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Isaquias Queiroz ressurge após ano de descanso e conquista prata em Paris

Brasileiro de 30 anos conquistou seu quinto pódio olímpico na carreira

Folhapress

Modificado em 17/09/2024, 17:20

Isaquias Queiroz comemora medalha na prova do C1 da canoagem de velocidade

Isaquias Queiroz comemora medalha na prova do C1 da canoagem de velocidade (Alexandre Loureiro/COB)

Esgotado física e mentalmente, Isaquias Queiroz decidiu descansar em 2023, recolhendo-se em sua Bahia, ficando mais perto da família e competindo muito pouco. Teria sido a decisão certa, diz ele, mesmo que isso tivesse lhe custado a classificação aos Jogos Olímpicos de Paris - e quase custou. Hoje, tem mais uma medalha para mostrar.

O brasileiro de 30 anos conquistou na tarde francesa de sexta-feira (9), manhã no Brasil, a prata na prova C1 1.000 m da canoagem de velocidade. Foi o quinto pódio de seu extenso currículo olímpico, que começou a ser construído nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, com duas pratas (C1 1.000 m e C2 1.000 m) e um bronze (C2 200 m). Em 2021, em Tóquio, ganhou um ouro (C1 1.000 m).

De volta à disputa que é sua especialidade, completou a decisão no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne em 3min44s33. Ficou atrás apenas do tcheco Martin Fuksa, que dominou a decisão e estabeleceu a melhor marca da história olímpica da distância, com 3min43s16. Completou o pódio Serghei Tranovschi, com 3min44s68.

Foi uma incrível prova do atleta de Ubaitaba, que estava na quinta posição na parcial dos 750 metros. Conhecido pelo ritmo forte que imprime na reta final, foi atropelando os concorrentes até assumir a segunda colocação e vibrou muito com o público, cheio de brasileiros na arena montada nos arredores de Paris.

O resultado provou a Isaquias que não havia outro a caminho no ano passado a não ser o descanso. Segundo o baiano, seu trunfo na França foi a temporada quase sabática que teve, com resultados abaixo de seu padrão. "Muita gente não entendeu. Muita gente pensou: 'Ah, está velho'. Mas eu não menti", disse.

No Mundial, Queiroz ficou em sexto em sua modalidade principal, a individual de um quilômetro, e só conseguiu seu lugar nos Jogos por um remanejamento de vagas da República Tcheca. Classificado, terminou de recarregar as baterias e, enfim, retomou os treinamentos que o levariam a mais um pódio olímpico.

"Eu já estava fazia nove, dez anos, no topo, sempre brigando por medalha. É difícil. Então, eu falei: 'Agora, eu quero estar com a minha família e quero estar onde eu mais amo, que é a Bahia'. Mas neste ano decidi voltar para Lagoa Santa [cidade mineira onde treina] e trabalhar bastante", acrescentou.

Animado por um triunfo na etapa de Szeged da Copa do Mundo, realizada em maio, Isaquias foi a Paris cheio de confiança, porém não teve o início esperado. Com Jacky Godmann, ficou na oitava colocação na final em dupla de meio quilômetro (C2 500 m), na quinta (8) e chamou o resultado de "horrível".

No dia seguinte, remou para a prata.

Queiroz, assim, igualou-se a Robert Scheidt e Torben Grael, da vela, que até a semana passada eram os brasileiros com mais medalhas olímpicas no currículo. A liderança agora é da ginasta Rebeca Andrade, que subiu ao pódio quatro vezes em Paris, chegou à marca de seis e se consolidou como a maior atleta olímpica do Brasil na história.

Isaquias, com cinco, também pode dizer que está entre os grandes. E sua trajetória que não pode ser contada sem seja o citado o nome do técnico espanhol Jesús Morlán, que chegou ao Brasil em 2013, guiou os três primeiros pódios da canoagem de velocidade do país e morreu em 2018, em decorrência de um câncer.

