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Ganha Tempo dos ônibus da Região Metropolitana de Goiânia deve voltar imediatamente

Modificado em 29/09/2024, 00:13

Ganha Tempo dos ônibus da Região Metropolitana de Goiânia deve voltar imediatamente

Os usuários do transporte coletivo ganharam um alívio no bolso com a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) que revoga a suspensão do serviço Ganha Tempo. Com isto, quem pega ônibus na Região Metropolitana de Goiânia pode utilizar a mesma passagem em até três ônibus em 2h30.

O Ganha Tempo foi iniciado no dia 7 de junho de 2013 e suspenso em 10 de janeiro de 2014 após o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Estado de Goiás (SET) reclamarem dos prejuízos causados pelo serviço.

Depois, o PCdoB, a União Estadual dos Estudantes do Estado de Goiás (UEE-GO), a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor questionaram a decisão por meio de um mandado de segurança. Segundo o advogado responsável, Bruno Pena, o SET não demonstrou o desequilíbrio financeiro alegado para a suspensão do serviço.

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Mercado de venda de lotes cresceu 39% em 2024

Setor imobiliário registrou o menor estoque de unidades da série histórica, iniciada em 2017; mercado segue aquecido

Loteamento em Senador Canedo: município concentra mais de um terço dos lotes lançados em 2024 na região metropolitana

Loteamento em Senador Canedo: município concentra mais de um terço dos lotes lançados em 2024 na região metropolitana (Diomício Gomes / O Popular)

O mercado imobiliário horizontal da Região Metropolitana de Goiânia fechou 2024 com um crescimento de 39% no volume de vendas e uma queda de 11% no número de novas unidades lançadas. Com isso, as empresas do setor contabilizaram uma queda de mais de 17% no estoque de lotes disponíveis, em relação ao quarto trimestre de 2023, o menor da série histórica pesquisada pela Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás (Adugo) desde 2017.

As vendas passaram de 8.694 lotes vendidos em 2023, para 12.111 em 2024. Já os lançamentos caíram de 9.991 unidades para 8.901 no período. Os dados da pesquisa Mercado Imobiliário Horizontal, realizada pela Brain Inteligência Estratégica para a Adugo, mostram o aquecimento deste mercado. "Se a curva de vendas de 2024 for mantida em 2025 e o mercado não lançar mais nenhum loteamento, em outubro zeramos o estoque", alerta o presidente da Adugo, João Victor Araújo.

Segundo ele, 2024 foi o segundo melhor ano de vendas da história de loteamentos, atrás apenas de 2021, considerando a venda líquida, ou seja, vendas menos os distratos realizados. "Vamos fechar primeiro trimestre com estoque mais baixo ainda por conta dos poucos lançamentos, por causa de trocas das gestões municipais", prevê.

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Araújo atribui a queda dos lançamentos à maior burocracia para se aprovar parcelamento de solo em comparação às incorporações verticais. Araújo afirma que, para se produzir lotes e casas, há uma burocracia maior, independente de município, devido a interferências maiores. "Na incorporação vertical já houve, em algum momento do passado, um loteamento naquele bairro onde, agora, serão construídos condomínios verticais", explica.

Naturalmente, com isso, os lançamentos são menores. Mas, segundo ele, nos últimos anos, houve um aumento da escala de demora de aprovações, ao mesmo tempo em que a demanda por este tipo de produto aumentou. "Morar horizontal na região metropolitana tem uma cultura muito forte", destaca.

Mas municípios como Senador Canedo têm investido num desenvolvimento planejado de lotes em condomínios fechados, por isso receberam muitos empreendimentos. Dos 8.901 lotes lançados em 2024 na região metropolitana, mais de um terço (3.313) ficam neste município. "Mais de 10 condomínios fechados foram lançados lá nos últimos anos e 100% foram vendidos", ressalta.

Crédito

Para o presidente da Adugo, de forma geral, os goianos também preferem morar mais em casas do que em apartamento. "Como essa velocidade de lançamentos deve continuar baixa e o mercado deve se manter aquecido, a tendência é de uma constante valorização. Acreditamos que vamos vender muito mais em 2025 que em 2024", prevê.

Outro ponto favorável é que, enquanto o mercado de incorporação vertical é muito mais dependente do crédito imobiliário, nos loteamentos, as próprias incorporadoras também financiam o cliente e com taxas reduzidas. "É um crédito mais acessível e com juros menores. Estamos falando de uma entrada de 5%, no máximo 10%, com crédito também em 20 anos, alguns até 25 anos, e uma taxa de juros de 6% a 10% ao ano".

