Geral

Apple lança ferramenta que dificulta transações e acesso a senhas em caso de roubo de iPhone

Folhapress

Modificado em 17/09/2024, 16:15

Apple lança ferramenta que dificulta transações e acesso a senhas em caso de roubo de iPhone

(Divulgação)

A Apple lançou nesta terça (23) um recurso aos iPhones para dificultar que mesmo ladrões que têm o código de desbloqueio de um celular roubado acessem senhas salvas, façam operações financeiras por meio de aplicativos e restaurem os padrões de fábrica para vender os aparelhos.

Esse modo, que pode ser ativado nos ajustes do aparelho, impõe camadas de autenticação adicionais quando o iPhone está longe de locais conhecidos, como casa ou trabalho. A ferramenta, chamada de "Proteção de dispositivo roubado", apareceu pela primeira vez em versão de testes de 12 de dezembro.

A novidade fica disponível a partir da atualização do aparelho para a versão do iOS 17.3, que estreou nesta terça e já está disponível no Brasil. O novo sistema operacional está disponível para iPhone XR e modelos posteriores.

Para acessar senhas e cartões de crédito armazenados, o dispositivo solicitará reconhecimento facial ou de digital -sar esses recursos, a menos que haja um sequestro.

A alteração da senha no sistema da Apple (Apple ID) ainda fica bloqueada por uma hora, quando o dispositivo pede nova autenticação com Face ID ou Touch ID. Dessa maneira, a fabricante espera aumentar as chances do usuário consiga marcar o aparelho como perdido para apagar ou bloquear dados.

Essas travas visam dificultar a revenda do dispositivo, da mesma forma que funciona o aplicativo Celular Seguro lançado pelo governo. A solução da Apple não precisa de denúncia, funciona automaticamente com base na geolocalização.

Esses passos adicionais não são requisitados quando o usuário está em localizações gravadas pelo aparelho.

A opção precisa ser ativada pelo usuário para funcionar.

COMO ATIVAR A PROTEÇÃO DE DISPOSITIVO ROUBADO

  • Acesse Ajustes e toque em "Face ID e Código"
  • Insira o código de acesso do dispositivo
  • Toque para ativar ou desativar a Proteção de Dispositivo Roubado
  • Veja ações consideradas como críticas pela Apple
  • Usar as senhas ou chaves-senha salvas no aplicativo Chaves

  • Usar os métodos de pagamento salvos no Safari (preenchimento automático)
  • Desativar o Modo Perdido Apagar conteúdo e ajustes Solicitar um novo Apple Card
  • Ver o número do cartão virtual do Apple Card Realizar algumas ações do Apple Cash e conta Savings no app Carteira (por exemplo, transferências da conta Savings ou Apple Cash)
  • Usar o iPhone para configurar um novo dispositivo (por exemplo, Início Rápido)
  • ATRASO DE SEGURANÇA FUNCIONA PARA ESTAS AÇÕES

  • Alterar a senha do ID Apple
  • Finalizar sessão do ID Apple
  • Atualizar os ajustes de segurança da conta do ID Apple (como adicionar ou remover um dispositivo confiável, Chave Reserva ou Contato de Recuperação)
  • Adicionar ou remover o Face ID ou Touch ID
  • Alterar a senha do iPhone Redefinir todos os ajustes
  • Desativar o recurso Buscar
  • Desativar a Proteção de Dispositivo Roubado
  • Geral

    Apple anuncia iPhone 16e, versão mais barata do celular, por R$ 5.799

    Celular tem o mesmo chip A18 da versão padrão, mesma tela e mesmas conexões, mas sua câmera é simplificada, com apenas uma lente

    Modificado em 19/02/2025, 17:19

    Apple lança Iphone 16e

    Apple lança Iphone 16e (Apple)

    A Apple anunciou nesta quarta-feira (19) o iPhone 16e, modelo de entrada da linha lançada em setembro do ano passado. O celular tem o mesmo chip A18 da versão padrão, mesma tela e mesmas conexões, mas sua câmera é simplificada, com apenas uma lente.

    O iPhone 16e custa a partir de R$ 5.799 no site da Apple, enquanto o iPhone 16 base sai por R$ 7.799. A pré-venda do aparelho novo começa no dia 28 de fevereiro.

    Apple lança ferramenta que dificulta transações e acesso a senhas em caso de roubo de iPhone
    iPhone 14 chega ao Brasil com menos recursos do que nos EUA

    Em relação ao iPhone SE de 3ª geração, último modelo da linha mais acessível da marca, lançado em 2022, o 16e apresenta CPU até 40% mais potente, 11 horas a mais de duração da bateria e um design mais resistente com o Ceramic Shield.

