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Construtora realiza feirão de emprego nesta sexta-feira

Modificado em 20/09/2024, 06:17

Construtora realiza feirão de emprego nesta sexta-feira

(Freepik)

A Opus Incorporadora realiza nesta sexta-feira (4) um Dia D de contratações. Ao todo, são oferecidas 62 vagas de trabalho para diversas funções, além de formação de banco de talentos para futuras oportunidades.

Profissionais interessados em participar do feirão de empregos deverão comparecer na Central de Contratações da Opus, das 8h às 11h e das 14h às 17h, no canteiro de obras do Gyro Vaca Brava. Ele fica localizado na rua T-38, número 44, no setor Bueno. É preciso levar os documentos pessoais, carteira de trabalho e o currículo (quem tiver).

Veja a seguir as vagas oferecidas pela Opus Incorporadora nesta ação:

1 vaga: Servente (Martelete)
9 vagas: Servente (Reboco interno)
7 vagas: Servente (Alvenaria interna e talisca)
6 vagas: Servente (Contra piso)
1 vaga: Servente (Contenção)
5 vagas: Servente (Recuperação de teto)
3 vagas: Servente (Equipe de apoio)
1 vaga: Pedreiro (Contenção)
1 vaga: Pedreiro (Recuperação piso polido)
4 vagas: Pedreiro (Contra piso)
6 vagas: Pedreiro (Reboco interno)
6 vagas: Pedreiro (Alvenaria interna e talisca)
4 vagas: Carpinteiro
3 vagas: Encarregado
2 vagas: Mestre de obra
3 vagas: Jovem aprendiz

Dúvidas ou informações complementares podem ser obtidas pelo WhatsApp da Central de Contratações da Opus, pelo número (62) 99841-7506.

Geral

Radares e câmeras voltam a multar em Goiânia

Fiscalização eletrônica na capital é retomada após nove meses e já começa a valer. Serviço começa com 37 equipamentos e 12 câmeras de videomonitoramento na cidade

Modificado em 01/04/2025, 07:07

Radar na Avenida Laguna, no Parque Amazônia, já está multando

Radar na Avenida Laguna, no Parque Amazônia, já está multando ( Wildes Barbosa / O Popular)

Trinta e sete equipamentos de fiscalização e 12 câmeras de videomonitoramento já estão verificando motoristas infratores nas ruas da capital, após nove meses sem o serviço de fiscalização eletrônica. As autuações começaram nesta segunda-feira (31), com a inauguração do Centro de Controle Operacional (CCO), na sede da Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET) de Goiânia. O local é utilizado para o recebimento e análise das imagens capturadas pelos aparelhos para identificar as infrações e emitir as multas. Até o final de abril, a área sul contará com mais 65 radares e 24 novas câmeras, enquanto a área norte terá mais 30 novos radares e 32 câmeras.

Segundo a SET, os equipamentos já instalados estão distribuídos em pontos de setores como o Bairro Goiá, Parque Amazônia, Cândida de Moraes, Santa Genoveva e outros. "Para ajudar na fiscalização, 12 câmeras de monitoramento PTZ (modelo com visão panorâmica e capacidade de giro) já foram instaladas em locais estratégicos, como na esquina da T-9 com Avenida 85, Avenida T-10 com Avenida T-3, também em três pontos na Avenida Assis Chateaubriand e outros", informa a pasta. Entre os pontos que já começaram a autuar os infratores estão Avenida Laguna e Avenida Padre Orlando, no Parque Amazônia; Rua do Salmão, no Jardim Atlântico; e ainda as avenidas Mutirão (com T-9 e T-10), Castelo Branco (com T-7) e Jamel Cecílio (Setor Sul).

