Geral

Temporada do Araguaia terá novas regras

Mudanças no decreto publicado na última segunda-feira foram discutidas agora à tarde numa reunião virtual entre o governador Ronaldo Caiado, deputados estaduais e representantes de municípios do Vale do Araguaia. Pesca esportiva deve ser liberada

Modificado em 21/09/2024, 01:08

Temporada do Araguaia terá novas regras

(Renato Conde)

O governador Ronaldo Caiado se reuniu na tarde desta quarta-feira, 12, por videoconferência, com deputados estaduais, prefeitos e empresários do setor de turismo de municípios do Vale do Araguaia para discutir os termos do decreto estadual que cancelou, pelo segundo ano seguido, a Temporada do Rio Araguaia.

Os representantes das cidades pediram, principalmente, a liberação da pesca esportiva para garantir o sustento de boa parte da população ribeirinha, que depende desta atividade turística. Alguns também defendem a permissão para pequenos acampamentos familiares.

Um novo decreto será redigido e publicado nos próximos dias.

O governador lembrou que o decreto nº 9.862, que cancelou a temporada do rio, foi publicado a toque de caixa porque o Araguaia começou a baixar e muita gente já estava demarcando áreas para a instalação de acampamentos, o que levaria um grande fluxo de pessoas para a região.

"Estamos ouvindo todos os interessados para encontrar uma maneira de conciliar o período do acampamento com o momento de ameaça de terceira onda de Covid-19, que já dá sinais em outros estados, e avançarmos num decreto que seja consenso", justificou.

A preocupação, segundo ele, é garantir um protocolo que evite situações semelhantes às do Ano Novo e Carnaval, com grande aumento do número de casos.

A sub-procuradora do Ministério Público Estadual, Laura Bueno, lembrou a importância do decreto restritivo já publicado, diante das atuais circunstâncias, mas disse que acredita na possibilidade de uma mínima flexibilização para atender a demanda dos prefeitos em relação à pesca esportiva.

Segundo ela, o pleito parece razoável, desde que seguindo os protocolos devidos e com fiscalização rígida. "Vamos tentar atender aqueles que dependem da temporada para o trabalho, sem que isso represente aglomeração. Ranchos e acampamentos não tem como voltar, mas podemos atender minimamente as necessidades das comunidades sem deixar de lado os cuidados", avaliou.

O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, lembrou que, desde junho de 2020, os prefeitos do Vale do Araguaia deram as mãos para evitar uma contaminação em massa.

Mas, segundo ele, uma reunião com prefeitos e secretários de turismo revelou o consenso de que os ranchos e acampamentos não devem acontecer, mas que é importante liberar a pesca esportiva, desde que com critério de controle para o acesso às comunidades.

Para o deputado Coronel Adailton, presidente Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa, a pesca esportiva é uma atividade que não contribui para transmissão do vírus, obedecendo os protocolos de segurança. Ele também se disse a favor da permissão para acampamentos familiares.

Mas a secretária de Estado de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, lembrou que a fiscalização já teve problemas com estes acampamentos no ano passado, pois eles dificultam a fiscalização. "Seria preciso ter um conceito muito bem definido sobre eles, que seja incluído no decreto", alertou.

A prefeita de São Miguel do Araguaia, Azaídes Donizete Borges, concorda que não é possível liberar os acampamentos, pois isso atrairia uma grande movimentação para as praias e a fiscalização dos protocolos seria muito difícil.

Mas ela defendeu a liberação de alguma possibilidade de lazer para as famílias nos fins de semana, como pequenos acampamentos para aquelas que desejam passar um dia na beira dos rios. "Queremos que libere a pesca esportiva, que é muito importante, pois este pessoal já foi muito prejudicado. A sobrevivência deles está afetada e este é o momento de resgatarem compromissos, desde que com os devidos protocolos", afirmou.

Já o prefeito de Aruanã, Hermano de Carvalho, lembrou que a cidade teve entre 20 a 25 mil visitantes no carnaval, um número reduzido em relação ao habitual. Mas, mesmo assim, após 14 dias, o município viveu uma situação muito difícil e já tem 20 óbitos.

"Não desejo uma situação parecida com a que tivemos aqui para nenhum outro prefeito", ressaltou.

