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Hospital das Clínicas da UFG precisa de doadores de sangue

O maior complexo de ensino e pesquisa médica de Goiás, vinculado à Universidade Federal de Goiás, está operando com estoque crítico de sangue

Modificado em 20/09/2024, 00:12

Hospital das Clínicas da UFG precisa de doadores de sangue

(Divulgação)

Unidade da Universidade Federal de Goiás, o Hospital das Clínicas, o maior centro de ensino e pesquisa médica do estado, está operando com estoque crítico de sangue dos diversos grupos. O problema persiste desde o início da pandemia da Covid-19, quando a demanda cresceu potencialmente e o número de doadores caiu mais de 90%. Em média, o HC/UFG recebe em torno de 20 doações por dia, mas o número de atendimentos transfusionais diariamente gira em torno de 30.

Administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o HC atende pacientes de todo o estado, todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Para um hospital do tamanho do HC e com a complexidade de atividades diárias que realiza, como cirurgias e transfusões diversas, é muito pouco o que temos em estoque. A demanda transfusional não caiu, mas o número de doações, sim. Precisamos da colaboração de toda a sociedade, pois essa necessidade impacta diretamente a todos que necessitam de atendimento", explica Jefferson Vinícius da Silva, supervisor da Agência Transfusional do HC-UFG/Ebserh.

Jefferson lembra que o procedimento para doação de sangue é simples, rápido e seguro, sem nenhum risco ao doador. "Nenhum material usado na coleta do sangue é reutilizado, o que elimina qualquer possibilidade de contaminação".

Para fazer as doações, é imprescindível o agendamento prévio pelo telefone (62) 3269-8326 ou via Whats App (62) 99108-5774. O objetivo é evitar aglomerações em razão da pandemia de Covid -19.

Quem pode doar:

  • Pessoas entre 16 e 69 anos com peso acima de 50kg e que apresentem bom estado de saúde. Menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal dos responsáveis.
  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.
  • Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente.
  • Cuidados antes da doação:

  • Estar alimentado. Deve-se evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem o procedimento
  • Caso a doação ocorra após o almoço, aguardar 2 horas.
  • Sono de pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
  • Os homens podem doar até quatro vezes por ano; as mulheres, até três.
  • O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses, para os homens, e de três meses, para as mulheres.
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    Saiba o que diz a lei e qual a opinião de especialistas sobre estudante reprovado em banca de cotas da UFG

    Especialistas ouvidos pelo POPULAR questionam a decisão e defendem que Richard Aires possui características de uma pessoa parda

    Richard Aires de Sousa, de 19 anos, foi barrado na banca da UFG por não ser considerado pardo

    Richard Aires de Sousa, de 19 anos, foi barrado na banca da UFG por não ser considerado pardo (Kariny Bianca/O Popular e Arquivo Pessoal/Richard Aires)

    O caso do estudante Richard Aires de Sousa, de 19 anos, reprovado na banca de heteroidentificação da Universidade Federal de Goiás (UFG), gerou debates sobre os critérios de avaliação para cotas raciais nas universidades. Embora tenha sido aprovado no curso de Biotecnologia, Richard foi indeferido na classificação como pardo após ser submetido à análise fenotípica, que leva em conta suas características físicas. Especialistas ouvidos pela redação questionam a decisão e defendem que Richard possui características de uma pessoa parda.

    Em nota, a UFG afirmou que a prova de heteroidentificação não admite, em nenhuma hipótese, a comprovação por ancestralidade. A Comissão de Heteroidentificação utiliza exclusivamente o critério fenotípico para aferir a condição racial declarada pelo candidato.

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    Richard havia sido aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 13 de fevereiro. A primeira banca de heteroidentificação ocorreu em 26 de fevereiro, quando ele foi avaliado pessoalmente e gravou um vídeo se declarando pardo. Após horas de espera, o resultado foi divulgado e sua autodeclaração foi indeferida com a justificativa de que ele tem pele clara e cabelo liso. No dia seguinte, o estudante entrou com um recurso, mas a decisão foi mantida com as mesmas justificativas.

    Em entrevista à, o advogado Flávio Dias Abreu Filho, que está atuando na defesa de Richard Aires, informou que entrou com um pedido de liminar no Tribunal Regional Federal da 1ª Região para que o juiz determine à UFG a realização da matrícula do estudante.