O baiano sempre valorizou a influência de Morlán e também é grato a Lauro de Souza, o Pinda, seu atual treinador, com quem tem longa história. Foi Pinda que o buscou em 2007, em uma rodoviária, para levá-lo a seu primeiro Campeonato Brasileiro, em Cascavel. De lá para cá, além dos cinco pódios olímpicos, o atleta recebeu 13 medalhas em campeonatos mundiais.

"Esta medalha aqui em Paris precisa ser muito valorizada, por tudo o que a gente passou neste ciclo", disse Pinda. "Ele sentiu um pouco, e a gente precisou dar um passo para trás. Não fizemos um Mundial como gostaríamos, mas conseguimos dar a volta por cima pela grandeza que o Isaquias tem. É um atleta que, até hoje, não falhou em nenhuma Olimpíada."

CONFIRA O RESULTADO DA FINAL DA PROVA C1 1.000 M
1 - Martin Fuksia (TCH) - 3min43s16
2 - Isaquias Queiroz (BRA) - 3min44s33
3 - Serghei Tarnovschi (MOL) - 3min44s68
4 - Zakhar Petrov (COI) - 3min45s28
5 - Carlo Tacchini (ITA) - 3min48s97
6 - Wiktor Glazynow (POL) - 3min49s05
7 - Balazs Adolf (HUN) - 3min49s83
8 - Sebastian Brendel (ALE) - 3min51s44

(Marcos Guedes, Folhapress)

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Rebeca Andrade revela segredos de beleza

Modificado em 17/09/2024, 17:28

Rebeca Andrade revela segredos de beleza

(Reprodução Instagram)

Maior medalhista da história do Brasil, Rebeca Andrade foi a atleta do país que mais faturou com seu desempenho nas Olimpíadas de Paris. A ginasta recebeu, ao todo, R$ 826 mil em premiação do Comitê Olímpico do Brasil (COB), graças às quatro medalhas conquistadas: um ouro, duas pratas e um bronze.

Aos 25 anos, Rebeca contou em entrevista recente à revista Quem, seus segredos de beleza.

"Costumo ficar mais maquiada para as competições, mas gosto de manter minha rotina de beleza em dia. Sou eu mesma quem faço a minha maquiagem. Para competição, começo a me arrumar umas duas horas antes. A maquiagem me ajuda a me sentir mais confiante e poderosa. Adoro criar looks que combinam com minhas apresentações e destacam minha personalidade", disse.

"Tem alguns produtos dos quais eu não abro mão como base com cobertura duradoura, que eu utilizo quase diariamente, os delineadores, tanto preto quanto colorido e de glitter; o brilho labial, rímel e o pó compacto", acrescentou ela, que retorna para o Brasil satisfeita com o seu desempenho.

(Reprodução Instagram)

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(Divulgação)

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Ana Patrícia e Duda levam ouro em noite memorável aos pés da Torre Eiffel

Brasileiras derrotaram na final as canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson por sets 2 sets a 1

Modificado em 17/09/2024, 17:28

Duda e Ana Patrícia comemoram vitória na final olímpica

Duda e Ana Patrícia comemoram vitória na final olímpica (Luiza Moraes/COB)

Sempre que virem a Torre Eiffel, pelo resto de suas vidas, Ana Patrícia e Duda terão na cabeça uma doce memória. Em frente ao monumento, provavelmente o cartão-postal mais famoso do planeta, elas conquistaram na noite francesa de sexta-feira (9) a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris.

Na decisão do torneio feminino do vôlei de praia, as brasileiras derrotaram na final as canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson por sets 2 sets a 1, parciais de 26/24, 12/21 e 15/10. Para festa da parcela do público que vestia amarelo no Stade Tour Eiffel, arena provisória montada para o megaevento esportivo, elas se impuseram nos momentos decisivos e triunfaram.

