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Sputnik V representa ameaça à saúde da população, diz presidente da Anvisa

O diretor-presidente apontou falta de transparência nos dados entregues pelos fabricantes da vacina russa

Modificado em 21/09/2024, 01:05

Vacina Sputnik V

Vacina Sputnik V (Divulgação)

O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, disse que os dados apresentados pela fabricante da Sputnik V, vacina russa contra a Covid-19, apontaram que o imunizante é "uma ameaça à saúde da população".

Em entrevista publicada nesta sexta-feira (30) pelo jornal Valor Econômico, o chefe da agência fez críticas à postura do Instituto Gamaleya e do RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto), responsáveis pela produção e distribuição da vacina.

"A vacina Sputnik V foi rejeitada porque, nos documentos apresentados pelo próprio instituto russo, e também nas reuniões que fizemos com eles, foram apresentados dados que representavam uma ameaça à saúde da população", declarou Barra Torres.

O diretor-presidente apontou falta de transparência nos dados entregues pelos fabricantes da vacina russa.

"Havia tanto uma escassez de informações transparentes e sólidas quanto, naquelas que foram apresentadas, índices inaceitáveis da presença de vírus replicante. É o vírus que pode se reproduzir de uma maneira não controlada, de uma maneira não evitável e, portanto, com consequências imprevisíveis e imponderáveis", afirmou.

Barra Torres comentou ainda o "desafio" feito pelos fabricantes para um debate com a equipe técnica da Anvisa. Segundo ele, os russos fazem "manobra retórica" com a proposta.

"Nenhuma chance [de acontecer um debate]. Até porque eles próprios sabem que isso é mais uma manobra de retórica. Essas análises envolvem dossiês em que a propriedade industrial, inclusive, tem que ser preservada. A Anvisa não é uma agência debatedora, é uma agência reguladora", disse.

PROCESSO JUDICIAL

Nessa quinta-feira (29), o RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto), responsável pela produção e distribuição da vacina Sputnik V, afirmou que iniciará um processo judicial contra a agência brasileira por causa de "declarações incorretas e enganosas".

O fundo também disse que a agência teria "desconsiderado documento oficial enviado pelo Instituto Gamaleya sobre a ausência de adenovírus replicante".

A página da Sputnik V no Twitter publicou que o gerente de Medicamentos, Gustavo Mendes, teria "admitido o erro" ao dizer que a agência "não fez um teste para verificar se há adenovírus replicado" na vacina.

DECISÃO DA ANVISA

Na última segunda-feira (26), a Anvisa negou a permissão para importação e uso emergencial excepcional da vacina Sputnik V. Técnicos argumentaram ter identificado falhas no desenvolvimento, na qualidade e na segurança da vacina russa.

Todos os 5 diretores votaram para barrar a Sputnik V, depois de cinco horas de reunião. Na ocasião, afirmaram que a Sputnik V usa como vetor o adenovírus. Ele é usado como "transporte" do material genético do coronavírus que irá condicionar o organismo a combater e neutralizar a infecção.

Nesses casos, o adenovírus é manipulado para não se replicar dentro do corpo. Mas, segundo a Anvisa, os técnicos encontraram adenovírus replicantes em todos os lotes da Sputnik V submetidos ao controle de qualidade da agência. O fabricante nega.

O RDIF afirma que os únicos tipos de adenovírus replicantes utilizados na vacina são "inofensivos para o corpo humano".

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Donos de clínica presos usaram óleo de silicone em pacientes, diz delegado

Substância é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e traz uma série de riscos à saúde

Modificado em 14/03/2025, 17:35

Karine Gouveia e Paulo Cesar, donos de clínica de estética investigada em Goiânia. (Reprodução/Redes Sociais)

Karine Gouveia e Paulo Cesar, donos de clínica de estética investigada em Goiânia. (Reprodução/Redes Sociais)

Os donos de uma clínica de estética acusada de deformar pacientes em Goiânia , Karine Gouveia, de 34 anos, e o marido dela, Paulo César Gonçalves, de 44, usaram óleo de silicone em procedimentos estéticos. A informação foi revelada à TV Anhanguera pelo delegado do caso, Daniel José de Oliveira. O produto aplicado em pacientes é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e traz riscos à saúde, segundo o investigador.

