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Comunidade busca duas esculturas sacras roubadas da igreja de Mossâmedes nos anos 1990

As peças roubadas em Mossâmedes são de São José de Botas, com altura de 1,20 m e largura 0,54 m; e de São Sebastião, com cerca de 50 cm de altura

Modificado em 19/02/2025, 07:04

São Sebastião: imagem tem cerca de 50 cm de altura (Divulgação)

São Sebastião: imagem tem cerca de 50 cm de altura (Divulgação)

28 de julho de 1996. Foi na calada da noite que duas esculturas de arte sacra foram furtadas da Igreja Matriz de São José, em Mossâmedes, a 150 km de Goiânia. Associadas aos ritos católicos da região desde o século 18, as imagens feitas em madeira com pintura policrômica jamais foram encontradas. Passados quase 30 anos, a Aldeia Associação tenta buscar pistas do paradeiro das relíquias em razão do êxito em ações similares deflagradas pelo Ministério Público de Minas Gerais e do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A comunidade junta informações que possam solucionar o crime e devolver as esculturas ao altar da igreja secular.

"Na época, nos anos 1990, foi aberto inquérito policial. No entanto, não se chegou a nenhuma conclusão sobre a autoria", explica o mossamedino Sebastião Filho, presidente da associação. O grupo foi criado como uma forma de preservar e assegurar o patrimônio de Mossâmedes, maior aldeamento criado pela Coroa Portuguesa na então Capitania de Goiás.

Em setembro de 2024, uma imagem de Nossa Senhora do Carmo, datada do século 18 e furtada em 1995 de uma igreja em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi recuperada pelo Ministério Público de Minas Gerais e devolvida à comunidade. A escultura foi resgatada após denúncia anônima que fez o alerta a respeito de um anúncio de venda da obra em um site de casas de leilões em Campinas, no interior paulista.

Outro caso também chamou a atenção dos integrantes da associação. Uma imagem de São Benedito, também do século 18, foi recuperada em 2024 por meio do Sistema de Resgate de Bens Culturais Desaparecidos (Sondar). Moradores do distrito de Lobo Leite, em Congonhas (MG), reconheceram que as fotos de um site de leilões da capital mineira poderiam ser da peça, furtada da Capela de Nossa Senhora da Soledade na década de 1990.

"Assim como aconteceu em Minas Gerais, entendemos que uma ampla divulgação dos fatos pode surtir efeito", diz Sebastião. As peças roubadas em Mossâmedes são de São José de Botas, com altura de 1,20 m e largura 0,54 m; e de São Sebastião, com cerca de 50 cm de altura. Assim como outras imagens sacras esculpidas no Brasil Central, as obras rememoram o estilo barroco e rococó. A origem e o artista (ou artistas) das esculturas são desconhecidos.

São José de Botas: 1,20 m de altura e largura 0,54 m (Divulgação)

São José de Botas: 1,20 m de altura e largura 0,54 m (Divulgação)

A Aldeia Associação solicita que, se alguém souber de informações das esculturas, entre em contato pelo (62) 9274-0816 ou pelo instagram @aldeiaassociacao. "As peças estavam associadas às festividades e aos ritos católicos há mais de um século. Além de serem esculturas lindíssimas, com inegável valor estético, histórico e cultural, as peças, sem dúvida, eram um elo com o passado da cidade e a história das primeiras famílias que chegaram àquela região de Goiás", reitera Sebastião.

Tombamento

As imagens sacras pertencem à Igreja Matriz de São José, localizada no Centro Histórico de Mossâmedes. O templo, marco zero da cidade, completou 250 anos em 2024 e espera por um processo de revitalização. A associação juntamente com a paróquia e a Diocese de Goiás, enviaram um ofício ao Iphan em busca do tombamento.

"Achamos que esse reconhecimento seria importante. A ausência de tombamento das peças sacras furtadas trouxe consequências negativas", explica Sebastião. "Não é possível, por exemplo, a inclusão das esculturas na relação de bens culturais procurados, o que impossibilita quase por completo a localização das peças", diz o presidente da associação.

A última grande restauração feita na igreja foi nos anos 1990. De acordo com Sebastião, o edifício está com vários problemas estruturais. "Embora esteja na lista de igrejas que devem ser restauradas, nada saiu do papel", comenta. Para a cidade, a associação está coordenando ações que visem a reforma e restauração das fachadas das casas históricas. "Queremos devolver à cidade a atmosfera de vila colonial que lhe era própria", finaliza Sebastião.

