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Cuidado: descoberta falha no WhatsApp que permite ler conversas em grupos

Segundo pesquisadores, apesar das falhas mais leves em alguns aplicativos, o WhatsApp apresenta problemas graves

Modificado em 26/09/2024, 00:42

Cuidado: descoberta falha no WhatsApp que permite ler conversas em grupos

(Pixabay)

"Cuidado com o que você diz", provavelmente você já ouviu ou já disse isso para alguém. Agora, mais um conselho: cuidado com o que você escreve...no WhatsApp. Isso mesmo, nem tudo é secreto no aplicativo.

Pesquisadores da Universidade Ruhr informaram na quarta-feira (10), na conferência de segurança do Real World Crypto , uma série de falhas em aplicativos de mensagens que dizem ter criptografia, como o WhatsApp, Signal e Threema.

De acordo com o estudo, apesar das falhas mais leves em alguns aplicativos, o WhatsApp apresenta problemas graves. Entre eles está a opção que uma pessoa que controla os servidores do WhatsApp poderia adicionar, de forma privada, uma pessoa em um grupo de conversa sem a autorização do administrador, permitindo o acesso a todas as mensagens enviadas.

Mesmo sendo uma falha quase impossível a ser explorada pelo cibercrime, a vulnerabilidade prejudica a relação de confiança criada com a criptografia de ponta-a-ponta, tecnologia essa que o WhatsApp prometeu que seria impossível para a empresa, para autoridades ou para hackers interceptar mensagens que circulam pelo aplicativo.

O problema é que um funcionário poderia entrar em algum grupo sem autorização e ler o que for publicado, e também as autoridades poderiam emitir um mandado que determine que a empresa dê o acesso a um grupo, podendo descobrir tudo que se conversa no espaço.

Tudo isso é possível, segundo os pesquisadores, por um erro simples: apenas o administrador do grupo pode convidar novos integrantes, mas o aplicativo não usa nenhum mecanismo de autenticação para o convite. Sendo assim, é possível incluir novos participantes a partir dos servidores do WhatsApp, sem precisar do administrador.

O WhtasApp confirmou a descoberta, porém, informou que não pretende fazer a correção, pela dificuldade de explorar essa brecha. Até porque quando alguém entra no grupo, o aplicativo mostra um alerta de que há um novo membro. Realmente, em grupos pequenos seria fácil perceber uma nova pessoa, mas em grupos maiores, seria quase impossível perceber que alguém entrou sem autorização do administrador.

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Tecnologia é importante para deficiência auditiva

Aparelhos que auxiliam na escuta ajudam a pessoa a ter uma vida normal e são forma de inclusão

Modificado em 04/11/2024, 08:49

Tecnologia é importante para deficiência auditiva

(Divulgação)

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam alguma deficiência auditiva. Essa porcentagem significa que mais de 10 milhões de cidadãos apresentam a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a principal diferença entre surdez e deficiência auditiva está na intensidade do problema auditivo. Deficiência auditiva significa a diminuição na capacidade de ouvir sons, que varia de leve a grave, já a surdez é definida como a perda completa da capacidade de ouvir.

O Dia Nacional do Surdo é em 26 de setembro e busca refletir sobre os direitos e inclusão dessas pessoas na sociedade. Uma forma de proporcionar maior qualidade de vida para aqueles que possuem alguma deficiência na audição é através do uso de aparelhos auditivos.

Estudo publicado na revista The Lancet Healthy Longevity, em janeiro, aponta que o uso de aparelhos auditivos pode ajudar a reduzir em até 25% o risco de uma morte prematura.

"Os aparelhos auditivos são indicados para todos os graus de perdas auditivas, das leves às profundas. E todas devem ser tratadas o mais precocemente possível, a partir do diagnóstico. Por ser uma deficiência invisível e indolor, muitas pessoas postergam o tratamento, o que compromete o desempenho das habilidades auditivas e estimulação deste sentido tão importante à comunicação humana", destaca Juliana Borges de Moura, gerente técnico-comercial da loja Opimed Saúde, situada no Shopping Órion, em Goiânia.

