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Jovem morre em troca de tiros com a polícia durante operação contra organização criminosa

Confome a SSP, homem reagiu à abordagem e atirou contra policiais. Operação Prophylaxis foi realizada em quatro cidades da região do Bico do Papagaio

Modificado em 06/12/2024, 19:37

Suspeito de participar de organização crimonosa morreu em troca de tiros com a polícia (SSP/Divulgação)

Suspeito de participar de organização crimonosa morreu em troca de tiros com a polícia (SSP/Divulgação)

Um jovem, de 28 anos, morreu em uma troca de tiros com a polícia durante a Operação Prophylaxis realizada em Praia Norte nesta sexta-feira (6). Ele estava entre os alvos dos 30 mandados judiciais expedidos contra suspeitos de integrar uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas, tortura e crimes contra o patrimônio na região do Bico do Papagaio.

Ao todo, 16 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Augustinópolis, Carrasco Bonito, Praia Norte e Axixá do Tocantins. Mais de 80 agentes da Polícia Civil com apoio do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), Ministério Público e Polícia Militar participaram da operação.

O jovem não teve o nome divulgado. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele reagiu a abordagem policial de forma violenta atirando contra equipes das Polícias Civil e Militar, resultando em confronto. Ele chegou a ser socorrido pelos policiais, mas não resistiu aos ferimentos.

Na casa dele foram encontradas quantidades crack, maconha e cocaína, além da arma de fogo usada no ataque aos policiais. Também foi encontrado um caderno contendo anotações sobre a comercialização de drogas, com indícios de uma ampla movimentação financeira ligada ao tráfico de drogas, segundo a SSP.

Conforme a Polícia Civil, o suspeito morto chegou a ser monitorado pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/TO) no início deste ano. "Ele era suspeito de dar apoio a integrantes da facção carioca, que teriam realizado ameaças graves contra autoridades judiciais, membros do Ministério Público e policiais na cidade de Dianópolis, no sudeste do estado", informou o delegado Jacson Wutke.

Drogas e veículos apreendidos

A Operação Prophylaxis busca desarticular uma organização criminosa, ligada a uma facção do Rio de Janeiro, que tentava se estruturar na região. O grupo tentava ocupar o espaço deixado por uma facção do estado do Maranhão, que foi desarticulada durante a operação Absterge, realizada pela Polícia Civil em 2022.

Naquela ocasião, mais de 30 membros da facção maranhense foram presos preventivamente e, posteriormente, condenados a penas que, somadas, ultrapassam 700 anos de reclusão.

Apesar de estar ainda em estágio inicial, a facção criminosa, vinculada ao grupo carioca, praticava atos de tortura, crimes contra o patrimônio e foi responsável por um aumento significativo na circulação de drogas em Augustinópolis e na região do Bico do Papagaio", informou o delegado Jacson Wutke.

Em seis dos dos 14 alvos dos mandados de busca e apreensão domiciliar, a polícia encontrou drogas e veículos com registro de furto. Os suspeitos foram presos em flagrante e levados para a 3ª Central de Atendimento da Polícia Civil, em Araguatins, onde os procedimentos legais estão em andamento.

Os outros presos na operação foram levados para a Unidade Prisional de Augustinópolis, onde permanecerão à disposição do Poder Judiciário.

Polícia Civil cumpre 30 mandados contra organização criminosa no Bico do Papagaio (SSP/Divulgação)

Polícia Civil cumpre 30 mandados contra organização criminosa no Bico do Papagaio (SSP/Divulgação)

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Grupo suspeito de tráfico interestadual de drogas que ostentava vida de luxo é alvo de operação

Agentes cumprem 19 mandados de prisão temporária e 80 mandados de busca e apreensão. Investigação aponta que grupo comprava droga em áreas de fronteira e era organizado em núcleos

Modificado em 28/03/2025, 10:25

Operação mira grupo suspeito de tráfico interestadual de drogas que ostentava vida de luxo

Operação mira grupo suspeito de tráfico interestadual de drogas que ostentava vida de luxo (Reprodução/PCDF)

Uma operação policial mirou um grupo suspeito de tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã desta sexta-feira (28), foram cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 80 de busca e apreensão em Goiás e mais cinco estados (Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Alagoas).

Como os nomes dos investigados não foram divulgados, o DAQUI não localizou a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

As medidas judiciais estão sendo cumpridas em Goiás nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Luziânia, Formosa e Águas Lindas. Também foram determinados o sequestro judicial de 17 veículos e sete imóveis, incluindo uma residência luxuosa em condomínio fechado em Goiás. Dezenas de contas bancárias foram bloqueadas, incluindo as de uma fintech sediada em São Paulo, que chegou a movimentar cerca de R$ 300 milhões em apenas três meses.

