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Rede elétrica vai ter reforço para ônibus do BRT em Goiânia

Empresas têm acordo para investimentos na região da garagem da Metrobus para garantir fornecimento de energia à frota

Modificado em 17/09/2024, 15:41

Ônibus elétrico, que será utilizado no transporte coletivo em Goiânia, já está em fase de testes

Ônibus elétrico, que será utilizado no transporte coletivo em Goiânia, já está em fase de testes (Wildes Barbosa)

Até o final deste mês de janeiro deverá ser fechado o acordo entre a Metrobus, concessionária do sistema de transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia, e a Equatorial, concessionária de distribuição de energia elétrica em Goiás, para investimentos na rede que vão garantir o uso dos ônibus elétricos no Eixo Anhanguera. Até o final deste ano, está previsto a substituição da frota a diesel pelos veículos elétricos na linha que opera dentro de Goiânia (entre Terminal Vera Cruz e Terminal Novo Mundo), em um total de 85 ônibus. Os dois primeiros devem chegar até fevereiro.

O estudo sobre o que vai precisar ser feito na rede de distribuição ou criação de subestação deve ficar pronto até o final desta semana. O acordo entre as partes, basicamente, será que o investimento na parte externa da garagem da Metrobus fique para a Equatorial, enquanto que na estrutura do imóvel seja de responsabilidade da empresa de economia mista. Ela também vai pagar uma tarifa diferenciada de energia, mais cara que o normal, para compensar o investimento a ser realizado. A ideia é que, com as melhorias realizadas, não haverá risco de apagões na região.

"Estamos fazendo tudo com muito cuidado. Até por isso não é possível a chegada de todos os ônibus ao mesmo tempo, além da dificuldade das fábricas. Estamos pensando nesse primeiro semestre como um projeto piloto, para a gente conhecer como vai ser a operação, a capacidade das baterias e tudo mais", diz o subsecretário de Políticas para Cidades e Transporte da Secretaria Geral de Governo (SGG), Miguel Ângelo Pricinote. A Metrobus já informou à Equatorial quais as especificações da frota, qual a necessidade de energia, como serão os carregadores e horários de carregamento.

]Falta a empresa de distribuição de energia finalizar o estudo sobre o que será preciso em razão do aumento da demanda na região do Terminal Padre Pelágio, localizado nas proximidades da garagem da Metrobus. A decisão é realizar o carregamento completo das baterias dos ônibus no período noturno, que ainda possui tarifa de energia mais barata e menor consumo na região. Os carregadores serão instalados na garagem da empresa. Não está descartada a instalação de um carregador em um terminal mais distante, como perto do Terminal Novo Mundo, para o caso de cargas de oportunidades.

Segundo a Metrobus, "desde o início do projeto de eletromobilidade foram feitos estudos de carregamento e de capacidade de fornecimento de energia junto com a concessionária responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia". A empresa confirma que ficou acertado por meio de ofício formal entre ela e a Equatorial a orientação para que fossem iniciados os investimentos para a expansão na capacidade de entrega de energia. A Equatorial informa que foi feita uma primeira análise em 2023, que já não tem mais validade, e o novo estudo deve ficar pronto ainda nesta semana para saber o que será preciso ser feito.

Em outubro passado, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) publicou um estudo sobre a metodologia de cálculo dos custos do transporte por ônibus elétricos. O documento "Custos dos serviços de transporte público por ônibus elétrico - Metodologia de cálculo e parâmetros", feito pelo professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Fleury Filho, e pelo engenheiro civil e mestre em transportes, Rodrigo Eduardo Dias Verroni, ressaltou a estimativa dos custos na rede de energia para a implantação da eletrificação da frota. O cálculo é que para uma frota de 50 a 100 veículos o valor seria de R$ 2,4 milhões a R$ 3,1 milhões.