O consultor da Brain, Marcelo Gonçalves, acredita que o mercado local já tenha alguns fatores institucionalizados. Ele lembra que a quantidade de lançamentos e vendas é maior em Senador Canedo do que em Goiânia pela maior dificuldade de aprovações, por exemplo, com mais exigências, além do custo e escassez de terrenos, pois estes empreendimentos horizontais exigem grandes áreas.

"Falamos de cidades que estão completamente a disposição para estes empreendimentos, que têm áreas muito boas para recebê-los e que investem em infraestrutura para isso", ressalta. Segundo Gonçalves, este mercado é favorecido pela queda de 11% no número de lançamento e o aumento de 39% nas vendas, o que reduz os estoques e deixa as unidades disponíveis mais disputadas.

Atualmente, o maior estoque disponível é de loteamentos abertos em Goianira, uma região que ainda não conseguiu absorver toda disponibilidade. "O mercado tem projetos cada vez mais bem elaborados, mesmo de loteamentos abertos, que têm até áreas de convivência hoje. Cada vez mais pessoas querem morar melhor", ressalta.

Ele concorda que os goianos gostam mais de morar em casa. Apenas 10,7% dos domicílios do País são verticais. "Mas lançamentos são questão de sazonalidade e o processo de aprovação de um parcelamento de solo, condomínio ou loteamento leva anos, o que prejudica o mercado. Às vezes, as pessoas ficam sem muitas opção de compra.

Com o mercado mais escasso e mais caro na capital, as pessoas foram para as cidades da região metropolitana. "Imaginávamos que 2024 seria muito bom, mas com uma perspectiva de que no meio do ano haveria diminuição dos juros. Tivemos um aumento de taxa de juros e o mercado só aqueceu. O que estamos vivendo é um momento sui generis, com um bom número de lançamentos de mais qualidade, sendo que esse estoque está sendo consumido", conclui.

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Ônibus com 45 passageiros cai em ribanceira no interior de SP, e uma pessoa morre

Outras 25 pessoas ficaram feridas e foram socorridas

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra (Reprodução/g1)

Um ônibus que transportava 45 passageiros caiu em uma ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra na madrugada desta quinta-feira (6). Vinte e cinco pessoas ficaram feridas e uma morreu após ser socorrida.

A vítima fatal é um adolescente de 13 anos.

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Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 4h, no sentido São Paulo, antes do trevo de Pindamonhangaba.

Os 25 feridos foram levados para o Hospital Regional de Taubaté, pronto-socorro de Pindamonhangaba, Santa Casa de Aparecida e UPA de Araretama. Os demais passageiros não tiveram ferimentos.

O ônibus da empresa 1001 saiu do Rio de Janeiro e seguia para São Paulo.

Equipes de resgate da concessionária CCR Rodovias, Corpo de Bombeiros e Samu atuam no atendimento às vítimas. A Polícia Rodoviária Federal também está no local.

Segundo a CCR, a faixa da direita e o acostamento foram interditados na rodovia. O tráfego de veículos é realizado pela faixa da esquerda, o que provocou dois quilômetros de congestionamento.

Ônibus com 45 passageiros cai em ribanceira no interior de SP, e uma pessoa morre

Outras 25 pessoas ficaram feridas e foram socorridas

Modificado em 06/03/2025, 10:32

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra

Ônibus caído em ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra (Reprodução/g1)

Um ônibus que transportava 45 passageiros caiu em uma ribanceira no km 98 da rodovia Presidente Dutra na madrugada desta quinta-feira (6). Vinte e cinco pessoas ficaram feridas e uma morreu após ser socorrida.

A vítima fatal é um adolescente de 13 anos.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 4h, no sentido São Paulo, antes do trevo de Pindamonhangaba.

Os 25 feridos foram levados para o Hospital Regional de Taubaté, pronto-socorro de Pindamonhangaba, Santa Casa de Aparecida e UPA de Araretama. Os demais passageiros não tiveram ferimentos.

O ônibus da empresa 1001 saiu do Rio de Janeiro e seguia para São Paulo.

Equipes de resgate da concessionária CCR Rodovias, Corpo de Bombeiros e Samu atuam no atendimento às vítimas. A Polícia Rodoviária Federal também está no local.

Segundo a CCR, a faixa da direita e o acostamento foram interditados na rodovia. O tráfego de veículos é realizado pela faixa da esquerda, o que provocou dois quilômetros de congestionamento.

