Velório e sepultamento do corpo de Cristina aconteceram em um cemitério de Itaberaí, no noroeste de Goiás, nesta terça-feira (25)

Cristina Rocha da Silva tinha 46 anos (Reprodução/Rede social)
O marido de Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, que morreu após realizar cirurgias plásticas em um hospital de Goiânia, disse que a mulher havia economizado e feito um consórcio para realizar o procedimento. Em entrevista à TV Anhanguera, Diogo Domingos contou a cirurgia era o sonho da esposa.
Era o sonho dela fazer esse procedimento. Foram alguns anos juntando dinheirinho, fazendo consórcio, trabalhando e fazendo economia", disse.
O marido de Cristina contou também que tentou socorrer a esposa, e que o médico havia orientado ele a fazer massagem até a ambulância chegar.
Desesperador ver a esposa naquela situação. O médico orientou a fazer a massagem até a ambulância chegar, a gente tentou, e a ambulância chegou e tentou também. Já não tinha o que fazer", disse Domingos.
Entenda o caso
Segundo a polícia, Cristina Rocha havia realizado a cirurgia no último sábado (22), e na madrugada desta segunda-feira (25) a filha da chefe de serviços gerais a encontrou desacordada em sua casa.
O procedimento teria sido feito em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. A reportagem entrou em contato por e-mail com o Hospital Goiânia Leste, onde o médico que realizou o procedimento trabalha, nesta quinta-feira (27), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Uma amiga e vizinha da vítima, Brenda Alves, contou ao g1 que Cristina recebeu alta hospitalar no domingo (23). Ao chegar em sua casa, reclamou de muitas dores no abdômen e falta de ar.
O velório e o sepultamento do corpo de Cristina aconteceram em um cemitério de Itaberaí, no noroeste de Goiás, nesta terça-feira (25).
Investigação
O delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel, está investigando se a causa da morte foi devido o procedimento cirúrgico realizado pelo médico Dagmar João Maester.
Eu estou preferindo evitar ainda chegar ao profissional médico, pelo seguinte, eu preciso ter informações para saber se a morte foi causada ou se ela tem uma correlação direta ou indireta com esse procedimento", disse o delegado.
A reportagem entrou em contato com o advogado do médico, Wendell do Carmo Sant' Ana, que disse em nota que por enquanto não se manifestará para falar sobre o caso.
Teve perícia na qual retrata a inexistência de culpa e nexo de causalidade entre a conduta médica e o óbito. No mais os processos estão em segredo de Justiça, por consequência não podemos prestar maiores informações", disse.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que "todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico."
Processos envolvendo Dagmar João
A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) nesta terça-feira (25) a fim de obter informações em relação à tramitação dos processos envolvendo o médico em Goiás.
A assessoria de imprensa do TJ respondeu à reportagem que os processos estão correndo normalmente e que dois deles se encontram em segredo de justiça.
Já sobre a processo 5213761-73.2025.8.09.0051, ele teve início em 20/03/2025 no sistema Projudi", esclareceu o órgão.
Conforme o tribunal, na última quinta-feira (20), o processo foi distribuído para a juíza Lívia Vaz da Silva, da 6ª UPJ Varas Cíveis de Goiânia.