Essa necessidade ocorre para garantir a distribuição de energia para toda a região, o que é uma preocupação dos técnicos da cidade de São Paulo, por exemplo, que tem a expectativa de utilizar até 2,6 mil ônibus até o final deste ano. Pricinote reforça que esse receio quanto a dificuldade da estrutura da rede de energia de São Paulo fez com que a eletrificação em todo o País fosse mais lenta. "Nosso receio é pequeno aqui porque estamos fazendo com todo o cuidado, mas não negamos que há problemas na infraestrutura da rede de energia e por isso estamos indo mais devagar", conta ele ao ressaltar que todos os projetos têm falhas e que a ideia é ir consertando ao longo do ano.

O subsecretário lembra que a tecnologia dos ônibus elétricos está evoluindo rapidamente, de modo que as baterias que serão usadas nos veículos deste ano já são mais avançadas do que se fossem comprados no ano passado. "A estrutura que temos hoje é o que foi implantado para os testes dos dois ônibus em 2022, mas já está bem diferente. Vamos ter que ver como será a eficiência dos veículos no Eixo, na baixada do Palmito, por exemplo." Neste primeiro semestre, a expectativa é que seis ônibus elétricos cheguem a Goiânia. "Vai ser um ano de aprendizado, com reforma na garagem, para adequação dos veículos, da manutenção. Vai ter de mudar tudo. Estamos fazendo com segurança", diz Pricinote.

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Eletrificação da frota do Eixão patina e só dois ônibus circulam

Estado iria trocar a frota no Eixão pelo novo modelo, mas apenas 2 deles rodam lá. No sistema todo, só 14 unidades operam

Ônibus elétrico circula na Avenida Anhanguera perto da Estátua do Bandeirante, no Centro de Goiânia

Ônibus elétrico circula na Avenida Anhanguera perto da Estátua do Bandeirante, no Centro de Goiânia ( Diomício Gomes / O Popular)

Pouco mais de um ano após a chegada do primeiro ônibus elétrico para operar no Eixo Anhanguera (Leste-Oeste) da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) de Goiânia, a frota com o modelo sem motor a combustão (diesel) não deslanchou. A promessa inicial era que até dezembro passado todos os veículos do chamado Eixão fossem do modelo elétrico, mas apenas dois ônibus abastecidos com energia operam na via. Outros 12 ônibus que não são a diesel operam no BRT Norte-Sul, totalizando 14 veículos elétricos na região metropolitana de Goiânia. Dois deles chegaram a ser usados em linhas convencionais, como testes para o sistema.

O governo estadual estimava que até dezembro passado já haveria 80 ônibus elétricos rodando no sistema metropolitano, o que não se cumpriu. Há uma estimativa de conseguir um total de 60 veículos elétricos até o fim deste ano, em novo cronograma do sistema. Para conseguir trocar a frota do sistema, o Estado de Goiás modificou até mesmo a forma de contratação, em que antes se cogitou o aluguel dos veículos via licitação, mas depois se tornou uma parceria com as empresas concessionárias da RMTC, em que elas comprariam os novos ônibus e parte da renovação da frota seria elétrica. O modelo seria mais rápido por não precisar de licitação, visto que as tentativas do Estado foram desertas, ou seja, sem empresas interessadas.

Com a compra a partir das empresas privadas, o argumento era de que a renovação da frota seria mais rápida e concluída totalmente até março de 2026. A previsão era que 150 veículos elétricos, de um total 1.170 ônibus, circulariam no sistema metropolitano nesta data final. Para se ter uma ideia, em fevereiro de 2024, quando o primeiro ônibus elétrico foi apresentado, houve a afirmação de que ele fazia parte de um primeiro lote de aquisições de seis veículos, todos eles chegando até julho e que seriam usados no Eixo Anhanguera. Na mesma época, outros seis chegariam para o BRT Norte-Sul, pois ainda era esperado que o corredor fosse utilizado a partir daquele mês. Porém, a via exclusiva só foi inaugurada em setembro, com dez ônibus elétricos, que foram entregues em agosto passado.

