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Brasil empata com Jamaica e está eliminado da Copa do Mundo Feminina

Marta se despede dos Mundiais em partida em que a seleção precisava vencer para se classificar

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 00:48

Geyze chora após eliminação do Brasil na Copa do Mundo

Geyze chora após eliminação do Brasil na Copa do Mundo (Robert Cianflone/Getty Images)

Marta, 37, jogando como meia. Marta na frente como atacante. Marta atuando na ponta. Marta tão na defesa que era quase uma volante.

As imagens de impotência da camisa 10 resumiram o fim do sonho brasileiro na Copa do Mundo feminina. A equipe empatou em 0 a 0 com a Jamaica na manhã desta quarta-feira (2), em Melbourne, na Austrália e foi eliminada na fase de grupos.

A desolação da camisa 10 é porque também foi o seu adeus com a camisa da seleção. A maior jogadora da história do país e eleita seis vezes a melhor do mundo já havia avisado que seria sua última Copa. Ela esperava que fosse algo memorável.

Foi, mas não pelos motivos certos. É a primeira vez que a eliminação acontece desde 1995.

O resultado fez com que o Brasil terminasse em terceiro no grupo F. França e Jamaica avançaram para as oitavas de final.

Antes de entrar em campo nesta quarta, a seleção havia goleado o Panamá por 4 a 0, o que gerou uma falsa sensação de favoritismo, e perdeu para a França por 2 a 1.

O Brasil dominou o primeiro tempo, mas apresentou o mesmo problema mostrado contra as francesas. A deficiência na troca de passes próximos à área da adversária e a excessiva lentidão no ataque. Isso facilitou para a Jamaica, que chegou à rodada decisiva sem ter sofrido gols nesta Copa do Mundo.

Se todos os olhos estavam sobre Marta, ela tentou corresponder, sendo a jogadora mais buscada pelas companheiras, com Debinha caindo mais pela direita. Duas vezes a camisa 10 tentou finalizar nos primeiros 45 minutos, mas sem perigo, por estar cercada de marcadoras.

As melhores opções eram os avanços de Antônia e, principalmente, Tamires pelas laterais. Ela foi protagonista do lance mais perigoso brasileiro no primeiro tempo, com um chute de primeira aos 39.

Para tentar dar maior poder de fogo para a equipe, Pia Sundhage colocou a atacante Bia Zaneratto no lugar da meia Ary Borges no intervalo. Como precisava do empate, a estratégia da Jamaica era se defender e esporadicamente fazer lançamentos longos para a atacante Khadika Shaw, do Manchester City-ING.

Com a França vencendo com facilidade o Panamá (acabaria goleando por 5 a 3) depois de levar um susto e um gol no primeiro minuto, o Brasil precisava de um gol. E quanto mais o tempo passava no segundo tempo, mais a seleção se enervava em campo. Com isso, jogava ainda pior, com mais erros de passes, apesar de continuar a controlar a posse de bola.

Marta, impotente, pouco era acionada e começou a cada vez mais recuar para buscar a bola e fazer o que fez várias vezes no passado: criar, do nada, um gol salvador. Ela se despede na única partida desta Copa do Mundo em que foi titular. Havia jogado 15 minutos contra o Panamá e 14 diante da França.

Maior artilheira da história dos Mundiais (masculino e feminino), com 17 gols, ela fez 122 em 189 partidas pela seleção. Despede-se com títulos da Copa América (2003, 2010 e 2018) e medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 2003 e 2007.

O Mundial foi o torneio, apesar do recorde de gols, que mais a maltratou. Foi vice em 2007 e perdeu pênalti na final diante da Alemanha. Em 2019, reclamou da falta de comprometimento de algumas jogadoras após a derrota nas oitavas contra a França. Foi prata nas Olimpíadas de 2004 e 2008.

A 10 minutos do fim, exaurida, ela foi substituída por Andressa. Do banco, ela não podia fazer nada que não fosse torcer, seu ato final em Copas do Mundo e a despedida do Brasil do torneio na Austrália e Nova Zelândia.