A secretaria ressalta ainda que a maioria dos equipamentos instalados "estão nos mesmos locais que já contavam com radares, pois são áreas de grande necessidade para a segurança viária e a organização do fluxo de trânsito". Porém, outros pontos foram definidos a partir de novos estudos de tráfego realizados a partir da análise de fatores como o volume de acidentes e a necessidade de reforço na fiscalização. Válido lembrar, que, além dos equipamentos fixos, a fiscalização conta com quatro radares móveis, que podem ser instalados por um período do dia em locais com maior índice de acidentes. "Nosso objetivo é principalmente educar os motoristas para que respeitem os limites de velocidade e contribuam para um trânsito mais seguro", disse o titular da SET, Tarcísio Abreu.

Até por isso, não foi definido um período de orientação aos motoristas, ou seja, com o funcionamento dos equipamentos, as infrações já serão autuadas e se tornarão multas. "Desde o início do ano, a população tem sido amplamente informada sobre a retomada da instalação dos novos radares. Além disso, os radares, após instalados, ficaram mais de um mês em período de testes, o que garantiu ampla divulgação e tempo para adaptação", garante a SET. Os contratos com as novas empresas responsáveis pelo serviço, o Consórcio Anhanguera (lotes 1, com equipamentos na área sul, e 3, do CCO) e Consórcio Fiscaliza Gyn (lote 2, com equipamentos na área norte) somam R$ 242,8 milhões e são válidos por 5 anos, com a contratação de 604 faixas, sendo 290 equipamentos de radares fixos e 100 câmeras PTZ.

Controle

O CCO da fiscalização eletrônica de Goiânia foi inaugurado nesta segunda-feira (31), permitindo o recebimento e análise das imagens geradas pelas câmeras do tipo PTZ, e aquelas instaladas nos radares implantados nas vias da capital. A SET explica que o CCO funciona como uma grande central de inteligência "que permitirá aos agentes de trânsito monitorarem, em tempo real, as imagens captadas por câmeras espalhadas pela cidade, garantindo mais segurança e fluidez no tráfego". O monitoramento será feito por dez agentes de trânsito, nos três turnos diários, que verificarão de infrações de trânsito a até mesmo irregularidades, como o uso de veículos com registro de roubo ou furto.

Centro de Controle Operacional, inaugurado nesta segunda (31): monitoramento pega até interior dos carros (Fábio Lima / O Popular)

Centro de Controle Operacional, inaugurado nesta segunda (31): monitoramento pega até interior dos carros (Fábio Lima / O Popular)

"Eles vão fazer todo o monitoramento. A fiscalização agora começa com algum tipo de regularidade: se tem avanço de sinal, se o ocupante está sem cinto, se está usando o celular, a velocidade também está sendo monitorada", afirma o secretário Tarcísio Abreu. "As imagens captadas também permitem fazer um cerco de segurança para ajudar em investigações criminais, o que representa um grande avanço para a mobilidade e a proteção dos cidadãos em Goiânia", informa a SET. Os radares permitem um mapeamento geolocalizado dos veículos que circulam pela cidade e o CCO funciona como um banco de dados avançado, "auxiliando as forças de segurança no rastreamento de veículos e na identificação de padrões de comportamento dos motoristas".

Presente na inauguração, o prefeito Sandro Mabel (UB), afirmou que, quando a gestão atual assumiu o mandato, os radares iriam fazer apenas a função de fiscalização de trânsito. "Nós mudamos os equipamentos e colocamos o equipamento mais avançado. Ele fica 24 horas lendo todas as placas e ligado ao banco de dados que vai mostrar carros que têm infração de trânsito também, mas, o principal, carros roubados, placas clonadas, pessoas que estão com o IPVA descoberto. Então, tem uma série de utilidades que esses radares terão e isso vai ajudar na segurança da cidade."

O prefeito explica que as imagens captadas dos radares e das câmeras serão disponibilizadas também para as demais forças policiais. Ele conta que uma série de criminosos com mandado de prisão em aberto que estavam em Goiânia foram detidos porque foram identificados de alguma forma. "Então, Goiânia, dentro desses próximos dois anos, cada vez mais, vai ser a cidade mais segura para morar. Aqui não tem jeito de você ser anônimo. Goiânia terá essa condição de fazer essa identificação das pessoas que tem dívidas com a justiça."