As amigas deixaram para trás, assim, um questionamento que se cansaram de ouvir ao fim dos Jogos de Tóquio, em 2021, a primeira edição olímpica sem medalha brasileira no vôlei de praia desde a inclusão da modalidade no programa, em 1996. Elas tinham companheiras diferentes na ocasião e em seguida decidiram juntar forças, mais uma vez, para construir outra história.

A parceria não era uma novidade para a mineira Ana Patrícia e a sergipana Duda, que atuaram juntas nas categorias menores e, há dez anos, adolescentes, conquistaram o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim. Agora, ambas aos 26 anos, subiram juntas ao topo do pódio olímpico principal.

"Ela me abraçou desde sempre. A galera, às vezes, fala: 'Você é a melhor do mundo'. Eu digo: 'Não, é a Duda'. Eu só preciso ser a melhor parceira do mundo", afirmou repetidas vezes Ana Patrícia ao longo dos últimos dias. "A Patrícia é uma pessoa boa, uma pessoa que luta, que quer fazer o melhor. Só quem a conhece sabe quem ela é de verdade", respondeu Duda.

A amizade foi decisiva na retomada da dupla, que se uniu para apagar a frustração de Tóquio, e a decepção japonesa se mostrou um combustível para ótimos resultados. Em 2022, as brasileiras venceram o Mundial, em Roma. Em 2023, ficaram com o vice mundial, em Tlaxcala, e levaram o ouro nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago.

Elas chegaram a Paris como líderes do ranking da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) e com um inegável favoritismo. Souberam lidar bem com ele na maior parte do torneio e avançaram às semifinais sem perder nenhum set. Então, precisaram virar uma partida dura contra as australianas Mariafe Artacho del Solar e Taliqua Clancy.

Na decisão, tiveram pela frente Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson, sétimas colocadas do ranking, que derrubaram no caminho até o confronto derradeiro as norte-americanas Taryn Kloth e Kristen Nuss, parceria número dois do mundo. E as canadenses entraram em quadra dispostas a criar dificuldades à dupla número um.

Aproveitando-se de dificuldades brasileiras na recepção, elas começaram a partida de maneira mais firme e logo abriram 8 a 2, com ótimos ataques de Wilkerson, e mantiveram essa vantagem até o 13 a 7. Aí, Ana Patrícia e Duda acharam o tempo da bola e subiram, degrau a degrau, até o empate em 17 a 17.

A reação teve um momento em que Ana Patrícia usou a cabeça para amortecer uma bola, antes de receber o levantamento de Duda para explorar o bloqueio- e usar corretamente o desafio de vídeo. Houve enorme equilíbrio na reta final da parcial, fechada em 26 a 24 em uma jogada de habilidade, com manchete decisiva de Duda.

As canadenses, no entanto, responderam muito bem. Deslancharam no segundo set, em momento de desestabilidade das brasileiras, que passaram a ter muita dificuldade para virar bolas e foram superadas com facilidade, levando 21 a 12. Tudo ficou para o tie-break, em um clima de tensão no Stade Tour Eiffel.

Duda e Ana Patrícia, então, mostraram calma para retomar o controle da partida. Duda se mostrou firma na defesa e também no aproveitamento dos contra-ataques, o que forçou Humana-Paredes e Wilkerson a pedir tempo em desvantagem de 5 a 2. Elas não conseguiram, porém, impedir o triunfo das novas campeãs olímpicas.

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Piu conquista bronze nos 400 m com barreira nas Olimpíadas

Atleta chegou à segunda medalha olímpica na carreira, após o bronze em Tóquio-2020

Modificado em 17/09/2024, 17:20

Alison dos Santos, o Piu, nos 400m com barreiras

Alison dos Santos, o Piu, nos 400m com barreiras (Miriam Jeske/COB)

Alison dos Santos, o Piu, conquistou a medalha de bronze nos 400 metros com barreira nos Jogos Olímpicos de Paris. O atleta chegou à segunda medalha olímpica na carreira, após o bronze na modalidade em Tóquio-2020.

