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Eixo Anhanguera terá três destinos diferentes a partir do Terminal Vera Cruz

Segundo a Rmtc, mudanças são para facilitar a integração dos passageiros aos principais pontos de desembarque de Goiânia

Modificado em 29/09/2024, 00:24

Eixo Anhanguera

Eixo Anhanguera (Reprodução/TV Anhanguera)

Usuários da linha do Eixo Anhanguera, que sai do Terminal Vera Cruz, devem ficar atento as mudanças que começaram nesta segunda-feira (1), em Goiânia. A linha terá três destinos diferentes, com pontos finais variando de acordo com o dia da semana e horário. Confira abaixo as alterações.

Nos dias úteis, até às 8h os ônibus da linha 001B irão até o Terminal Praça da Bíblia e a partir desse horário até os ônibus deixarem de circular, o destino dos veículos será o Terminal Padre Pelágio.

Já aos sábado, até às 14h, a linha seguirá até o Terminal Praça A e depois, o Eixo vai até o Terminal Padre Pelágio. Nos domingos e feriados, a linha vai até o Terminal Padre Pelágio durante todo o período de circulação.

Segundo a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (Rmtc), as mudanças são para facilitar a integração dos passageiros aos principais pontos de desembarque da cidade, principalmente nos horário de pico.

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Eletrificação da frota do Eixão patina e só dois ônibus circulam

Estado iria trocar a frota no Eixão pelo novo modelo, mas apenas 2 deles rodam lá. No sistema todo, só 14 unidades operam

Ônibus elétrico circula na Avenida Anhanguera perto da Estátua do Bandeirante, no Centro de Goiânia

Ônibus elétrico circula na Avenida Anhanguera perto da Estátua do Bandeirante, no Centro de Goiânia ( Diomício Gomes / O Popular)

Pouco mais de um ano após a chegada do primeiro ônibus elétrico para operar no Eixo Anhanguera (Leste-Oeste) da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) de Goiânia, a frota com o modelo sem motor a combustão (diesel) não deslanchou. A promessa inicial era que até dezembro passado todos os veículos do chamado Eixão fossem do modelo elétrico, mas apenas dois ônibus abastecidos com energia operam na via. Outros 12 ônibus que não são a diesel operam no BRT Norte-Sul, totalizando 14 veículos elétricos na região metropolitana de Goiânia. Dois deles chegaram a ser usados em linhas convencionais, como testes para o sistema.

O governo estadual estimava que até dezembro passado já haveria 80 ônibus elétricos rodando no sistema metropolitano, o que não se cumpriu. Há uma estimativa de conseguir um total de 60 veículos elétricos até o fim deste ano, em novo cronograma do sistema. Para conseguir trocar a frota do sistema, o Estado de Goiás modificou até mesmo a forma de contratação, em que antes se cogitou o aluguel dos veículos via licitação, mas depois se tornou uma parceria com as empresas concessionárias da RMTC, em que elas comprariam os novos ônibus e parte da renovação da frota seria elétrica. O modelo seria mais rápido por não precisar de licitação, visto que as tentativas do Estado foram desertas, ou seja, sem empresas interessadas.

Com a compra a partir das empresas privadas, o argumento era de que a renovação da frota seria mais rápida e concluída totalmente até março de 2026. A previsão era que 150 veículos elétricos, de um total 1.170 ônibus, circulariam no sistema metropolitano nesta data final. Para se ter uma ideia, em fevereiro de 2024, quando o primeiro ônibus elétrico foi apresentado, houve a afirmação de que ele fazia parte de um primeiro lote de aquisições de seis veículos, todos eles chegando até julho e que seriam usados no Eixo Anhanguera. Na mesma época, outros seis chegariam para o BRT Norte-Sul, pois ainda era esperado que o corredor fosse utilizado a partir daquele mês. Porém, a via exclusiva só foi inaugurada em setembro, com dez ônibus elétricos, que foram entregues em agosto passado.

A reportagem apurou que há uma dificuldade das empresas em contratar um financiamento para a aquisição dos ônibus elétricos da marca BYD, por serem importados. A ideia era utilizar o fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (Finame) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não há registro deste tipo de veículo da marca nessa linha de crédito. Até por isso, há a intenção de utilizar agora ônibus nacionais, como da marca Eletra, que teriam o código do Finame.