Aparelhos devem estar todos instalados até julho

Os contratos com os consórcios Anhanguera e Fiscaliza Gyn, com prazo de cinco anos, determinam um período de até 12 meses para entregar os 290 equipamentos instalados. Porém, diante do aumento de acidentes com vítimas, de acordo com a Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET), logo no início do atual mandato foi realizada uma reunião para reforçar a necessidade de agilidade na instalação dos equipamentos. "As empresas responsáveis pela instalação compreenderam a urgência e se comprometeram a concluir a implementação de todo o sistema até o final de julho, garantindo mais segurança no trânsito da capital", informa.

Também serão contemplados os corredores preferenciais de ônibus, já com o adendo da permissão ao uso das motocicletas. A primeira via deste tipo a ter fiscalização será a Avenida Universitária. Os equipamentos que estão instalados na Avenida Universitária e Rua 10, que fazem o trajeto do Corredor Universitário entre a Praça Cívica e o Terminal Praça da Bíblia, já começaram a passar por aferição e estarão em operação em até 15 dias. Os demais entrarão no cronograma de instalação em abril e maio, sendo cinco equipamentos na Avenida 85, seis na T-63 e outros quatro na Castelo Branco com a T-7 nesse período.

Em meados de março, O POPULAR publicou que o número de óbitos em Goiânia aumentou sem a presença da fiscalização eletrônica. Com base nos números da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), que registra as ocorrências de acidentes com vítimas, foi possível verificar um aumento de 5,5% no mesmo período de nove meses com os radares e sem os equipamentos. Entre setembro de 2023 e maio de 2024, os nove meses anteriores à retirada dos equipamentos, 183 pessoas morreram no trânsito de Goiânia, o que gerou uma média de um óbito a cada 36 horas, enquanto que entre junho de 2024 e fevereiro de 2025, nos nove meses seguintes, a quantidade de óbitos chega a 193, com média de uma morte a cada 34 horas. Válido lembrar que os dados de óbito se referem a apenas as vítimas que morreram no local do acidente, não levando em conta as mortes em hospitais.

Desde janeiro, os equipamentos estavam sendo instalados nas vias da capital, mas as multas só serão registradas a partir de agora, em razão da finalização do CCO. Durante a inauguração do espaço, nesta segunda-feira (31), o prefeito Sandro Mabel (UB), revelou que pretende fazer uma terceira via na Marginal do Botafogo. "Ela é comprimida, é uma marginal é estreita, e ela vai ter a pista de 2,70 metros. Então precisa ter controle de velocidade, precisa ter controle do trânsito, precisa ter disciplina da população, mas a velocidade do trânsito vai aumentar em 50% (a partir da mudança na via)", estimou o prefeito.

Geral

Joias para mulas chegam a ser vendidas a R$ 35 mil em encontro de muladeiros de Goiânia

Evento recebe comitivas de todo o Brasil e conta com exposição de muares de elite, que chegam a valer R$ 300 mil

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Com o objetivo de embelezar e deixar as mulas mais vistosas, as chamadas joias de mulas são as queridinhas dos muladeiros e chegam a ser vendidas a R$ 35 mil. As peças podem ser encontradas no 2º Encontro Nacional de Comitivas que acontece no Parque Agropecuário de Goiânia até o próximo domingo (30). À reportagem, a empresária Elaine Vidalli Chiacchio, que veio de São Paulo para vender as joias de alpacas e divulgar o trabalho durante o evento, disse que as joias são o sonho dos muladeiros.

A alpaca é uma liga metálica que não perde o valor. Ano a ano, ela vai aumentando seu valor. São consideradas joias porque são difíceis de encontrar, o que as tornam peças caras. É o sonho do muladeiro. São peças com acabamentos de alta qualidade e bem aceita no mundo do muladeiro. São várias peças, peiteira, testeira, freio, estribo, fivela, virolas etc. Tudo que se usa para confeccionar uma traia de mula. A peça mais cara que eu vendi foi uma traia de cipó funda por R$ 35 mil. Mas tenho completa de R$ 22 mil, R$ 18 mil, R$ 5 mil, R$ 8 mil", completa Elaine.