    Geral

    Comerciantes veem redução em crimes na Região da 44

    Empreendedores consideram que houve reforço no policiamento. Troca de informações e protocolos de segurança também têm sido ferramentas para evitar prejuízos

    Modificado em 19/09/2024, 01:15

    Movimento intenso na Região da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário: público da região credita melhoria, entre outros pontos, ao policiamento que foi reforçado no polo comercial

    Movimento intenso na Região da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário: público da região credita melhoria, entre outros pontos, ao policiamento que foi reforçado no polo comercial (Fábio Lima)

    Comerciantes da região comercial da Rua 44, no Setor Central de Goiânia, estão se sentindo mais seguros em relação a furtos e roubos nas proximidades. Para aqueles ouvidos pela reportagem, maior policiamento nas ruas e menor fluxo de clientes levaram a uma queda nos crimes em comparação com os anos anteriores. Com mais movimento diante festas de fim de ano e maior risco, a recomendação dos órgãos de segurança pública para lojistas e clientes é ficar atento com os pertences próprios e mercadorias.

    Comandante do policiamento da Região da 44, o tenente da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) Kleber Martins aponta que o principal alvo de furtos são os lojistas. Roubos, por outro lado, são raros. Conforme ele, três medidas auxiliaram na redução, desde o ano passado, do índice de crimes contra o patrimônio público. "Aumento do policiamento, tecnologia por meio de monitoramento por câmeras de segurança, associado aos grupos de WhatsApp com comerciantes", comenta.

    Os grupos são utilizados para divulgar imagens de suspeitos para que os lojistas possam acionar policiais quando os virem. "Antes cometiam crimes e iam embora. Hoje, com o sistema, pode até ser que vão embora, mas quando voltam todo mundo já sabe quem é", aponta. Nesta sexta-feira (22), militares prenderam um homem de 35 anos suspeito de praticar furtos a comércios na região.

    Pelo aplicativo de mensagens, foi informado à corporação de que o suspeito, que teria efetuado furtos há três dias, estava em um shopping do local. A PM-GO aponta que, durante a abordagem, foram encontradas peças de roupas furtadas. A corporação destaca ainda que, também nesta sexta, reforçou o policiamento na região da 44 por conta do aumento do fluxo de pessoas para as compras do fim de ano.

    A expectativa é que aproximadamente 500 mil pessoas passem pelo local nesta semana, até a véspera de Natal, no domingo (24). A estimativa é da Associação dos Lojistas da 44 (Aer44), que engloba 15 mil pontos de venda na região. Em todo o mês de dezembro, devem circular cerca de 2 milhões de pessoas. A movimentação financeira estimada, apenas nos pontos da Aer44, é de R$ 2,5 bilhões só no último mês de 2023.

    Conforme a delegada Mila Vilella, titular do 2º Distrito Policial (DP) de Goiânia, que engloba parte da região comercial, a maior circulação de pessoas influenciou no aumento de crimes nas últimas semanas. "Nos últimos 15 dias aumentou um pouco, mas eu imaginava até mais ocorrências. Não foi tão grande (o aumento) porque o policiamento ostensivo está forte, então está fazendo reduzir. Teve um leve acréscimo em relação a novembro." Ela acrescenta que muitos dos furtos são contra lojistas, mas transeuntes também são visados.

    Para 15 comerciantes da região ouvidos pela reportagem na tarde desta sexta-feira (22), a segurança para lojistas e clientes está maior neste ano em comparação com os anos anteriores. De acordo com o tenente Kleber, são 26 policiais em ronda a pé e sete viaturas em vigilância no local, durante as 24 horas do dia.

    Para o vendedor ambulante Breno Oliveira, de 33 anos, que atua há 11 na região, este é o "melhor ano" em relação a furtos e roubos, mas ainda há vários casos de clientes que, ao chegar na banca, percebem que foram furtados. "Antigamente tinha muito mais. Agora o policiamento melhorou, a segurança aumentou. Antes tinha até medo de pegar o celular aqui", opina. Para o feirante Elmiton Correia, de 45 anos, o fluxo menor de pessoas contribuiu para a redução. "Furto e roubo é oportunidade", pontua.

    A vendedora ambulante Maria Célia Gomes, de 49 anos, brinca: "As vendas e os ladrões estão devagar". Para ela, o pouco movimento, maior policiamento nas ruas, e os transeuntes e lojistas estarem mais atentos contribuiu para a melhora na percepção da criminalidade local. "Antigamente era um tumulto aqui. Agora, três dias para o Natal, e está vazio", pondera.