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A PCDF afirma que o grupo comprava as drogas em áreas de fronteira e as distribuía no Distrito Federal e em outras unidades da federação. As investigações, que duraram cerca de um ano e meio, apontam que o grupo possuía uma estrutura altamente sofisticada e organizada, dividida em núcleos que operavam de forma coordenada no Distrito Federal e em diversos estados.

De acordo com a PCDF, o grupo adquiria drogas em áreas fronteiriças, garantia o transporte seguro dos entorpecentes e distribuía as drogas no Distrito Federal e em outros estados, além de realizar complexas operações de lavagem financeira.

Operação Chiusura

As investigações que originaram a Operação Chiusura duraram cerca de um ano e meio. A PCDF aponta que o "núcleo" do grupo sediado em Goiás foi identificado após integrantes da organização criminosa vinculados ao núcleo do Distrito Federal terem sido presos em fases anteriores da investigação que resultaram na apreensão de expressivas quantidades de maconha e cocaína.

Segundo a polícia, as lideranças locais do grupo utilizavam, de forma reiterada e estruturada, contas bancárias pertencentes a duas pessoas jurídicas distintas como meio de dissimular e movimentar os valores provenientes do tráfico de entorpecentes. Tais empresas são sediadas no município de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, sendo uma delas registrada no ramo de transporte de cargas e a outra no comércio de peças automotivas.

Detalhe que a empresa de autopeças foi criada com o uso de documentação falsa, o que segundo a PCDF reforça o caráter fraudulento da estrutura empresarial montada para conferir aparência de legalidade à lavagem de capitais

As investigações apontam que essas empresas estão sob administração de integrantes do chamado "Núcleo Goiás" e trata-se de um núcleo familiar, composto por um casal e o filho do marido. Eles seriam os responsáveis pela circulação de valores milionários vinculados às atividades ilícitas da organização criminosa.

As investigações identificaram, ainda, que o filho do marido que integra a organização criminosa, mesmo com apenas 19 anos à época, foi nomeado para o cargo de assessor parlamentar de gabinete na Câmara Municipal de Goiânia por meio da Portaria nº 1.493, de 04 de dezembro de 2023. Ao DAQUI, a Câmara informou estar se inteirando dos acontecimentos e que se posicionará o mais breve possível.

De acordo com a Polícia Civil, caso condenados, os investigados estarão sujeitos ao cumprimento de penas que podem ultrapassar 30 anos de reclusão, pela prática dos crimes de integração em organização criminosa, tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro praticada de forma reiterada e estruturada, por meio de engrenagem criminosa voltada à ocultação de ativos ilícitos.

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Homem morre e outro fica ferido após tentarem fugir e entrarem e confronto com policiais em Gurupi, diz PM

Troca de tiros aconteceu na madrugada desta quinta-feira (27), em uma das saídas da cidade. Ferido foi levado para o hospital regional

Modificado em 27/03/2025, 17:41

Carro da Polícia Militar do Tocantins

Carro da Polícia Militar do Tocantins (PM-TO/Divulgação)

Um homem morreu e outro ficou ferido após trocarem tiros com policiais militares em Gurupi, na região sul do estado. O confronto aconteceu em uma das saídas da cidade na madrugada desta quinta-feira (27).

De acordo com a Polícia Militar (PM), uma caminhonete trafegava pelas ruas de Gurupi com os faróis apagados entre a noite de quarta-feira (26) e a madrugada desta quinta. O veículo parou em frente a uma casa no setor São José e foram disparados tiros de dentro da caminhonete.

Três moradores do Jardim Tocantins, que fica próximo ao local dos tiros, acionaram a PM pelo 190 informando a presença da caminhonete suspeita.

Em uma das saídas da cidade, que dá acesso ao município de Peixe, os militares encontraram com a caminhonete e deram ordem de parada, que não foi obedecida. Uma viatura passou a perseguir o veículo e os ocupantes passaram a atirar em direção à polícia, que revidou.

Após os disparos, a caminhonete perdeu o controle e parou entre as avenidas Pará e Bahia, no centro de Gurupi. Nesse momento a equipe policial fez a abordagem ao veículo e viu que os suspeitos haviam sido atingidos.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para socorrer os feridos. O autônomo Tiago Pereira Barros, de 38 anos, morreu após dar entrada no Hospital Regional de Gurupi. O outro ocupante do carro sobreviveu. O estado de saúde dele não foi informado. A PM constatou na abordagem que ele apresentava sinais de embriaguez.

Dentro da caminhonete os policiais encontraram um revólver calibre 38. Também havia latas de cerveja abertas, o que indica que eles teriam consumido bebidas alcoólicas.

