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F1 diz estar 'monitorando situação' na Rússia e Vettel diz que não correrá no país

O GP da Rússia é um dos mais lucrativos do ano para a categoria e, embora o financiamento não seja estatal, o evento é pago por empresas que têm relação com o governo de Putin

Folhapress

Modificado em 20/09/2024, 02:21

GP da Rússia é realizado em Sochi

GP da Rússia é realizado em Sochi (Divulgação / Fórmula 1)

Sebastian Vettel foi o primeiro piloto da Fórmula 1 a se posicionar fortemente contra a ida da categoria à Rússia nesta temporada devido ao conflito com a Ucrânia. O GP da Rússia está marcado para o final de setembro, e a Fórmula 1 divulgou um comunicado oficial algumas horas antes da entrevista coletiva concedida pelo piloto alemão dizendo que está "monitorando a situação" e que não tomou nenhuma decisão a respeito.

Vettel, por sua vez, já decidiu: se a F1 correr na Rússia, ele não participará. "A minha opinião é que de não devemos ir. Eu não vou. Acho que é errado correr naquele país. Sinto muito pelas pessoas, pessoas inocentes que estão perdendo suas vidas, sendo mortas por motivos estúpidos. Um homem muito estranho e uma liderança maluca", disse o tetracampeão, referindo-se ao presidente russo, Vladmir Putin. "É algo que vamos discutir, mas a associação de pilotos ainda não se reuniu. Pessoalmente, estou chocado e triste com o que está acontecendo. Veremos o que acontece, mas eu acho que minha decisão está tomada.

Vettel é presidente da associação de pilotos. Ao seu lado na coletiva de imprensa realizada em Barcelona, onde a Fórmula 1 faz os testes de pré-temporada, o atual campeão da categoria, Max Verstappen, disse que "quando um país está em guerra, não é certo correr lá. Mas não é uma questão do que eu acho. O paddock tem que decidir o que nós vamos fazer."

Do lado da Fórmula 1, a palavra de ordem é aguardar o desenrolar do conflito. Em comunicado, a categoria afirmou que está "observando de perto os desenvolvimentos bastante fluídos e neste momento não tem nenhum comentário adicional a respeito da corrida que está marcada para setembro. Vamos monitorar a situação de perto."

O GP da Rússia é um dos mais lucrativos do ano para a categoria e, embora o financiamento não seja estatal, o evento é pago por empresas que têm relação com o governo de Putin.

Outro laço da categoria com a Rússia é por meio da UralKali, patrocinadora principal da equipe Haas. A empresa de fertilizantes é do bielorrusso Dmitry Mazepin, pai do piloto russo Nikita Mazepin e empresário bilionário que é próximo de Putin. O chefe da equipe Haas, Guenther Steiner, teve sua participação na coletiva de imprensa desta quinta-feira (24) cancelada de última hora. A equipe ainda não informou o motivo.

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Advogados de Felipe Massa acionam FIA e F1 por perda de título e de 'milhões de euros'

Conforme as leis do Reino Unido, onde o processo foi iniciado, o primeiro passo consiste em enviar uma carta formal antes da reivindicação na Justiça

Modificado em 19/09/2024, 00:45

Felipe Massa quando corria pela Ferrari

Felipe Massa quando corria pela Ferrari (Luca Bruno/Associated Press/AE - 25/4/2010)

Advogados que representam o piloto Felipe Massa acionaram nesta quinta-feira (17) os chefes da F1 e da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para buscar uma reparação pelo que classificam como "conspiração" que tirou do brasileiro o título mundial da categoria em 2008.

Conforme as leis do Reino Unido, onde o processo foi iniciado, o primeiro passo consiste em enviar uma carta formal antes da reivindicação na Justiça. A defesa de Massa endereçou o documento para o presidente-executivo da F1, Stefano Domenicali, e ao presidente da FIA, Mohammed Bin Sulayem.

Trechos da carta foram divulgados pela agência Reuters, e a Folha de S.Paulo teve acesso à íntegra do conteúdo, de oito páginas, assinado pelo advogado Enyo Law, de um escritório com sede em Londres. O brasileiro tem, ainda, representantes nos Estados Unidos, Suíça, França e Brasil.

No documento, o representante afirma que o piloto foi "vítima de uma conspiração cometida por indivíduos do mais alto nível da F1, juntamente com a FIA e a Fórmula 1 Management", sendo esta última a entidade que representa comercialmente a principal categoria do automobilismo.

O advogado diz, ainda, que Massa perdeu dezenas de milhões de euros em prêmios e bônus que seriam provenientes da conquista.

