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Corpo de jovem desaparecido em Valparaiso de Goiás é encontrado quase 2 meses após o sumiço

Polícia aguarda laudo do médico legista para determinar uma linha de investigação

Modificado em 24/09/2024, 00:32

O desaparecimento de Lázaro é investigado pela Polícia Civil

O desaparecimento de Lázaro é investigado pela Polícia Civil (Reprodução)

O Instituto de identificação de Goiás confirmou, nesta sexta-feira (28), que o corpo encontrado em Valparaiso de Goiás na terça (25) é de Lázaro Rosa Franco, de 29 anos, servidor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estava desaparecido desde o dia 30 de junho. Os indícios, segundo a Polícia Civil, são de morte violenta.

Segundo o papiloscopista que fez a identificação, o corpo já estava em estado avançado de decomposição e, por isso, houve dificuldade na coleta de digitais. "Os dedos estavam bem ressecados, então tivemos que fazer um tratamento para que fosse possível encontrar os 12 pontos necessários para apurar a identidade de um corpo. Três dias depois, então, essa aferição foi possível", explicou o profissional Bruno Soares.

A Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para apurar a causa da morte e uma linha de investigação vai ser traçada com o médico legista concluir o laudo.

Caso

Lázaro morava em Vaparaiso e foi visto pela última vez, pela família, no dia 30 de junho. Em julho, algumas pessoas disseram ter visto um homem muito parecido com o servidor, o que deu esperança à família. Entretanto, não conseguiram confirmar se era a mesma pessoa, porque ele não foi mais visto.

Em entrevista ao POPULAR, dada em junho, a mãe de Lázaro, Cynthia Rosa, disse que, antes de sumir, Lázaro estava depressivo e inclusive fazendo tratamento para combater as crises de ansiedade que tinha, mas nunca chegou ao ponto de ter um surto e desaparecer. "Ele, com certeza, não está no estado habitual dele, ele teve depressão, mas vinha se recuperando, então não sei exatamente o que provocou essa queda", relatou na época.

O corpo foi encontrado por um policial militar, por volta das 18h08 na terça-feira (25), pendurado pelo pescoço em uma árvore. A viatura do agente teria passado pelo local, quando avistaram.

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Sumiço continua sem respostas após 20 anos

Murilo Soares Rodrigues desapareceu após abordagem da polícia em 2005

Modificado em 23/04/2025, 07:46

Parque Murilo Soares, no Setor Mansões Paraíso, virou refúgio para mãe

Parque Murilo Soares, no Setor Mansões Paraíso, virou refúgio para mãe ( Wildes Barbosa / O Popular)

Um dos sumiços mais emblemáticos relacionados à violência policial em Goiás completou ontem 20 anos. Em 22 de abril de 2005, Murilo Soares Rodrigues, tinha apenas 12 anos quando foi abordado, junto com um amigo, por equipes da Polícia Militar, na Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. Desde então, nunca mais se soube o paradeiro das vítimas.

Após essas duas décadas, especialistas entrevistados pelo jornal apontam que a logística da atuação das forças de segurança mudou, dando prioridade para mortes decorrentes de intervenção policial em detrimento de desaparecimentos.

Em 2011, o Jornal O Popular denunciou -- na série de reportagens 'Os Desaparecidos da Democracia - Onde eles estão?' - o sumiço de 23 pessoas após abordagens rotineiras da Polícia Militar. Nos meses seguintes, e o número saltou para 36. Em 2013, alcançou 40 casos. No final de 2014, o desaparecimento forçado de 36 pessoas em Goiás entre os anos de 2000 e 2011 foi alvo de audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos, nos Estados Unidos.

Com o passar dos anos, notícias sobre desaparecimentos do tipo ficaram cada vez mais espaçadas em Goiás. Membro do Fórum Brasileiro Segurança Pública (FBSP), Bartira Miranda lembra que que a criação da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, instituída pela Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, também contribuiu para a investigação de desaparecimentos. "Depois dela (lei), a polícia tem que investigar", pondera.

O coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Criminalidade e Violência (Necrivi), Dijaci David de Oliveira, aponta que fazer um corpo desaparecer não é simples. "Para que sumir com o corpo? Dá trabalho e gera provas. Cria um outro 'problema'. Aquela pessoa não deixa de existir", diz. Ao invés disso, David aponta para mortes decorrentes de intervenções policiais.

Discurso

Dijaci também aponta para um enfraquecimento da defesa dos direitos humanos nos últimos 10 anos, o que torna as mortes decorrentes de intervenção policial mais palatáveis para parte da população. "Era necessário criar a cultura do medo. Se fortaleceu o discurso de que bandido bom é bandido morto", diz.