Tecnologias
Ela explica que as tecnologias desses instrumentos que auxiliam na audição são de última geração, componentes pequenos e precisos. "Atualmente os aparelhos auditivos são dotados de Inteligência Artificial, com redução de ruído em tempo real, localizador e intensificador de fala, detector de movimento, processamento de som HD, sempre focado em audibilidade, conforto e máximo desempenho auditivo. O processamento de sinal é rápido e com baixo tempo de espera (delay). Os ruídos ambientais são tratados ativamente dando enfoque ao sinal de fala. Isso favorece um som natural e muito semelhante ao som original".

Sobre a escolha da opção ideal para cada caso, Juliana Borges pontua que isso é feito com orientação de especialistas. "Os modelos de aparelhos auditivos são ergonômicos, confortáveis e discretos. Na Opimed temos desde os aparelhos auditivos até implantes cocleares e próteses de vibração óssea. A seleção e indicação do modelo será realizada pelo fonoaudiólogo, de acordo com a audibilidade e conforto auditivo do paciente", detalha. "A fala é entendida com clareza e os ruídos ambientais são confortáveis. Hoje, os usuários de aparelhos auditivos, nem percebem que usam", completa a gerente.

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Empresa faz primeiro voo de carro voador em escala real no Brasil

A Gohobby realizou, nesta sexta-feira (20), o primeiro voo do carro voador. A aeronave decolou por volta das 11h30 desta sexta e sobrevoou o Aeroquadra, aeroclube localizado em Quadra (SP), a cerca de 40 metros de altitude. O voo durou cerca de cinco minutos

Modificado em 04/11/2024, 08:57

Voo, a 40 metros de altura, durou cerca de cinco minutos

Voo, a 40 metros de altura, durou cerca de cinco minutos (Reprodução: Redes Sociais)

A Gohobby realizou, nesta sexta-feira (20), o primeiro voo do carro voador EH216, da fabricante chinesa EHang, em solo brasileiro. A empresa havia conseguido, ainda em setembro, autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para fazer voos-teste com o eVtol (veículo de pouso e decolagem na vertical).

A aeronave decolou por volta das 11h30 desta sexta e sobrevoou o Aeroquadra, aeroclube localizado em Quadra (SP), a cerca de 40 metros de altitude. O voo durou cerca de cinco minutos.

Segundo a Anac, até o momento, autorizações de voos para teste no Brasil foram concedidas somente para a aeronave da Eve (empresa controlada pela Embraer) e para o modelo da EHang. A agência diz que o voo realizado pela Gohobby é o primeiro com eVtol em escala real.

A autorização emitida pela Anac é voltada para pesquisa e desenvolvimento. Por isso, a empresa ainda não está autorizada a transportar passageiros.

Não há previsão no curto prazo para que a aeronave seja certificada no país, de acordo com a Anac. A certificação é necessária para que o modelo possa ser usado para voos comerciais.

O carro voador vendido pela Gohobby tem 1,93 metros de altura e 5,73 metros de largura e possui até um compartimento que funciona como porta-malas. A velocidade máxima chega a 130 km/h, e a distância máxima a ser percorrida pelo eVtol é de 30 quilômetros.

A aeronave é avaliada no Brasil em cerca de US$ 600 mil (quase R$ 3,4 milhões). Em meados de junho, havia 16 pessoas na lista de espera para compras, segundo a Gohobby.

O EH216 é fabricado no modelo S, voltado para o transporte de passageiros, e no modelo F, produzido para ser usado por bombeiros.

A Gohobby, que comercializa o modelo da EHang no Brasil, já levou o modelo da EHang para eventos do setor neste ano, como a Expo eVTOL, feira que foi realizada na capital paulista em maio, e o Catarina Aviation Show, organizado pelo aeroporto executivo Catarina, em São Roque (SP), em junho.

Como ainda não há regulamentação para eVtols no país, o carro voador da EHang, que é comercializado no Brasil pela Gohobby, está enquadrado no regulamento de drones, o RBAC-E 94. O tipo de autorização emitida pelo órgão regulador já foi expedido outras vezes para outras empresas, como a Xmobots, especializada em drones, por exemplo.

"A aviação sempre foi glamorosa, mas não muito acessível. O eVtol vem para democratizar a aviação para todos, para que você possa ir trabalhar voando. Com certeza vai ser a maneira pela qual nós vamos nos transportar em grandes cidades e entre cidades", disse o CEO da Gohobby, Adriano Buzaid.

Também presente no evento, a COO para Europa e América Latina da EHang, Victoria Jing Xiang, disse à reportagem que a fabricante conversa com a CAAC (autoridade de aviação da China) e a Anac para que o veículo possa obter o certificado no Brasil. As agências dos dois países trabalham juntas no processo.

