Geral

Ataques em duas escolas em Aracruz (ES) deixam 3 mortos e 11 feridos

Governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que os ataques foram registrados nas escolas Primo Bitti e Centro Educacional Praia de Coqueiral

Modificado em 20/09/2024, 05:18

O responsável pelos disparos fugiu

O responsável pelos disparos fugiu (Reprodução/Twitter)

Ataques a tiros em duas escolas do Espírito Santo deixaram ao menos 3 mortos e 11 feridos na manhã desta sexta-feira (25). As ações criminosas foram confirmadas pela Polícia Militar.

A instituição, no entanto, não forneceu números até o momento de quantas pessoas foram atingidas no total.

O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que os ataques foram registrados nas escolas Primo Bitti e Centro Educacional Praia de Coqueiral, ambas na mesma avenida em Aracruz, município de 104 mil habitantes no interior capixaba.

Policiais militares, civis e o Corpo de Bombeiros atendem a ocorrência. Casagrande informou ter determinado a ida dos secretários de Segurança e Educação para a cidade.

De acordo com o secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Espírito Santo, Marcio Celante, em uma escolas foram 11 vítimas, sendo duas mortas e nove atingidas por disparos.

A ação ocorreu dentro da sala dos professores. Todas as vítimas eram docentes. O atirador ainda fez outras três vítimas na segunda escola invadida. Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas.

O responsável pelos disparos fugiu.

"Informações preliminares, inclusive através de imagens, [indicam que] ele estava sozinho. Ele arrombou um cadeado para ter acesso à escola. E próximo a esse acesso do portão estava a sala dos professores. Ele teve acesso direto à sala dos professores naquele momento do intervalo e assim surpreendeu, infelizmente, e vitimou nove professores, que foram socorridos, e dois foram a óbito", disse Celante.

O responsável pelos disparos fugiu

O responsável pelos disparos fugiu (Reprodução/Twitter)

Geral

Renovação de matrículas para alunos da rede municipal de Goiânia começa nesta segunda-feira (4); veja o cronograma

Pais e responsável deverão realizar a renovação de forma presencial nas próprias unidades educacionais onde as crianças estão matriculadas

Renovação de matrículas para alunos da rede municipal de Goiânia começa nesta segunda-feira (4); veja o cronograma

(Marcos Santos/Fotos Públicas)

A renovação de matrículas para os alunos da rede municipal de Goiânia começa nesta segunda-feira (4). O processo deverá ser realizado de forma presencial nas próprias unidades educacionais onde as crianças estão matriculadas. Os pais e responsáveis legais devem, obrigatoriamente, apresentar o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e Cartão de Vacinação atualizado dos estudantes. O prazo para renovação de matrículas vai até o dia 14 de novembro.

Segundo a Prefeitura de Goiânia, as matrículas para os novatos iniciam em 10 de dezembro e para os Cmeis em 7 de janeiro. Já as famílias que têm a intenção de transferir os estudantes entre unidades da própria Rede Municipal de Ensino devem aguardar até o dia 2 de dezembro para realizar o procedimento de transferência via internet, por meio do portal da Secretaria de Educação , no ícone E-matrícula.

Cadastro Antecipado

O cronograma de matrículas para 2025 prevê ainda o início do Cadastro Antecipado para os Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e Centros de Educação Infantil (CEIs) para o dia 18 de novembro. Nesta fase, os pais e responsáveis devem cadastrar e atualizar informações pessoais das crianças no sistema da Prefeitura de Goiânia.

Esse processo não garante a vaga de imediato. O cadastro deverá ser feito pela internet, também por meio do portal da Secretaria da Educação .