A reportagem apurou que há uma dificuldade das empresas em contratar um financiamento para a aquisição dos ônibus elétricos da marca BYD, por serem importados. A ideia era utilizar o fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (Finame) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não há registro deste tipo de veículo da marca nessa linha de crédito. Até por isso, há a intenção de utilizar agora ônibus nacionais, como da marca Eletra, que teriam o código do Finame.

Por outro lado, a falta do cumprimento do cronograma dos veículos elétricos não causou outro problema no sistema: a incapacidade de carregar os ônibus. Isso porque havia a previsão de construção de uma subestação de energia na sede da Metrobus para conseguir suprir a demanda da frota, mas a obra ainda não foi iniciada. A reportagem apurou que já existe a aprovação da Equatorial para a construção e o prazo é que isso ocorra até o final deste ano. Enquanto isso, a concessionária de distribuição de energia já liberou uma ampliação de energia de 500 kWh para a Metrobus, o que seria suficiente para abastecer seis veículos elétricos.

Atualmente, a frota existente é abastecida nas garagens das concessionárias e também há carregadores em alguns terminais dos corredores Leste-Oeste e Norte-Sul. Na última semana, o Estado apresentou um veículo movido a biometano. A estimativa é ter até 500 veículos até o final de 2026, sendo 15 neste ano. Segundo a Secretaria Geral de Governo (SGG), devido à dificuldade de entrega e disponibilidade dos fornecedores dos veículos elétricos, por causa do uso de veículos articulados de 23 metros e de piso alto, foi reduzida a previsão de 150 para 100 unidades de ônibus elétricos para atender o Sistema BRT.

"As outras 50 unidades previstas foram transferidas para o projeto Biometano, como parte das 500 unidades apresentadas no projeto de renovação da frota. Assim, as 100 unidades dos veículos elétricos têm previsão de entrega até o fim deste ano, e os 50 movidos a biometano começam a chegar também no final do ano de 2025, com previsão final de entrega para 2026", explica a SGG.

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Eixo Anhanguera tem cinco estações prontas

Sistema metropolitano iniciou revitalização das plataformas em janeiro deste ano e a estimativa é concluir os 19 locais e ainda os seis terminais até o final de 2025

Modificado em 17/09/2024, 17:21

Estação Bandeirantes, perto da BR-153, é uma das que foram entregues

Estação Bandeirantes, perto da BR-153, é uma das que foram entregues (Wesley Costa)

Em oito meses desde o início do projeto de revitalização das estruturas do Eixo Anhanguera, tanto das estações de embarque quanto dos terminais que compõem o corredor, cinco estações já foram finalizadas pelo sistema de transporte coletivo metropolitano. Já estão entregues aos usuários as plataformas Hemocentro, Lago das Rosas, Universitária, Vila Bandeirantes e Anhanguera, localizada no Jardim Novo Mundo. As duas últimas foram concluídas no sábado (17) e entregues no dia seguinte. A previsão é que todo o Eixo esteja revitalizado até o final de 2025. Ao todo serão 19 estações e seis terminais.

As estações são dotadas de recursos tecnológicos e de acessibilidade que permitem ao usuário mais informações sobre o acesso ao serviço, como o tempo de chegada do próximo ônibus, rede wi-fi gratuita e torre de carregamento de celulares. Nesta segunda-feira (19), na Estação Anhanguera, o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivas (CMTC), Murilo Ulhôa, explicou que a demora nas obras se dá para manter a operação no Eixo, de modo que não se trabalha em todas as estações ao mesmo tempo. Quando uma está em obras, e fica fechada, os usuários passam a embarcar ou desembarcar na seguinte ou na anterior, que estão livres.

Cada estação tem um custo de R$ 2,75 milhões, que são pagos via tarifa do sistema, sendo que atualmente o usuário paga R$ 4,30 e o poder público (Estado, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira) arcam com outros R$ 5,08. Subsecretário de Políticas para Cidades e Transporte da Secretaria Geral de Governo (SGG), Miguel Pricinote lembra que, ao todo, o investimento público no sistema chega a R$ 1,7 bilhão. Ele afirma que a Metrobus, empresa responsável pelo Eixo, apresenta hoje alto índice de confiabilidade.