Os procedimentos eram efetuados de forma indevida e com o uso de substâncias proibidas como óleo de silicone e o PMMA, além da comercialização ilegal de medicamentos manipulados e substâncias proibidas pela Anvisa", afirmou.

Também à TV Anhanguera, o dermatologista Bones Júnior explicou quais são os efeitos causados pelo uso de óleo de silicone no organismo. "Ele [o corpo humano] não reconhece essa substância. Então, gera um processo inflamatório muito grande, causando nódulos carócidos, infecções. E como não existe um antídoto para retirar esse produto, a gente tem que fazer cirurgias e, dependendo do local e da quantidade, são cirurgias que podem gerar deformidades", informou.

Karine Gouveia e Paulo César foram presos pela segunda vez na última quarta-feira (12) e tiveram a prisão preventiva mantida pela Justiça nessa quinta-feira (13). Segundo a Polícia Civil (PC), além de continuar anunciando a venda de medicamentos, o casal estava orientando outros suspeitos a permanecerem em silêncio sobre o caso, atrapalhando assim a investigação.

Em nota, a defesa de Karine Gouveia disse que discorda da decisão que foi decretada referente à sua prisão preventiva. Sobre o uso de óleo de silicone, a defesa negou a aplicação do produto e classificou a fala do delegado como absurda (leia a nota completa ao final da matéria).

Também em nota, a defesa de Paulo César afirmou que jamais foi utilizada na clínica qualquer substância ilícita ou proibida. A defesa ainda esclareceu que a fala do delegado sobre o uso de óleo de silicone e PMMA não passa de mera ilação e antecipação de culpa (leia a nota completa ao final da matéria).

Óleo de silicone

A Anvisa proíbe o uso de óleo de silicone na utilização de procedimentos estéticos. Também chamado de silicone industrial, a substância tem como finalidade a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos e vedação de vidros. As informações constam no site do órgão.

Segundo a Anvisa, caso seja injetado no organismo, o óleo de silicone pode gerar diversas anomalias, como deformações, dores, dificuldades para caminhar, infecção generalizada, embolia pulmonar e até a morte. Os efeitos podem surgir tanto no momento da aplicação quanto com o passar dos anos.

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

Além disso, a aplicação ilegal do óleo de silicone no corpo humano é considerada crime contra a saúde pública e está prevista no Código Penal - exercício ilegal da medicina, curandeirismo e lesão corporal. A orientação da Anvisa para quem aplicou o produto no próprio corpo é procurar um médico, mesmo que ainda não tenha sintomas.

Todos os produtos usados em procedimentos médicos e estéticos no Brasil precisam ter registro na Anvisa. Assim, para saber se um produto é registrado e aprovado no país, a pessoa pode consultar o sistema de produtos regularizados do órgão ou entrar em contato pelo telefone 0800-6429782.

Relembre o caso

Em dezembro de 2024, a Polícia Civil prendeu preventivamente Karine Gouveia e o marido dela, Paulo César, proprietários da clínica Karine Gouveia Estética (KGG), localizada na capital. A prisão, realizada pela 4ª Delegacia de Polícia de Goiânia, foi decretada pela 1ª Vara das Garantias da Comarca de Goiânia, sob graves acusações de crimes relacionados a procedimentos estéticos e cirúrgicos realizados na clínica.

Conforme a polícia, a investigação foi iniciada em fevereiro de 2024, quando foi revelado que a clínica KGG realizava procedimentos de alto risco , como rinoplastias, lipoaspirações, aplicações de botox e preenchimentos faciais sem a devida autorização e com o uso de substâncias proibidas, como o PMMA. Agora, a apuração indica também a utilização de óleo de silicone.

Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

O delegado Daniel José de Oliveira apontou que a clínica funcionava de forma organizada e hierárquica, com estratégias de marketing agressivas e a participação de profissionais sem a qualificação necessária. Além disso, a clínica comercializava medicamentos manipulados de forma irregular, incluindo substâncias proibidas pela Anvisa. Segundo Oliveira, mais de 70 pessoas procuraram a delegacia como vítimas dos investigados.