Por outro lado, a falta do cumprimento do cronograma dos veículos elétricos não causou outro problema no sistema: a incapacidade de carregar os ônibus. Isso porque havia a previsão de construção de uma subestação de energia na sede da Metrobus para conseguir suprir a demanda da frota, mas a obra ainda não foi iniciada. A reportagem apurou que já existe a aprovação da Equatorial para a construção e o prazo é que isso ocorra até o final deste ano. Enquanto isso, a concessionária de distribuição de energia já liberou uma ampliação de energia de 500 kWh para a Metrobus, o que seria suficiente para abastecer seis veículos elétricos.

Atualmente, a frota existente é abastecida nas garagens das concessionárias e também há carregadores em alguns terminais dos corredores Leste-Oeste e Norte-Sul. Na última semana, o Estado apresentou um veículo movido a biometano. A estimativa é ter até 500 veículos até o final de 2026, sendo 15 neste ano. Segundo a Secretaria Geral de Governo (SGG), devido à dificuldade de entrega e disponibilidade dos fornecedores dos veículos elétricos, por causa do uso de veículos articulados de 23 metros e de piso alto, foi reduzida a previsão de 150 para 100 unidades de ônibus elétricos para atender o Sistema BRT.

"As outras 50 unidades previstas foram transferidas para o projeto Biometano, como parte das 500 unidades apresentadas no projeto de renovação da frota. Assim, as 100 unidades dos veículos elétricos têm previsão de entrega até o fim deste ano, e os 50 movidos a biometano começam a chegar também no final do ano de 2025, com previsão final de entrega para 2026", explica a SGG.

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Ônibus com 45 passageiros cai em ribanceira no interior de SP, e uma pessoa morre

Outras 25 pessoas ficaram feridas e foram socorridas

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra (Reprodução/g1)

Um ônibus que transportava 45 passageiros caiu em uma ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra na madrugada desta quinta-feira (6). Vinte e cinco pessoas ficaram feridas e uma morreu após ser socorrida.

A vítima fatal é um adolescente de 13 anos.

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Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 4h, no sentido São Paulo, antes do trevo de Pindamonhangaba.

Os 25 feridos foram levados para o Hospital Regional de Taubaté, pronto-socorro de Pindamonhangaba, Santa Casa de Aparecida e UPA de Araretama. Os demais passageiros não tiveram ferimentos.

O ônibus da empresa 1001 saiu do Rio de Janeiro e seguia para São Paulo.

Equipes de resgate da concessionária CCR Rodovias, Corpo de Bombeiros e Samu atuam no atendimento às vítimas. A Polícia Rodoviária Federal também está no local.

Segundo a CCR, a faixa da direita e o acostamento foram interditados na rodovia. O tráfego de veículos é realizado pela faixa da esquerda, o que provocou dois quilômetros de congestionamento.

Ônibus com 45 passageiros cai em ribanceira no interior de SP, e uma pessoa morre

Outras 25 pessoas ficaram feridas e foram socorridas

Modificado em 06/03/2025, 10:32

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra (Reprodução/g1)

Um ônibus que transportava 45 passageiros caiu em uma ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra na madrugada desta quinta-feira (6). Vinte e cinco pessoas ficaram feridas e uma morreu após ser socorrida.

A vítima fatal é um adolescente de 13 anos.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 4h, no sentido São Paulo, antes do trevo de Pindamonhangaba.

Os 25 feridos foram levados para o Hospital Regional de Taubaté, pronto-socorro de Pindamonhangaba, Santa Casa de Aparecida e UPA de Araretama. Os demais passageiros não tiveram ferimentos.

O ônibus da empresa 1001 saiu do Rio de Janeiro e seguia para São Paulo.

Equipes de resgate da concessionária CCR Rodovias, Corpo de Bombeiros e Samu atuam no atendimento às vítimas. A Polícia Rodoviária Federal também está no local.

Segundo a CCR, a faixa da direita e o acostamento foram interditados na rodovia. O tráfego de veículos é realizado pela faixa da esquerda, o que provocou dois quilômetros de congestionamento.