"A empresa está com novo fôlego, ela está bem diferente. Eu até gostaria de convidar, nós poderíamos até agendar de ir lá na Metrobus mostrar sua nova gestão, mais moderna, com todos os painéis de bordo. A Metrobus já é uma empresa bem diferente daquela", diz ao se referir aos problemas pelos quais passou a operação no Eixo entre 2021 e 2022, que precisou ser reforçada com veículos das demais concessionárias. Ulhôa ressaltou que a intenção é que o usuário tenha melhorias além das estações. "Não é só obra, não é só ônibus novo, o usuário quer sim, ele quer chegar mais rápido no seu destino, ele quer ter o ônibus mais rápido, isso é uma preocupação nossa, sim", diz.

Quanto aos terminais do Eixo Anhanguera, o presidente da CMTC afirma que o do Novo Mundo deve ficar pronto em outubro deste ano. Antes disso, em setembro, deve ser inaugurado o novo centro comercial, em local anexo ao terminal, que vai abrigar os permissionários que atuavam tanto no Novo Mundo quanto no Praça da Bíblia. Neste último, cuja reforma vai começar após finalizar a do Novo Mundo, ficarão apenas 10 quiosques, todos de alimentação, cujos ocupantes serão definidos por sorteio. Ulhôa conta que os trabalhadores terão estrutura mais adequada e um valor de R$ 200 de mensalidade, ante os R$ 800 que seriam cobrados, com carência de pagamento até janeiro de 2025.

Ônibus

Nesta terça-feira (20), serão apresentados pelo governo estadual, na Praça Cívica, 60 ônibus novos, sendo 10 elétricos e 50 de combustão, que vão integrar a frota da rede metropolitana. Esses veículos em específico serão utilizados na operação do BRT Norte-Sul, cujo início está previsto para setembro deste ano, mas ainda sem um dia específico marcado. A estimativa é que as estações deste corredor fiquem prontas até o próximo dia 30. Os locais estão recebendo tecnologia semelhante ao que se aplica nas revitalizações das plataformas do Eixo Anhanguera, mas já com portas de vidro automáticas que permitem o embarque e o desembarque seguro. Essas estruturas serão aplicadas no Eixo ao final das reformas de todas as estações.

Quanto aos veículos elétricos, Ulhôa entende que a utilização de 10 veículos no BRT Norte-Sul será a primeira experiência mais robusta deste tipo de ônibus em Goiânia. Até então, dois elétricos foram usados na linha 025, que atua na região da Avenida T-63 e Terminal Bandeiras. Outros dois estão em operação no Eixo Anhanguera há um mês. Segundo Pricinote, ainda é cedo para traçar um panorama da efetividade dos veículos. "Mas está dentro da expectativa inicial. Agora é aprender mais, principalmente em relação ao consumo da bateria. Percebe-se que boa parte dessa condição está também no motorista, a forma que ele acelera, a frenagem, então melhorando o treinamento e tudo mais, acredita-se que o rendimento dessa bateria será melhor."

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Comerciantes do Terminal Novo Mundo terão de deixar local

Consórcio das empresas de transporte coletivo anunciou que até o dia 17 de agosto os permissionários que atuam na parte interna precisam sair do espaço, que será revitalizado

Modificado em 17/09/2024, 16:31

Consórcio das empresas de transporte coletivo anunciou que até o dia 17 de agosto os permissionários que atuam na parte interna precisam sair do espaço, que será revitalizado

Consórcio das empresas de transporte coletivo anunciou que até o dia 17 de agosto os permissionários que atuam na parte interna precisam sair do espaço, que será revitalizado (Wesley Costa)

Há mais de 20 anos, Maria José Lopes Santos, 69 anos, retira o sustento da família de uma pequena banca de bijuterias no Terminal Novo Mundo, do Eixo Anhanguera, na região leste de Goiânia. A notícia de que todos os permissionários terão de deixar a parte interna até o dia 17 de agosto provocou uma mobilização na manhã desta segunda-feira (15) na sede da RedeMob, consórcio que administra a Rede Metropolitana do Transporte Coletivo (RMTC), na Avenida Independência. O Terminal Novo Mundo está em processo de revitalização. A mesma medida deverá ser tomada em todos os demais terminais do complexo BRT Leste-Oeste, em toda a Avenida Anhanguera, segundo informação da própria RedeMob.

