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Carlinhos Maia não se arrepende de festa durante pandemia

Maia se justificou citando que as pessoas se aglomeraram nas eleições municipais e em festas clandestinas

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 01:33

Carlinhos Maia

Carlinhos Maia (Instagram/Carlinhos Maia)

O influenciador digital Carlinhos Maia, 29, disse, em entrevista ao programa Hora do Faro (Record), que não se arrepende de ter feito a festa de Natal na Vila, em plena pandemia de coronavírus, na cidade de Penedo, em Alagoas, que reuniu amigos e famosos, como ex-BBB Pyong Lee e Gabi Martins.

Maia se justificou citando que as pessoas se "aglomeraram às tampas" nas eleições municipais e nas festas clandestinas, algumas promovidas por famosos.

"Na minha vila já não teve Natal no ano passado, é um povo pobre que precisa dessa visibilidade para poder continuar crescendo e a minha cidade também. Já que as pessoas não vão deixar de ir para as ruas, vamos fazer uma coisa dentro da lei mesmo", disse.

Antes da festa, Maia chegou a dizer que faria tudo seguindo os protocolos e que o motivo da confraternização seria gerar ainda mais visibilidade para o povo da vila.

Pelas redes sociais, não foram poucos os vídeos que marcam a aglomeração das pessoas, todas sem máscaras. Por meio de alguns vídeos no Instagram, Maia deu a entender que faria testes a em todos os convidados depois da festa para saber se alguém havia contraído o vírus.

Até mesmo a atriz e apresentadora Tatá Werneck deu ironizou o comediante. Pelo Twitter e sem citar nomes, ela colocou seu ponto de vista e reiterou que o momento não é para festas.

"Vamos ajudar o mundo fazendo a nossa parte. Não é momento para festas. Lição não aprendida é lição repetida. Se não aprendermos com uma pandemia mundial, o que será preciso acontecer para termos responsabilidade coletiva? ", publicou.

"Você ser absolutamente responsável não te protege porque você precisa que todos ao seu redor sejam também. Os hospitais estão lotados. Vamos passar o ano novo longe de festas. Não é possível que uma pandemia mundial não nos faça aprender nada ", concluiu Tatá.

Em fotos publicadas em seu Instagram justamente para falar do evento, muita gente criticou Carlinhos Maia. "E um Covid? Achou a cura? ", Perguntou uma seguidora. "Tanta gente morrendo por causa da Covid e os famosos curtindo festas com aglomeração. Péssimo exemplo ", disse uma outra. "Todo mundo aplaudindo a aglomeração em plena pandemia", ironizou uma outra.

POLÊMICA COM A VACINA

Maia se envolveu em mais uma confusão em janeiro ao afirmar que recebeu um convite para ser um dos primeiros alagoanos a tomar a vacina contra a Covid-19 em Alagoas, seu estado natal. O governo estadual, no entanto, nega a informação.

"Me convidaram aqui no meu estado para ser um dos primeiros a tomar a vacina", afirmou nas redes sociais. "Não acho justo com quem ficou em casa todo o esse tempo, não aceitei."

O suposto convite, no entanto, foi negado pelo Governo de Alagoas. Também nas redes sociais, o executivo estadual disse que o imunizante será aplicado inicialmente em profissionais de saúde que atuam na linha de frente, indígenas, quilombolas e idosos residentes em abrigos. "Não procedem informações de convites feitos a qualquer cidadão fora deste grupo", diz a nota oficial.

O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) abriu procedimento preparatório que cita Carlinhos Maia e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (conhecido como JHC), do PSB. Os dois serão ouvidos na investigação sobre o convite que o influenciador teria recebido da administração municipal para 'furar a fila' da vacina de Covid-19.

Geral

Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas

Em 26 de março de 2020, morria a primeira vítima do coronavírus em Goiás. Viúvo e filhas de Maria Lopes ainda choram a perda devido à doença que devastou centenas de milhares de famílias no Brasil

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Cinco anos depois, ainda é difícil aos familiares de Maria Lopes de Souza recordar o momento de sua partida após a infecção pelo Sars-CoV-2, que por muito tempo foi chamado de "novo coronavírus", surgido na China. A técnica de enfermagem aposentada, então com 66 anos, moradora de Luziânia, município do Entorno do Distrito Federal, foi a primeira vítima fatal da Covid-19 em Goiás. Naquele 26 de março de 2020, o Brasil já registrava 76 mortes, mas ainda havia um cenário de incertezas. No Estado, as autoridades de saúde buscavam respostas para delinear a melhor forma de atendimento à população. A perplexidade pairava Brasil afora.