FICHA TÉCNICA

JAMAICA : Spencer; Blackwood, A. Swaby, C. Swaby, Wiltshire; Sampson, Spence, Primus; Brown (Washington), Matthews (Cameron), Shaw. Técnico: Lorne Donaldson

BRASIL : Lelê; Antonia (Geyse), Rafaelle, Kethellen, Tamires; Luana (Duda Sampaio), Keronin, Adriana, Ary Borges (Bia Zaneratto); Debinha e Marta (Andressa Alves). Técnica: Pia Sundhage

Estádio: AAMI Park, em Melbourne (Austrália)
Público: 27.638
Arbitragem: Esther Staubli (Suíça)
Assistentes: Katrin Rafalski (Alemanha) e Susann Küng (Suíça)
Cartões amarelos: Matthews (JAM)

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Técnico do Tocantinópolis vê erros em eliminação, mas se diz satisfeito com rendimento da equipe no torneio nacional

Reginaldo França fala da virada de chave para o Campeonato Tocantinense, Copa do Brasil e Brasileiro Série D. A estreia no Estadual está prevista para a próxima quarta-feira (12), às 16h, contra o Tocantins Esporte Clube

Modificado em 06/02/2025, 17:05

Reginaldo França é o técnico do Verdão do Norte na temporada 2025 (Reprodução / TV Anhanguera )

Reginaldo França é o técnico do Verdão do Norte na temporada 2025 (Reprodução / TV Anhanguera )

A goleada de 5 a 1 que culminou com a eliminação do Tocantinópolis, nessa quarta-feira (5), foi analisada pelo técnico Reginaldo França em conversa com o ge, nesta quinta-feira (6). O time alviverde abriu 1 a 0 na etapa final, mas em seguida viu o Amazonas mexer no time, chegar ao empate e ampliar a vantagem.

Começamos o 2º tempo melhor do que o 1º, fizemos o gol, estávamos bem na partida, em alguns detalhes nós sofremos o 1º gol, tivemos falhas no primeiro gol deles, no segundo, e aos 37 nós tivemos a oportunidade de empatar o jogo", disse o técnico do Verdão do Norte, Reginaldo França

"Aos 40 tivemos outra oportunidade de empatar, aí depois disso o nível de concentração da nossa equipe baixou, e eles conseguiram fazer o terceiro, o quarto e o quinto gol. Mas estamos satisfeitos com o rendimento. Rendimento, performance, tudo aquilo que aconteceu é treinável e dá para se corrigir. Agora vai começar o nosso campeonato [Tocantinense], né!?", concluiu.

O Tocantinópolis saiu na frente com Daivison. Wllington Nascimento deixou tudo igual 11 minutos depois. Em seguida, Wanderson virou. Luan Silva (duas vezes) e Gustavo Ermel garantiram a golada para o Amazonas. Nas quartas, o Amazonas encara o vencedor de Remo x São Raimundo (RR). <br />

Já o Tocantinópolis vira a chave para o Campeonato Tocantinense, Copa do Brasil e Brasileiro Série D. A estreia no estadual está prevista para o dia 12, às 16h, contra o Tocantins EC, no Castanheirão, em Miracema do Tocantins.

Tocantinópolis sofre goleada e se despede da Copa Verde 2025 (João Normando/Amazonas FC)

Tocantinópolis sofre goleada e se despede da Copa Verde 2025 (João Normando/Amazonas FC)

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Seleção feminina de futebol terá nova chance de revanche contra os Estados Unidos

Brasil passa pela Espanha com show de bola e vai enfrentar Estados Unidos na decisão olímpica do futebol feminino

Modificado em 17/09/2024, 17:22

Priscila, atacante da seleção brasileira, comemora gol do Brasil sobre a Espanha na frente da goleira Cata Coll durante a semifinal do torneio olímpico&#13;

Priscila, atacante da seleção brasileira, comemora gol do Brasil sobre a Espanha na frente da goleira Cata Coll durante a semifinal do torneio olímpico&#13; (Gaspar Nóbrega/COB)

Pela terceira vez na história, Brasil e Estados Unidos vão se enfrentar na decisão do torneio olímpico de futebol feminino. Em Paris, as brasileiras terão uma nova chance de revanche, já que as americanas estão em vantagem: elas venceram as finais nos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008.

A possível vingança das brasileiras teria um sabor especial para Marta, de 38 anos, única jogadora do atual plantel canarinho que disputou as duas finais anteriores.