    Medidas de segurança

    Mesmo com uma percepção de maior segurança na região, a PM-GO orienta aos clientes e aos comerciantes algumas medidas de segurança. "Evitar carregar mais de uma bolsa, e ter ela sempre ao alcance. Nunca colocar nas costas ou debaixo do braço, com facilidade para abrir por trás. E qualquer ação suspeita se dirigir a um comerciante, pois eles ajudam a pessoa a chegar na polícia", comenta o tenente Kleber.

    Para os vendedores, as recomendações são "não deixar mercadoria com facilidade de acesso e suspeitar de grupos de mulheres", que ficaram conhecidos como "turma da lazinha" por fazer furtos organizados. "Outra dica recente é o fardo (de roupas). Evitar deixar o nome do cliente exposto. Tivemos relatos de pessoas que chegavam se passando por cliente, viam o nome, e depois chegava um motoboy falando que a pessoa pediu a mercadoria", acrescenta o comandante.

    Geral

    Roubos voltam ao patamar pré-Covid no transporte coletivo de Goiás

    Números do primeiro semestre deste ano são 57% maiores que os do mesmo período de 2022, com 391 registros

    Modificado em 19/09/2024, 01:08

    Mochila sempre à frente para se proteger de eventuais furtos no transporte

    Mochila sempre à frente para se proteger de eventuais furtos no transporte (Wildes Barbosa)

    Passado o fim da restrição social imposta pela pandemia da Covid-19, o total de roubos em transporte coletivo de Goiás tem retomado ao patamar registrado no período pré-pandêmico. Em 2019, de janeiro a junho, foram 398 crimes do tipo. No mesmo período deste ano, foram 391, o que representa um aumento de 57% em relação ao ano passado. Entre 2020 e 2022, a cifra média foi de 250 casos nos seis meses.

    Os dados do Observatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO) mostram que, dentre os anos com publicações disponíveis, o de 2018 foi o com maior quantitativo em roubo no transporte coletivo. No período de janeiro a junho, foram 519 registros. O total naquele ano chegava a 860. Mesmo que os números atuais ainda não alcancem o quantitativo daquele ano, especialista alerta que alta deve continuar.

    Os registros fizeram uma curva decrescente, de 2018 a 2020, quando houve uma brusca redução diante da deflagração da pandemia e o início do isolamento social. No último ano citado, foram 448 casos. Comparando ao primeiro ano de registro disponível, a queda foi de 47%. Mas, de 2020 para 2022, a curva mudou para crescente, com aumento de 25%.

    Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Luís Flávio Sapori aponta que há uma tendência de aumento diante da retomada das atividades econômicas. "É esperado. É mais provável que em 2023, 2024, tenha aumento. As atividades econômicas retomam, os comércios voltam a funcionar, então os alvos voltam a circular. (O roubo) é um crime de oportunidade", pontua.

    A situação, conforme ele, é similar em várias capitais brasileiras. O pesquisador aponta ainda que há uma redução de roubos e furtos em detrimento do estelionato. "A suposição é de que (a queda) se dá pela migração dos criminosos para o crime de estelionato. A internet e as redes sociais facilitam (este tipo) de crime", pontua.

    Em março, o Daqui mostrou aumento de estelionatos. Houve disparo no estado diante dos golpes virtuais. De 2021 para 2022, saltou de 57,1 mil ocorrências para 72,5 mil.

    Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023. O compilado mostra, ainda, que a quantidade de roubos em geral teve redução de 15,9% de 2021 a 2022, quando saiu de 19,8 mil ocorrências para 16,9 mil. A prática de furto de celulares, por outro lado, aumentou em Goiás. No mesmo período, houve acréscimo de 18,1%, quando o total saiu de 15 mil para 17,9 mil registros.

    As estatísticas não contemplam todos os casos. "Em ambos (furto e roubo), a subnotificação estimada é de 60 %", destaca Sapori. Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do último trimestre de 2021, a última do tema, apenas 44,8% dos casos de furto são relatados às autoridades policiais. Para roubo, a taxa é de 42,1%.

    A problemática é reforçada pela pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Criminalidade e Violência da Universidade Federal de Goiás (Necrivi/UFG), Cinthya Zortéa. "O acesso ao transporte público de qualidade tem impacto no desenvolvimento social, pois os usuários têm direito a um serviço adequado e seguro. Entretanto, não há como ignorar os altos índices de criminalidade, que esbarram inclusive na questão da subnotificação da ocorrência dos crimes", diz.