A assistente social Sandra de Souza, 46, filha caçula de Maria Lopes, busca na memória os dias que antecederam a morte da mãe. "Estávamos com muito medo, as escolas tinham parado de funcionar e nós orientamos nossos pais a ficarem isolados na fazenda, sem receber ninguém." No dia 13 de março, o Decreto 9.633/2020 definiu a situação de emergência na saúde pública em Goiás e a partir daí vieram sucessivos decretos determinando isolamentos. Sandra conta que no final da primeira quinzena de março a mãe foi a uma igreja. "Acreditamos que foi o local da contaminação, porque ela não saía de casa."

O mal-estar respiratório de Maria e do marido Paulo Alves de Souza, então com 72 anos, alertou os filhos. "Pensamos em pneumonia, mas estranhamos porque ficaram doentes juntos", relata Sandra. Levaram o casal a uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde foi medicado. Como a febre de Maria não cedeu, ela se dirigiu a um hospital privado de Luziânia e o médico a encaminhou para a UPA do Jardim Ingá, por entender que a unidade pública estaria mais preparada para casos daquele vírus desconhecido. "Ela ficou na sala vermelha e lá não tinha tomografia. Minha irmã a levou para um hospital particular de Valparaíso e o exame deu sugestivo de Covid", lembra a filha.

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

"Foi aterrorizante. Cinco anos depois é difícil falar nisso. Enquanto tentávamos entender o que estava acontecendo, agarrados a qualquer fio de esperança, o que recebíamos era desinformação. Diziam que era exagero, que era só uma "gripezinha" e que o medo era infundado." Maria Lopes foi transferida para Goiânia e internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), então a unidade referência para atender infectados pelo novo coronavírus. Ela morreu na madrugada do dia 26, um dia após a internação. As autoridades de saúde anunciaram o óbito ressaltando que se tratava de uma paciente com comorbidades.

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Ao saber da morte da mulher, Paulo começou a passar mal e foi levado para a UPA do Jardim Ingá e de lá para Goiânia, tornando-se o paciente inaugural do primeiro Hospital de Campanha (HCamp) para enfrentamento da nova doença, montado em 14 dias no antigo Hospital do Servidor Público, que nunca tinha funcionado. "Era tudo novo e foi muito sofrido para a família. As pessoas evitavam contato conosco. Não passavam na calçada de nossas casas. Até parentes tinham receio. Na época, eu não conseguia falar no assunto", lembra a filha. Paulo ficou internado por seis dias. Sua alta foi muito comemorada pelos servidores, mas psicologicamente o motorista aposentado estava devastado.

"Ele se recuperou rapidinho, mas ficou depressivo. Até hoje, quando toca no assunto, chora", afirma a filha. Paulo não ficou com sequelas da Covid-19 e, aos 77 anos, continua morando na propriedade rural da família. Ele e Maria tiveram três filhos (Iara, Luis Carlos e Sandra), nove netos e dois bisnetos. "Há cinco anos, a Covid-19 mudou o mundo. Para nós, é uma mudança que tem nome, tem rosto e tem ausência. Nossa mãe é uma das vítimas dessa doença que muitos insistiram em negar. A nossa perda não foi só um número. Foi um vazio que nunca mais se preencheu. O que dói não é só a perda, mas a maneira como tudo aconteceu. Além da dor de ver quem a gente ama partir, tivemos que enfrentar o peso da negação, do descaso e da mentira."

Para enfrentar o luto, Sandra decidiu homenagear a mãe criando dois perfis em redes sociais -- @oamorquefica -- que, juntos, somam 1 milhão de seguidores. Neles, além de amor, ela fala de ausência e de resiliência. "A dor persiste, a saudade sufoca e a revolta ainda arde. Nossa mãe não foi só uma estatística, foi amor, foi história e foi vida. Ela foi tirada de nós por um vírus e por um sistema que preferiu fechar os olhos para a verdade", enfatiza.