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Corredores preferenciais e comerciantes vivem 'briga' há mais de 10 anos em Goiânia

Primeiras faixas de ônibus da capital surgiram já há mais de uma década, com muita reclamação, mas vias comerciais se mantiveram, mesmo sem vagas de estacionamento

Modificado em 17/02/2025, 07:41

Rua 261, no Corredor Universitário, o primeiro implantado (Diomício Gomes / O Popular)

Rua 261, no Corredor Universitário, o primeiro implantado (Diomício Gomes / O Popular)

O ano era 2011 quando a Prefeitura de Goiânia anunciou o primeiro projeto de construção de uma faixa preferencial ao transporte coletivo, na Avenida Universitária, entre a Praça Cívica e o Terminal Praça da Bíblia. A reação dos comerciantes e moradores foi semelhante ao que se vê agora, com o anúncio do Paço Municipal em expandir a faixa para mais dez avenidas, com a inclusão da liberação do tráfego de motocicletas. Tal como agora, em que comerciantes da Avenida Jamel Cecílio chegaram a vandalizar placas que proíbem o estacionamento, naquela época houve protestos de empresários, fechamentos de ruas e o argumento de que sem a liberação de parada dos carros na via não haveria sobrevivência aos negócios.

Mais de uma década depois, os comércios ainda estão ao longo das vias. Houve mudanças nas lojas -- como a sorveteria que ficou no lugar da locadora de vídeos e o supermercado no lugar do restaurante --, mas também locais que fecharam e o imóvel ainda está desocupado. O que se viu foi a manutenção ou chegada de grandes empresas, com capacidade para investir no espaço, ou negócios que se fizeram criativos para além das vagas de estacionamento. Além do chamado Corredor Universitário, inaugurado em 2012, a então gestão de Paulo Garcia (PT) implantou também os da T-63, em 2013, e da 85, em 2015, ambos de forma parcial, sem obras de urbanização.

Em todos os três trechos, boa parte dos comerciantes que estão há mais tempo ainda reclamam do que foi feito, sobretudo pela falta do estacionamento. Já os que chegaram depois afirmam não ver diferença, e dizem que a localização compensa. Para os médios e pequenos negócios, que estão em espaços mais reduzidos, a situação pesa mais no fechamento do mês. O empresário Jaime Marcos, da Casa do Bacon, na Rua 261 do Setor Leste Universitário, conta que está há dez anos no local e que o estacionamento faz muita falta. "Os meus clientes reclamam demais, porque a maioria vem de carro e não consegue parar -- quase ninguém vem a pé. A opção é parar na rua de trás, mas pouquíssimas pessoas fazem isso", relata.

Rua 261, no Corredor Universitário, o primeiro implantado, em 2012, tem saldo positivo de empresas abertas(Diomício Gomes / O Popular)

Segundo ele, o negócio só se mantém porque 90% das vendas são feitas com a entrega realizada pela loja. "Muito cliente já foi multado quando parou na calçada, aí não vem mais. Até a gente, se para com alguma mercadoria, toma multa. As vendas caíram muito. Isso é até em shopping, se não tivesse estacionamento ninguém iria", afirma. No Corredor 85, na Avenida S-1, a proprietária de uma gráfica, Liliane de Sousa, conta que já foi multada por estacionar seu veículo na vaga construída como acesso da calçada. Para ela, cuja família é proprietária dos imóveis da sua loja e dos vizinhos, a realidade piorou desde a implantação do corredor.

Liliane conta que há muitos espaços vazios, que não conseguem locação pela dificuldade do estacionamento. "Paga um pouco mais de aluguel em um lugar que tem movimentação, mas na verdade o consumidor foge de pagar estacionamento ou de ir para um lugar que não tem estacionamento. Aqui (na 85) vai virar um Centro, vai morrer também. A 4ª Radial (no Setor Pedro Ludovico) vai deixar de ter também, vai morrer, vai ficar loja desocupada." Proprietário de uma loja de consertos de eletrodomésticos, Marcelo Henrique está há mais de 20 anos na Avenida T-63 e diz que a empresa teve de fazer algumas vagas na calçada, que permitem poucos clientes.