"O senhor Massa é incapaz de quantificar totalmente suas perdas nesta fase, mas estima que elas provavelmente ultrapassarão dezenas de milhões de euros", afirmou o advogado na carta. "Este valor não cobre as graves perdas morais e de reputação sofridas pelo senhor Massa."

Em entrevista à Folha de S.Paulo no mês de abril, o piloto disse que espera por apoio da Ferrari, equipe pela qual ele corria naquela temporada, na ação judicial. E que seu principal objetivo não era financeiro e, sim, uma reparação histórica para o automobilismo brasileiro.

"A gente começa a pensar o que isso representa não só para mim, mas o que representa para o país, para o automobilismo, para a formação de pilotos", declarou ele na ocasião.

Uma reparação esportiva, porém, é bem difícil de ocorrer, já que não há um caminho fácil para fazer isso. O Código Esportivo Internacional da FIA afirma que prazo para contestar um resultado expira 14 dias corridos após uma competição.

Na carta apresentada agora, Enyo Law descreve com detalhes os fatos ocorridos no GP de Singapura de 2008, quando o também brasileiro Nelsinho Piquet, filho do tricampeão mundial Nelson Piquet, bateu de forma proposital durante a etapa no circuito de Marina Bay para beneficiar seu então companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso.

Ao bater no muro, ele estava seguindo ordens de seu chefe na Renault, Flavio Briatore, e do engenheiro Pat Symonds, conforme disse em seu depoimento à FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Massa liderava a prova no momento da batida e, de forma indireta, acabou prejudicado.

Como a direção da corrida acionou a bandeira amarela, a Ferrari o chamou para os boxe, mas o liberou para voltar à pista sem retirar a mangueira de reabastecimento. O brasileiro acabou punido e terminou a corrida em 13º, resultado que impactou o desfecho do Mundial.
"Simplificando, o sr. Massa é o legítimo campeão de 2008, e a F1 e a FIA ignoraram deliberadamente a má conduta que o tirou desse título", descreve a carta.

Massa decidiu buscar a Justiça depois que o ex-chefão da F1 Bernie Ecclestone disse, em março deste ano, que ele e o ex-presidente da FIA, Max Mosley, sabiam em 2008 que o acidente do então piloto da Renault Nelson Piquet foi deliberado, mas não agiram na ocasião.

De acordo com a agência Reuters, um porta-voz da FIA confirmou o recebimento da correspondência dos representantes de Massa e acrescentou: "O assunto está sob revisão e não faremos comentários neste estágio".

Stefano Domenicali, presidente-executivo da F1, por sua vez, ainda não se manifestou publicamente sobre a carta.

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Hamilton critica ausência de mulheres na Fórmula 1

Ao longo da história, apenas cinco mulheres pilotaram na Fórmula 1. A última foi Giovanna Amati, italiana, em 1992

Modificado em 19/09/2024, 00:45

Hamilton critica ausência de mulheres na Fórmula 1

(Divulgação/@MercedesAMGF1)

Lewis Hamilton, piloto da Mercedes, criticou a ausência de mulheres no mundo da Fórmula 1. Em entrevista ao jornal Marca, da Espanha, o britânico citou a maneira como não é dada importância a este problema.

Ao longo da história, apenas cinco mulheres pilotaram na Fórmula 1.

Maria Teresa de Filippis (italiana, correu entre 1958 e 1959), Lella Lombardi (italiana, correu entre 1974 e 1976), Divina Galica (britânica, correu entre 1976 e 1978), Desiré Wilson (sul-africana, correuta entre 1978 e 1980) e Giovanna Amati (italiana, correu em 1992) foram as mulheres na Fórmula 1.

FIA CRIA CATEGORIA PARA MULHERES
Em 2023, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) estreou a F1 Academy. A categoria, exclusivamente feminina, conta com cinco equipes, sendo que cada uma delas tem três representantes.

Após seis etapas, Marta García, da equipe Prema, lidera o campeonato tendo somado 235 pontos.

Léna Bühler, da ART, e Hamda Al Qubaisi, da MP, ocupam a vice-liderança e o terceiro lugar do campeonato, respectivamente.

A última etapa da categoria será disputada entre os dias 19 e 21 de outubro, em Austin, nos Estados Unidos.

PARCERIA DE HAMILTON COM ANGELA CULLEN
Lewis Hamilton teve ao longo de sete anos na Fórmula 1 uma mulher como seu "braço direito".

Desde 2016, a fisioterapeuta Angela Cullen esteve ao lado do piloto. A parceria foi encerrada em 2023, pouco antes do GP da Arábia Saudita.