No pódio, ele teve a companhia de Rai Benjamin, dos Estados Unidos, que ficou com o ouro, e Karsten Warholm, da Noruega, com a prata. O brasileiro fez a prova em 47s26, contra 46s46 e 47s06 dos rivais. Os três primeiros colocados são os mesmos de Tóquio, invertendo o primeiro e segundo colocados.

Havia grande expectativa quanto ao que Piu poderia apresentar na final, principalmente após o rendimento na semi. Na ocasião, ele passou em terceiro na bateria e não conquistou a vaga de forma direta - vão os dois primeiros. Teve de esperar o fim da prova para saber se o tempo em que completou a prova permitiria ir à briga por medalha.

O brasileiro chegou a Paris como terceiro colocado do ranking mundial e sendo um dos favoritos na modalidade.

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Conheça Augusto Akio, o skatista malabarista que ganhou bronze em Paris

Natural de Curitiba, o atleta começou no esporte aos sete anos

Modificado em 17/09/2024, 17:20

Augusto Akio, skatista de 23 anos

Augusto Akio, skatista de 23 anos (Luiza Moraes / COB)

Com a nota 91,85, o brasileiro Augusto Akio, 23, subiu ao pódio olímpico nesta quarta-feira (7) para receber o bronze no torneio masculino de skate park em Paris. A medalha é a quinta conquistada por skatistas brasileiros em Olimpíadas, a segunda no park - em Tóquio-2020, Pedro Barros levou a prata.

Nesta edição, o australiano Keegan Palmer ficou com o ouro, e o americano Tom Schaar foi o segundo.

Natural de Curitiba (PR), o atleta começou no esporte aos sete anos, depois de ganhar um skate de mercado, com desenho do Homem-Aranha, como presente de Natal. "Achava o máximo aquele skate, apesar de ter um shape bem reto", contou Akio em entrevista ao canal oficial das Olimpíadas, em 2023.

O incentivo partiu do pai, Altamiro Alves, que viu no novo hobby uma oportunidade para melhorar a timidez do filho e ajudá-lo a socializar. Deu certo. O agora medalhista olímpico é um dos mais carismáticos competidores do park.

Assim como no street, diz não encarar os demais skatistas como adversários. "São companheiros e amigos que me ajudam, assim como eu espero poder ajudá-los."

Conhecido como Japinha, ele ganhou destaque no skate durante a adolescência, mas em outra modalidade. O primeiro grande resultado em competições veio em 2019, com o bronze no Campeonato Mundial de Vert, o skate vertical.

No park, o destaque da carreira aconteceu no ano passado, durante o Mundial de 2022, realizado nos Emirados Árabes Unidos. Akio chegou à final e terminou em segundo lugar, atrás apenas de Jagger Eaton. O americano, que anda no park e no street, levou a prata na mesma modalidade de Rayssa Leal em Paris-2024, além do bronze em Tóquio-2020.

Também em 2023, Akio levou a prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. Ele é muito amigo de Luigi Cini e tem Pedro Barros como inspiração. Os três participaram da final desta quarta, com Barros terminando em 4º lugar, a apenas 20 décimos atrás do Japinha, e Cini, em 7º.

Além do resultado, o medalhista de bronze chamou a atenção pelos malabares que levou consigo para a pista na Place de La Concorde. A prática começou após um período afastado do skate devido a uma lesão no quadril e o ajudou a manter corpo e mente ocupados.

"A ideia do malabares é que tudo em excesso pode fazer mal. Temos que estar sempre administrando as coisas, seus lados bons e ruins", afirmou Akio.

Mesmo após sua recuperação e volta ao skate, não abandonou os malabares, que segundo ele o ajudam a se conectar com o público nas competições e a se preparar para as voltas. Enquanto anda, não ouve música: prefere escutar o barulho do skate na pista e da própria respiração.