    Entramos com uma ação anulatória, pois acreditamos que o ato administrativo é nulo devido a problemas na fundamentação. Quando Richard recorreu, a banca apresentou uma justificativa que consideramos subjetiva e que não aborda especificamente o caso dele", explicou o advogado.

    Flávio ressaltou que as características físicas de Richard, um estudante pardo, são visíveis, mas a banca não explicou de forma clara em qual grupo o estudante se enquadraria, já que não o consideraram pardo.

    A banca tenta justificar a negativa de maneira confusa, mas não apresenta razões específicas pelas quais Richard não é considerado pardo", destacou.

    Critério de avaliação

    Em entrevista à redação, Aluísio Black, Conselheiro Estadual de Direitos Humanos e Presidente do Centro de Cidadania Negra do Estado de Goiás (Ceneg-GO), explicou que acompanhou a implantação do sistema de cotas em Goiás, em 2005, sendo um dos primeiros estados no Brasil a adotar essa medida. Ele ainda afirmou que o critério de avaliação de uma banca deve ir além das características físicas.

    Ao meu ver, julgaram de forma equivocada. A banca precisa analisar a árvore genealógica da pessoa, não só o caráter físico. Não é porque a pessoa tem o cabelo liso, a pele mais clara, que deixa de ser negra ou parda", afirmou Black.

    Richard Aires junto com o pai Márcio Aires e mãe Lilia Rosa. (Kariny Bianca/O Popular)

    Richard Aires junto com o pai Márcio Aires e mãe Lilia Rosa. (Kariny Bianca/O Popular)

    O ativista ressaltou que, apesar das cotas raciais serem um avanço importante, existem pessoas que tentam se aproveitar do benefício sem ter direito. Ele enfatizou que os critérios para o acesso a cotas e vagas devem ser rigorosos para garantir a Justiça e evitar que as pessoas mal-intencionadas se aproveitem do sistema.

    É preciso lembrar também que as pessoas têm se aproveitado [das cotas raciais] para levar vantagens. Então, por isso, esses critérios públicos de acesso a cotas e vagas são altamente criteriosos", destacou Black.

    Aluísio Black destacou que, apesar de o Estatuto da Igualdade Racial ter pouco mais de 10 anos, a reparação de 300 anos de escravidão ainda é um processo longo. Ele ainda ressaltou sobre a importância das cotas raciais.

    As pessoas que se posicionam contra as cotas o fazem por falta de conhecimento. As cotas não são um instrumento eterno, elas são apenas para igualar as oportunidades de direito. Quando percebermos que todos estão sendo tratados da mesma forma --- nas vagas de emprego, com menos racismo --- as cotas deixarão de ser necessárias. Mas eu sei que, no momento, isso está longe de acontecer", ressalta Black.

    O que diz a Lei de Cotas

    Para ingressar no sistema de cotas das universidades federais, o candidato deve se declarar negro, pardo, indígena ou quilombola, além de ter cursado o ensino médio em escola pública. Candidatos brancos também podem concorrer às cotas, desde que tenham estudado em escola pública e possuam renda familiar de até um salário mínimo por pessoa.

    Em entrevista à redação, a advogada Ana Flávia Machado, membro do jurídico do Centro de Cidadania Negra do Estado de Goiás (Ceneg-GO), explicou que a Lei de Cotas nº 12.711/2012 foi atualizada em 2023. A nova versão garante que 50% das vagas nas universidades e institutos federais sejam destinadas a estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas.

    Com a atualização de 2023, essas vagas são destinadas exclusivamente aos estudantes que vêm da escola pública e não alcançaram a nota da ampla concorrência. A intenção da lei de cotas é reduzir a desigualdade social. Trata-se de uma política afirmativa, uma reparação histórica, especialmente para as pessoas negras e indígenas", afirmou Ana Flávia.

    Ela também explicou as etapas do processo: o candidato preenche uma autodeclaração e, em seguida, passa pela banca de heteroidentificação, responsável por confirmar se ele realmente se enquadra como negro ou pardo.

    Devido ao aumento de fraudes nas autodeclarações, os critérios de avaliação estão mais rigorosos. Contudo, no caso específico de Richard, é evidente que ele possui características físicas de uma pessoa parda", finalizou a advogada.