A TV Anhanguera apurou que o autônomo que morreu na troca de tiros tinha passagem na polícia pelos crimes de furto, ameaça e porte de drogas para uso pessoal. O corpo dele foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Gurupi e segundo a Secretaria de Segurança Pública, ainda estava no local até a tarde desta quinta-feira.

A perícia também foi acionada para analisar o local do confronto e o veículo dos suspeitos foi removido para o pátio da Sancar.

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Mulher que morreu após cirurgia plástica economizou e fez consórcio para procedimento que era o sonho dela, diz marido

Velório e sepultamento do corpo de Cristina aconteceram em um cemitério de Itaberaí, no noroeste de Goiás, nesta terça-feira (25)

Modificado em 27/03/2025, 10:49

Cristina Rocha da Silva tinha 46 anos (Reprodução/Rede social)

Cristina Rocha da Silva tinha 46 anos (Reprodução/Rede social)

O marido de Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, que morreu após realizar cirurgias plásticas em um hospital de Goiânia, disse que a mulher havia economizado e feito um consórcio para realizar o procedimento. Em entrevista à TV Anhanguera, Diogo Domingos contou a cirurgia era o sonho da esposa.

Era o sonho dela fazer esse procedimento. Foram alguns anos juntando dinheirinho, fazendo consórcio, trabalhando e fazendo economia", disse.

O marido de Cristina contou também que tentou socorrer a esposa, e que o médico havia orientado ele a fazer massagem até a ambulância chegar.

Desesperador ver a esposa naquela situação. O médico orientou a fazer a massagem até a ambulância chegar, a gente tentou, e a ambulância chegou e tentou também. Já não tinha o que fazer", disse Domingos.

Entenda o caso

Segundo a polícia, Cristina Rocha havia realizado a cirurgia no último sábado (22), e na madrugada desta segunda-feira (25) a filha da chefe de serviços gerais a encontrou desacordada em sua casa.

O procedimento teria sido feito em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. A reportagem entrou em contato por e-mail com o Hospital Goiânia Leste, onde o médico que realizou o procedimento trabalha, nesta quinta-feira (27), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Uma amiga e vizinha da vítima, Brenda Alves, contou ao g1 que Cristina recebeu alta hospitalar no domingo (23). Ao chegar em sua casa, reclamou de muitas dores no abdômen e falta de ar.

O velório e o sepultamento do corpo de Cristina aconteceram em um cemitério de Itaberaí, no noroeste de Goiás, nesta terça-feira (25).

Investigação

O delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel, está investigando se a causa da morte foi devido o procedimento cirúrgico realizado pelo médico Dagmar João Maester.

Eu estou preferindo evitar ainda chegar ao profissional médico, pelo seguinte, eu preciso ter informações para saber se a morte foi causada ou se ela tem uma correlação direta ou indireta com esse procedimento", disse o delegado.

A reportagem entrou em contato com o advogado do médico, Wendell do Carmo Sant' Ana, que disse em nota que por enquanto não se manifestará para falar sobre o caso.

Teve perícia na qual retrata a inexistência de culpa e nexo de causalidade entre a conduta médica e o óbito. No mais os processos estão em segredo de Justiça, por consequência não podemos prestar maiores informações", disse.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que "todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico."

Processos envolvendo Dagmar João

A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) nesta terça-feira (25) a fim de obter informações em relação à tramitação dos processos envolvendo o médico em Goiás.

A assessoria de imprensa do TJ respondeu à reportagem que os processos estão correndo normalmente e que dois deles se encontram em segredo de justiça.

Já sobre a processo 5213761-73.2025.8.09.0051, ele teve início em 20/03/2025 no sistema Projudi", esclareceu o órgão.

Conforme o tribunal, na última quinta-feira (20), o processo foi distribuído para a juíza Lívia Vaz da Silva, da 6ª UPJ Varas Cíveis de Goiânia.

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Mecânico alega abstinência e surto ao matar empresária e nega roubo

Davi Pereira disse que há três anos sofre de “apagões” por causa da dependência química e que faz coisas sem querer nem pensar, mas versão é contraditória com alguns fatos. Ele foi ouvido em interrogatório por juíza

Davi Pereira (no alto à esquerda) em interrogatório virtual com representantes da Justiça e da Defensoria

Davi Pereira (no alto à esquerda) em interrogatório virtual com representantes da Justiça e da Defensoria (Reprodução)

O mecânico Davi Pereira da Silva, de 44 anos, afirmou em interrogatório na Justiça que estava em surto por causa de uma crise de abstinência por uso de drogas quando matou a empresária Maria da Conceição dos Santos Mendonça, de 74, para quem prestava serviços esporádicos. Ele negou que a tivesse matado para roubá-la, tese defendida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) com penas mais graves. Maria da Conceição foi morta em 6 de janeiro, em uma oficina mecânica de sua propriedade, no Jardim Imperial, em Aparecida de Goiânia, e o interrogatório de Davi aconteceu no dia 18 de março.