Durante o evento, que celebra a cultura tropeira e destaca a importância dos muares no cenário nacional, estarão expostas mulas de elite que chegam a custar R$ 300 mil. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Muares (ABCMUARES), Waldijan Terêncio, as características que tornam os animais valiosos são a estética, o porte, a beleza de marcha e a mansidão.

Os animais mais caros são animais que deu marcha, que tem uma pluma perfeita, que tem a cor exótica e orelhas bem aprumadas. São animais que custam de R$ 3 mil a R$ 300 mil", informou Waldijan.

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Competição

O veterinário, criador e expositor de jumento e muares, Leandro Augusto dos Santos, veio do Paraná com 12 animais de elite para a competição que definirá os melhores do país. "Nós trazemos animais para a exposição, onde tem um juiz que faz o julgamento, seja de andamento, seja de morfologia, e é definido o campeão. Quanto mais exposição e categorias ele ganhar, mais valorização ele terá", destaca Leandro.

Troca de ideias

A criadora de e equinos, bovinos e muares, Denize Morais Barbosa, e o marido Rui Carlos Barbosa vieram do Tocantins para prestigiar o evento. Para eles, o encontro é uma oportunidade para a troca de ideias e aprendizado para quem cria esses animais.

"Estamos mesmo prestigiando a raça, os criadores. A gente tem 30 animais e entendemos que os animais de elite precisam de cuidados especiais. O evento é importante para divulgar a raça, a qualidade e o que tem de novo no mercado, além de dar visibilidade", afirmou Denize.

Denize Morais Barbosa, e o marido Rui Carlos Barbosa (Arquivo pessoal/Denize Morais Barbosa)

Denize Morais Barbosa, e o marido Rui Carlos Barbosa (Arquivo pessoal/Denize Morais Barbosa)

Após percorrer 1.2 mil quilômetros, um dos comissários da Comitiva de Araguaína, no Tocantins, disse que só tem gratidão pelo evento que abre espaço para os apaixonados por esses animais.

"A organização está de parabéns. Que isso se persevere por muitos anos. O encontro mostra o que tem de melhor no Brasil aqui em Goiânia. Além de visibilidade, gera valorização de um segmento agronegócio", destaca.

Muares e joias

Os muares são animais híbridos, resultado do cruzamento entre jumentos e éguas, e ganharam destaque em atividades de lazer e competições. Altamente valorizadas no mercado, suas características são o andamento macio, cabeça bem definida, pescoço comprido e orelhas proporcionais.

José Chiacchio Filho, marido de Elaine, é quem fabrica as peças. Ele contou que é de uma família de ourives, que trabalha com a criação, venda, conserto e reforma de objetos de ouro e prata, mas decidiu focar no mercado de alpacas por perceber um público em um mercado que estava escasso. "Senti que estava fazendo falta o mercado de fivela, estriba, argola de alpaca e resolvi voltar essa tradição para o mercado porque além de ter um preço muito alto, estava bem escasso", explicou.

Empresário José Chiacchio Filho (Letícia Graziely/O Popular)

Empresário José Chiacchio Filho (Letícia Graziely/O Popular)

Tradição

O evento conta com desfiles, competições de marcha, músicas raiz e rodas de viola, leilão, provas de habilidades e a tradicional Queima do Alho, resgatando a culinária dos antigos tropeiros. Também tem uma área dedicada a stands de negócios, pista de apresentações e espaço gastronômico completo.

De acordo com o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Gilberto Marques Neto, o evento recebe mais de 100 comitivas de todo o Brasil que resgatam a tradição dos tropeiros.