    Ainda conforme ela, a violência ocorrida no transporte público "é um desafio infindável para a administração pública". "A qualidade na prestação de serviço relativo ao transporte público guarda relação direta com a segurança. Os criminosos atuam (ali) porque enxergam oportunidades favoráveis", diz.

    A pesquisadora acrescenta que o crescimento nos delitos pode estar relacionado às oportunidades favoráveis aos criminosos no transporte público. "O cometimento de crimes nesses espaços propicia uma certa facilidade para implementar fuga, seja pela ausência de policiamento, seja pela presença massiva de pessoas em trânsito."

    O Daqui percorreu os terminais Praça A e Dergo nesta quinta-feira (21) e visualizou a realidade de medo. Passageiros aglomerados colocam bolsas e mochilas voltadas à frente. Não é difícil localizar quem tenha sido furtado. Vale lembrar que o furto é quando não ocorre violência ou grave ameaça.

    As pessoas furtadas, ouvidas pela reportagem, foram quase unânimes em mencionar que não procuraram a polícia. A exceção foi a vendedora Josy Silva, de 31 anos, furtada na semana passada em um ônibus da linha 110 (Terminal Senador Canedo/Terminal da Bíblia). No entanto, conta, a queixa só foi registrada, pois os documentos pessoais foram levados. "Não levaram o celular, ando com ele na calça."

    Em nota, a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) diz adotar medidas de prevenção, como câmeras de segurança em todos os terminais e estações, e em parte dos ônibus. "Tudo integrado ao Centro Integrado de Inteligência, Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, que recebe as imagens dos terminais e estações em tempo real, assim como as ocorrências."

    Além disso, aponta que tem rádio comunicador e botão de pânico em todos os veículos, que pode ser utilizado pelo motorista em caso de emergência para acionamento das forças de segurança pública. "A RMTC conta também com vigilantes terceirizados que atuam durante todo período operacional nos terminais e estações". Procurada, a SSP-GO não respondeu.

    Geral

    Grades e segurança privada para proteger túmulos no Cemitério Santana

    Patrimônio histórico do município de Goiânia, local é alvo de furtos e vandalismo com frequência

    Modificado em 19/09/2024, 00:29

    Nanci Esperança Lopes no túmulo da família no Cemitério Santana: furto de sete placas de bronze e fotografias de porcelana

    Nanci Esperança Lopes no túmulo da família no Cemitério Santana: furto de sete placas de bronze e fotografias de porcelana
 (Fábio Lima)

    João Pedro Santos (estagiário do GCJ em convênio com a UFG)

    Apesar de tombado como patrimônio histórico de Goiânia e abrigando jazigos de personalidades importantes para Goiás, o Cemitério Nossa Senhora de Santana, no Setor dos Funcionários, é com frequência alvo de furtos e vandalismo. A recorrência fez com que algumas famílias instalassem grades de ferro ou contratassem serviços de segurança armada para garantir a preservação dos túmulos de seus entes queridos.

    Em 2021, o jornal registrou a situação de abandono do local, os muitos objetos desaparecidos, a falta de cuidado com túmulos e os poucos funcionários. A reportagem retornou ao cemitério na tarde desta quinta-feira (1º), e o cenário de abandono e degradação era visível, dois anos depois. Ausência das placas de identificação dos velados, pisos irregulares, vidraças quebradas em portas e janelas de jazigos foram algumas das situações identificadas. A reportagem também não avistou nenhum funcionário durante o período em que esteve por lá, nem a presença de qualquer método de proteção nos muros, como cercas elétricas e concertinas.

    Histórico

    Construído em 1939, o Cemitério Nossa Senhora de Santana ficou sob administração do Governo do Estado de Goiás por 20 anos. Em 1959, sua tutela foi transferida para o município de Goiânia, durante a gestão do prefeito Jaime Câmara, que foi enterrado no local. Além de Câmara, outras personalidades que marcaram a história do estado estão veladas lá, entre elas o fundador da capital, Pedro Ludovico Teixeira; seu primeiro prefeito, Venerando de Freitas Borges; e um dos principais líderes políticos de Goiás, Iris Rezende Machado. Possuindo fortes traços da arquitetura art déco , em 26 de setembro de 2000, o cemitério foi tombado como Patrimônio Histórico do município através do decreto n.º 1879/2000.

    Em 2015, a Associação das Empresas Funerárias do Estado de Goiás (Aefego) elaborou, em parceria com o arquiteto Leo Romano, um projeto para transformar o local em um ponto de visitação turística. Porém, o projeto desapareceu após ser entregue à Prefeitura. O objetivo era preservar a arquitetura e as obras de arte, para fazer com que o cemitério fosse um ambiente de cultura por sua grande importância histórica para a capital goiana, abrigando os jazigos de comunidades que auxiliaram na construção da cidade, como árabes e japoneses.