"Nos últimos sete anos, Angela esteve do meu lado, me levando à melhor versão de mim mesmo. Sou um atleta mais forte e uma pessoa melhor por causa dela", disse Hamilton no anúncio do fim da parceria.

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Audi anuncia oficialmente a entrada na Fórmula 1 com novos motores de 2026

Montadora viu uma "oportunidade perfeita" para a entrada na categoria com a adoção de um teto orçamentário para as equipes e as novas regras das unidades de potência

Modificado em 20/09/2024, 03:50

Audi anuncia que será fornecedora de motores na categoria a partir de 2026

Audi anuncia que será fornecedora de motores na categoria a partir de 2026 (Twiiter Fórmula 1)

A Fórmula 1 voltou a atrair uma montadora depois de quase 10 anos: a Audi anunciou que será fornecedora de motores na categoria a partir de 2026. Assim, eles saem na frente da Porsche, outra marca do grupo Volkswagen que busca a entrada na categoria, por meio de uma parceria com a Red Bull. Os alemães não confirmaram qual será sua porta de entrada na categoria, afirmando que vão anunciar com qual equipe terão parceria "ao final do ano", mas o negócio está adiantado com a Sauber já há algumas semanas.

"Fico muito contente em receber a Audi na F1, uma marca automotiva icônica, pioneira e de inovação tecnológica. Este é um momento importante para o nosso esporte, que destaca a força que temos como uma plataforma global que segue crescendo. Também é um grande reconhecimento de que nossa mudança para motores híbridos com combustível sustentável em 2026 é uma solução futura para o setor automotivo", destacou o CEO da F1, Stefano Domenicali.

A montadora viu uma "oportunidade perfeita" para a entrada na categoria com a adoção de um teto orçamentário para as equipes e as novas regras das unidades de potência, que estreiam justamente em 2026 e que foram anunciadas em agosto após anos de negociação. Os alemães também destacaram o crescimento da F1 nos Estados Unidos e na China, além da renovação de seu público.

Durante todo esse processo, que começou quando as duas marcas da Volkswagen começaram a sentar-se à mesa para discutir as regras de unidade de potência de 2026, a impressão geral era de que a Porsche tinha um caminho mais claro para a entrada, mas foi a Audi que saiu na frente com o anúncio.

De fato, a Audi encontrou algumas portas fechadas. Eles primeiro negociaram com a McLaren, chegaram a sondar a própria Red Bull, depois conversaram com Williams e Aston Martin. Até chegarem à Sauber.

Mesmo que os suíços não sejam a primeira opção, não se trataria de um negócio ruim para a Audi, que compraria as ações do time lentamente até chegar a 75%, com os atuais donos de um grupo de investimentos da Suécia mantendo os demais 25%.

A equipe de Hinwil é conhecida por ter uma fábrica com estrutura de alto padrão, que o CEO da Audi, Markus Duesmann, que estava no lançamento ao lado dos chefes da F1 e da FIA, conhece bem. Afinal, ele foi o chefe de desenvolvimento da equipe entre 2007 e 2009, quando a Sauber tinha uma parceria com outra gigante alemã, a BMW.

Do lado dos investidores suecos, a proposta fez mais sentido do que as conversas preliminares que eles tiveram com a Andretti no ano passado porque não se tratava de uma compra total e a continuidade das operações em Hinwil e a segurança dos funcionários nunca foi questionada.

A unidade de potência da Audi está sendo desenvolvida na fábrica da Audi Sport, localizada na cidade alemã de Neuburg an der Donau, perto de Munique, no sul do país. Ou seja, a fábrica não fica distante da estrutura da Sauber em Hinwil. A fábrica de Neuburg tem os bancos de prova necessários para o banco de provas de testes de motores de F1 e está trabalhando desde março no projeto do novo motor.

O chefe da operação será Adam Baker, que tem uma passagem recente (2018 a 2021) no departamento de segurança da FIA e fez carreira na BMW, com grande envolvimento da divisão esportiva da marca.

Com isso, a Fórmula 1 atrai uma montadora pela primeira vez desde que a Honda anunciou que voltaria à categoria equipando a McLaren, o que começou a fazer em 2015. Como naquela época, a Audi está sendo motivada por uma mudança no regulamento dos motores, embora ela seja menos radical que aquela que entrou em vigor em 2014, quando os motores V8 aspirados foram substituídos pelos turbo V6 híbridos, usados até hoje.