Em sua possível despedida da seleção brasileira, a jogadora eleita seis vezes a melhor do mundo busca o que seria seu primeiro título no maior palco do esporte. Além das duas medalhas de prata, ela também foi vice-campeã mundial em 2007, numa campanha em que o Brasil eliminou os EUA na semifinal, e acabou derrotado na decisão pela Alemanha.

Marta torceu muito por essa classificação, afinal só assim para ela ter a chance de se despedir em grande estilo já que ela acabou expulsa na última partida da fase de grupos, justamente contra a Espanha, e não pôde atuar contra França e Espanha, respectivamente, pelas quarta de final e pela semifinal.

Há 20 anos, na primeira vez em que brasileiras e americanas duelaram na final olímpica, o Brasil perdeu por 2 a 1. Quatro anos depois, a derrota foi pelo placar mínimo, 1 a 0.

Só de avançar à final, contudo, a equipe canarinho conseguiu manter uma escrita neste século. Desde os Jogos de Atenas-2004, o futebol sempre voltou para casa com, pelo menos, uma medalha: Atenas-2004 (prata no feminino), Pequim-2008 (prata no feminino e bronze no masculino), Londres-2012 (prata no masculino), Rio-2016 (ouro no masculino) e Tóquio-2020 (ouro no masculino).

Jogadoras

As jogadoras da seleção brasileira exaltaram a força do elenco montado por Arthur Elias após conquistarem a vaga para a final do futebol feminino nas Olimpíadas de Paris-2024. O Brasil goleou a Espanha por 4 a 2, nesta terça-feira (6), e voltou à decisão após 16 anos.

Angelina afirmou que o grupo "fez acontecer". A meio-campista parabenizou o restante da equipe e destacou a confiança que o time adquiriu após se classificar contra a França nas quartas de final.

Duda Sampaio destacou o "desafio" que veio desde a primeira fase complicada. A jogadora do Corinthians afirmou que, mesmo diante dos desafios, o elenco sempre acreditou que poderia chegar à final.

Tarciane também citou a importância da fase de grupos complicada. A zagueira falou sobre a imposição do Brasil contra França e Espanha no mata-mata.

Como foi a semi

O Brasil não tomou conhecimento e atropelou a Espanha por 4 a 2, na semifinal. Paredes (contra), Gabi Portilho, Adriana e Kerolin marcaram os gols brasileiros. Paralluelo (duas vezes) descontou para as espanholas.

Marta, suspensa, não jogou. A jogadora cumpriu o segundo jogo de suspensão após a expulsão contra a mesma Espanha, na fase de grupos. Ela já não havia jogado contra a França, nas quartas de final.

O Brasil passou da fase de grupos como um dos melhores terceiros colocados. A seleção venceu a Nigéria, mas perdeu para Japão e Espanha nos outros dois jogos. Nas quartas de final, as comandadas de Arthur Elias despacharam a França, dona da casa, vencendo por 1 a 0. Agora, passaram pela Espanha.

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Brasil faz 4 a 2 na Espanha e avança à final olímpica após 16 anos

Decisão contra os Estados Unidos será no próximo sábado (10), às 12h (de Brasília)

Modificado em 17/09/2024, 17:19

Kerolin salta após marcar o 4º gol do Brasil na vitória sobre a Espanha

Kerolin salta após marcar o 4º gol do Brasil na vitória sobre a Espanha (Rafael Ribeiro/CBF)

O Brasil não tomou conhecimento da Espanha, atual campeã mundial, goleou por 4 a 2, nesta terça-feira (6), se classificou para a final do futebol feminino nas Olimpíadas de Paris-2024 e manteve vivo o sonho do ouro inédito.

Gabi Portilho foi o nome do jogo. A atacante foi às redes e ainda deu uma assistência para Adriana marcar o terceiro gol brasileiro. Paredes (contra), Kerolin e Paralluelo (duas vezes) marcaram os outros tentos da partida.

O Brasil não contou com Marta. A camisa 10 da seleção recebeu dois jogos de suspensão por causa da expulsão justamente contra a Espanha, na última rodada da fase de grupos - ela cumpriu o primeiro contra a França, nas quartas de final.

A CBF chegou a apelar ao CAS (Justiça Esportiva) pela retirada da punição do segundo duelo, mas o pedido não foi aceito. A atleta acompanhou ao jogo diretamente das tribunas do Vélodrome.