Concorrente brasileira da EHang, a Eve revelou seu primeiro protótipo do eVtol em escala real em julho durante uma feira do setor em Farnborough, no Reino Unido. Segundo a empresa, o modelo, que foi produzido na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (interior de São Paulo), vai para uma próxima fase que envolve uma série de testes para avaliar operação e desempenho da aeronave, desde as capacidades de voo até recursos de segurança.

Assim que todos os testes em solo forem concluídos, o protótipo fará seu primeiro voo, disse a Eve em nota para reportagem. Em paralelo, a empresa diz continuar as conversas com a Anac para obter a certificação da aeronave.

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Mais 506 cidades vão poder receber sinal 5G a partir de segunda-feira (5)

Modificado em 17/09/2024, 17:29

Mais 506 cidades vão poder receber sinal 5G a partir de segunda-feira (5)

(Zack Stencil/MCom)

A partir da próxima segunda-feira (5), as operadoras prestadoras que adquiriram lotes na faixa de 3,5 GHz poderão solicitar à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), entidade vinculada ao Ministério das Comunicações, o licenciamento e ativação de estações de 5G nessa faixa em mais 506 municípios.

"A implantação do 5G está avançando a passos largos e estamos nos esforçando ao máximo para conseguir antecipar os prazos previstos no leilão. O sinal já está disponível em todas as capitais e a nossa missão é levá-lo até as pequenas cidades, para que toda a população brasileira para usufruir dos benefícios desse serviço", disse o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

A liberação da faixa não significa que redes do 5G serão instaladas de imediato nas localidades. A instalação depende do planejamento individual de cada prestadora. A informação foi divulgada nesta semana, após reunião do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi).

Ao todo, são 19 unidades da federação contempladas: Acre (AC), Alagoas (AL), Amazonas (AM), Amapá (AP), Distrito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Maranhão (MA), Mato Grosso do Sul (MS), Paraíba (PB), Paraná (PR), Rio de Janeiro (RJ), Rondônia (RO), Roraima (RR), Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC), Sergipe (SE), São Paulo (SP) e Tocantins (TO), com todos os municípios liberados.

Veja aqui a lista completa de cidades.

Com essa liberação, serão 4.808 os municípios com a faixa de 3,5 GHz disponível para utilização por estações do 5G standalone, nos quais vivem aproximadamente 197 milhões de brasileiros, o que corresponde a pouco mais de 92% da população do Brasil.

TV Aberta
A decisão tomada pelo Gaspi segue diretrizes do edital do 5G e abrange municípios em que a Entidade Administradora de Faixa (EAF) já iniciou a migração da recepção do sinal de televisão aberta. Quem recebe as transmissões pela antena parabólica precisa adaptar o equipamento para evitar eventuais interferências com o 5G.

Inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) podem solicitar o kit gratuito para a adaptação do equipamento à Siga Antenado, nome fantasia da EAF. Mais informações podem ser obtidas no site www.sigaantenado.com.br ou pelo telefone 0800-729-2404.

O Gaispi deliberou, ainda, que a EAF realize a redistribuição gratuita dos Kits das antenas parabólicas na banda Ku à população que perdeu ou ficou com o kit sem funcionamento devido às chuvas no Rio Grande do Sul.

Mais de 3,35 milhões de kits de recepção de TV aberta na banda Ku já foram instalados e tem a capacidade de instalar cerca de 10 mil kits por dia.

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Mulher de Senador Canedo com quatro filhos engravida após laqueadura

Diarista de 29 anos fez procedimento em dezembro de 2021. Cirurgia foi realizada em hospital de Hidrolândia e agora ela tem gestação de risco

Modificado em 19/09/2024, 01:11

Drama social: Amanda com três dos quatro filhos e o marido em Senador Canedo, onde residem. Ela enfrenta dificuldades financeiras e psicológicas

Drama social: Amanda com três dos quatro filhos e o marido em Senador Canedo, onde residem. Ela enfrenta dificuldades financeiras e psicológicas (Wildes Barbosa)

A diarista Amanda de Souza Dias, de 29 anos, mãe de quatro filhos, moradora de Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia, levou um susto há dois meses. Ela descobriu que estava grávida pela quinta vez, mesmo após ter feito laqueadura em dezembro de 2021, no Hospital Municipal de Hidrolândia. "Eu não esperava. Estava fazendo planos de construir uma casa para minha família, em um lote que acabamos de comprar." Desde então, com risco de eclâmpsia e lidando com problemas psiquiátricos, a diarista busca respostas para o procedimento mal sucedido.