Confira o cronograma abaixo:

Renovação de matrículas - de 4 de novembro a 14 de novembro (presencial)

Cadastro antecipado e atualização de cadastro - a partir de 18 de novembro (internet)

Validação do cadastro (somente para Cmeis e Ceis) - a partir de 18 de novembro (internet)

Transferência para outras unidades - a partir do dia 2 de dezembro (internet)

Pré-matricula e efetivação de matrícula para novatos nas escolas - a partir do dia 10 de dezembro às 12h (internet)

Pré-matricula e matrículas de novatos nos Cmeis e Ceis - a partir de 7 de janeiro de 2025 (internet)

Geral

Alunos de Goiânia estão sem uniforme 3 meses após início das aulas

SME diz que demora ocorre devido à necessidade de realizar levantamento das idades e tamanhos das crianças após a efetivação das matrículas. Previsão é que vestimentas sejam entregues na próxima semana

Modificado em 17/09/2024, 16:18

Crianças sem uniforme em Cmei de Goiânia: SME diz que entrega de kits começa a partir de segunda-feira (22)

Crianças sem uniforme em Cmei de Goiânia: SME diz que entrega de kits começa a partir de segunda-feira (22)
 (Diomício Gomes)

++GABRIELLA BRAGA++

Prestes a completar três meses de aulas em creches e escolas da rede municipal de educação de Goiânia, os alunos ainda não receberam os uniformes escolares. O atraso na entrega das vestimentas se soma a outros problemas vivenciados pelas famílias de crianças matriculadas no início deste ano letivo, como a falta de professores. A Secretaria Municipal de Educação (SME) estima que os uniformes devem começar a ser entregues já na próxima semana.

No dia 30 de janeiro, oito dias após o início do ano letivo, o então titular da SME, Rodrigo Caldas, havia dito, durante entrevista com a jornalista Cileide Alves, que a expectativa de entrega dos materiais era para o mês de fevereiro. Dois meses depois, pais e mães de alunos apontam que ainda não foram informados de uma previsão para o recebimento dos uniformes. Em nota, a pasta afirma que as vestimentas serão ofertadas a partir da próxima segunda-feira (22).

"A demora ocorre devido à necessidade de realizar um levantamento das idades e tamanhos das crianças após a efetivação das matrículas, o que aconteceu em março. Após esse período, foram encaminhados os dados para fabricação. Como a idade dos estudantes da rede estão em fase de crescimento, é necessário um levantamento preciso após o período de matrículas, e são cerca de 114 mil matriculados", justifica a pasta.

Para a aquisição de 114.059 kits de uniformes para alunos da educação infantil à EJA, foram feitos quatro contratos por adesão à ata de registro de preços, no total de R$ 26,5 milhões. Conhecido como "carona", o processo é previsto em lei para acelerar a contratação de serviços ou de obras, ou para compra de produtos pela administração pública, e pode ser feito com qualquer ata de registro de preço de órgãos públicos municipais, estaduais ou federal.

A adesão, neste caso, foi junto ao pregão feito pelo Consórcio Intermunicipal Dom Mariano (Condomar), de Pernambuco, com quatro empresas selecionadas: MJS Indústria de Confecções, PBF Gráfica Têxtil, Guerra e Dantas Serviços e Comércio de Vestuário (Pernambuco) e Boreste Indústria e Comércio (Santa Catarina). O jornal falou com representantes de uma delas que garantiu que os materiais estão sendo confeccionados e serão entregues nas datas previstas no contrato junto à SME. Entretanto, não soube precisar a data.

Conforme a SME, os kits de uniforme escolar consistem em duas camisetas manga curta, duas bermudas ou shorts-saia, e um par de meia com solado, para os alunos das creches. Já para os estudantes da pré-escola, de 4 e 5 anos, são duas camisetas, bermuda ou short-saia, calça, jaqueta e o par de babuche (sapatos).

Para as crianças matriculadas no ensino fundamental, são entregues duas camisetas, bermuda ou short-saia, calça, jaqueta, dois pares de meia e um tênis. Alunos da EJA recebem apenas duas camisetas manga curta. Já os kits escolares, compostos por lápis, borracha, caderno, caneta, cola, lápis de cor, tesoura, dentre outros itens, são fornecidos exclusivamente para matriculados no ensino fundamental e na EJA.

Familiares de crianças matriculadas nas unidades de ensino da rede municipal de Goiânia ouvidas pelo jornal relatam que não foram informadas, até o momento, de uma previsão para entrega dos uniformes. Para uma delas, que tem três filhos, o atraso tem ocasionado em mais um gasto. "Tem que comprar roupas. E para quem vive de aluguel, e não tem condições de comprar, fica bem pesado", reclama ela.