"A Prefeitura não nos ajudou em nada, nem fez essa obra, só nos prejudicou. Nossos clientes não têm onde parar, é um transtorno até hoje com isso, perdemos muitos negócios", diz Marcelo. No momento em que a reportagem estava na loja, uma cliente chegou perguntando por um serviço; ao saber que poderia ser feito, disse que iria buscar o ventilador, que estava no carro em outra rua, já que não tinha vaga para estacionar em frente à loja. Para os comerciantes que vão passar por isso nas outras avenidas da capital, Marcelo Henrique dá um conselho: "Rezar, é o único jeito".

Corredor preferencial da Avenida T-63 (Diomício Gomes / O Popular)

Corredor preferencial da Avenida T-63 (Diomício Gomes / O Popular)

Ao lado dele, porém, o proprietário de uma franquia de conserto de bicicletas, Marcus Vinícius Silva, conta que para ele não faz diferença a falta de vagas de estacionamento. "Essa mesmo que fica na porta eu coloco meu carro, mas porque o pessoal vem aqui de bicicleta, muito raro alguém vir de carro trazer a bicicleta para arrumar." Ele relata que está no ponto há um ano e três meses e só optou pelo local por uma exigência da franqueadora, de estar próximo de uma ciclovia. "Mas não muda nada aqui para mim, essa ciclovia é tão estreita que os ciclistas não podem nem olhar para o lado e ver a loja, senão caem."

Outros lojistas da T-63, como de uma distribuidora de bebidas, instalação de ar-condicionado, lanchonete, marmoraria e papelaria também entendem que a falta de estacionamento não muda a situação do comércio, mas apontam para a quantidade de lojas fechadas e espaços para alugar. "Mas é assim para todo lado hoje em dia", disse um comerciante, sem querer ser identificado. Na Avenida Universitária, a reportagem também recebeu depoimentos de trabalhadores de lanchonetes e copiadoras de que não há reclamação dos clientes sobre os estacionamentos, e o mesmo ocorreu na Avenida 85.

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), Cristiano Caixeta tem uma das suas lojas na T-63. Ele diz que o comércio em si vai sobreviver com os corredores, mas ao custo de muitas lojas fechando, especialmente de pequenos e médios negócios. "Eu tenho estacionamento na minha loja. Eu continuei, mas mais de 150 lojas fecharam na T-63." Para ele, o fim do estacionamento foi e será prejudicial para os comerciantes, mas acha que a via em si tem seu uso redefinido por outros comércios.

Saldo de uma nova empresa por dia

Em janeiro de 2015, os três corredores de transporte coletivo criados pela então gestão do Paço Municipal, que haviam sido recém-implantados, somaram um saldo positivo de 139 empresas abertas, de acordo com dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). O número representa que uma nova empresa era aberta em um dos três trechos a cada três dias. Neste ano, com os corredores já consolidados, a média é de uma empresa a cada dia, com 44 novos cadastros na Juceg a mais do que fechamentos, o que demonstra maior procura pelos locais na capital.

No Corredor 85, só neste ano, o saldo positivo é de 28 empresas abertas, sendo que ocorreram 44 novas inscrições e 16 fechamentos na soma das avenidas 85 e S-1. Há dez anos, o saldo no ano inteiro foi positivo em 76 aberturas, sendo 127 novos negócios e 51 encerramentos de empresas. Ou seja, ao menos seis empresas foram abertas por mês a mais do que fechadas nas duas avenidas naquele ano. Já no Corredor Universitário os números são mais modestos, com saldo positivo de duas empresas neste ano (7 aberturas e 5 encerramentos), ante 19 em 2015 (31 aberturas e 12 encerramentos). Na Avenida T-63, o saldo também é positivo em ambos os anos, sendo de 14 nos primeiros 45 dias de 2025 e em 44 em todo ano de 2015.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), Cristiano Caixeta, mesmo sem ter tido acesso aos números da Juceg, ressalta que a reclamação dos comerciantes quanto aos corredores se trata de situações que prejudicam empregos e comércios.

Sempre falo que em Goiânia a gente tem de lutar para abrir novas empresas e não fechar nenhuma que já esteja aberta. A gente está falando de pessoas, são famílias que não vão conseguir se sustentar, tem de começar do zero em outro lugar", diz. Ele reforça que, apesar de novas empresas abrirem, normalmente as que fecham são de pequeno e médio porte.

Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, as vias que se tornaram corredores em Goiânia continuam muito valorizadas. "Há dois novos empreendimentos sendo construídos na Avenida 85, tem na Avenida T-9 (a via teve o estacionamento proibido, mas não houve a implantação de um corredor). Esses empreendimentos vão trazer vagas de estacionamento, para atender o público interno e também externo", conta. Ele explica que as vias que se tornaram corredores já são descritas no Plano Diretor como eixos estruturantes e avenidas dessa hierarquia em outras cidades também não possuem estacionamentos.