Relações desfeitas pelo vírus

Marcada pela dor, a história de Maria e Paulo Lopes de Souza, até então um anônimo casal de Luziânia, se soma a muitas outras que vieram depois. No dia 12 de março, data em que o Brasil registrou a primeira morte por Covid-19, o músico Roberto Célio Pereira da Silva, o Xexéu, vestiu uma camiseta com a inscrição "Cláudia-se" para uma de suas apresentações. Foi a forma que encontrou para homenagear a afilhada e amiga Cláudia Garcia, cantora que morreu aos 49 anos no dia 26 de fevereiro de 2021. "Hoje chorei muito", contou ao POPULAR. Cláudia foi aliada de Xexéu na criação do projeto Adote a Arte que forneceu alimentos e material de limpeza ao pessoal da cultura que ficou sem trabalho durante a pandemia.

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

Xexéu e a mulher Daniela foram contaminados. Ele chegou a ficar internado com 50% do pulmão comprometido e caiu em tristeza profunda após a morte de Cláudia Garcia. Mas não deixou seu propósito esmorecer. Mobilizou amigos e fez a diferença, assim como outros colegas do meio cultural, entre eles o músico Carlos Brandão e o artista circense Maneco Maracá, que também lideraram iniciativas semelhantes. "Estimo que 15 mil cestas tenham sido distribuídas pelo Adote a Arte no auge da pandemia e depois", afirma. Xexéu lembra ainda que os artistas foram uma espécie de agentes de saúde naquele período tenebroso. "As lives -- apresentações online -- salvaram muita gente da depressão."

Quase dez meses após Goiás ter sido apresentado oficialmente à pandemia e suas consequências sanitárias, econômicas e emocionais, a capital passou por um momento espinhoso. Aos 71 anos, o ex-governador Maguito Vilela morreu no dia 13 de janeiro de 2021 em decorrência das sequelas da Covid. Em agosto do ano anterior, o político havia perdido duas irmãs em Jataí para a doença. Maguito já estava internado quando foi eleito para administrar Goiânia com 52% dos votos no segundo turno das eleições de 2020. Tomou posse de forma virtual e se licenciou do cargo. A gestão da capital pelos quatro anos seguintes ficaria a cargo do vice, Rogério Cruz.

No tribunal

A técnica judiciária Ariony Chaves de Castro, responsável pelo centro de memória do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), fez da dor uma catarse. Em outubro de 2020, ela viu a Covid levar a cunhada, o irmão, os sogros dele. Em 2021, perdeu a irmã. "O Tribunal ficou fechado, mas trabalhei todos os dias. Foi o período em que mais produzi.Em alguns dias, eu sentava no chão e chorava muito. Tinha muito medo de morrer e deixar meu filho, então com 16 anos. O que me salvou foi a minha fé."

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Ariony produziu o documentário A Repercussão da Pandemia de Covid-19 no TRT-GO, em que mostra as providências para manter o serviço jurisdicional e depoimentos de servidores e magistrados atingidos pela doença. A produção foi exibida no Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) e concorre este ano ao Prêmio CNJ do Poder Judiciário.

Foi em 2021 que foi registrado o maior número de óbitos pela doença, em razão da chegada da variante ômicron, uma mutação do coronavírus. O produtor Felipe Jorge Kopanakis acompanhou em Goiânia o sofrimento do pai de 81 anos, que ficou cinco dias intubado antes de morrer, em maio daquele ano. Ele vivia em Niterói (RJ) e colaborou na produção do filme Mulheres & Covid, assinado pela irmã Fernanda Kopanakis e Ivan de Angelis, uma parceria com a Fiocruz. Depois disso, se cadastrou na Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid (Avico). "A Covid impactou todo mundo. Fui me aprofundando no tema e vejo que um dos grandes problemas da sociedade brasileira é esquecer o passado. Houve uma onda de desinformação e mentiras, precisamos lutar contra isso."

Membro de uma organização não governamental que atua com cinema e literatura em escolas públicas às margens dos rios Guaporé, Amazonas e Negro, na Amazônia, Jorge Kopanakis conta que após a pandemia só conseguiu voltar à região em 2024. "O impacto da Covid nessas comunidades distantes foi imenso. Já existe um isolamento natural porque não têm estradas. Para chegar a Manaus, é preciso pegar uma voadora (tipo de barco comum na Amazônia) e viajar 12 horas. Ninguém chegava e as pessoas foram morrendo. Teve um professor que morreu por falta de oxigênio." O produtor pretende se dedicar a um documentário sobre vacinação. "A taxa vacinal do País caiu. Estamos negando a ciência."