Quando comparados os anos de 2013 e 2023, as vítimas de homicídios dolosos caíram 2,5 mil para 1 mil. Em contrapartida, o número de mortes decorrentes de intervenção policial em Goiás saltou de 79 para 517, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O advogado popular membro da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap), Diego Mendes explica que essas mortes causadas por intervenções policiais se justificam por se tratarem de supostos ataques à polícia. "Ganham legitimidade social e 'lavam' a imagem da corporação", esclarece Mendes, que também é pesquisador do Necrivi.

'Eu queria poder enterrar meu filho'

Mãe de Murilo Soares, Maria das Graças Soares, de 55, nunca mais foi a mesma desde que o filho caçula desapareceu. De uma mulher ativa, hoje ela passa os dias dentro de casa e depende de auxílio psicológico e medicamentoso para enfrentar o cotidiano.

São 20 anos sem o Murilo. Ele não desapareceu. Tiraram ele de mim com 12 anos. Uma criança. Vinte anos de luta e sofrimento. Sem respostas. Minha vida continua toda bagunçada. Eu queria que pelo menos algum desses envolvidos me informasse onde está o corpo do meu filho para eu poder enterrar", pede em meio às lágrimas.

Questionada sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que o Governo "tem sido referência nacional em políticas de segurança pública, com ações estratégicas que priorizam a proteção da vida, a transparência e o aprimoramento contínuo do trabalho policial".

Sobre as ocorrências envolvendo confrontos, a pasta comunicou que "todas as ações policiais são pautadas pela legalidade, em conformidade com os princípios constitucionais". O caso do desaparecimento de Murilo Soares foi arquivado pela Justiça goiana.

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Vídeo mostra jovem de 19 anos que desapareceu em Goiânia saindo pela portaria do prédio que mora com os pais

Pai do jovem, Rodrigo Gondim, de 43 anos, contou que a família ainda não teve qualquer notícia sobre o paradeiro de Luís Henrique

Modificado em 07/04/2025, 10:52

undefined / Reprodução

O jovem Luís Henrique de Moura, de 19 anos, segue desaparecido desde o dia 1° de abril quando saiu da casa onde mora com os pais no setor Oeste, em Goiânia. À reportagem, o pai do jovem, Rodrigo Gondim, de 43 anos, contou que a família ainda não teve qualquer notícia sobre o paradeiro de Luís Henrique. Imagens de câmeras de segurança do edifício onde a família mora gravaram o rapaz saindo às 09h25 do condomínio (veja no vídeo acima).

O vídeo mostra Luís Henrique saindo pela portaria do prédio com calça preta, camiseta cinza, boné preto e uma mochila também na cor preta nas costas. Segundo o pai do rapaz, antes do desaparecimento a família havia notado uma mudança no comportamento do filho.

Ele [Luís Henrique] não chegou a falar exatamente nada, só a questão do comportamento que percebemos que ele estava mais agitado, mais inquieto, mais impulsivo", detalhou.

Nas redes sociais, amigos, conhecidos e familiares de Luís Henrique se uniram para divulgar sobre o desaparecimento do jovem. Em uma publicação de Rodrigo Gondim, professor da rede pública, ele descreve como o filho saiu de casa.

Ele estava vestido exatamente como aparece na imagem, com uma pequena mochila e boné. Saiu sem celular, levando apenas o documento de identidade", escreveu o pai.

Na publicação, Rodrigo relata que infelizmente tem recebido trotes, o que segundo o pai, abala mais ainda a família.

Pedimos encarecidamente que sejam informações seguras e responsáveis, para evitar ainda mais sofrimento à nossa família", escreveu.

O vídeo publicado pelo pai do rapaz já alcançou 35 mil visualizações e mais de 660 curtidas. Nos comentários os seguidores de Rodrigo escreveram que estão compartilhando a publicação e em orações pela família.

Eu compartilhei no Instagram e coloquei no modo público para mais pessoas terem acesso. Deus abençoe que o encontre logo", comentou uma seguidora.

Para informar sobre o paradeiro de Luís Henrique, deve-se entrar em contato pelos números 197 da Polícia Civil ou pelo (62) 99102-0040, e falar com o pai do rapaz.