Melazzo reforça que a abertura e fechamento de empresas nesses corredores é algo a ser feito a partir da readequação que os comerciantes devem fazer. "Ao longo da 85 tem de ter readequação do imóvel, calçada ampla, quantidade de vagas para estacionamento. O comerciante tem de entender isso, não pode pensar só em si. Os corredores são uma solução coletiva", diz. Porém, ele reforça que isso não tira o problema do estacionamento na cidade e que deve ser enfrentado, sendo por incentivo a prédios com essas vagas ou mesmo horários alternativos para os comércios e escolas. "Não podemos também facilitar para os carros, se quiser andar de carro pode, mas vai ter de andar mais."

O presidente da Ademi-GO acredita que onde os corredores foram implantados a medida deu certo para todos os usuários e os comércios tiveram de se adequar. "Precisamos discutir esses pontos sem o interesse pessoal. O que for bom para a cidade e dentro da legalidade, nós estamos a favor. Tirar o estacionamento não interfere no valor dos imóveis, mas tem de adequar em alguns casos e precisa fazer isso sem o interesse individual." Ele afirma ainda que tanto as avenidas T-63 quanto 85 mantiveram o viés comercial, como também a Universitária, embora essa tivesse outros usos, como as próprias universidades.

A professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), arquiteta e urbanista Erika Kneib, afirma que é possível que o poder público forneça contrapartida e desenvolva medidas para gerar maior atratividade nas áreas comerciais, principalmente nos corredores. "Recomendo duas principais: fazer requalificação urbana dos corredores considerando o pedestre, com melhorias de calçada, paisagismo e iluminação, entre outras; e desenvolver e implementar uma política de estacionamentos. A tecnologia hoje permite projetos muito eficientes. Se o cliente não pode mais parar na frente da loja, ele pode ser informado de locais próximos onde existem vagas."

Erika explica que uma política de estacionamentos "bem desenvolvida e implementada gera mais vagas, gera vagas mais bem aproveitadas, organiza o espaço público, pode ajudar muito o comércio e ainda gera recursos financeiros para serem investidos na melhoria da mobilidade". Desse modo, segundo afirma, se a retirada de estacionamento na via pode ajudar a impactar negativamente áreas comerciais, a qualificação urbana e uma política de estacionamentos podem atrair novos consumidores e impulsionar a vitalidade dessas áreas, mesmo não havendo vagas de estacionamento na porta das lojas.

Suposta degradação das áreas está além das faixas

A arquiteta e urbanista Erika Kneib, professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), entende que a degradação de algumas áreas comerciais em Goiânia é uma questão superior à implantação dos corredores de transporte coletivo e à ausência de "vaga na porta". "Qualificar as áreas comerciais -- me refiro ao comércio de rua -- é importante para a cidade, para a vitalidade urbana e economia. E, com a discussão dos corredores, isso volta a ser debatido", diz. Ela reforça que a retirada de estacionamentos na via para a implantação de corredores de ônibus é necessária para a melhoria do transporte coletivo e atende ainda à Lei Federal de Mobilidade.

O veículo motorizado individual é um bem privado. Não cabe ao poder público garantir espaço público gratuito de estacionamento para esse bem privado. Em cidades com mobilidade de referência, praticamente não existe vaga de estacionamento em via pública gratuita. Toda vaga de estacionamento em via pública é paga", reforça.

Erika lembra que mesmo em Goiânia os empreendimentos comerciais que entendem que a vaga de estacionamento para carro é importante para seu cliente fornecem seus próprios lugares, além de haver áreas comerciais dependentes dos usuários do transporte coletivo.

Para ela, a cidade deveria ter maior valorização nas áreas dependentes aos usuários de ônibus e também locais de comércios que priorizassem o usuário de bicicleta e o pedestre, já que raramente se vê paraciclos ou bicicletários em empreendimentos comerciais na capital.

Para que as áreas comerciais sejam atrativas, é importante que o poder público e o privado possam garantir e facilitar o acesso das pessoas, por todos os modos de transporte. Se por um lado retirar vagas de estacionamento em via pública para implantar corredores de ônibus é importante para o coletivo e para a cidade, por outro Goiânia precisa valorizar e qualificar suas áreas de comércio de rua".