É um evento que resgata a cultura e a tradição, desde a culinária, quanto às vestes dos tropeiros, e tudo aquilo que cerca esse ambiente. Tralhas características, preparadas para as viagens que são feitas ainda, a gente vê comitivas transitando, levando gado. É um evento que conseguiu uma conquista recorde de animais num recinto de uma feira agropecuária dentro de um parque de exposições com 1.780 muares presentes", afirmou Gilberto.

Ingresso

O ingresso para entrada no evento custa R$ 60 a inteira e R$ 30 a meia. No sábado, a entrada custa R$ 80. A expectativa é que os negócios realizados dentro do parque ultrapassem os R$ 10 milhões.

Geral

Motorista de aplicativo que morreu após ser atingido por peça de caminhão que se soltou deixa filhos e enteadas

Acidente aconteceu na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia

Modificado em 29/03/2025, 20:23

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera e Reprodução/Redes Sociais)

O motorista de aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, que morreu após ser atingido por uma peça de caminhão que se soltou , era casado e deixa um casal de filhos e duas enteadas, que cuidou desde os primeiros anos de vida, segundo a cunhada Lorena Souza. O acidente aconteceu na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia. A Polícia Civil investiga o caso.

Uma família destruída", conforme contou Lorena Souza.

As duas filhas mais velhas são do relacionamentos anterior da minha irmã. Ele as criou como filhas. O filho mais novo dele é autista", segundo Lorena. As idades não foram divulgadas.

Nas redes sociais, Lorena também lamentou a morte do cunhado. "Que pesadelo, meu Deus, saber que meu cunhado não está mais com a gente. Que Deus o tenha em um bom lugar. Você sempre será lembrado, meu cunhado", lamentou na postagem.

Ainda segundo a cunhada, o motorista de aplicativo era um homem dedicado à família. "Ele era um homem muito trabalhador, tudo que fazia era pela família. Ele era provedor, muito triste o que aconteceu", contou Lorena em entrevista ao POPULAR .

Acidente

O acidente ocorreu na quinta-feira (27), no km 493, sentido Goiânia-Anápolis. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista estava transportando uma passageira no banco traseiro que sofreu apenas ferimentos leves, enquanto Eder não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Como o nome da passageira não foi divulgado, O POPULAR não conseguiu atualizar seu estado de saúde.

A Polícia Científica realizou a perícia para apurar as circunstâncias do acidente. A Triunfo Concebra, concessionária responsável pelo trecho, informou que o cubo de freio se desprendeu do caminhão e atravessou o para-brisa do lado do motorista.

Geral

Vídeo mostra diferença entre ácido hialurônico e o óleo de silicone que era usado em pacientes da clínica Karine Gouveia

Biomédica que trabalhava na clínica levou o seringa com o produto para fazer a comparação, segundo a polícia. Ex-funcionário também estranhou textura do produto

Modificado em 29/03/2025, 11:42

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Um vídeo, feito por uma biomédica que trabalhava na clínica Karine Gouveia, mostrou a diferença entre ácido hialurônico e o óleo de silicone que era aplicado nos pacientes, em Goiânia (veja acima) . Um ex-funcionário também relatou à polícia que percebeu o problema, pois, segundo ele, o produto correto é gelatinoso e não oleoso. Os donos das clínicas Karine Giselle Gouveia e Paulo César Dias Gonçalves foram indiciados por nove crimes contra 29 pessoas e estão presos. Mais 13 profissionais também poderão responder pelos crimes, de acordo com a Polícia Civil (PC).

Para a reportagem, a defesa de Paulo César, o advogado Tito Amaral, disse que na clínica nunca foi usado óleo de silicone e nem polimetilmetacrilato (PMMA): "O que ocorre é que tem pessoas que seis anos, oito anos depois, vem dizer que tem óleo de silicone no corpo, mas não tem nenhuma prova, nenhum indício", acrescentou o advogado. A defesa de Karine respondeu à reportagem que todos os produtos que foram adquiridos pela clínica possuem nota fiscal e foram comprados de empresas confiáveis.