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Corredores preferenciais e comerciantes vivem 'briga' há mais de 10 anos em Goiânia

Primeiras faixas de ônibus da capital surgiram já há mais de uma década, com muita reclamação, mas vias comerciais se mantiveram, mesmo sem vagas de estacionamento

Modificado em 17/02/2025, 07:41

Rua 261, no Corredor Universitário, o primeiro implantado (Diomício Gomes / O Popular)

Rua 261, no Corredor Universitário, o primeiro implantado (Diomício Gomes / O Popular)

O ano era 2011 quando a Prefeitura de Goiânia anunciou o primeiro projeto de construção de uma faixa preferencial ao transporte coletivo, na Avenida Universitária, entre a Praça Cívica e o Terminal Praça da Bíblia. A reação dos comerciantes e moradores foi semelhante ao que se vê agora, com o anúncio do Paço Municipal em expandir a faixa para mais dez avenidas, com a inclusão da liberação do tráfego de motocicletas. Tal como agora, em que comerciantes da Avenida Jamel Cecílio chegaram a vandalizar placas que proíbem o estacionamento, naquela época houve protestos de empresários, fechamentos de ruas e o argumento de que sem a liberação de parada dos carros na via não haveria sobrevivência aos negócios.

Mais de uma década depois, os comércios ainda estão ao longo das vias. Houve mudanças nas lojas -- como a sorveteria que ficou no lugar da locadora de vídeos e o supermercado no lugar do restaurante --, mas também locais que fecharam e o imóvel ainda está desocupado. O que se viu foi a manutenção ou chegada de grandes empresas, com capacidade para investir no espaço, ou negócios que se fizeram criativos para além das vagas de estacionamento. Além do chamado Corredor Universitário, inaugurado em 2012, a então gestão de Paulo Garcia (PT) implantou também os da T-63, em 2013, e da 85, em 2015, ambos de forma parcial, sem obras de urbanização.

Em todos os três trechos, boa parte dos comerciantes que estão há mais tempo ainda reclamam do que foi feito, sobretudo pela falta do estacionamento. Já os que chegaram depois afirmam não ver diferença, e dizem que a localização compensa. Para os médios e pequenos negócios, que estão em espaços mais reduzidos, a situação pesa mais no fechamento do mês. O empresário Jaime Marcos, da Casa do Bacon, na Rua 261 do Setor Leste Universitário, conta que está há dez anos no local e que o estacionamento faz muita falta. "Os meus clientes reclamam demais, porque a maioria vem de carro e não consegue parar -- quase ninguém vem a pé. A opção é parar na rua de trás, mas pouquíssimas pessoas fazem isso", relata.

Rua 261, no Corredor Universitário, o primeiro implantado, em 2012, tem saldo positivo de empresas abertas(Diomício Gomes / O Popular)

Segundo ele, o negócio só se mantém porque 90% das vendas são feitas com a entrega realizada pela loja. "Muito cliente já foi multado quando parou na calçada, aí não vem mais. Até a gente, se para com alguma mercadoria, toma multa. As vendas caíram muito. Isso é até em shopping, se não tivesse estacionamento ninguém iria", afirma. No Corredor 85, na Avenida S-1, a proprietária de uma gráfica, Liliane de Sousa, conta que já foi multada por estacionar seu veículo na vaga construída como acesso da calçada. Para ela, cuja família é proprietária dos imóveis da sua loja e dos vizinhos, a realidade piorou desde a implantação do corredor.

Liliane conta que há muitos espaços vazios, que não conseguem locação pela dificuldade do estacionamento. "Paga um pouco mais de aluguel em um lugar que tem movimentação, mas na verdade o consumidor foge de pagar estacionamento ou de ir para um lugar que não tem estacionamento. Aqui (na 85) vai virar um Centro, vai morrer também. A 4ª Radial (no Setor Pedro Ludovico) vai deixar de ter também, vai morrer, vai ficar loja desocupada." Proprietário de uma loja de consertos de eletrodomésticos, Marcelo Henrique está há mais de 20 anos na Avenida T-63 e diz que a empresa teve de fazer algumas vagas na calçada, que permitem poucos clientes.

"A Prefeitura não nos ajudou em nada, nem fez essa obra, só nos prejudicou. Nossos clientes não têm onde parar, é um transtorno até hoje com isso, perdemos muitos negócios", diz Marcelo. No momento em que a reportagem estava na loja, uma cliente chegou perguntando por um serviço; ao saber que poderia ser feito, disse que iria buscar o ventilador, que estava no carro em outra rua, já que não tinha vaga para estacionar em frente à loja. Para os comerciantes que vão passar por isso nas outras avenidas da capital, Marcelo Henrique dá um conselho: "Rezar, é o único jeito".