Davi não detalhou o que aconteceu dentro da oficina mecânica nem como foi antes do alegado surto. Para a juíza substituta Patrícia Miyuki Hayakawa de Carvalho, da 4ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia, ele disse apenas que teve um "apagão na mente" e que desde que passou a reduzir o consumo de drogas e álcool há cerca de três anos tem estes surtos e age de forma que não consegue controlar nem explicar. Ele não deu nenhum exemplo do que já fez no passado assim. "Apenas aconteceu comigo, não sei explicar o que aconteceu, mas quando vi já tinha feito a burrada", afirmou.

O inquérito policial apontou que Davi armou uma emboscada contra a empresária na oficina dela, pedindo-lhe um favor, para em seguida roubá-la. No imóvel, ele a desmaiou com um golpe de mata-leão, a colocou no carro e fugiu. Nada foi roubado, mas segundo a polícia teria sido pelo fato de o mecânico não ter conseguido e não por não ter tentado. O celular da vítima estava no carro com o aplicativo do banco aberto quando foi encontrado. Após saírem da oficina, o mecânico matou Maria da Conceição com golpe de faca no pescoço. O corpo foi encontrado no veículo no dia seguinte, e Davi foi preso um pouco antes, escondido na casa de parentes.

No interrogatório, o réu disse que conhecia a vítima há mais de 20 anos e que em nenhum momento pensou em roubar a empresária. "Não mexi em nada." Ele tentou justificar a fuga da oficina com Maria da Conceição dentro do carro alegando que tentou buscar socorro médico para ela após vê-la ferida. "Tentei correr com ela, era uma quadra de campo de futebol (ali perto), pensei que ali alguém poderia socorrer ela, da oficina até lá dá uns 5, 7 minutos", afirmou. Davi não explica o vídeo que mostra Maria da Conceição tentando fugir do carro e ele saindo do veículo e a colocando no interior novamente. Segundo as investigações, inclusive, que ele a golpeou com facadas após essa tentativa de fuga.

Exame negado

A defesa de Davi tentou conseguir que a Justiça autorizasse um exame de insanidade mental, porém o pedido foi negado pela juíza Luciana Nascimento Silva Gomes, da 4ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia, em 6 de março, e a petição já foi arquivada. O mecânico é representado pela Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO). A alegação da defesa é que a insanidade mental decorria da dependência toxicológica, entretanto não foram apresentados documentos complementares pedidos pela Justiça que demonstrassem "dúvida razoável acerca da sanidade mental do acusado".

"A simples afirmação desprovida de qualquer elemento indicativo da existência de alguma perturbação mental não se revela como motivação idônea para o deferimento do pedido, sendo que o incidente de insanidade mental deve ser instaurado naquelas situações em que emerge do caderno processual dúvida concreta, efetiva e relevante, de que o acusado sofre de algum problema mental com força suficiente para abalar sua integridade psíquica", escreveu a juíza em sua decisão. "Com efeito, observo que a defesa do acusado requereu a instauração de insanidade mental baseado tão somente nas alegações do acusado."

O interrogatório de Davi foi rápido, sem perguntas por parte do MP-GO e nem aprofundamento nas alegações apresentadas. Durou pouco mais de 6 minutos. A versão dele é bem parecida com a apresentada durante depoimento para a Polícia Civil. Nem o MP-GO nem a defensoria o questionam sobre qual o momento exato do surto nem os detalhes do que ele se lembra ou o que ele foi fazer na oficina ou a fuga para a casa de parentes. Além dele, foi ouvido um cliente da empresária que a contratou para colocar um parabrisa novo em seu carro. Sobre o crime, ele não testemunhou.

Como o mecânico responde por latrocínio, o caso não será julgado por um júri e a sentença sai após a apresentação das alegações finais pela defesa e pela acusação, próxima etapa do processo judicial. O crime de latrocínio (roubo seguido de morte) tem pena prevista entre 20 a 30 anos de cadeia, enquanto o de homicídio doloso vai de 6 a 20 anos, quando simples, e de 15 a 30 anos, quando há agravantes. Além disso, é um crime inafiançável e não permite anistia ou indulto. Mesmo que o roubo não tenha sido concretizado, como é o caso, a legislação considera crime de latrocínio consumado desde que esteja comprovado que se tentou subtrair patrimônio da vítima.

A Justiça mandou as autoridades analisarem uma denúncia de maus-tratos e violência feita por Davi enquanto esteve preso no Centro de Triagem. Ele diz que foi torturado e ameaçado de morte.