Nessa nova fase das investigações, a polícia suspeita que o número de vítimas seja maior, com base nos atendimentos realizados também entre março de 2018 e março de 2019. Para o delegado, esses pacientes podem ter sido submetidos à aplicação de óleo de silicone durante procedimentos estéticos.

Diante de riscos à saúde, o delegado recomendou que os pacientes da clínica KGG procurem um médico com urgência e solicitem um exame de ultrassom dermatológico com doppler. Esse exame, segundo o investigador, pode detectar substâncias não absorvíveis pelo corpo, como o óleo de silicone. Caso o resultado seja positivo, a pessoa é orientada a procurar a 4ª Delegacia Distrital de Goiânia para prestar depoimento e colaborar com as investigações.

Acusações contra os proprietários da clínica

  • Formação de organização criminosa;
  • Falsificação de produtos terapêuticos;
  • Lesões corporais gravíssimas;
  • Exercício ilegal da medicina;
  • Tráfico de medicamentos.
  • Nota da defesa de Karine Gouveia

    A defesa de Karine Gouveia destacou que discorda absolutamente da decisão que foi decretada a sua prisão preventiva, isso porque se valeu de narrativas falsas e da repugnante criminalização da advocacia para tentar impedir o direito constitucional de defesa, evidenciando práticas de lawfare e tentando salvar uma investigação cheia de desvios do caminho legal.

    Sobre a fala do Delegado de que utilizava óleo de silicone nos procedimentos, para além de absurda, Karine nega veemente. No entanto, quem tem que provar é a acusação. E isso é objeto da investigação que sequer foi concluída. Não existe relatório final da autoridade policial. Não existe denúncia feita pelo Ministério Público. Ela tem o direito do devido processo legal justo. Se ele tem essa convicção, inclusive antecipando a culpa dela, que relate o inquérito e o MP ofereça denúncia. Ela exercerá o direito constitucional de defesa dela.

    Essa investigação subverteu a ordem constitucional, estão se investigando pessoas e não fatos, como a legislação prescreveu. A cada momento em que não se corrobora uma acusação, se busca uma nova linha acusatória para constranger pessoas. E esse excesso de acusação e atos em claro desvio do caminho legal é que está mantendo a investigação.

    Nota da defesa de Paulo César Gonçalves

    A defesa de Paulo César Dias Gonçalves esclarece que a fala do delegado sobre a utilização de óleo de silicone e PMMA, na Clínica Karine Gouveia, não passa de mera ilação e antecipação de culpa, o que caracteriza crime de abuso de autoridade. Jamais foi utilizada na clínica qualquer substância ilícita ou proibida.

    A clínica sempre observou rígidos protocolos de qualidade de medicamentos e insumos e de assepsia. Não há nexo causal entre os procedimentos realizados na clínica e a suposta presença dessas substâncias nas supostas vítimas, quase 8 anos após os procedimentos.

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    Ferrari de Goiás avaliada em R$ 34 milhões tem o IPVA mais caro do país

    Veículo é uma edição especial da marca italiana e possui um motor 6.2 V12 com 789 cavalos de potência

    LaFerrari

    LaFerrari (Divulgação/Ferrari)

    O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) mais caro do Brasil é de uma LaFerrari registrada no estado de Goiás, no valor de R$ 1,2 milhão, segundo levantamento do g1 Carros. O veículo é avaliado em R$ 34,8 milhões e é uma edição especial da marca italiana.

    A máquina foi produzida pela Ferrari entre os anos de 2013 e 2018 como o primeiro carro híbrido da marca. Ela possui um motor 6.2 V12 com 789 cavalos de potência e é um modelo raro, com apenas 499 exemplares fabricados no mundo.

    Governo diz que IPVA atrasado de 2024 pode ser parcelado
    Calendário do IPVA 2025 é divulgado com desconto de 10% para pagamento até 31 de janeiro

    A LaFerrari atinge os 100 km/h em apenas 2,6 segundos, e sua velocidade máxima é de 350 km/h. Seu IPVA no ano de 2025 foi de R$ 1.200.738 exatos.

    Impostos mais caros do Brasil

    O cálculo do IPVA varia de estado para estado, com alíquota girando entre 1% e 4%, sendo assim, os modelos iguais podem ter valores diferentes.