Corredor preferencial da Avenida T-63 (Diomício Gomes / O Popular)

Corredor preferencial da Avenida T-63 (Diomício Gomes / O Popular)

Ao lado dele, porém, o proprietário de uma franquia de conserto de bicicletas, Marcus Vinícius Silva, conta que para ele não faz diferença a falta de vagas de estacionamento. "Essa mesmo que fica na porta eu coloco meu carro, mas porque o pessoal vem aqui de bicicleta, muito raro alguém vir de carro trazer a bicicleta para arrumar." Ele relata que está no ponto há um ano e três meses e só optou pelo local por uma exigência da franqueadora, de estar próximo de uma ciclovia. "Mas não muda nada aqui para mim, essa ciclovia é tão estreita que os ciclistas não podem nem olhar para o lado e ver a loja, senão caem."

Outros lojistas da T-63, como de uma distribuidora de bebidas, instalação de ar-condicionado, lanchonete, marmoraria e papelaria também entendem que a falta de estacionamento não muda a situação do comércio, mas apontam para a quantidade de lojas fechadas e espaços para alugar. "Mas é assim para todo lado hoje em dia", disse um comerciante, sem querer ser identificado. Na Avenida Universitária, a reportagem também recebeu depoimentos de trabalhadores de lanchonetes e copiadoras de que não há reclamação dos clientes sobre os estacionamentos, e o mesmo ocorreu na Avenida 85.

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), Cristiano Caixeta tem uma das suas lojas na T-63. Ele diz que o comércio em si vai sobreviver com os corredores, mas ao custo de muitas lojas fechando, especialmente de pequenos e médios negócios. "Eu tenho estacionamento na minha loja. Eu continuei, mas mais de 150 lojas fecharam na T-63." Para ele, o fim do estacionamento foi e será prejudicial para os comerciantes, mas acha que a via em si tem seu uso redefinido por outros comércios.

Saldo de uma nova empresa por dia

Em janeiro de 2015, os três corredores de transporte coletivo criados pela então gestão do Paço Municipal, que haviam sido recém-implantados, somaram um saldo positivo de 139 empresas abertas, de acordo com dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). O número representa que uma nova empresa era aberta em um dos três trechos a cada três dias. Neste ano, com os corredores já consolidados, a média é de uma empresa a cada dia, com 44 novos cadastros na Juceg a mais do que fechamentos, o que demonstra maior procura pelos locais na capital.

No Corredor 85, só neste ano, o saldo positivo é de 28 empresas abertas, sendo que ocorreram 44 novas inscrições e 16 fechamentos na soma das avenidas 85 e S-1. Há dez anos, o saldo no ano inteiro foi positivo em 76 aberturas, sendo 127 novos negócios e 51 encerramentos de empresas. Ou seja, ao menos seis empresas foram abertas por mês a mais do que fechadas nas duas avenidas naquele ano. Já no Corredor Universitário os números são mais modestos, com saldo positivo de duas empresas neste ano (7 aberturas e 5 encerramentos), ante 19 em 2015 (31 aberturas e 12 encerramentos). Na Avenida T-63, o saldo também é positivo em ambos os anos, sendo de 14 nos primeiros 45 dias de 2025 e em 44 em todo ano de 2015.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), Cristiano Caixeta, mesmo sem ter tido acesso aos números da Juceg, ressalta que a reclamação dos comerciantes quanto aos corredores se trata de situações que prejudicam empregos e comércios.

Sempre falo que em Goiânia a gente tem de lutar para abrir novas empresas e não fechar nenhuma que já esteja aberta. A gente está falando de pessoas, são famílias que não vão conseguir se sustentar, tem de começar do zero em outro lugar", diz. Ele reforça que, apesar de novas empresas abrirem, normalmente as que fecham são de pequeno e médio porte.

Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, as vias que se tornaram corredores em Goiânia continuam muito valorizadas. "Há dois novos empreendimentos sendo construídos na Avenida 85, tem na Avenida T-9 (a via teve o estacionamento proibido, mas não houve a implantação de um corredor). Esses empreendimentos vão trazer vagas de estacionamento, para atender o público interno e também externo", conta. Ele explica que as vias que se tornaram corredores já são descritas no Plano Diretor como eixos estruturantes e avenidas dessa hierarquia em outras cidades também não possuem estacionamentos.