Portal da Serra Dourada

Igreja Matriz de São José: templo completou 250 anos em 2024 e precisa de reformas (Divulgação)

Igreja Matriz de São José: templo completou 250 anos em 2024 e precisa de reformas (Divulgação)

Mossâmedes completou 250 anos em novembro de 2024. Uma das cidades históricas que mais recontam os tempos coloniais do Brasil Central, o município é o portal do Parque Estadual da Serra Dourada para quem busca conhecer um dos pontos naturais e turísticos mais representativos do estado.

"Mossâmedes tem um potencial turístico extraordinário e até agora nada foi explorado", explica o presidente da Aldeia Associação, Sebastião Filho. No campo da cultura popular, por exemplo, a cidade é referência em cinco grandes tradições seculares: Folia do Divino, Reisado, Romaria dos Carreiros, Catira e Bloco do Zé Pereira.

A associação trabalha agora para promover ações que destaquem e impulsionem a economia criativa e o turismo. "Inicialmente, serão elaborados seis livros, cuja coordenação está a cargo da UFG, para formação de dossiês técnicos, que, por sua vez, servirão de base para a elaboração de planos museológicos", adianta Sebastião. O grupo também articula a criação de dois espaços museológicos na cidade: um museu de arte e outro espaço para contemplar os aspectos históricos, etnográficos e antropológicos.

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Esporte

Goiás empresta Edson Carioca para o Mirassol

Jogador de 27 anos ficará no clube paulista por um ano, com vínculo até o final do Paulistão de 2026

Modificado em 21/03/2025, 13:15

Edson Carioca tem vínculo de três anos com o Goiás

Edson Carioca tem vínculo de três anos com o Goiás (Rosiron Rodrigues / Goiás)

O Goiás oficializou na manhã desta sexta-feira (21) o empréstimo do atacante Edson Carioca. O jogador de 27 anos, que tem contrato de três anos com o clube esmeraldino, será cedido por um ano para o Mirassol. Ele ficará no time paulista até o final do Paulistão de 2026.

Edson Carioca foi um dos 15 jogadores contratados pelo Goiás neste ano. Ele foi o único que acertou com vínculo de três temporadas (até o fim de 2027). Em campo, o atleta não desempenhou bom futebol. Foram 13 jogos (seis como titular), dois gols marcados na Copa Verde e duas expulsões.

No Mirassol, Edson Carioca vai disputar a Série A neste ano, além do Paulistão e primeiras fases da Copa do Brasil em 2026.

Edson Carioca é o primeiro jogador que deixa o Goiás. A diretoria esmeraldina vai fazer uma reformulação no elenco e deve liberar pelo menos seis atletas. A lista ainda conta com o lateral esquerdo DG, o meia Vitinho e os atacantes Zé Hugo, Breno Herculano (único que deve ser vendido), Arthur Caíke e Facundo Barceló.

O Goiás também deseja encontrar um novo destino para o meia Régis, mas a atual lesão (entorse no tornozelo) do jogador pode mudar o cenário desta situação.

Geral

Empresária morta pelo companheiro com 29 facadas disse para amiga que relacionamento não estava bem, diz delegada

Mulher teria mencionado a amiga que queria terminar o relacionamento. Leila Portilho de 51 anos foi morta pelo companheiro no dia 10 de março

Leila Portilho postava nas redes sociais momentos com a família, viagens e declarações ao esposo (Reprodução/Rede social)

Leila Portilho postava nas redes sociais momentos com a família, viagens e declarações ao esposo (Reprodução/Rede social)

A empresária Leila Portilho, de 51 anos, morta pelo companheiro com 29 facadas confidenciou a uma amiga que o relacionamento não estava indo bem, informou a delegada do caso Ana Carolina Pedrotti. De acordo com a polícia, Leila foi morta pelo companheiro Gilvan Vieira no dia 10 de março, em Goianésia.

As investigações apontam que a mulher foi morta na madrugada do dia 10 de março. Na ocasião, o marido dela teria l igado para a família e contado que fez uma "besteira" e após matar a vítima com 29 facadas, ele tirou a própria vida.

