliane: garoto desenvolveu microcefalia após ela ter zika

Pedro com a mãe, Eliane: garoto desenvolveu microcefalia após ela ter zika (Wildes Barbosa)

Nas primeiras quatro semanas deste ano Goiás contabilizou 59 casos confirmados de zika. O número já representa 46,8% de todos os registros do tipo em 2023, quando o estado teve 126 apontamentos, a maioria deles no fim do ano. Ao todo, já são 120 casos notificados em 2024. Considerando as quatro primeiras semanas deste ano com o mesmo período de 2023, houve um crescimento de 380% das notificações. A doença representa um risco para as gestantes, já que os bebês de mulheres infectadas podem desenvolver microcefalia.

Os casos registrados até agora se concentram em Águas Lindas de Goiás, na região do Entorno do Distrito Federal (confira quadro). Todos os quatro casos de gestantes com zika em Goiás estão no município. Duas delas têm 35 anos e as demais 20 e 44 anos. Elas estão no primeiro e no terceiro trimestre de gestação. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), os casos foram fechados por teste rápido e a pasta já entrou em contato com o município para fazer uma nova coleta e encaminhar ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-GO). É necessário fazer um novo exame, pois o teste rápido não confirma caso de zika devido à reação cruzada com dengue.

Ainda de acordo com o governo estadual, as gestantes estão sendo acompanhadas pelo município. A SES-GO destacou que todos os casos de zika estão sendo monitorados pela coordenação estadual, mas que a pasta também tem reforçado junto às secretarias municipais a importância dos registros dos casos no sistema oficial de notificação. O número de casos da zika começou a crescer no fim de 2023. Na penúltima semana do ano foram 79 casos notificados, o que representa 16,5% do total de registros.

O aumento coincide com o crescimento dos casos de dengue e chicungunha em Goiás. A infectologista Juliana Barreto, que atua no Hospital Albert Einstein Goiânia, explica que a época do ano é propícia para o aparecimento da arboviroses. "Acabamos vendo um aumento de todas, mas claro que a dengue em maior proporção", esclarece. A zika pode apresentar sintomas oculares, coceira acentuada e irritações na pele semelhantes à alergias. Já a dengue tem como um dos principais sintomas a dor muscular. No caso da chicungunha, prevalece a dor nas articulações.

A zika costuma ser benigna para a maioria das pessoas. O último óbito em Goiás foi registrado em 2022. Entretanto, a doença é um risco para as gestantes, especialmente para aquelas no primeiro trimestre de gestação. "A fase em que está sendo formado o sistema nervoso do bebê. A zika tem um 'imã' para essas células que ainda estão em formação e impede o desenvolvimento delas", explica Thais Alarcon, infectologista da Maternidade Dona Íris. Na prática, isso significa que as grávidas podem passar a zika para os bebês, o que pode comprometer o desenvolvimento do cérebro deles. A gravidade do comprometimento vai depender de uma combinação de virulência e idade gestacional.

No caso das quatro gestantes de Águas Lindas, a SES-GO comunicou que assim que os bebês nascerem, os casos irão passar pela avaliação do comitê de investigação de casos e óbitos por Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) e as crianças serão acompanhadas de acordo com o fluxo de atendimento pelos municípios e se necessário avaliação estadual.

Em 2016, o número de casos de zika explodiu em todo o Brasil. Somente em Goiás, foram 8 mil casos confirmados. Um deles foi o de Eliane Alves, de 44 anos. No segundo semestre daquele ano ela estava grávida de Pedro, que hoje tem 6 anos, quando teve o diagnóstico de zika. "Com aquele tanto de casos, eu morria de medo de pegar. Usava repelente. Porém, ainda assim aconteceu", conta a morada de Goiânia.

Pedro nasceu em 2017, depois de uma gestação complicada por uma pré-eclâmpsia, o que levou a um parto prematuro. "Mesmo assim, ele saiu do hospital bem. Abaixo do peso, mas bem", diz. Quando Pedro tinha por volta de sete meses de vida, Eliane começou a perceber que o desenvolvimento dele não estava de acordo com o esperado. Então, veio o diagnóstico da SCZ.

Atualmente, a criança faz acompanhamento no Centro Estadual De Reabilitação e Readaptação. O maior acometimento de Pedro foi motor. Ele não anda, mas consegue movimentar os braços e adora conversar. "Agora ele está na escola", orgulha-se a mãe. Eliane deixou de trabalhar para se dedicar integralmente aos cuidados do filho. "É difícil, porque fazemos tudo de ônibus. Porém, não me arrependo. Vivo 100% para ele", finaliza.

Grávidas devem usar repelente

O uso do repelente é a forma mais eficaz das gestantes se protegerem do mosquito Aedes aegypti, que transmite a zika. "É a prevenção possível", destaca Juliana Barreto, infectologista que atua no Hospital Albert Einstein Goiânia. Atualmente, não existe vacina contra a zika, nem nenhum tipo de medicação que evite que uma gestante passe o vírus para o bebê. "O que conseguimos é tratar os sintomas, como febre e dor no corpo. Entretanto, não existem medidas específicas", esclarece a especialista.

A infectologista da Maternidade Dona Íris, Thais Alarcon, também recomenda que as gestantes usem repelente e ainda alerta que aquelas que forem infectadas precisam dar seguimento em um pré-natal de alto risco. Juliana detalha que os bebês de mulheres infectadas precisam ter o desenvolvimento e acompanhamento por meio de ultrassom durante toda a gestação.