    Furtos constantes

    Professora aposentada da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Nanci Esperança Lopes, cuja família possui um jazigo no local desde 1957, lamenta o estado atual do cemitério. "Alguns anos atrás, a degradação era mais discreta. Recentemente, é uma depredação de modo geral", diz ela sobre os danos estruturais presentes no local. De acordo com ela, aproximadamente 30% dos túmulos presentes possuem algum tipo de vandalismo, que varia de pichações a furtos de objetos e ornamentações próximos aos mesmos, como crucifixos, estátuas e fotografias.

    O jazigo da família de Nanci foi vítima de furto recente, levando a moradora a fazer uma denúncia ao jornal. "Roubaram sete placas de bronze e sete fotografias de porcelana. Cada placa custou em torno de 250 reais, e as fotos tinham valor ainda maior. Tudo que sobrou foi uma fotografia quebrada. Comuniquei à minha família, pois somos quatro herdeiros, mas eles decidiram deixar por isto mesmo", relata. Ela reforça dizendo que estes roubos e vandalismos acabam por dificultar a identificação e o reconhecimento daqueles que estão velados lá, fato comprovado pela reportagem.

    Nanci atribui à falta de segurança no local como fator de facilitação dos furtos. "Hoje, não existe nenhum tipo de supervisão. É preciso instalar uma vigilância efetiva durante o dia inteiro, porque estes roubos estão se tornando muito constantes. Se alguma providência séria não for tomada, o cemitério vai se tornar um lugar abandonado", diz. Ao estar no local na manhã desta quinta-feira (1º), ela conversou com um funcionário que lavava os jazigos, que lhe afirmou que tais incidentes são muito comuns, e que se concentram em especial nos ornamentos maiores. O trabalhador também lhe contou os prováveis fins dos objetos roubados. "Os criminosos, que, na sua maioria, são moradores de rua e usuários de drogas, vendem essas peças nos ferros-velhos que existem em torno do antigo Bairro Popular, e ganham ali em torno de 50 e 60 reais. É muito fácil", afirma.

    Mesmo com a família deixando os eventos de lado, Nanci encontrou outra razão para tomar providências. "Uma amiga possui dois jazigos no Cemitério Santana, que também foram furtados e vandalizados. Junto com ela, vou abrir uma ocorrência no Ministério Público, porque ficamos horrorizadas com a situação", relata. Ela lembra de um episódio recente após o dia de Finados, onde uma estátua de quase 2 metros de altura foi furtada de um jazigo. A reportagem verificou no local citado o espaço vago no topo, com quatro buracos e vigas de metal retorcidas saindo de um deles. Nanci diz que não pretende reformar o que foi furtado no jazigo de sua família. "Seria entregar ouro pro bandido", afirma.

    Desenvolvimento humano e social

    Em material divulgado ao jornal, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Goiânia (SEDHS) afirmou que tem ciência da situação atual no Cemitério Santana e que existe uma iniciativa para reforçar a segurança do local e inibir futuros furtos e depredações, em parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) da cidade. "Porém, o cemitério não possui câmeras de monitoramento, apenas conta com a vigilância constante da GCM", afirma a assessoria da pasta.

    De acordo com a SEDHS, não existe uma pauta de reforma do local, como um todo. "Porém, caso ocorra por parte do detentor do título de perpetuidade do jazigo a decisão pela restauração ou reparo do jazigo, será imprescindível o acompanhamento de técnico da Gerência de Patrimônio Artístico e Cultural (GPAC) e que se ouça o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, à execução dos serviços e intervenções autorizadas, mantendo-se a originalidade do jazigo, sendo todos os ônus de total responsabilidade do proprietário", afirma.

    A Secretaria reforça a necessidade de mais segurança no local. De acordo com a assessoria da pasta, na gestão atual do prefeito Rogério Cruz, através da secretária Maria Yvelônia, existe um projeto em andamento para contratação de seguranças patrimoniais, que atuarão na Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social e suas unidades, incluindo o Cemitério Santana.

    A reportagem entrou em contato com a assessoria da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para falar mais sobre a vigilância no local, mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta.

    Nanci Esperança Lopes no túmulo da família no Cemitério Santana: furto de sete placas de bronze e fotografias de porcelana

    Nanci Esperança Lopes no túmulo da família no Cemitério Santana: furto de sete placas de bronze e fotografias de porcelana
 (Fábio Lima)