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Esporte

Recebido com festa, Cássio diz que será feliz no Cruzeiro

Goleiro multicampeão deixou o Corinthians após 12 anos e meio defendendo o clube paulista

Modificado em 17/09/2024, 16:24

Chegada de Cássio na Toca da Raposa

Chegada de Cássio na Toca da Raposa
 (Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

O Cruzeiro confirmou nesta terça-feira (21) o que já era de conhecimento geral desde a semana passada. O goleiro Cássio, após 12 anos e meio defendendo o Corinthians, passará a vestir a camisa da agremiação celeste.

O clube mineiro anunciou que fechou com o arqueiro de 36 anos um contrato de três temporadas e meia, com término previsto para dezembro de 2027. O jogador chegou a Belo Horizonte e foi recebido com festa por seus novos torcedores.

Aclamado por centenas no centro de treinamento da equipe, a Toca da Raposa, Cássio falou brevemente sobre o acerto. Por causa das regras da janela de transferências, ele só poderá entrar em campo a partir de 10 de julho.

"Muito feliz e empolgado", afirmou o gaúcho, já com uma camisa do Cruzeiro. "Tenho certeza de que serei muito feliz aqui", acrescentou o arqueiro, que desembarcou na capital mineira em um jatinho do acionista majoritário do clube, Pedro Lourenço.

"É o início. Um grande time começa por um grande goleiro. O Cruzeiro é grande. O tamanho do Cássio representa. O Cruzeiro tem que subir o patamar. Eu sou torcedor. A emoção é muita", declarou Lourenço.

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Reflexo da pandemia aparece em casos de câncer de próstata

Consultórios têm recebido pacientes com quadros mais avançados que demandam tratamentos mais complexos. Médicos orientam procura por prevenção. Só em 2021 foram 915 casos e 516 mortes

Modificado em 19/09/2024, 01:22

Diagnóstico tardio: Randolfo Moreira trata um câncer de próstata

Diagnóstico tardio: Randolfo Moreira trata um câncer de próstata
 (Fábio Lima)

As previsões negativas feitas durante os anos de pandemia estão se concretizando em relação aos casos de câncer de próstata. Médicos têm encontrado pacientes com casos mais avançados, reflexo das medidas necessárias de distanciamento social tomadas à época.

O vácuo nos diagnósticos é evidente nos dados do Ministério da Saúde (MS). Estes registros somaram 1.052 em Goiás em 2019, mas reduziram para 747 em 2020. Somente no ano passado o indicador superou o ano pré-pandêmico. Foram 1.104 em 2022.

A informação precisa ser olhada com atenção, sobretudo neste mês, no qual é celebrado o Novembro Azul, campanha visa a chamar a atenção de homens para realizar acompanhamento médico. O câncer de próstata é o mais prevalente nesta parcela da população.

"O que nós temos vivenciado hoje é exatamente o reflexo da pandemia. Um grande número de homens deixou de ir ao médico. Estamos diagnosticando um número muito maior de casos avançados e vamos ver aumento da mortalidade", explica o chefe do Setor de Urologia do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), Adriano Augusto Peclat.

O médico acrescenta que ainda vai levar tempo para uma situação de normalidade. "O impacto na mortalidade não vai ser visto de imediato. Possivelmente vamos ver dentro de três ou quatro anos. É o que esperemos de acordo com a história natural da doença, que conhecemos."

O médico urologista Rodrigo Rosa de Lima tem a mesma percepção de Peclat. "2022/2023 passaram sem rastreamento, aquele caso que pode ter surgido em fase inicial agora é visto em estágio mais avançado. Isto vai ter impacto, na verdade já temos visto isto."

Os médicos afirmam que além de os pacientes terem mais chances de cura quando o câncer é identificado em estágio inicial, o tratamento é mais simples e o paciente passa por menos transtornos.

"Quando temos o caso de um câncer metastásico ou avançado, ele precisa de um tratamento sistêmico, um bloqueio de hormônios e muitas vezes associado à quimioterapia. É um tratamento mais sofrido, mais penoso e as chances de cura são muito menores", explica Peclat.

Tratamentos mais complexos e, eventualmente, mais invasivos podem contribuir para aumentar a conta dos gastos públicos e privados com saúde.

Se os casos deixaram de ser registrados, as mortes não. De 2018 a 2021 elas continuaram crescendo e chegaram a 516 em 2021 (veja quadro).