    Richard Aires foi aprovado por cotas no curso de Biotecnologia na Universidade Federal de Goiás (UFG) (Kariny Bianca/O Popular)

    Richard Aires foi aprovado por cotas no curso de Biotecnologia na Universidade Federal de Goiás (UFG) (Kariny Bianca/O Popular)

    Nota da UFG na íntegra:

    A Comissão de Heteroidentificação da Universidade Federal de Goiás (UFG) baseia-se no edital e na Instrução Normativa do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (IN MGI) 23/2023. Assim como determina o artigo 19 da IN, o procedimento é realizado por pessoas de reputação ilibada, que participaram de oficinas ou cursos sobre a temática da promoção da igualdade racial e do enfrentamento ao racismo e preferencialmente experientes nesta temática. A Comissão de Heteroidentificação é composta por cinco membros e suplentes. Já a Comissão Recursal é formada por três membros distintos daqueles que compõem a Comissão de Heteroidentificação. Já o artigo 14 da IN 23/2023 preconiza o respeito à dignidade humana, a garantia de padronização e de igualdade de tratamento entre as pessoas submetidas ao procedimento de heteroidentificação promovido no mesmo certame, bem como a garantia da publicidade e do controle social do procedimento de heteroidentificação, resguardadas as hipóteses de sigilo previstas na instrução normativa. Em relação a laudos, a normativa é expressa em dizer que: não será admitida, em nenhuma hipótese, a prova baseada em ancestralidade (artigo 20 da IN 23/2023, parágrafo 3º). Outro ponto destacado, no artigo 21, é de que a Comissão de Heteroidentificação utilizará exclusivamente o critério fenotípico para aferição da condição declarada pela pessoa no certame. Após o candidato passar pela banca inicial (Comissão de Heteroidentificação) e posteriormente pela banca recursal (Comissão Recursal), e o recurso for indeferido, administrativamente não há mais possibilidade de recurso (artigo 29, parágrafo 1º).

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    Sete dos 10 cursos mais concorridos na UFG são da área de saúde

    Graduação em Psicologia ocupa o topo da lista desde 2024, seguida por Fisioterapia e Medicina. Cálculo considera número de inscrições por vaga ofertada

    Ministrado pela Faculdade de Educação, curso de Psicologia tem maior relação candidato/vaga da UFG

    Ministrado pela Faculdade de Educação, curso de Psicologia tem maior relação candidato/vaga da UFG ( Wildes Barbosa / O Popular)

    Dentre os dez cursos de graduação mais concorridos da Universidade Federal de Goiás (UFG) no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em 2025, sete pertencem à área da saúde. O curso de Psicologia lidera a lista pelo segundo ano consecutivo, com 191 candidatos por vaga, seguido por Fisioterapia e Medicina, que, apesar de ter o maior número de inscrições na universidade, registra uma disputa de 137 candidatos por vaga, já que oferta mais do que o triplo em comparação com os dois primeiros colocados.

    Além dos três primeiros cursos, que pertencem à área da saúde, a lista dos dez cursos com a maior relação de candidatos por vaga inclui também os cursos de Biomedicina (118 por vaga), Enfermagem (88), Odontologia (84) e Nutrição (70). No meio da lista, contudo, há ainda o tradicional curso de Direito -- com duas posições, divididas para a oferta nos períodos matutino e noturno, sendo 107 e 98 candidatos por vaga disponibilizada, respectivamente --, além de Engenharia de Software (81).

    Nos últimos dois anos, o quadro de graduações que aparecem dentre as mais disputadas não sofreu grandes alterações. A única mudança foi a saída de Medicina Veterinária, presente em 2023 e 2024, com sua substituição por Nutrição em 2025. Entretanto, houve reposicionamentos: Biomedicina, antes na 5ª colocação, ultrapassou Direito e assumiu a 4ª posição. Medicina, que já foi o curso mais concorrido, cedeu o topo para Psicologia, e Fisioterapia que estava em terceira subiu para a segunda colocação (veja mais no quadro abaixo).