    1° lugar

    LaFerrari

    LaFerrari (Divulgação/Ferrari)

    LaFerrari (Divulgação/Ferrari)

    Em Goiás a LaFerrari, avaliada em R$ 34.804.000, possui o IPVA mais caro do Brasil, no valor de R$ 1.200.738.

    2° lugar

    LaFerrari 2016

    No estado de Sergipe, uma LaFerrari avaliada em R$ 36.492,246, tem um IPVA no valor de R$ 1.094.767,38.

    3° lugar

    LaFerrari

    No Distrito Federal o IPVA mais caro custou R$ 1.044.140,04 e é de uma LaFerrari avaliada em R$ 34.804,668.

    4° lugar

    LaFerrari 2016

    Em Santa Catarina, assim como em Goiás, existem os carros mais caros. Uma LaFerrari de 2016 avaliada em R$ 38.093.218 gerou um imposto de R$ 761.864,36 em 2025.

    5° lugar

    Aston Martin Valour

    Aston Martin Valour (Divulgação/Aston Martin)

    Aston Martin Valour (Divulgação/Aston Martin)

    Este diferente carro localizado em São Paulo é avaliado em R$ 15.412.514, gerando um imposto de R$ 616.500,56.

    6° lugar

    Ferrari Daytona SP3

    Ferrari Daytona SP3 (Divulgação/Ferrari)

    Ferrari Daytona SP3 (Divulgação/Ferrari)

    Uma Ferrari Daytona SP3, localizada na Paraíba, foi avaliada pela Secretaria da Fazenda por R$ 10.574.470,21, gerando um IPVA no valor de R$ 447.243,10.

    7° lugar

    Porsche 918 Spyder

    Porsche 918 Spyder (Divulgação/Porsche)

    Porsche 918 Spyder (Divulgação/Porsche)

    No Rio Grande do Sul, uma Porsche de 2014 com valor de R$ 13 milhões, gera um imposto de R$ 393.486,90.

    8° lugar

    Lamborghini Revuelto

    Lamborghini Revuelto (Divulgação/Lamborghini)

    Lamborghini Revuelto (Divulgação/Lamborghini)

    No Rio de Janeiro tem uma Lamborghini avaliada em R$ 7.220.901 que gera um IPVA de R$ 288.836,04.

    9° lugar

    Ferrari SF90 Spider

    Ferrari SF90 Spider (Divulgação/Ferrari)

    Ferrari SF90 Spider (Divulgação/Ferrari)

    Uma Ferrari SF90 Spider de 2023 localizada no Paraná, avaliada por R$ 7.628.728, gera um imposto de R$ 267.005,48.

    10° lugar

    Ferrari 812 GTS

    Ferrari 812 GTS (Divulgação/Ferrari)

    Ferrari 812 GTS (Divulgação/Ferrari)

    Em Minas Gerais, o IPVA no valor de R$ 263.085,18, é de uma Ferrari 812 GTS do ano de 2023, avaliada em R$ 6.577.130.

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    Produto usado em paciente não tinha registro na Anvisa

    Clínica foi interditada após polícia localizar diversas irregularidades. O caso segue em investigação

    À esquerda Quésia Rodrigues Biangulo Lima, dona da clínica de estética, onde a servidora realizou um procedimento estético. A direita o suposto produto usado no procedimento (Reprodução/Redes Sociais/ Polícia Civil)

    À esquerda Quésia Rodrigues Biangulo Lima, dona da clínica de estética, onde a servidora realizou um procedimento estético. A direita o suposto produto usado no procedimento (Reprodução/Redes Sociais/ Polícia Civil)

    O ácido usado no rosto da servidora pública que morreu após procedimento estético era manipulado e não tinha registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo a Polícia Civil (PC). Danielle Mendes Xavier de Brito, de 44 anos, sofreu uma reação alérgica grave, que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória ainda na clínica, no Parque Lozandes, em Goiânia. A dona do estabelecimento foi presa.

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    Até o momento a apuração que nós fizemos é que o procedimento realizado foi uma aplicação de uma enzima chamada hialuronidase, que é uma substância que serve para retirar um preenchimento anterior. É um produto manipulado, que foi utilizado na paciente que morreu e é contra as determinações da Anvisa", detalhou a delegada Débora Melo, em entrevista coletiva.