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Entenda o caso

O crime aconteceu na madrugada do dia 10 de março. Segundo a titular da Delegacia da Mulher (Deam) de Goianésia, Ana Carolina Pedrotti, Gilvan desferiu diversas facadas em Leila e, depois do crime, ele tirou a própria vida. Mas, antes teria ligado para familiares relatando o acontecimento.

Conforme as investigações, o casal namorava há cerca de um ano e morava junto há cerca de dois meses. Nas redes sociais, constantemente, os dois postavam dezenas de fotos de passeios e viagens que faziam juntos.

Segundo a Polícia Científica, a provável causa da morte de Leila, que foi atingida com 29 facadas nas regiões do tórax, abdômen e membros, é de choque hipovolêmico devido à perda significativa de sangue e fluidos corporais.

A investigadora informou que uma testemunha teria trocado mensagens com Leila, um dia antes dela ser morta, ocasião em que a vítima teria mencionado que queria terminar o relacionamento.

Empresário Gilvan Vieira de Oliveira, de 53 anos, e Leila Portilho, de 51 (Reprodução/Redes sociais)

Empresário Gilvan Vieira de Oliveira, de 53 anos, e Leila Portilho, de 51 (Reprodução/Redes sociais)

Quem era a empresária?

Familiares e amigos descreveram Leila Portilho como uma mulher gentil, amada e trabalhadora. Ela era dona de uma loja de cosméticos em Goianésia e a sua morte gerou comoção no município.

A empresária deixou dois filhos: uma advogada e um contador. Era no próprio perfil que Leila compartilhava sua paixão pela maternidade, por viagens feitas e o amor que tinha pelo então companheiro, Gilvan Vieira.

(Colaborou Aline Goulart, g1 Goiás)

Geral

Família diz que hospital para onde bebê foi levada após ser picada por escorpião não tinha soro

Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano informou que solicitou o medicamento para Unidade de Pronto Atendimento. Tia da criança disse que antídoto foi administrado na paciente depois de 2h.

Bebê e mãe foram vítimas do animal peçonhento em Uruaçu

Bebê e mãe foram vítimas do animal peçonhento em Uruaçu (Reprodução/TV Anhanguera e rede social)

A família da bebê de 1 ano que morreu após ser picada por escorpião denuncia que o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, no norte de Goiás, não tinha soro antiescorpiônico. A unidade de saúde, por nota enviada na quinta-feira (20), informou que o antídoto foi solicitado e fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município (veja íntegra da nota ao final do texto).

A criança deu entrada no hospital em grave estado geral na noite de 18/03. O soro antiescorpiônico foi solicitado imediatamente e fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, conforme os protocolos de saúde", cita trecho do comunicado.

O caso aconteceu na noite de terça-feira (18) e, segundo o HCN, a bebê morreu na quarta-feira (19). A tia da criança Flávia Silva Guedes, em entrevista à TV Anhanguera, acusou o hospital de negligência ao demorar cerca de 2h para administrar o medicamento na paciente.

A gente fica pensando o que poderia ter sido feito nessas 2h, o que poderia ter evitado... se ela tivesse tomado este antídoto antes. Não soro, não dipirona, mas o antídoto necessário. A mãe havia tomado. A mãe é adulta. É mais forte", comparou Guedes.

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Além da criança, a mãe dela também foi picada pelo escorpião. O HCN destacou que ela foi atendida, medicada e recebeu alta hospitalar.

Nós nos oferecemos para buscar a medicação na UPA também, para poder levar, mas eles disseram que tinham que esperar a regulação do sistema aprovar", acrescentou a tia da bebê.

Em nota atualizada, o HCN informou que "o soro antiescorpiônico foi solicitado imediatamente e fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, conforme protocolo, sendo prescrito às 22h44. A paciente foi encaminhada à UTI à 1h00, mas não resistiu".

A reportagem entrou com a Secretária Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) para saber o por que a unidade de saúde não possui o soro antiescorpiônico, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
Entenda

O pai da criança, Carlos Henrique Sabino, narrou que estava saindo para trabalhar, por volta das 22h, de terça-feira, quando recebeu a ligação da esposa, que disse ter sido picada por um escorpião.

Voltei para casa. Foi quando peguei a neném, que vi o estado dela, que ela tinha vomitado e já corremos para o pronto socorro", contou Sabino, à TV Anhanguera.

O tio da bebê, Níkolas Peixoto, ressaltou que a família foi para uma unidade de saúde e depois foram encaminhadas para o HCN. Ele estima que esse prazo foi de cerca de 10 minutos desde a descoberta que a criança foi picada e a logística entre as duas unidades de saúde.