A orientação, conforme os especialistas, é para que se o homem for negro ou tiver pelo menos um familiar em primeiro grau (pai ou irmão) que tenha sido acometido pelo câncer de próstata, a visita ao urologista deve ser feita aos 40 anos. Nos demais casos, esta deve se concretizar aos 45 anos.

O organizador Randolfo Moreira Trindade, de 67 anos, não seguiu a recomendação. Atualmente ele faz tratamento no Araújo Jorge contra um câncer de próstata. O diagnóstico veio em 2022. "Eu não estava fazendo xixi. Me preocupei, sentia muita dor ao tentar urinar. Fiz os exames e o médico constatou a doença", relata.

Randolfo conta que fez 39 sessões de radioterapia e agora recebe, a cada 30 dias, uma injeção com hormônios, o que deve acontecer até 2025. "Eu me sinto curado. Estou 100%."

O desleixo masculino com a saúde é cultural, mas os médicos defendem que é preciso mudar. "Costumo receber homens que vêm pela primeira vez aos 40/45 anos e a última vez que teve uma consulta médica foi com o pediatra", relata Lima.

O diagnóstico precoce proporciona chances de cura que chegam a até 95%. Um dos motivos que levam à procura tardia por um rastreamento é o preconceito contra o exame de toque. Embora o exame de sangue (PSA) tenha importância na leitura do quadro, assim como a avaliação clínica, não é possível desperdiçar chances de identificar um câncer.

"Tem uma frase que a gente usa muito é que 'homem forte é homem que se cuida'. Nossa sociedade não aceita mais esses preconceitos em relação ao diagnóstico. O exame do toque é importante, entre 10% e 15% dos casos o tumor não vai afetar o exame de sangue", explica Lima.

Para 2024, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que os diagnósticos possam ultrapassar a marca dos 60 mil em todo o País. Para este ano o número é um pouco menor.

Prevenção

Lima afirma que há estudos clínicos que mostram que maus hábitos de vida contribuem para favorecer a ocorrência de câncer. "Entre os fatores de risco há a obesidade, inclusive para casos mais agressivos. É importante uma alimentação pobre em gordura e açúcar. Tudo que faz bem para o coração, como atividade física e dormir bem, também protege a próstata."

Embora o estresse seja considerado a "doença do século 21", não há estudos que conectem o problema às substâncias inflamatórias, que influenciam na ocorrência de câncer.

Geral

Festa do Divino Pai Eterno atrai 3,6 milhões de romeiros a Trindade

De acordo com a Afipe, foram realizadas quase 200 celebrações ao longo dos dez dias de festa. Estima-se que somente o show do cantor Roberto Carlos reuniu 100 mil pessoas

Modificado em 19/09/2024, 00:37

Multidão de romeiros na GO-060 caminhando em direção a Trindade

Multidão de romeiros na GO-060 caminhando em direção a Trindade (Reprodução/TV Anhanguera)

LARISSA FEITOSA

A Romaria do Divino Pai Eterno atingiu um novo recorde ao reunir aproximadamente 3,6 milhões de pessoas ao longo dos dez dias de festividades, em Trindade. A estimativa foi realizada pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e o Santuário Basílica de Trindade.

Considerada a maior festa religiosa do Centro-Oeste, a tradicional romaria chegou ao fim no domingo (2). De acordo com a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), no total, foram realizadas quase 200 celebrações, desde missas, novenas, procissões, orações do terço, além de batizados e confissões, alvoradas e vigílias.

O tema da Romaria deste ano foi: "O Pai nos chama e envia". O reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, padre Marco Aurélio Martins, diz acreditar que o objetivo foi mais uma vez cumprido.

"Desde o primeiro dia de festa foi uma alegria. A praça do Santuário estava lotada de devotos, e foi aumentando até o último dia. Portanto, tenho certeza de que os romeiros saíram renovados pelo Pai. Atendendo o chamado e seguindo a sua missão", afirmou.

Neste ano, a Romaria contou com o tradicional desfile dos romeiros com carros de boi, que reuniu quase 300 carreiros. Além de um show gratuito do cantor Roberto Carlos, na Praça Santuário. Estima-se que somente o show do rei reuniu 100 mil pessoas.

Para chegar a Trindade, muitos percorrem a pé os 18 quilômetros da Rodovia dos Romeiros. A tradição rendeu à cidade a fama de Capital da Fé de Goiás. A festa religiosa é a terceira maior do país e a primeira do mundo dedicada ao Divino Pai Eterno.