Governo adota medidas emergenciais em barragem com risco de rompimento, em Água Fria de Goiás
Secretaria de Meio Ambiente de Goiás alerta que as más condições do empreendimento podem provocar um “possível” rompimento
Augusto Sobrinho
15 de dezembro de 2022 às 12:00
Modificado em 20/09/2024, 06:28

Barragem possui 8 hectares de lâmina d’água e, de acordo com a Semad, ela apresenta galgamento sobre a crista e erosões no talude de jusante (Reprodução/Semad)
Com o início das chuvas intensas, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) determinou a adoção de medidas emergenciais para a barragem de Água Fria de Goiás, a 295 km de Goiânia. A titular da pasta, Andréa Vulcanis, alerta que as más condições do local podem provocar um "possível" rompimento.
A barragem possui oito hectares de lâmina d'água e, de acordo com a Semad, apresenta galgamento sobre a crista e erosões. "Existem oito famílias que vivem próximas ao empreendimento sob risco de serem atingidas em caso de rompimento", afirma Andréa ao destacar a importância da adoção das medidas de segurança para esses moradores.
A preocupação da Semad é com o alerta para chuvas intensas na região, emitido pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). Segundo a pasta, a situação pode provocar cheias nos reservatórios.
A secretária destaca que as manutenções da barragem devem se atentar ao nível da água do reservatório para isolar o acesso logo que ultrapassar o máximo e abrir 100% a tomada da água e a descarga de fundo. "O mais importante é garantirmos a segurança das pessoas e evitar danos severos ao meio ambiente", alerta.
Controlada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a barragem é voltada para irrigação das comunidades de assentamentos da reforma agrária. "O empreendimento já está sob contenção e medidas foram adotadas para reduzir o volume. Estão soltando a água aos poucos para evitar o rompimento", enfatiza Andréa.
Comitê
O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), a Defesa Civil, a Semad e a prefeitura de Água Fria de Goiás formam um "comitê de crise" para estabelecer metas e ações emergenciais para garantir a segurança da população residente na área abaixo da barragem. Ele funcionará até que todas as manutenções sejam cumpridas pelo Incra.
"Nós pedimos a todos os usuários e detentores de barragens que façam as manutenções. Caso verifique algum galgamento, ou seja, quando a água passa por cima da barragem, comunique imediatamente para que possamos fazer uma atuação emergencial e evitar que famílias, pontes e estradas sejam atingidas. Esse é o nosso alerta", finaliza Andréa.