Luís Henrique saiu do condomínio com calça preta, camiseta cinza, boné preto e uma mochila também na cor preta nas costas (Arquivo pessoal/Rodrigo Gondim)

Luís Henrique saiu do condomínio com calça preta, camiseta cinza, boné preto e uma mochila também na cor preta nas costas (Arquivo pessoal/Rodrigo Gondim)

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Marido de vendedora desaparecida em Posse é preso

Jovem foi vista pela última vez no dia 20 de março

Vanessa Soares, de 24 anos, que desapareceu em Posse, no nordeste goiano.

Vanessa Soares, de 24 anos, que desapareceu em Posse, no nordeste goiano. (Reprodução/TV Anhanguera)

O pedreiro Paulo Alves, marido da vendedora Vanessa Soares, de 24 anos, foi preso na noite desta segunda-feira (31), em Posse, no nordeste de Goiás. A jovem, desaparecida há 12 dias, foi vista pela última vez pelo suspeito na noite do último dia 20.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito para um posicionamento até a última atualização deste texto.

A prisão temporária foi decretada pela Justiça após pedido da Polícia Civil (PC). A reportagem procurou a PC para saber quais são indícios que ligam o suspeito ao desaparecimento da vendedora, mas foi informada de que detalhes do caso não serão divulgados para não atrapalhar nas investigações.

De acordo com a família de Vanessa, o homem contou que adormeceu, mas acordou na madrugada do dia 21, e ao ir ao banheiro, na volta não encontrou a vendedora. "Aí, ele saiu a procura dela, mas desde então a gente não teve mais notícia", contou o irmão de Vanessa, o empresário Valdinei Soares Batista, de 28 anos, em entrevista à reportagem.

O que a gente sabe é que ela desapareceu entre a meia-noite e às 4 da manhã [de sexta-feira (21)]. Deixou a aliança e o celular em casa. Ela está sem documentos", pontuou o irmão.

Sem informações da vendedora, a família registrou uma ocorrência e a polícia iniciou as buscas na região e em cidades vizinhas.

O irmão da jovem reuniu um grupo para procurar por ela em áreas de mata próximas, enquanto amigos divulgam informações nas redes sociais.

O pai da vendedora, Manoel Mota, 58 anos, contou que a filha não tinha o hábito de sair de casa sem avisar. Ainda conforme a família, nos dias que antecederam o desaparecimento, Vanessa seguiu sua rotina normalmente. Ela trabalha em uma loja de materiais de construção e, no sábado anterior, viajou para Brasília para um evento familiar, retornando na segunda-feira para Posse. Na quinta-feira, trabalhou normalmente e depois foi para casa.

Ela estava normal. No sábado, foi para o aniversário da prima em Brasília, voltou na segunda e trabalhou até quinta-feira. Não percebemos nada de diferente", relatou o pai.

Sobre o relacionamento da filha, Manoel disse que nunca presenciou problemas entre o casal, mas ouviu comentários de vizinhos sobre discussões antigas.

A população pode ajudar com qualquer informação sobre o paradeiro de Vanessa entrando em contato pelo telefone 197, ou pelos telefones (62) 9.9981-1477 / (61) 99671-5612 / (62) 99969-2151.

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Criança indígena desaparece ao entrar em córrego e ser arrastada por correnteza em Tocantínia

Chuva forte teria provocado correnteza e elevado nível da água, buscas são feitas na região com apoio do Corpo de Bombeiros Militar e a Funai

Modificado em 09/01/2025, 14:24

Criança sumiu na água devido a correnteza forte

Criança sumiu na água devido a correnteza forte (Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação)

Uma criança indígena de 2 anos está desaparecida na Aldeia Cristalino, em Tocantínia, na região central do Tocantins. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, a criança estava com a mãe às margens do Córrego Piabanha, quando ela teria escutado o filho entrar na água e depois não o viu mais. As buscas tinham sido suspensas devido as condições do local, mas devem ser retomadas nesta quinta-feira (9).

O caso aconteceu na quarta-feira (8). O coordenador regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Bolivar Xerente, informou à reportagem, por telefone, que o córrego fica a 50 metros da aldeia.

A mãe da criança teria feito buscas e informou o desaparecimento aos moradores. Segundo Bolivar, na região choveu bastante o que teria provocado as fortes correntezas.

Os bombeiros foram chamados pela Funai e quando a equipe chegou ao local percebeu que não haveria como realizar mergulhos, pois o córrego é estreito e tem muitas galhadas. Conforme os militares, a chuva na noite de terça-feira (7) elevou o nível da água, provocando as correntezas.

As buscas então foram interrompidas na quarta-feira pois, segundo os bombeiros, seria "impossível localizar o corpo na superfície devido ao tempo de submersão".