"O problema não é jurídico, é social", disse o advogado Inocêncio Borges ao jornal que assumiu a causa dos permissionários e discutiu o assunto com o diretor de Transportes do consórcio, César Eduardo de Siqueira. "O modelo de negócio apresentado pela RedeMob coloca todo o risco em cima dos permissionários. Minishoppings serão construídos nas ruas ao lado dos terminais e eles terão de pagar um valor muito elevado pelos novos espaços e com contrato, avalista e prazo de duração. Se não der certo, eles serão executados", explica o advogado.

Maria José, que é conhecida como Peixinha, conta que, pessoalmente, fez um levantamento do número de permissionários que atuam nos cinco terminais do Eixo Anhanguera, dentro de Goiânia, do Novo Mundo ao Padre Pelágio, e encontrou 200 pessoas em situação similar à sua. "A maioria trabalha com muita dificuldade, têm idosos e deficientes. Hoje pago uma taxa de R$ 178 por mês por um espaço de 80 por 80 (centímetros). Agora querem cobrar R$ 800, mais água, luz, segurança e limpeza nesse minishopping. Não temos dinheiro nem para comprar mercadorias para colocar lá dentro." A nova banca oferecida tem metragem de 2,25 x 2,25 metros, segundo Peixinha.

Inocêncio Borges explica que os permissionários, assustados com a decisão da RedeMob, ficaram de realizar uma assembleia para retirar uma contraproposta coletiva a ser apresentada ao consórcio, conforme solicitado por seu representante. "Nós pedimos que a retirada deles seja suspensa e que o Estado seja chamado para negociar. Essas pessoas estão há anos nos terminais, dedicaram suas vidas a esse negócio e o fizeram de forma responsável. Elas dependem disso para sobreviver. A maioria mal tira R$ 800 de cada banca", enfatiza o advogado.

Como outros permissionários, Maria José recebeu um comunicado do consórcio RedeMob informando que o anúncio que culminou na decisão de transferência dos permissionários ocorreu no dia 22 de abril durante reunião com a Secretaria-Geral do Governo, com a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e com Metrobus. Naquele dia, foi apresentado o projeto de revitalização do Terminal Novo Mundo, o novo modelo de locação para os permissionários e cada participante do encontro assinou uma carta conjunta por meio da qual eles foram notificados.

O comunicado diz que reuniões foram feitas com cada permissionário entre 11 e 16 de março deste ano, quando foram esclarecidas a necessidade de desativação das atuais unidades comerciais dentro do terminal e as regras para locação de espaços em nova estrutura a ser construída nas imediações, além da documentação exigida. O consórcio, inicialmente, deu prazo de um mês para a resposta dos permissionários e mais tarde ampliou o limite para 27 de junho. Pelas regras anunciadas, os atuais contratos serão rescindidos automaticamente. Dia 17 de agosto é a data limite para que os permissionários deixem o Terminal Novo Mundo, porque o novo espaço comercial será aberto.

Pequenos centros comerciais ao lado dos terminais

Em nota, a RedeMob informou que, no dia 22 de fevereiro deste ano, realizou uma reunião com todos os permissionários para falar das obras de revitalização e modernização da infraestrutura dos cinco terminais e 19 estações do Eixo Anhanguera (BRT Leste-Oeste) que vão unificar e padronizar as estruturas. O projeto, que começou pelo Terminal Novo Mundo, visa oferecer "novos e melhores serviços à população, priorizando a mobilidade do usuário, a organização das filas, embarques e desembarques, acessibilidade e principalmente a segurança das pessoas que utilizam os terminais".