Segundo ele, Aruanã costumava receber cerca de 300 mil turistas durante a Temporada do Araguaia, número equivalente a 30 vezes sua população.

"Meu receio é o que poderá acontecer em agosto, quando eles forem embora. Todos segmentos organizados trazem para as cidades turísticas uma super aglomeração. Não é só uma canoa, mas milhares, o que pode causar problema grande", advertiu o prefeito.

Ele lembrou que Aruanã continua registrando novos casos da doença, pois o vírus está esparramado por todo Estado, mas reconheceu que pescadores e guias turísticos são os mais prejudicados.

"Eu sugiro uma ação imediata para injetar recursos neste pessoal para eles consigam sobreviver e minimizar o problema", disse. Hermano sugeriu liberar a pesca esportiva apenas às segundas, terças e quartas para evitar aglomerações de fim de semana, opinião que não é compartilhada pelos demais prefeitos.

"Nossas cidades são pequenas e estamos vivendo uma situação de calamidade pública", completou.

Andréa Vulcanis garatiu que o texto do novo decreto sobre a Temporada do Araguaia será encaminhado a todos os prefeitos e deputados antes de sua publicação.

Geral

Pescadores pegam Piraíba de mais de 2 metros e 120 quilos no Rio Araguaia

Guia de pesca garantiu que após a pesca, o animal foi devolvido para o rio

Modificado em 06/03/2025, 20:26

Guia de pesca e duas famílias pescaram Piraíba (Divulgação/ Redes Sociais)

Guia de pesca e duas famílias pescaram Piraíba (Divulgação/ Redes Sociais)

Um guia de pesca pescou juntamente com duas famílias, na terça-feira (4), um peixe de 120 kg e 2,20 metros no Rio Araguaia, Nova Crixás, região sudeste do estado. Segundo o biólogo, Hélder Lúcio Rodrigues, o animal é da espécie Piraíba (Brachyplatystoma filamentosum) ou popularmente conhecido como "filhote" pode ser encontrado ainda maior na Bacia Tocantins-Araguaia, podendo ultrapassar os 150 kg.

Segundo Josevaldo Camargo, guia de pesca, fisgar o peixe foi uma surpresa, pois eles ficam espalhados em diversos pontos. Ele afirma que estava acompanhando as famílias e saiu sem intuito nenhum de encontrar o animal.

Guia de pesca e duas famílias encontram Piraíba (Divulgação/ Redes Sociais)

Guia de pesca e duas famílias encontram Piraíba (Divulgação/ Redes Sociais)

Após decidirem soltar a linha e começar a pesca esportiva, que durou um pouco mais de uma hora, encontraram a piraíba de mais de dois metros. A turma se juntou e levou cerca de 50 minutos para tirar o peixe da água. O guia de pesca garantiu que o soltaram logo em seguida.

A gente conseguiu tirar esse peixe.Tiramos as fotos, fizemos os vídeos e logo fizemos a soltura dele também, que é o mais importante."

Homem morre afogado no Rio Araguaia no interior do Tocantins Homem morre afogado em lago dentro de condomínio

Ainda segundo o biólogo, a piraíba é um dos maiores peixes encontrados na região do Rio Araguaia, juntamente com o Pirarucu (Arapaima gigas). A piraíba é considerada a segunda maior espécie de peixe de água doce do Brasil.

Por meio de nota, o Programa Araguaia Vivo destacou.

O Programa Araguaia Vivo tem monitorado a pesca no Araguaia, registrando dados sobre os peixes pescados ao longo da temporada de pesca, com a participação de guias parceiros."

E pontuaram ainda que esses animais têm um ciclo de vida complexo e são muito dependentes da conservação do rio. A piraíba viva é muito mais valiosa para a saúde do ecossistema e para as pessoas que usufruem do Rio Araguaia.

Segundo a equipe da Capitania Fluvial do Araguaia-Tocantins, não existe nenhum registro que evidencie os maiores peixes pescados no Rio Araguaia.

Geral

Padre condenado por estuprar jovem em Goiás é preso

Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás, Ricardo Campos Parreiras deverá cumprir nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado

Modificado em 15/02/2025, 20:29

À esquerda o momento em que a Polícia Militar prende o padre em Aruanã. À direita o padre Ricardo Campos.