Este não é o primeiro ano em que há demora para a entrega dos uniformes escolares. Em 2022, os kits só foram fornecidos no início do segundo semestre letivo. O jornal mostrou na ocasião que a entrega era anunciada desde dezembro do ano anterior, mas foi adiada se explicações por parte da Prefeitura. Em março de 2022, o prefeito Rogério Cruz chegou a apresentar o kit que seria entregue durante inauguração de um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei).

À época, o contrato também foi feito por adesão à ata de registro de preços de pregão presencial feito por um consórcio de municípios em São Paulo. No valor inicial de R$ 15,6 milhões para 108 mil kits de uniformes escolares, o contrato teve aditivo de R$ 2,8 milhões. A SME justificou, na ocasião, que o aditivo se tratava de aquisição de quantidade adicional de itens.

O jornal mostrou em janeiro deste ano que, em informativo à imprensa divulgado no dia 21 daquele mês, o então secretário Rodrigo Caldas sugeriu que atrasos são comuns e apontou que, em 2023, a entrega das vestimentas ocorreu em março. A compra de materiais e uniformes para todos os estudantes foi iniciada no último ano da gestão do prefeito Iris Rezende, para início do fornecimento em 2021, já na administração de Rogério.

Aulas serão normalizadas até a próxima semana, diz secretária

Nos primeiros três meses do ano letivo de 2024, a rede municipal de educação de Goiânia também tem sofrido com a falta de professores. A situação tem feito com que creches e escolas funcionem em esquema de revezamento, ou em tempo parcial, para aquelas de período integral. O jornal mostrou nesta quarta-feira (17) que a irregularidade no atendimento tem impactado as famílias de alunos matriculados.

Mãe de Isabella, de 5 anos, aluna da Escola Municipal Nossa Senhora da Terra, no Jardim Curitiba, a costureira Anna Queiroz lamenta a falta de profissionais na unidade. "Eu não estou conseguindo trabalhar, ela não pode ficar sozinha, e eu não consigo apagar uma cuidadora e tempo integral. Essa situação não prejudica só ela, mas leva a diversas situações, prejudicando também eu que sou mãe e preciso trabalhar para poder nos sustentar", comenta.

Como a reportagem mostrou nesta quarta, a Secretaria Municipal de Educação (SME) estima que o atendimento será normalizado com a convocação e lotação dos aprovados no processo seletivo simplificado para substituição de servidores efetivos que estão afastados. A pasta alega que, ao todo, já foram convocados 5,2 mil aprovados e, destes, apenas 1,1 mil foram lotados. A falta de efetivação ocorre por divergências nos documentos obrigatórios.

Em entrevista à TV Anhanguera na manhã desta quarta, a titular da pasta, Millene Baldy, informou que até a próxima semana o serviço será regularizado. "Já estamos retomando à normalidade. Já estamos na terceira convocação do processo seletivo e a cada chamada consigo atender uma quantidade de escolas para que elas possam voltar ao atendimento e horário normal", alegou a secretária.

Geral

Censo IBGE: Goiás tem mais igrejas do que escolas e hospitais juntos

Levantamento apontou que o estado tem cerca de 269 igrejas para cada 100 mil habitantes

Modificado em 17/09/2024, 16:20

Goiás tem 18.970 estabelecimentos religiosos, enquanto o número de instituições de ensino e saúde contabilizam 7.337 e 7.872, respectivamente

Goiás tem 18.970 estabelecimentos religiosos, enquanto o número de instituições de ensino e saúde contabilizam 7.337 e 7.872, respectivamente (Google Maps)

Dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que Goiás possui mais igrejas do que escolas e hospitais juntos. De acordo com o levantamento, o estado tem 18.970 estabelecimentos religiosos (269 igrejas para cada 100 mil habitantes), enquanto o número de instituições de ensino e saúde contabilizam 7.337 e 7.872, respectivamente.

O número de igrejas registradas pelo Censo coloca Goiás na 12ª posição no ranking nacional, ficando atrás de estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro -- os quais ocuparam as três primeiras posições. Em âmbito nacional a situação foi semelhante: o Brasil tem mais estabelecimentos religiosos do que a soma de saúde e ensino.