Melazzo reforça que a abertura e fechamento de empresas nesses corredores é algo a ser feito a partir da readequação que os comerciantes devem fazer. "Ao longo da 85 tem de ter readequação do imóvel, calçada ampla, quantidade de vagas para estacionamento. O comerciante tem de entender isso, não pode pensar só em si. Os corredores são uma solução coletiva", diz. Porém, ele reforça que isso não tira o problema do estacionamento na cidade e que deve ser enfrentado, sendo por incentivo a prédios com essas vagas ou mesmo horários alternativos para os comércios e escolas. "Não podemos também facilitar para os carros, se quiser andar de carro pode, mas vai ter de andar mais."

O presidente da Ademi-GO acredita que onde os corredores foram implantados a medida deu certo para todos os usuários e os comércios tiveram de se adequar. "Precisamos discutir esses pontos sem o interesse pessoal. O que for bom para a cidade e dentro da legalidade, nós estamos a favor. Tirar o estacionamento não interfere no valor dos imóveis, mas tem de adequar em alguns casos e precisa fazer isso sem o interesse individual." Ele afirma ainda que tanto as avenidas T-63 quanto 85 mantiveram o viés comercial, como também a Universitária, embora essa tivesse outros usos, como as próprias universidades.

A professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), arquiteta e urbanista Erika Kneib, afirma que é possível que o poder público forneça contrapartida e desenvolva medidas para gerar maior atratividade nas áreas comerciais, principalmente nos corredores. "Recomendo duas principais: fazer requalificação urbana dos corredores considerando o pedestre, com melhorias de calçada, paisagismo e iluminação, entre outras; e desenvolver e implementar uma política de estacionamentos. A tecnologia hoje permite projetos muito eficientes. Se o cliente não pode mais parar na frente da loja, ele pode ser informado de locais próximos onde existem vagas."

Erika explica que uma política de estacionamentos "bem desenvolvida e implementada gera mais vagas, gera vagas mais bem aproveitadas, organiza o espaço público, pode ajudar muito o comércio e ainda gera recursos financeiros para serem investidos na melhoria da mobilidade". Desse modo, segundo afirma, se a retirada de estacionamento na via pode ajudar a impactar negativamente áreas comerciais, a qualificação urbana e uma política de estacionamentos podem atrair novos consumidores e impulsionar a vitalidade dessas áreas, mesmo não havendo vagas de estacionamento na porta das lojas.

Suposta degradação das áreas está além das faixas

A arquiteta e urbanista Erika Kneib, professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), entende que a degradação de algumas áreas comerciais em Goiânia é uma questão superior à implantação dos corredores de transporte coletivo e à ausência de "vaga na porta". "Qualificar as áreas comerciais -- me refiro ao comércio de rua -- é importante para a cidade, para a vitalidade urbana e economia. E, com a discussão dos corredores, isso volta a ser debatido", diz. Ela reforça que a retirada de estacionamentos na via para a implantação de corredores de ônibus é necessária para a melhoria do transporte coletivo e atende ainda à Lei Federal de Mobilidade.

O veículo motorizado individual é um bem privado. Não cabe ao poder público garantir espaço público gratuito de estacionamento para esse bem privado. Em cidades com mobilidade de referência, praticamente não existe vaga de estacionamento em via pública gratuita. Toda vaga de estacionamento em via pública é paga", reforça.

Erika lembra que mesmo em Goiânia os empreendimentos comerciais que entendem que a vaga de estacionamento para carro é importante para seu cliente fornecem seus próprios lugares, além de haver áreas comerciais dependentes dos usuários do transporte coletivo.

Para ela, a cidade deveria ter maior valorização nas áreas dependentes aos usuários de ônibus e também locais de comércios que priorizassem o usuário de bicicleta e o pedestre, já que raramente se vê paraciclos ou bicicletários em empreendimentos comerciais na capital.

Para que as áreas comerciais sejam atrativas, é importante que o poder público e o privado possam garantir e facilitar o acesso das pessoas, por todos os modos de transporte. Se por um lado retirar vagas de estacionamento em via pública para implantar corredores de ônibus é importante para o coletivo e para a cidade, por outro Goiânia precisa valorizar e qualificar suas áreas de comércio de rua".