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Planos de saúde devem atender em até 15 dias pedidos de exames e terapias de pacientes com autismo

Caso a decisão seja descumprida, a pena de multa é de R$ 30 mil por infração

Modificado em 19/09/2024, 00:40

Medida é para que não haja interrupções nos tratamentos por falta de vagas, acúmulo de pacientes, filas de espera ou eventuais embaraços

Medida é para que não haja interrupções nos tratamentos por falta de vagas, acúmulo de pacientes, filas de espera ou eventuais embaraços (Reprodução)

Colaborou: Letícia Graziely

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) conseguiu uma liminar na Justiça que obriga as operadoras Unimed Goiânia e Hapvida a atenderem, no prazo máximo de 15 dias, pedidos de procedimentos, consultas, exames, terapias e/ou tratamentos de saúde para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Cabe recurso da decisão.

De acordo com o MP, o pedido foi feito em caráter de urgência com o objetivo de garantir ou antecipar um direito que poderia ser perdido caso os pacientes tivessem que aguardar até o final do julgamento do processo.

A medida é para que não haja interrupções nos tratamentos por falta de vagas, acúmulo de pacientes, filas de espera ou eventuais embaraços causados pelas operadoras ou profissionais e prestadores de serviço conveniados.

A ação foi movida, na última semana, pelo promotor de Justiça Goiamilton Antônio Machado, divido as a reclamações feitas na 70ª Promotoria de Justiça de Goiânia.

O órgão apurou que os planos de saúde desrespeitam o direito à saúde e ao tratamento integral e ilimitado às pessoas com TEA. Desde abril do ano passado, o promotor de Justiça tenta uma solução entre as empresas e os consumidores, mas as reuniões foram sem resultados.

A decisão ocorreu no dia 27 de junho, e caso seja descumprida, a pena de multa é de R$ 30 mil por infração.

À TV Anhanguera a Unimed Nacional disse que a rescisão se refere exclusivamente à alguns contratos de planos PME, que são planos de saúde para pequenas empresas ou coletivos. Informou ainda, que o cancelamento desses contratos é regulamentado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e afirmou que nesses casos, os envolvidos são avisados com antecedência. A Unimed Goiânia completou dizendo que segue as regras da ANS para o atendimento de pacientes com autismo e cumpre as decisões judiciais.

Em nota, o Hapvida informou que a empresa ainda não foi notificada formalmente do processo, mas está sempre aberta ao diálogo e à disposição para os esclarecimentos necessários. Reforçou que está em constante busca da melhoria do atendimento, com ampliação das estruturas físicas e do quadro de profissionais qualificados. Além de que, recentemente, foram inauguradas novas unidades e consultórios exclusivos para atendimento ABA e implantados projetos como o "Mãos Dadas", que promove encontros mensais entre pais e equipes terapêuticas para acolhimento e tira-dúvidas sobre os tratamentos dos pequenos clientes.

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Unimed vai reavaliar cancelamento de convênios de pessoas com autismo

Modificado em 19/09/2024, 00:32

Unimed vai reavaliar cancelamento de convênios de pessoas com autismo

(Divulgação / Unimed)

A Unimed Brasil se comprometeu a reavaliar casos de pessoas com autismo que tiveram seus planos de saúde suspensos neste ano.

A promessa foi feita durante audiência na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que convocou representantes da Unimed Brasil e da CNU (Central Nacional Unimed) para esclarecimentos na terça (27).

Na reunião, deputados estaduais apontaram que ao menos 87 pessoas que necessitam de tratamento para TEA (Transtorno do Espectro Autista) tiveram o plano suspenso via contratos de pessoa jurídica nos últimos meses, algo permitido por lei.

"Uma pessoa com autismo que fica um mês sem tratamento regride o equivalente a um ano. Nossa meta é buscar formas de reativar esses planos. Por mais que a legislação permita o cancelamento de contratos de pessoas jurídicas, sendo que muitos são MEIs (micro empreendedores individuais), é preciso que as unidades associadas tenham um olhar humanizado", disse o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP), um dos que fizeram a convocação da sessão.

No encontro, representantes da empresa disseram que, de janeiro a maio deste ano, 2.200 contratos de planos de saúde Unimed com empresas foram cancelados pela operadora de forma unilateral. Isso afetou aproximadamente 10 mil usuários. Atualmente, a rede tem mais de 2 milhões de clientes e 339 cooperativas associadas.

Os representantes da Unimed também se comprometeram a participar de uma nova audiência na Comissão da Pessoa com Deficiência da Alesp para dar novas informações sobre o atendimento aos autistas.

"A Unimed Nacional acredita na importância do diálogo e se compromete em acolher a lista de 87 pessoas, conforme a comissão da Alesp relatou ter recebido, e analisar os casos que forem da Unimed Nacional. Também ressalta que os cancelamentos ocorridos são de planos de pessoa jurídica e não foram discriminatórios", disse a empresa, em nota à reportagem.

Nos últimos meses, como mostrou a Folha, centenas de convênios têm sido cancelados unilateralmente por operadoras de planos de saúde, no que tem sido visto por advogados e autoridades como uma possível forma de "limpar" a base dos clientes mais custosos.

Em maio, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) instaurou inquérito para investigar os casos de cancelamento de planos. Só ao gabinete da deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP) chegaram 192 denúncias entre abril de maio -cerca de 90% delas envolvendo a Unimed Nacional

Em segundo lugar em número de denúncias vem o Bradesco Saúde, com 5% dos casos. Outras ocorrências se dividem entre mais quatro companhias, como Notre Dame, SulAmérica, Interclínica e São Cristóvão.

Os planos de saúde vivem uma crise. Em 2022, o setor registrou prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões, o pior resultado desde o começo da série histórica, em 2001.

Esse número se refere apenas aos valores obtidos com os serviços de saúde em si. Quando se consideram os ganhos com operações financeiras, as operadoras tiveram lucro líquido de R$ 2,5 milhões. O valor representa 0,001% das receitas totais, que somaram R$ 237,6 bilhões.