O Brasil volta à final olímpica no futebol feminino após 16 anos. Em Pequim-2008, a seleção foi derrotada pelos EUA por 1 a 0. Quatro anos antes, em Atenas-2004, a equipe também foi derrotada pelas americanas na decisão. Marta esteve presente em ambos os jogos.

Os Estados Unidos, inclusive, serão os adversários da final em Paris. As duas seleções se enfrentam no próximo sábado (10), às 12h (de Brasília). Espanha e Alemanha disputam a medalha de bronze na sexta-feira (9), a partir das 10h.

A final marcará a despedida de Marta das Olimpíadas após seis participações. A atacante, que tem 38 anos, afirmou, no começo do ano, que não representará mais a seleção brasileira após 2024.

COMO FOI O JOGO
Sob os olhares de Marta, o Brasil fez o primeiro tempo dos sonhos. Com a camisa 10 nas tribunas, seleção brasileira, primeiro, contou com a sorte em uma trapalhada da goleira Cata Coll na saída de bola para abrir o placar ainda nos primeiros movimentos. Mesmo à frente no placar, as comandadas de Arthur Elias não recuaram e seguiram dando muito trabalho para a equipe adversária, principalmente nas bolas longas.

A seleção empilhou chances perdidas e só conseguiu ampliar o placar já nos acréscimos, com Gabi Portilho. O 2 a 0 ficou barato para as espanholas, que mal conseguiram atacar e só fizeram a goleira Lorena trabalhar em um chute de fora da área e nas saídas após cruzamentos de escanteio.

O Brasil seguiu jogando bem, passou apuros no fim do jogo, mas goleou. O Brasil continuou seguro até a reta final do jogo, teve chances claras de ampliar o placar, mas só chegou ao terceiro gol na metade final do segundo tempo. Após o 3 a 0, a seleção relaxou um pouco e viu uma blitz espanhola após Paralluelo diminuir o placar.

Lorena foi fundamental com, pelo menos, duas defesas, e assegurou que as adversárias não encostassem no placar. As defesas foram "recompensadas" quando Kerolin, após novo erro espanhol e sacramentou a goleada. Ainda deu tempo para Paralluelo, novamente, diminuir o placar.

FICHA TÉCNICA BRASIL 4 X 2 ESPANHA

BRASIL: Lorena; Lauren (Kerolin), Tarciane, Thaís e Yasmim; Yaya, Angelina (Duda Sampaio) e Ludmila (Adriana); Gabi Portilho, Jheniffer (Ana Vitória) e Priscila (Gabi Nunes). Técnico: Arthur Elias

ESPANHA: Cata Coll; Batlle, Paredes (Laia López), Codina e Carmona (Hernández); Teresa Abelleira (Guijarro), Bonmati e Hermoso; Caldentey, Navarro (Del Castillo) e Paralluelo. Técnico: Montserrat Tomé

Estádio: Stade Vélodrome, em Marselha, na França

Juíza: Rebecca Welsh (ING)
Assistentes: Emily Carney (ING) e Franca Overtoom (HOL)
VAR: Jérome Brisard (FRA)

Cartões amarelos: Teresa Abelleira, Cata Coll (ESP), Gabi Portilho (BRA)

Gols: Paredes (contra, 5'/1°T), Gabi Portilho (48'/1°T), Adriana (27'/2°T), Paralluelo (39'/2°T), Kerolin (45'/2°T), Paralluelo (56/2°T)

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Após Brasil ser escolhido sede da Copa Feminina, dirigentes e técnicos cobram investimento em Goiás

Brasil receberá Mundial feminino de 2027 e serão dez cidades-sedes

Modificado em 17/09/2024, 16:19

Christiane Guimarães, técnica do Aliança, comanda treino da equipe

Christiane Guimarães, técnica do Aliança, comanda treino da equipe (Wildes Barbosa)

++LUIZ FELIPE MENDES++

Após a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027, pessoas ligadas ao futebol feminino em Goiás acreditam que o evento pode ajudar a fomentar a modalidade no País e no estado, mas há também ceticismo em relação ao apoio que pode surgir no cenário goiano, que ainda não encarou realidade consistente de apoio em termos de investimentos, planejamento, competições e formação de jogadoras.