Em 2026, estas unidades de potência serão substituídas por motores que seguem sendo V6 turbo híbridos, porém com muito mais potência vinda da energia elétrica e combustível totalmente renovável no motor a combustão. A nova UP também será simplificada, pois perderá um de seus motores de recuperação de energia (o complicado MGU-H, que recupera energia calorífica da turbina).

A maneira como a Audi está entrando na F1 se destaca por algumas lições aprendidas com a Honda, que chegou a ser campeã mundial com Max Verstappen ano passado, mas sofreu muito para chegar até lá, principalmente em seus primeiros anos com a McLaren. Confirmando-se a compra de grande parte da Sauber, eles teriam um controle muito maior da integração entre motor e equipe, e também se comprometeriam já desde o momento que as regras, que foram publicadas há poucas semanas, foram fechadas.

Resta agora saber se a parceria de outro braço da Volkswagen, a Porsche, sairá do papel. Os alemães no momento buscam a aprovação do que seria uma joint-venture com a Red Bull em agências antitruste ao redor do mundo, no que o chefe da Red Bull, Christian Horner, classificou como "uma das barreiras" para que o negócio seja efetivamente fechado.

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Equipes e pilotos da F1 homenageiam Vettel após anúncio de aposentadoria

Alemão da Aston Martin tem quatro títulos mundiais e deixará a categoria após 15 anos

Modificado em 20/09/2024, 04:19

Sebastian Vettel anuncia aposentadoria da Fórmula 1

Sebastian Vettel anuncia aposentadoria da Fórmula 1 (Mark Thompson/Getty Images)

Nesta quinta-feira (28), Sebastian Vettel anunciou que se aposentará da Fórmula 1 ao final da atual temporada. Com 35 anos, o piloto alemão da Aston Martin tem quatro títulos mundiais e deixará a categoria após 15 anos. A notícia mexeu com o mundo do automobilismo nas redes sociais e diversos pilotos e equipes postaram homenagens ao tetracampeão.

A Ferrari, última equipe de Vettel antes de sua ida para a Aston Martin, desejou sorte ao piloto no prosseguimento de sua vida longe das pistas: "Foi uma honra compartilhar tantas memórias com você na Fórmula 1. Estamos ansiosos para curtir as últimas corridas juntos no paddock. Nós te amamos. Boa sorte para seus futuros desafios", disse a equipe.

A Red Bull, onde o piloto conquistou seus quatro títulos mundiais, relembrou os campeonatos vencidos e 'brindou' Vettel: "Obrigado, Seb. Um brinde aos grandes momentos e aos quatro campeonatos conquistados".

Enquanto isso, a Aston Martin, atual equipe do piloto, ressaltou a inspiração de Vettel dentro e fora da Fórmula 1: "Sebastian, você inspirou tantos ao longo de sua carreira, tanto na Fórmula 1, quanto além. Temos orgulho de chamá-lo de companheiro de equipe, amigo e de ter feito parte de sua jornada, assim como você fez parte da nossa".

A Williams, tradicional equipe da categoria e onde Vettel fez seus primeiros testes, parabenizou o piloto pela carreira: "Um amante da história da F1 que teve uma carreira notável. Parabéns por todas as suas conquistas, Seb. Aproveite sua aposentadoria!". Já a McLaren publicou uma foto do alemão ao lado de Daniel Ricciardo e Lando Norris e deu o 'status de lenda' a Sebastian: "Status de lenda. Parabéns por uma carreira notável, Sebastian Vettel. Um campeão dentro e fora da pista".

Grande rival de Vettel nos tempos do alemão na Ferrari, Lewis Hamilton compartilhou o vídeo de despedida de Sebastian nos seus stories do Instagram e, em seguida, compartilhou uma mensagem nas suas redes.

"Tem sido uma honra chamar você de concorrente e uma outra grande honra chamar você de amigo. Você está deixando esse esporte melhor do que você o encontrou, o que é sempre uma meta. Eu não tenho dúvidas de que o que virá a seguir para você será empolgante, significativo e recompensador. Te amo", disse o britânico.

Fã assumido de Vettel, Mick Schumacher postou uma foto com o compatriota no seu Instagram e agradeceu o piloto da Aston Martin pelos seus feitos e amizade.

"Estou tão triste que você está indo embora, mas ao mesmo tempo animado por você e por este novo capítulo de sua vida. Você foi e ainda é uma pessoa tão importante para mim e sou grato por nossa amizade. Obrigado por tudo que você contribuiu para o esporte que nós dois amamos, mal posso esperar pelas nossas últimas corridas juntos. Obrigado, Seb - você é uma inspiração", escreveu.