Ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara deixa a prisão
Além do ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia, o ex-secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, e o ex-diretor financeiro da secretaria e do Fundo Municipal de Saúde, Bruno Vianna Primo, também foram libertados
Mariana Carneiro
7 de dezembro de 2024 às 11:55

Wilson Pollara é levado após audiência de custódia no Fórum Cível de Goiânia (Sérgio Rodrigues / TV Anhanguera)
O ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, saiu da prisão nas primeiras horas deste sábado (6). O ex-secretário executivo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Quesede Ayres Henrique, e o ex-diretor financeiro da pasta e do Fundo Municipal de Saúde, Bruno Vianna Primo, também receberam liberdade. Todos estavam presos na Casa do Albergado, no Jardim Europa.
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Em nota, a defesa de Pollara informou que "está certa de que irá conseguir comprovar a inocência de seu cliente que, neste momento, tem como foco principal buscar assistência médica para tratar de um câncer no rim, detectado durante a internação hospitalar nesta semana". (leia na íntegra ao final da matéria).
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O trio foi preso no dia 27 de novembro, no âmbito da Operação Comorbidade. O débito milionário da SMS com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) é o protagonista da operação. Até o momento, a investigação do MP-GO aponta que os três homens atuaram em um esquema para desviar recursos públicos em benefício deles próprios e de terceiros por meio de ingerência na gestão financeira da fundação.
Inicialmente, Pollara, Quesede e Bruno ficariam presos até 1º de dezembro. Entretanto, após a Justiça acatar um pedido do MP-GO, a prisão temporária foi estendida por mais cinco dias. Até o momento, o órgão ministerial não se movimentou em prol da prisão preventiva dos três homens.
Nota da defesa de Wilson Pollara
A defesa de Wilson Pollara informa que seu cliente se encontra em liberdade desde a madrugada deste sábado (07), tendo em vista que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) concluiu que não havia motivos para conversão da prisão temporária em prisão preventiva.
A partir de agora, a defesa irá acompanhar o desenrolar das investigações por parte do órgão ministerial, que poderá ou não ofertar denúncia contra Pollara, resultando eventualmente na instauração de uma ação penal pública.
O objetivo da defesa é que Pollara não seja denunciado, pois não há provas de materialidade delitiva por parte do cliente. Pollara não apenas não praticou qualquer tipo de crime à frente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), como, ao contrário, veio à Goiânia para tentar contribuir para a melhoria da atuação do órgão.
Com mais de 50 anos de carreira, mestrado e doutorado em clínica cirúrgica pela Universidade de São Paulo (USP) e uma gestão à frente da Secretaria Municipal de Saúde que se tornou sinônimo de eficiência, onde conseguiu zerar a fila de espera por exames, Pollara foi convidado para assumir a SMS, no ano passado, e colaborar para sanar os problemas da saúde em Goiânia.
Em todos os depoimentos das testemunhas ouvidas pelo MP-GO fica claro que a crise da dívida da SMS com prestadores de serviço e fornecedores já existia antes da vinda de Pollara, desde a gestão anterior do órgão, e que jamais houve qualquer tipo de prática ilegal, como suborno e propina, por parte do cliente.
Ao tentar solucionar os problemas da saúde em Goiânia, Pollara acabou perseguido e injustiçado. A defesa está certa de que irá conseguir comprovar a inocência de seu cliente que, neste momento, tem como foco principal buscar assistência médica para tratar de um câncer no rim, detectado durante a internação hospitalar nesta semana.
Thiago M. Peres
OAB/SP 257.761
OAB/GO 70.310