Como na versão masculina da Copa do Mundo, sediada pelo Brasil pela segunda vez em 2014, o estado de Goiás não sediará partidas válidas pela competição. Na candidatura para o Mundial de 2014, houve trabalho para que a capital goiana fosse considerada, mas a cidade acabou não contemplada. Desta vez, não houve tentativa.

Presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), Ronei Freitas conta que a candidatura da CBF foi "muito em cima da hora" e, por isso, não houve viabilização de uma possível indicação de Goiás como uma das sedes. Além disso, a proximidade com Brasília é um dos fatores que tende a "atrapalhar" esse processo, segundo o dirigente.

Gestora do Aliança, clube mais vencedor do Goiano Feminino, Patrícia Menezes opina que há a expectativa de que a escolha do Brasil como sede faça com que as pessoas olhem mais para o futebol feminino, incluindo Goiás. Contudo, a dirigente demonstra preocupação.

"Acho que o Brasil não está preparado. Vemos tantos comentários machistas em relação ao futebol feminino, até dos nossos próprios dirigentes do esporte goiano. Eles têm uma postura muito polêmica de falar que mulher não sabe jogar, é muito ruim de se assistir, então as pessoas ainda têm esse preconceito. Enquanto houver, no Brasil, esse tipo de comentário, acho que não devia ter Copa do Mundo aqui, não", comentou.

A técnica do Aliança, Christiane Guimarães, vê o evento como oportunidade. "Acredito que seria uma grande oportunidade de realmente valorizar o futebol feminino no aspecto de produto a ser vendido, tendo em vista que muitos clubes ainda só desenvolvem devido à obrigatoriedade da CBF", analisou a treinadora do Aliança.

O técnico do Vila Nova/Universo, Robson Freitas, possui uma visão dividida em relação ao assunto. Em Goiás, ele afirma que o crescimento da modalidade ainda está longe. Para o treinador, o evento é chance de avançar, mas o desempenho da seleção pode trazer risco.

"Isso significa um marco importante. Entendemos que, pela Copa do Mundo ser no Brasil, algumas políticas voltadas para o apoio ao futebol feminino, de forma geral, devem surgir. É uma modalidade em constante crescimento, então (a Copa) vem para agregar muito em relação a visibilidade, mídia espontânea. Mas tem a probabilidade de, se a seleção não for bem, criar uma imagem negativa do futebol feminino e causar um retrocesso", avaliou.

Nélio Martins, técnico do Vasco de Itaberaí, falou que a Copa no Brasil vai ser uma chance para o futebol feminino ser mais valorizado em Goiás. Diana Camargos, presidente do River Trindade, acredita que a modalidade está crescendo, mas com um longo caminho pela frente.

"Com toda certeza, a Copa Feminina é um incentivo a mais, isso a gente não pode negar. Mas o que falta dentro do estado de Goiás para o futebol feminino crescer mais um pouco é mais oportunidade, visibilidade, incentivo. Sendo visto, será valorizado. Se eu invisto mais em uma categoria, ela vai ser vista", diz a dirigente.

Competições

Atualmente, o calendário da FGF para o futebol feminino tem apenas o Campeonato Goiano adulto. Na edição do ano passado, foram seis times participantes: Aliança, Vila Nova, Flugoiânia, Vasco de Itaberaí, Trindade e Abecat Ouvidorense.

Ronei Freitas afirma que a entidade pretende aumentar o calendário do futebol feminino goiano, através de projetos no segundo semestre deste ano. Em geral, esses projetos são de incentivos, tais como isenção de taxas de inscrição de atletas, filiação de clubes amadores e taxas de arbitragem, fornecimento de materiais esportivos e bolas.

"Nós estamos precisando muito ter essa valorização do futebol feminino. Eu, particularmente, gosto muito e estou com alguns projetos para serem desenvolvidos, para ver se damos uma alavancada. Acho que essa luta e conquista da CBF vai valorizar muito o futebol feminino em Goiás e, principalmente no Brasil, vai fortalecer muito", declarou o dirigente, sem detalhar os projetos para o segundo semestre.

Ronei Freitas ainda emenda que a falta de procura de clubes limita o número de competições de futebol feminino em Goiás, mas afirma que os incentivos podem ajudar para a criação de torneios de base no futuro.