    Em nota, a defesa de Quésia disse que ela é qualificada e habilitada para realizar o procedimento, "assim não há que se falar em exercício ilegal ou irregular da profissão". "Com relação aos medicamentos utilizados nas pacientes da clínica, todos possuem autorização para serem comercializados, tanto que são adquiridos por meio de empresas devidamente constituídas que possuem autorização para fabricação com emissão de nota fiscal e recolhimento de imposto", disse (confira abaixo a nota na íntegra) .

    A reportagem também procurou a Anvisa para um posicionamento em relação ao medicamento, mas até a última atualização deste texto não obteve retorno.

    Entenda o caso:

    De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pela investigação, o procedimento foi realizado na manhã de sábado (30) e a mulher morreu no domingo (1º), no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Na ocasião, a vítima teria ido pela primeira vez até a clínica da biomédica e enfermeira, Quésia Rodrigues Biangulo Lima, para uma avaliação e orçamento, mas foi convencida a fazer o procedimento, uma aplicação da enzima hialuronidase.

    Quase imediatamente após a aplicação da hialuronidase, a paciente teve uma reação alérgica grave, segundo a delegada. Na ocasião, Quesia e outros funcionários tentaram realizar os primeiros socorros e fazer a reanimação. "Aparentemente, chegaram a realizar uma traqueostomia na paciente", informou a delegada. No entanto, segundo a investigadora, a clínica não tinha a estrutura necessária em casos de emergência.

    Nós constatamos que, no local, a autuada e a clínica não possuíam os equipamentos básicos de atendimento. Para o caso de um choque anafilático, necessita que haja epinefrina e não havia. Para o caso de uma parada cardiorespiratória, necessita que haja um desfibrilador e não havia", pontuou a delegada.

    Após realizarem os primeiros socorros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e a paciente encaminhada ao Hugo, onde o quadro se agravou e ela morreu no dia seguinte. Em nota, o hospital disse que "por respeito à privacidade e ao sigilo, fornece informações de atendimentos médicos apenas aos pacientes e seus familiares ou responsáveis legais".

    Segundo a delegada, o caso foi apurado pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), que encontrou diversas irregularidades na clínica. A Polícia Científica e a Vigilância Sanitária de Goiânia fizeram uma vistoria no local e encontraram elementos em desacordo com a legislação sanitária, medicamentos vencidos, sujidades e produtos que não têm registro na Anvisa, segundo a polícia.

    Foram verificadas inúmeras irregularidades sanitárias: medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar que não poderiam estar nesse local, itens cirúrgicos como bisturís, gazes que não haviam sido esterilizados, material sujo. Enfim, várias questões de falta de higiene, falta de cuidados sanitários. Isso é uma situação que expõe o consumidor a risco, expõe a segurança das pessoas", disse a delegada.

    Foto mostra produtos vencidos em 2022 encontrados na clínica onde mulher que morrer fez procedimento estético (Divulgação / Polícia Civil)

    Foto mostra produtos vencidos em 2022 encontrados na clínica onde mulher que morrer fez procedimento estético (Divulgação / Polícia Civil)

    Conforme Débora Melo, a profissional foi presa em função das irregularidades percebidas na clínica. Sobre a morte, foi instaurado um outro inquérito, inicialmente registrado como homicídio culposo, segundo a delegada. A responsabilidade dela sobre o caso será concluída após investigação e perícia da substância injetada no corpo da paciente.

    Portanto, ela foi presa pelos crimes de execução de serviço de alta periculosidade, exercício ilegal da medicina e oferecer produto ou serviço impróprio ao consumo.

    Notas:

    Defesa

    "Goiânia-GO, 03 de dezembro de 2024.

    A defesa da Sra. Quésia Rodrigues Biangulo Lima realiza alguns esclarecimentos em relação aos fatos noticiados pelos meios de comunicação. Incialmente a defesa esclarece aos meios de comunicação bem como a toda sociedade goiana e clientes que, a Dra. Quésia é uma profissional devidamente qualificada e habilitada para realizar a atividade que desenvolve em sua clínica, ela possui formação acadêmica em Biomedicina e enfermagem, o que lhe autoriza a realizar os procedimentos estéticos em questão.