À esquerda o momento em que a Polícia Militar prende o padre em Aruanã. À direita o padre Ricardo Campos. (Reprodução/TV Anhanguera e Reprodução/Redes sociais)

O padre que foi condenado pela Justiça de Goiás em 2023 por estuprar um jovem em Nova Crixás, região norte de Goiás, foi preso em Aruanã, no noroeste goiano. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), após informações no mandado de prisão de que qualquer autoridade policial poderia prender o padre Ricardo Campos, a PM-GO efetuou a prisão do mesmo na manhã deste sábado (15).

O POPULAR entrou em contato com a defesa de Ricardo Campos por meio de uma mensagem neste sábado (15) às 13h, mas até a última atualização desta reportagem não tive retorno.

Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Ricardo Campos Parreiras deverá cumprir nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Segundo a PM, assim que o padre foi pego, os policiais conduziram Ricardo ao hospital para um relatório médico e logo depois ele foi entregue a Polícia Penal de Mozarlândia, no norte de Goiás. Segundo a polícia, o padre está à disposição da justiça.

Em entrevista à TV Anhanguera, o jovem que sofreu o estupro, João Victor Canelas de Accioly, disse que se sente aliviado e que com a ajuda de amigos e familiares ele conseguiu se reerguer.

É uma sensação de alívio tremenda porque são anos atrás de botar o Ricardo atrás das grades; eu passei por vários momentos de depressão, larguei faculdade, fui demitido de um emprego porque não conseguia render realmente no trabalho, minha cabeça só pensava nisso; muito apoio psicológico, de amigos e familiares a gente consegue se reestabelecer e botar a vida para seguir", disse.

Relembre o caso

O estudante fez uma denúncia ao Ministério Público do Rio de Janeiro, onde mora, contando que foi estuprado em fevereiro de 2017, na Casa Paroquial. O processo, então, foi encaminhado para a Comarca de Nova Crixás.

À época, com 18 anos, o estudante viajou com o avô para ajudar em um trabalho missionário em Nova Crixás. Devido à idade avançada do parente, o jovem dirigia o carro dele para visitar várias cidades da região norte de Goiás. Quando chegaram a Nova Crixás, ele conheceu o padre Ricardo Campos e ficou hospedado na casa do pároco por cerca de cinco dias.

Enquanto estive na casa, ele ficava puxando conversa e tentando se aproximar. Na última noite que dormi no local, ele me chamou na sala quando saí do banho. Achei estranho, porque era de noite, meu avô estava dormindo, mas fui lá conversar com ele", contou.

O jovem relata que se sentou em uma ponta do sofá e o padre na outra. Assim, ficaram fisicamente afastados. Durante a conversa, de acordo com o rapaz, o pároco inseriu temas sexuais.

Eu estava incomodado com o assunto. Ele percebeu e me ofereceu um suco de uva. Fiquei na dúvida porque sou bem pé atrás com tudo, mas aceitei. Enfim, era um padre, não desconfiei no momento. Ele colocou alguma droga no suco", ponderou o jovem.

De acordo com o jovem, quando a suposta droga começou a fazer efeito, o padre iniciou a aproximação física. O rapaz relata que ele pegou três vezes em seu órgão genital e depois o mandou ir para o quarto, com a ressalva de deixar a porta trancada.

Só lembro de acordar no outro dia com o short folgado e todo molhado. Até tranquei a porta, mas acho que ele tinha uma cópia da chave. Nos dias seguintes senti muita dor. Tenho certeza de que fui drogado e estuprado por ele", lamentou.

O padre havia sido preso na época, mas respondia o processo em liberdade até a decisão final.

Geral

Operação prende suspeitos de furtar R$ 1,5 milhão em defensivos agrícolas de fazenda em Aruanã

Força-tarefa entre Polícia Civil e Polícia Militar foi realizada para localizar os suspeitos, que foram presos

Defensivos Agrícolas estavam em galpão, em Goiânia

Defensivos Agrícolas estavam em galpão, em Goiânia (Divulgação/Polícia Civil)

Uma operação da Polícia Civil (PC) em conjunto com a Polícia Militar (PM) prendeu quatro suspeitos de furtar R$ 1,5 milhão em defensivos agrícolas de uma fazenda em Aruanã, no noroeste goiano. As investigações começaram com o Batalhão Rural da Polícia Militar, que teve contato com a ocorrência e, a partir disso, se iniciou uma força-tarefa para localizar e identificar os suspeitos.