Íntegra da nota do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano

O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano esclarece que a paciente A.L.S.S.G., criança vítima de picada de escorpião, deu entrada na unidade no dia 18/03 às 22h34, já em estado grave. O soro antiescorpiônico foi solicitado imediatamente e fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, conforme protocolo, sendo prescrito às 22h44. A paciente foi encaminhada à UTI à 1h00, mas não resistiu.

Devido à gravidade do caso, a criança precisou ser atendida no próprio HCN, pois necessitava da estrutura da UTI Pediátrica, sem condições de ser levada à UPA. O HCN destaca que, mesmo com a aplicação do soro antiescorpiônico, o efeito pode variar conforme o organismo de cada paciente e nem sempre é imediato.

O HCN segue normas do Ministério da Saúde e da SES-GO, que determinam que apenas a UPA de Uruaçu pode armazenar o soro. O hospital reforça a importância do atendimento imediato em casos de picada de escorpião e se solidariza neste momento de dor com a família da paciente.
Íntegra da nota do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano - de quinta-feira (20)

O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) lamenta profundamente o falecimento da paciente A.L.S.S.G, vítima de picada de escorpião, e se solidariza com seus familiares.

A criança deu entrada no hospital em grave estado geral na noite de 18/03. O soro antiescorpiônico foi solicitado imediatamente e fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, conforme os protocolos de saúde.

Apesar da administração do soro, a criança não resistiu. Sua mãe, que também foi picada, recebeu atendimento e teve alta.

Ressalta-se também que o atendimento médico após uma picada de escorpião deve ser imediato, especialmente em crianças e idosos, devido à menor resistência e ao risco de complicações graves.

(Colaborou Vinicius Moraes, do g1; e Márcio Freire, da TV Anhanguera)

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Cidades

Ex-deputado é condenado a 30 anos de prisão e terá que pagar R$ 600 mil por tentar matar ex-mulher e o namorado dela

Uma das vítimas sofreu lesões graves em órgãos vitais e vive com limitações. Crime aconteceu em Augustinópolis e ainda cabe recurso da decisão

Fórum da Comarca de Augustinópolis

Fórum da Comarca de Augustinópolis (Divulgação/Cecom-TJTO)

O ex-deputado Antônio Alexandre Filho, de 71 anos, foi condenado a mais de 30 anos de prisão por tentar matar a facadas sua ex-companheira o então namorado dela. Além disso, também deverá indenizar os dois em R$ 600 mil. Ele não poderá recorrer em liberdade.

O caso foi a júri popular nesta terça-feira (18), mais de 14 anos após o crime. Os jurados decidiram que os crimes ocorreram por motivo fútil e com recurso que tornou impossível a defesa das vítimas.

A sentença é assinada pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, da Comarca de Augustinópolis, e ainda cabe recurso. A reportagem pediu posicionamento da defesa do ex-deputado, mas não houve resposta até a publicação.

As tentativas de homicídio aconteceram em um bar da Praça Augusto Cayres, no centro de Augustinópolis, no norte do estado, em setembro de 2010. De acordo com o Tribunal de Justiça, os crimes aconteceram porque o réu não aceitava o fim do relacionamento e nem que a mulher se relacionasse com outras pessoas.

Segundo o processo, o casal estava sentado no bar, quando Antônio Alexandre chegou e os esfaqueou. As duas vítimas sobreviveram após passarem por tratamento hospitalar.

Após fixar as penas de reclusão, o juiz ainda estabeleceu a indenização de R$ 100 mil para a mulher. Conforme a sentença, o réu não prestou assistência financeira para a vítima, que precisou mudar de estado e transferir sua faculdade.

O então companheiro da mulher deverá receber uma indenização de R$ 500 mil. O juiz cita que ele ficou mais de três meses em coma induzido em um hospital e vive com limitações pelas lesões em órgãos vitais, sem que o réu jamais o tenha procurado para verificar qualquer necessidade financeira.

Ao determinar o regime inicialmente fechado para o cumprimento da pena, o juiz citou o Tema 1068, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza a imediata execução da condenação imposta pelos jurados, para decretar a prisão do acusado.

Antônio Alexandre Filho foi deputado estadual entre 1991 e 1994 e exerceu mandato como vereador em Augustinópolis de 2001 a 2004.