Ao todo, o país possui 579.798 igrejas, 264.445 escolas e 247.510 hospitais e UBSs. Essa foi a primeira vez que o IBGE mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do Brasil cadastrados durante a pesquisa.

O estudo também levantou que a maioria dos endereços em Goiás é formada por domicílios particulares (casas e apartamentos). Em segundo lugar estão os estabelecimentos comerciais com "outras finalidades", como comércio, prédios culturais ou públicos.

Confira os dados:

População: 1.437.366

Residências: 655.531

Comércio, cultura, prédios públicos e outros: 100.457

Construções: 14.515

Estabelecimentos agropecuários: 520

Dados em Goiânia:

Residências: 655.531

Igrejas e templos: 2.737

Instituições de ensino: 1.481

Hospitais e UBSs: 1.777

Mais domicílios do que habitantes

As coordenadas geográficas do Censo Demográfico 2022, divulgadas nesta sexta pelo IBGE também revelaram as localidades que possuem mais domicílios do que residentes. A maioria dos casos é de cidades turísticas, como Ilha Comprida (SP), Matinhos (PR), Ilha de Itamaracá (PE), Mangaratiba (RJ) e Saubara (BA).

Em Goiás, apenas uma cidade entrou na lista, o município de Rio Quente, na região sul do estado. Segundo o Censo, a cidade goiana possui cerca de 3.900 habitantes, enquanto o número de domicílios é de aproximadamente 4.100.

Geral

Seduc contratará 83 psicólogos até dia 31 para escolas

Cerca de 50 profissionais já foram admitidos, e junto com 40 assistentes sociais farão atendimento itinerante nas unidades de ensino a partir de agosto. Contratações são fruto de onda de ameaças

Modificado em 19/09/2024, 00:34

Para reforçar a segurança interna, escolas da rede estadual passaram a contar com o uso de detectores de metais

Para reforçar a segurança interna, escolas da rede estadual passaram a contar com o uso de detectores de metais
 (Wildes Barbosa)

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de Goiás já contratou cerca de 50 psicólogos para fazerem o atendimento dos alunos da rede. A contratação faz parte das medidas anunciadas diante do pânico causado pelas ameaças a escolas em abril deste ano. A pasta promete finalizar a contratação de um total de 83 psicólogos e 40 assistentes sociais até o final de julho. Os profissionais vão fazer atendimentos itinerantes nas escolas a partir de agosto deste ano.

Segundo a Seduc, a partir do primeiro dia de aula do segundo semestre, que será no dia 1º de agosto, os estudantes da rede terão acesso ao serviço. Os profissionais farão o atendimento itinerante de forma diária, com a produção de relatórios mensais. A pasta destaca que o atendimento não será clínico, mas que os profissionais também estarão à disposição de forma online caso algum estudante ou profissional necessite.

Reportagem do DAQUI publicada em maio de 2023 já havia apontado que a assistência psicológica começaria em agosto deste ano. Na ocasião, um mês após o anúncio das medidas diante das ameaças, apenas o uso de detectores de metais havia sido implementado nas unidades de ensino da rede estadual de Goiás.

A doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Urbano pela Universidade de São Paulo (USP), Paola Carloni, explica que as diferentes áreas da psicologia desenvolvem funções distintas. "O psicólogo na escola não faz clínica. Ele faz psicologia escolar. Quanto a ser itinerante, não tem problema. Se houver demanda clínica, o estudante precisa ser encaminhado. Daí, precisa ter uma espécie de acordo entre a escola e a rede pública de Saúde para acolher esses encaminhamentos", esclarece.

Formação

De acordo com a Seduc, todos os profissionais que serão contratados irão passar por uma formação, que se trata de um treinamento da metodologia do material pedagógico que será utilizado e implementado nas escolas. Aqueles que já foram contratados, já passaram por um curso presencial e ao longo deste mês irão cursar uma outra etapa de forma online.

Paola aponta que a existência de uma formação é fundamental, especialmente no que se refere ao combate às violências escolares. "É comum que o estudante (de psicologia) se empenhe em uma área de formação e, nesse sentido, não estuda tanto as outras áreas. A psicologia escolar não é uma disciplina obrigatória em todos os cursos de psicologia. Por isso, tem que ter uma formação não só sobre a forma que eles (representantes da Seduc) querem que o psicólogo atue, mas fundamentalmente sobre o que faz um psicólogo escolar", destaca.

