Municípios estão, principalmente, nas regiões Centro-Norte e Nordeste de Goiás. Volume acumulado de chuvas pode alcançar até 1.500 mm em 3 meses

De acordo com a Defesa Civil, Goiás possui 62 cidades com alerta de enchentes (Reprodução)
Goiás possui 62 cidades com alerta de enchentes. De acordo com a Defesa Civil, as regiões Centro-Norte e Nordeste devem ser as mais afetadas. Niquelândia, Cavalcante e Santa Terezinha de Goiás já registraram alagamentos. Em municípios de outras regiões do Estado, incluindo Goiânia, já foram observadas situações semelhantes. Na última terça-feira (14), uma tempestade deixou cerca de 120 pessoas com casas alagadas em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
A definição dos municípios em alerta para enchentes ocorreu por meio de informações fornecidas pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). O centro analisou anomalias de chuvas que apontam para volume acumulado entre 1.000 mm e 1.500 mm acima da climatologia quando considerado o período entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. De acordo com o Cimehgo, a previsão do tempo para Goiás neste fim de semana é de mais chuvas intensas, com possibilidade de raios e rajadas de vento de até 70 km/h.
Além das cidades em alerta, até o momento, dois municípios goianos estão em situação de emergência: Três Ranchos, no extremo Sudoeste de Goiás, e Uruana, no Noroeste. Para enfrentar as consequências das chuvas intensas, o governo estadual montou a Operação Goiás Alerta e Solidário. Em um primeiro momento, foram feitas ações preventivas, como a distribuição de cestas básicas e a instalação de dez postos de prevenção em todo o Estado.
"Entramos na fase quente, de resposta. Várias cidades, como Planaltina de Goiás, Niquelândia, dentre outras cidades, já estão nos acionando (...) Estamos diante de um cenário climático um pouco diverso não só em Goiás, mas em todo o território nacional", explica Washington Vaz, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) e coordenador estadual de Defesa Civil.
Em Cavalcante, na região Nordeste de Goiás, a chuva não dá trégua desde a última sexta-feira (3). O prefeito do município, Vilmar Kalunga (PSB), conta que a água avançou sobre uma das pontes do Rio Montes Claros e deixou em torno de 30 famílias isoladas na zona rural do município. Em outra região da cidade, a comunidade quilombola Vão de Almas, onde moram cerca de 300 famílias, corre o risco de ficar isolada porque a ponte que dá acesso a ela está ameaçada. "O Corpo de Bombeiros está lá, ajudando", esclarece o prefeito.
Na região Norte, a prefeitura de Santa Terezinha de Goiás monitora alagamentos na zona rural, onde já choveu mais de 50% do esperado para todo o mês de janeiro, e informou, pelas redes sociais, que trabalha para minimizar os impactos das chuvas. No último domingo (12), Niquelândia, que fica na mesma região, também enfrentou um episódio de alagamento. De acordo com a prefeitura da cidade, todas as medidas emergenciais e preventivas para minimizar os impactos do período chuvoso estão sendo adotadas.
No Entorno do Distrito Federal, uma tempestade que caiu em Planaltina de Goiás deixou 120 pessoas afetadas após a água ter invadido 30 casas. A prefeitura informou que oferece alojamentos coletivos em ginásios e escolas, enquanto são realizadas as avaliações socioeconômicas para o auxílio aluguel.
Em Goiânia, a Defesa Civil já monitora 126 áreas com potencial de alagamentos, inundação e enxurrada. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a cidade foi a capital brasileira com maior volume de chuvas no Brasil em janeiro. Nesta segunda-feira (13), moradores precisaram ser resgatados por um bote dos Bombeiros no setor Vila Maria Rosa, na região Norte da capital, após uma rua ficar alagada. Conforme a corporação, nove pessoas e dois cachorros foram resgatados.