    O Conselho Federal de Biomedicina por meio de suas resoluções, já esclareceu sobre a possibilidade do Biomédico realizar tais procedimentos, inclusive com a aplicação de preenchimentos injetáveis (ácido hialurônico), Toxina Botulínica, Fios de Sustentação, Procedimento Estético Injetável para Micro vasos, assim não há que se falar em exercício ilegal ou irregular da profissão.

    Diferente do noticiado pela Autoridade Policial, a Clínica no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento bem como alvará da vigilância sanitária.

    Com relação aos medicamentos utilizados nas pacientes da Clínica, todos possuem autorização para serem comercializados, tanto que são adquiridos por meio de empresas devidamente constituídas que possuem autorização para fabricação com emissão de nota fiscal e recolhimento de imposto.

    É necessário dizer que deve-se observar antes de qualquer pré-julgamento, que as informações encontram-se distorcidas com o único fim de manter uma prisão irregular e sem fundamento para tal.

    A Dra. Quesia em todo tempo colaborou com as investigações, prestou auxilio à sua paciente bem como à família, sendo que esta informação está clara nos autos.

    A defesa informa ainda que, com a evolução das investigações estará à disposição para esclarecer novamente à imprensa e a sociedade sobre os desdobramentos, visando restabelecer a verdade do ocorrido.

    Por derradeiro cabe dizer que, os defensores legalmente autorizados à prestarem esclarecimentos sobre o caso são apenas subscritores, assim, qualquer informação advinda de outro Advogado dever ser por hora ignorada.

    JOSÉ PATRÍCIO JUNIOR
    OAB-GO 26.706

    ANTONIO CELEDONIO NETO
    OAB-GO 38.786"

    Conselho Regional de Biomedicina

    "O Conselho Regional de Biomedicina -- 3ª Região (CRBM-3) informa que tomou conhecimento do caso pela imprensa e apura as circunstâncias. Os procedimentos cabíveis serão tratados conforme as Resoluções e o Código de Ética do Profissional Biomédico.

    A referida profissional biomédica tem habilitação em Biomedicina Estética e está devidamente regulamentada no Conselho.

    O CRBM-3 lamenta o ocorrido e manifesta sua solidariedade à família da vítima"

    IcEsporte

    Esporte

    Calderano vence rival indigesto de virada e vai às quartas no tênis de mesa

    Brasileiro fez 4 a 1 no francês Alexis Lebrun, que venceu o primeiro set do duelo e foi superado nos outros quatro

    Modificado em 17/09/2024, 16:33

    Hugo Calderano, atleta do Brasil, durante jogo válido pelas oitavas de final do tênis de mesa

    Hugo Calderano, atleta do Brasil, durante jogo válido pelas oitavas de final do tênis de mesa (Alexandre Loureiro/COB)

    Hugo Calderano derrotou o francês Alexis Lebrun no tênis de mesa, válido pelo Jogos Olímpicos de Paris 2024, nesta quarta-feira (31). O brasileiro venceu a partida de virada, por 4 a 1, e avançou às quartas de final da modalidade.

    Francês foi rival de Hugo em outras oportunidades. Sempre em duelos difíceis, Lebrun nunca venceu o brasileiro na história do confronto. No primeiro set, Hugo começou desligado e acabou sendo derrotado por Lebrun. Tempo foi marcado por alguns erros do brasileiro, e o francês venceu por 11 a 3.

    Já no segundo, Calderano voltou melhor, e superou o atleta da casa por 11 a 5. Quem chegou desatento para o segundo set dessa vez foi Lebrun, que concedeu alguns pontos por pequenos erros ao brasileiro.

    Para o desempate no terceiro set, Hugo novamente fez partida controlada e bateu o francês. Confronto virou em 2 a 1 para o brasileiro, que aproveitou o nervosismo de Lebrun para bater o adversário por 11 a 6.

    Tenista brasileiro fez ótimo set e conquistou terceiro ponto. Período começou equilibrado e com pedido de tempo de francês, mas não foi o suficiente para levar o "game" contra Calderano.

    Quinto e último set é do brasileiro, que finalizou o embate por 4 a 1. Partida foi encerrada pela virada brasileira e superioridade mental e física do atleta número 20 do mundo.