Conforme o consórcio, a nova área comercial popular do Terminal Novo Mundo "está sendo construída para abrigar os atuais permissionários", mas no comunicado enviado aos comerciantes do espaço está explícito que, para aqueles que não se adaptarem às novas regras, os contratos serão rescindidos automaticamente. O centro popular do Novo Mundo terá uma área de 855,72 metros quadrados de área e, conforme a RedeMob "contará com segurança, sistema de CFTV interligado à Secretaria de Segurança Pública do Estado, acessibilidade, banheiros, áreas de convivência, equipes de limpeza e conservação", benefícios que, segundo o advogado Inocêncio Borges, terão custos de manutenção arcados pelos próprios permissionários.

A RedeMob lembra que a mudança para o novo centro comercial é uma oportunidade para melhorar a situação dos atuais permissionários que "estão em situação precária, sem estrutura física digna, instalados em quiosques de lata dentro do velho atual terminal Novo Mundo". Segundo o consórcio, nesta segunda-feira (15) foi realizada uma reunião com os comerciantes "para esclarecimentos pontuais". O encontro foi provocado pelos próprios permissionários que divulgaram uma nota à imprensa no final de semana em que ameaçaram ficar na sede da RedeMob até serem atendidos. "Existimos e não somos invasores. Esse é o nosso único sustento", diz a nota.

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Governo prevê substituir frota do Eixo Anhanguera por ônibus elétricos até o final de 2024

Expectativa é de que já haja um percentual significativo dos ônibus em circulação até julho

Modificado em 17/09/2024, 16:00

Ônibus que foi entregue nesta sexta-feira (23)

Ônibus que foi entregue nesta sexta-feira (23)
 (Maiara Dal Bosco/O Popular)

O Governo de Goiás prevê substituir toda a frota do Eixo Anhanguera por ônibus elétricos até o final de 2024. A informação foi confirmada pelo governador Ronaldo Caiado na manhã desta sexta-feira (23), durante entrega do primeiro ônibus elétrico destinado ao Eixo Anhanguera.

De acordo com o governador, os ônibus serão entregues de forma gradual, e até o mês de julho a expectativa é de que já haja um percentual significativo dos ônibus em circulação.

"Entre aquilo [a frota] que estará circulando, vai depender do teste deste ônibus que está aqui hoje, para ver questões como plataforma, como está sendo o acesso dos passageiros, e alguma modificação que possa precisar ser feita", afirmou o governador.

Início da operação

De acordo com o Governo Estadual, o ônibus que foi entregue hoje estará em circulação em menos de uma semana. A previsão é de que o segundo veículo elétrico que integrará frota do Eixo Anhanguera chegue à capital na próxima semana. Segundo a gestão estadual, em até um mês e meio mais 20 ou 30 veículos também devem chegar à cidade.

Com 23 metros de comprimento, o ônibus elétrico que entrará em circulação na capital é que integrará o tanto a frota do Eixo Anhanguera quanto a do BRT Norte-Sul, conta com Wi-Fi, ar condicionado, sistema de reconhecimento facial e menor quantidade de ruído. Ao todo, serão entregues 140 veículos elétricos.

A aquisição dos ônibus elétricos, a infraestrutura e o custo operacional é entre 25% e 30% mais caro do que os veículos a combustão para o uso no sistema de transporte coletivo urbano na região metropolitana de Goiânia. Essa relação é calculada após cinco meses de testes de dois ônibus elétricos que operam na linha 025, que liga os terminais Isidória e Bandeiras, na capital. Assim mesmo, a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) aposta no uso da eletromobilidade para atrair passageiros ao transporte coletivo, sob as vantagens de ter veículos de menor desgaste ao meio ambiente e que proporcionam maior conforto ao usuário, sem aumento na tarifa, com os custos absorvidos pelo subsídio pago por governo e prefeituras.

Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), a região metropolitana vai receber 65 ônibus elétricos para operar no Eixo Anhanguera e 62 para o BRT Norte-Sul até julho de 2024.