O ácido hialurônico pode ser usado para tratar rugas e fazer preenchimento facial. O delegado Breynner Vasconcelos, que atualmente está coordenando o caso, disse para a reportagem que uma biomédica pegou e levou para casa uma seringa com o produto que era entregue na clínica aos profissionais.

Ela fez o teste com o ácido hialurônico que já tinha em casa e, logo que notou a diferença na textura deles, apresentou o vídeo à polícia.

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

No inquérito final, consta o depoimento de um ex-funcionário da clínica que relatou ter pedido demissão, em 2018, após saber da falsificação dos produtos. Segundo ele, Karine comprava óleo de silicone e toxina botulínica do Paraguai no consultório de um médico, que seria um dos fornecedores.

A seringa estourou e caiu um pouco de produto em cima da ficha da paciente. Formou uma mancha de óleo, e aí a gente se tocou que aquilo lá não se tratava de ácido hialurônico e sim de óleo de silicone, porque ácido hialurônico, a consistência dele é gelatinosa, não oleosa", disse o profissional em entrevista à TV Anhanguera.

Selo falso da Anvisa

Karine Giselle Gouveia, de 34 anos, e Paulo César Dias Gonçalves, de 44, falsificavam produtos, segundo a polícia (Reprodução/Redes sociais e Reprodução/TV Anhanguera)

Karine Giselle Gouveia, de 34 anos, e Paulo César Dias Gonçalves, de 44, falsificavam produtos, segundo a polícia (Reprodução/Redes sociais e Reprodução/TV Anhanguera)

O casal dono das clínicas de estética Karine Gouveia comprava produtos no Paraguai e falsificava com o selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para usar em pacientes, conforme o depoimento de um ex-funcionário à Polícia Civil (PC).

O profissional disse ter ouvido "diversas vezes" Paulo César afirmar que iria ao Paraguai procurar um fornecedor de insumos para fins estéticos, como ácido hialurônico, toxina botulínica e fios de sustentação (PDO), mas que eles não tinham o selo da Anvisa. Contudo, ao chegar no Brasil, os rótulos eram adulterados com o selo. Por último, o ex-funcionário alegou ter avisado Paulo sobre o produto adulterado, mas o empresário o ignorou.

Para a reportagem, o delegado Breynner Vasconcelos, que atualmente está coordenando o caso, disse que a polícia ainda não conseguiu comprovar se de fato os donos compraram produtos do Paraguai, e que também não descobriu o fornecedor do óleo de silicone e do polimetilmetacrilato (PMMA). Acrescentou que o profissional que relatou a informação trabalhou na clínica em 2018.

Uma paciente contou à TV Anhanguera que pagou por um procedimento com o ácido hialurônico, que, segundo ela, custa aproximadamente R$ 1,5 mil o mililitro (ml), mas foi aplicado nela óleo de silicone, que custa R$ 80 o litro.

Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

Entre os crimes aos quais os donos foram indiciados, está o de falsificação, corrupção ou a adulteração de produto terapêutico. Segundo o delegado Daniel José Oliveira, o casal também poderá responder, duas vezes ao menos, por armazenar e aplicar em substâncias manipuladas sem origem lista ou sem autorização sanitária.

Investigação

As investigações iniciaram em fevereiro de 2024. No dia 18 de dezembro do mesmo ano, os donos das clínicas, localizadas em Goiânia e Anápolis, foram presos. A soltura foi condedida no dia 7 de fevereiro, mas no dia 12 de março eles voltaram à prisão, após a polícia considerar que houve desobediência às medidas cautelares.

De acordo com a polícia, há mais de 30 vítimas diretas citadas, além do registro de mais 100 casos que poderão ser incluídos em inquérito complementar. O delegado informou que foi apurado que ao menos 6 mil pessoas passaram por procedimentos na clínica entre 2018 e 2019, sendo submetidas com óleo de silicone ou polimetilmetacrilato (PMMA): "substância com grave risco para saúde".

Inquérito foi formalizado em um documento de 15 volumes e encaminhado na última sexta-feira (21) para o Poder Judiciário, que deve ser analisado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).