Outras medidas

No dia 11 de abril, a Seduc publicou a portaria 1.867, que permitiu a revista dos alunos. Já no dia 19, foi aprovada a lei 21.881/23, que instituiu a Política Estadual de Prevenção e Combate à Violência Escolar. Os textos preveem uma série de medidas como, por exemplo, o reforço do patrulhamento escolar, a instalação de detectores de metais e câmeras de segurança, prestação de serviços de psicologia e assistência social a alunos e professores, responsabilização das redes sociais que permitam publicações com discurso violento e, também, dos pais e responsáveis de menores de idade que incitem ataques a escolas.

Logo após o pânico causado pelo temor de ataques, o patrulhamento escolar foi reforçado. Entretanto, em reportagem publicada em maio, servidores da rede apontaram que o serviço sofreu arrefecimento nas semanas seguintes ao período crítico. A Seduc já possuía programas de prevenção ao bullying e de discursos de ódio previamente às medidas.

A Seduc encaminhou R$ 1,8 milhão aos Conselhos Escolares para a compra de detectores de metais em todas as 999 unidades de ensino da rede estadual. A orientação foi de adquirir um equipamento a cada 150 alunos. A revista é feita pelos próprios coordenadores de turno. De acordo com a pasta, o primeiro semestre do ano letivo foi finalizado com o funcionamento pleno dos detectores de metais e das câmeras de videomonitoramento interno das unidades, que já existiam em parte das escolas estaduais.

Goiás registrou 1,3 mil ocorrências de ameaça

Goiás registrou 1,3 mil ocorrências de ameaça no ambiente escolar nos primeiros seis meses de 2023, uma média de sete denúncias por dia. Ao todo, 217 pessoas foram ouvidas em inquéritos policiais. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o período de férias tem sido usado para aprimorar a gestão de risco nas unidades de ensino. Os dados são das forças de segurança do Estado e foram fornecidos ao Portal Nacional da Educação.
<br />

No dia 13 de abril deste ano, um garoto, de 13 anos, esfaqueou três colegas de sala, em Santa Tereza de Goiás, no Sudoeste do Estado. O ato ocorreu dias depois de um homem, de 25 anos, invadir uma creche em Blumenau, Santa Catarina, matar quatro crianças e ferir outras cinco poucos dias antes. Após os incidentes, as forças policiais de Goiás intensificaram ações contra atos violentos.

No dia 19 de abril, em entrevista à CBN Goiânia , o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o coronel Renato Brum, contou que em uma semana 55 adolescentes foram apreendidos por incitar ou ameaçar ataques em escolas por meio das redes sociais em Goiás. Reportagem do DAQUI publicada no dia 20 de abril mostrou que 18 adolescentes foram apreendidos e internados provisoriamente por ameaça de atentado em Goiás.

A pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Criminalidade e Violência (Necrivi) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cinthya Zortéa, explica que os dados jogam luz sobre o histórico de violência no País, que na interpretação da especialista foi agravado com o fim da pandemia da Covid-19. "No período apontado é preciso considerar o isolamento social compulsório, o uso indiscriminado da internet por jovens, em acesso a ambientes disseminadores de violência, bem como a polarização política e social. Os números são alarmantes. A intervenção por operações de segurança revelou ações emergenciais e trouxe ao debate a necessidade de formulação de políticas públicas perenes de enfrentamento ao problema", esclarece.

Cinthya considera que as medidas adotadas foram necessárias naquele momento, mas considera que a articulação do enfrentamento do problema de violência nas escolas perpassa por uma conjugação de esforços, objetivando a implementação de espaços seguros e humanizados. "Os aparelhos detectores de metal e as câmeras são suportes importantíssimos, mas não coíbem as causas multifatoriais atinentes às questões dos conflitos humanos, dos problemas de desrespeito nas relações entre professor e aluno, das violências sofridas em casa. É preciso prevenção e uma série de ações sistêmicas e transversais, no bojo da educação, saúde, segurança e assistência social", finaliza.