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Produto usado em mulher que foi para UTI após fazer procedimento no bumbum não pode ser comercializa

Reprodução/Redes Sociais

O produto usado na autônoma Betânia Lima Guarda, de 29 anos, que precisou ser hospitalizada após procedimento estético, não possui registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, portanto, sua produção e comercialização são proibidas. A mulher foi internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após aplicar a substância “Indumax Pressuriderm Harmony Filler-Ca Cosmobeauty” no bumbum, em uma clínica do Setor Urias Magalhães, em Goiânia.

O Indumax Pressuriderm Harmony Filler-Ca Cosmobeauty teve sua notificação como cosmético cancelada em 20 de junho de 2022. Diante disso, e do risco sanitário envolvido no caso, a Anvisa editou a Resolução-RE Nº 2.603, de 10 de agosto de 2022, determinando o recolhimento dos produtos na empresa Biodomani Indústria e Comércio. 

“A medida preventiva foi publicada considerando a notificação de produtos destinados ao uso associado à técnica de Intradermoterapia Pressurizada, que constitui técnica invasiva por meio da qual são injetadas substâncias na pele. Por essa natureza de uso, esses produtos não se enquadrariam na definição de produtos cosméticos, que são produtos constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado”. 

Segundo a delegada Emília Podestà, as amostras do produto utilizado pela profissional que atendia Betânia foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística, para avaliar a existência de problemas na composição. A investigadora informou ainda que os prontuários das vítimas também foram encaminhados para o Instituto Médico Legal para que seja verificado se o quadro que elas apresentam foi ocasionado por imperícia na aplicação do produto - o que pode configurar crime de lesão corporal grave, pelo risco de vida -  ou se pode ter sido causado pelo próprio produto.  

A reportagem procurou a defesa da esteticista, que informou que "somente após a perícia requisitada pela Delegada ao instituto de criminalística do Estado de Goiás irá se posicionar sobre os acontecimentos fáticos." Já a defesa da Biodomani Indústria e Comércio não foi localizada pela reportagem.

Clínica sem autorização

Conforme mostrado pelo POPULAR, a clínica onde a mulher fez preenchimento no rosto e no bumbum, antes de ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não tem alvará para funcionamento. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a empresa também não possui registro na prefeitura da capital. 

Relembre

Betânia Lima Guarda, de 29 anos, esteve no estabelecimento, localizado no Setor Urias Magalhães, na última sexta-feira (23), para a realização de preenchimento no rosto e no bumbum, com “ácido hialurônico com um bioestimulador”. De acordo com o ex-marido de Betânia, Cláudio Fernandes, ainda no local, ela começou a passar mal e foi levada pela esteticista ao Centro Integrado de Atenção Médico – Sanitário (Cais) do mesmo setor. Na unidade, um amigo foi chamado e a mulher foi encaminhada ao Hospital Premium, onde permanece internada.

Claúdio contou ainda que a mulher deu entrada no hospital com embolia pulmonar, seguida de hemorragia no pulmão. De acordo com o último boletim, Betânia apresentou melhora, mas segue na UTI por complicações renais, pulmonares e inflamações musculares.

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