Como o nome dos suspeitos não foi divulgado, O DAQUI não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

Segundo o delegado Eric Meneses, a partir das investigações foi possível identificar os veículos usados no furto e abordar os suspeitos.

"Um deles confessou e indicou outro [suspeito] e o galpão onde estavam os defensivos agrícolas. As equipes foram até o local e lá encontraram os defensivos deste e de outros furtos", afirmou.

Sobre os quatro presos, a PC detalhou que um deles foi identificado como líder. De acordo com o delegado, o respectivo suspeito é especializado neste tipo de furto e estava foragido da Justiça do Rio Grande do Sul, onde já havia sido condenado. Por esse motivo, segundo o investigador, o homem usava nome falso para não ser preso. A Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão pelos crimes que ele praticou no Rio Grande do Sul e ele teve a prisão convertida para preventiva em Goiás.

Com relação a forma de agir dos suspeitos, Eric Meneses afirmou que eles têm uma maneira estruturada de atuar e que contam também com um destino fora de Goiás. "Eles identificam o local e fazem o furto. Tem a divisão de tarefas entre os integrantes, como por exemplo, quem vai transportar e quem vai ser responsável pelo local de armazenamento. Depois, há o destino final que é próximo a Goiás", explicou o delegado.

O investigador detalhou que os suspeitos vão responder, inicialmente, pelos crimes de receptação qualificada, crime ambiental e uso de documento falso.

(Colaborou Nielton Soares)

Geral

Rio Araguaia transborda, encobre poste e alaga ruas no interior de Goiás

Segundo a defesa civil do município, durante esta semana eles já estiveram em todas as áreas de risco para verificar a situação dos moradores locais

Modificado em 26/01/2025, 14:10

Casas encobertas após transbordamento do Rio Araguaia em Luiz Alves, distrito de São Miguel do Araguaia (Reprodução/TV Anhanguera)

Casas encobertas após transbordamento do Rio Araguaia em Luiz Alves, distrito de São Miguel do Araguaia (Reprodução/TV Anhanguera)

Ruas e casas ficaram encobertas com o transbordamento do Rio Araguaia durante as fortes chuvas nesta última semana na região de Luiz Alves, no norte de Goiás, a 40 km de São Miguel do Araguaia. Segundo a defesa civil do município, durante esta semana eles já estiveram em todas as áreas de risco para verificar a situação dos moradores locais.

Realmente algumas casas estão sob água, a água já passou, já cobriu, só que eles (os moradores) já tiraram os móveis deles; a gente ofereceu auxílio, mas eles já estão na casa de parentes, não estão mais lá no local", disse o Sargento Déliton Gomes, coordenador operacional da Defesa Civil.

Segundo a Defesa Civil, em uma região mais para baixo de Luiz Alves, conhecida como Viúva, é onde está mais afetado.

É para baixo, descendo o rio, a uns 20 ou 30 quilômetros para baixo, que está mais séria a situação; A gente esteve lá no local, o Corpo de Bombeiros fez a ocorrência, já orientou o pessoal para sair de lá; todos, ou pelo menos a maioria já saiu", disse ele.

Em entrevista, o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, disse que nesta semana as chuvas foram um pouco mais estáveis, mas mesmo assim ainda tiveram regiões com tempestades.

Mesmo assim nós temos muita água ainda correndo, e lá (no rio Araguaia) a dinâmica é muito diferente, é um rio grande, mais espraiado; então ele vai subindo e vai espalhando", disse ele.

Ainda segundo o gerente, os rios contribuintes do Rio Araguaia, como o Rio Crixás-Açu, ajudam a manter o nível dele mais alto.

Em boletim divulgado pelo Cimehgo neste domingo (26), as atualizações mostram que o Rio Araguaia apresenta níveis bons.

(Colaborou Gabriela Macêdo, repórter do g1 Goiás)

Nível da estação hidrológica de Bandeirantes, no Rio Araguaia (Reprodução/Cimehgo)

Nível da estação hidrológica de Bandeirantes, no Rio Araguaia (Reprodução/Cimehgo)