Amanda conta que após quatro cesarianas, uma amiga sugeriu que ela fizesse a laqueadura. O procedimento foi realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na unidade de saúde de Hidrolândia onde a amiga é servidora. Quando soube da gestação, já com três meses, a diarista esteve no Hospital Municipal de Hidrolândia para conversar com o cirurgião. "Ele me disse que a trompa que foi retirada poderia reconstituir e me ofereceu o pré-natal", relata. Logo em seguida, Amanda recebeu em sua casa uma assistente social que levou uma caixa de leite e uma cesta básica. "Ela tirou fotos de tudo aqui, dos meus documentos, da minha casa e dos meus laudos psiquiátricos. Depois me disse que meu problema não é a gestação."

São poucos os documentos obtidos pela diarista no Hospital Municipal de Hidrolândia. A grande maioria consta que ela esteve na unidade em várias ocasiões no mês de julho, quando soube da gravidez. Ela conta que tentou obter o prontuário da cirurgia e ouviu da diretora geral que a unidade não tem obrigação de fornecer o documento por se tratar de procedimento sigiloso. "Como assim? Foi a minha cirurgia", questionou Amanda. Entre os comprovantes de que ela fez a cirurgia no hospital está um prontuário hospitalar e um atestado assinados pelo médico clínico geral e cirurgião, Alibert de Freitas Chaves.

A diarista mora na periferia de Senador Canedo em dois cômodos, quarto e sala. Nesse pequeno espaço tenta acomodar os quatro filhos - de 3 a 14 anos - além dela e do marido, que trabalha como coletor de lixo. "Eu estava fazendo faxina, mas o médico disse que não estou em condições de trabalhar por causa do risco de descolamento da placenta. Só Deus e eu sabemos o que estou passando. Eu tinha planos, mas com esta gravidez tudo mudou. Há dias que não temos o que comer em casa." Amanda explica que desde o nascimento da caçula vem lidando com problemas relacionados à depressão pós-parto, um inconveniente que tem reflexos na criação dos filhos.

Eficácia

Em nota, a secretária de Saúde e Saneamento de Hidrolândia, Girlaine Araújo Silva, confirma que Amanda de Souza foi submetida a uma laqueadura no Hospital Municipal da cidade. "Antes da cirurgia ela assinou um termo de consentimento que alertava sobre a não garantia de 100% de eficácia do método", diz o comunicado.

Segundo a secretária, a taxa de falha gira em torno de "0,41%", fato que foi mencionado no termo assinado pela paciente. A nota diz ainda que o cirurgião orientou a paciente sobre a possibilidade de reconstituição da trompa "devido à sua condição de saúde".

Conforme a secretária, Amanda retirou seu prontuário da unidade de saúde no dia 7 de agosto deste ano, ao tomar conhecimento da quinta gravidez. "No dia 16 de agosto foi realizada uma reunião com a equipe administrativa e médica, na qual foram reiterados os esclarecimentos sobre a efetividade do procedimento."

Nesse encontro, de acordo com a nota, foi oferecida a Amanda a assistência integral no acompanhamento do pré-natal, o que foi dificultado pelo fato de a família não residir no município e sim em Senador Canedo. A nota não mencionou o motivo da assistente social ir à residência da paciente.

Médico ginecologista e obstetra e especialista em reprodução humana, Waldemar Naves do Amaral confirmou que a técnica da laqueadura pode ter falhas. Em média, a sua eficácia varia de 92% a 99%. "Pode acontecer a recanalização espontânea pós-laqueadura, um fato raro, mas ocorre. A culpa não é do médico, da paciente ou do hospital. Isso é da biologia humana", afirma o médico que é o 1º Secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).

Este também é o posicionamento do médico Mario Approbato, coordenador do Laboratório de Reprodução Humana da Faculdade de Medicina e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. "A recanalização espontânea é possível, mas muito rara. Para checar a eficácia da laqueadura, o ideal é fazer, após o parto, um exame chamado histerossalpingografia que mostraria se em um dos lados houve recanalização."