    Pró-reitor de Graduação da UFG, Israel Trindade explica que não é sempre que o curso mais disputado terá a maior nota de corte. Isso ocorre porque a concorrência é calculada pela divisão entre o total de inscrições no curso, incluindo ampla concorrência e disputa pela lei de cotas, e o número de vagas ofertadas. Já a nota de corte é a pontuação do último candidato que entrou por meio de ampla concorrência, ou seja, a nota mínima para o ingresso. No entanto, ele cita que quando os cursos têm grande competição, as notas também não devem ficar tão baixas. Neste ano, dos dez cursos com as maiores notas de corte, cinco estão entre aqueles que possuem as maiores relações de candidatos por vaga ofertada: Engenharia de Software, Medicina, Direito (matutino e noturno) e Psicologia.

    "Inteligência Artificial (IA) teve o ponto de corte mais alto neste ano, então as pessoas acabam achando que teve mais concorrência. Mas, quando se joga o número de inscrições por vaga ofertada, não é o mais disputado: ficou em 31ª posição", explica. Enquanto a maioria dos cursos mais concorridos é da área da saúde, as maiores notas de corte estão justamente nas graduações voltadas à tecnologia da informação. No fim de janeiro, a reportagem já havia mostrado que o curso de IA superou pela primeira vez a pontuação mínima para ingressar no curso de Medicina. Este, por sua vez, ficou na 3ª posição, logo após Engenharia de Software (2ª) e seguido por Ciência da Computação (4ª).

    "Embora surjam cursos novos, os tradicionais, em especial da saúde, seguem sendo os mais buscados", reflete Israel. Conforme ele, isso ocorre porque tanto como cursos na universidade quanto como profissões são "mais consolidados", além de haver mais oportunidades de emprego. "De certa forma, é um atrativo. O estudante quando vai escolher o curso é influenciado por uma série de fatores. Pode ser por uma influência familiar, mas também pela paixão dele mesmo, assim como pelo mercado de trabalho. Então ele quer saber se tem um bom salário, boas condições de trabalho, de empregabilidade. E o mercado de Medicina e Fisioterapia, por exemplo, sobretudo depois da pandemia de Covid-19, se firmou bastante", acrescenta.

    Surpresa

    Para ele, contudo, é uma "surpresa" Medicina ter ido para o terceiro curso mais concorrido, mesmo tendo 15.081 inscrições registradas no Sisu, mais do que o dobro do segundo colocado -- Biomedicina, com 7.091. "Sempre está entre os mais procurados. E, como tem uma demanda consolidada, sempre se espera que ocupe o topo da maior nota de corte e da relação de candidatos por vaga. É uma surpresa neste ano, mas isso não tira em nada o mérito do curso, que é um dos pioneiros da UFG", complementa. Para ter ideia, em nível nacional o curso de Biomedicina também foi o mais concorrido neste ano. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi registrada uma relação de 261,33 candidatos por vaga. Contudo, foram apenas seis vagas abertas ao todo, para 1.568 estudantes. Por outro lado, logo em seguida aparece o curso de Medicina.

    Israel Trindade explica ainda que há diferenças entre a quantidade de inscrições e inscritos, já que um único estudante (inscrito) pode se inscrever em mais de uma opção. Por isso, o total é maior do que o registrado nos anos anteriores, a exemplo de Medicina, que em 2024 teve pouco mais de 6 mil candidatos. E, como nos dois anos anteriores o quantitativo era de inscritos e não de inscrições, a reportagem elencou apenas a lista dos dez mais concorridos, sem demonstrar qual a relação de cada curso. O quantitativo de vagas, por outro lado, segue uma tendência. Mas mesmo com uma metodologia diferente, vale lembrar que os cursos se apresentam em uma dinâmica semelhante. "É bem parecido. O topo fica oscilando entre Medicina, Fisioterapia e Psicologia", define.

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    Inteligência Artificial tem maior nota de corte na UFG

    Professores apontam interesse pela profissão e perspectiva financeira como diferenciais

    Instituto de Informática abriga o curso de Inteligência Artificial, primeira graduação em IA do Brasil

    Instituto de Informática abriga o curso de Inteligência Artificial, primeira graduação em IA do Brasil (Divulgação/UFG)

    Em cinco anos de existência, a graduação em Inteligência Artificial (IA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) passou a liderar o ranking da nota de corte do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) 2025. Para entrar em uma das 40 vagas disponibilizadas para o curso, o aluno pior colocado somou 811,01 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, o que desbancou pela primeira vez o tradicional curso de Medicina, líder ao menos nos últimos 10 anos. A nota de corte de Medicina na UFG foi de 798,15 pontos, ficando em terceiro lugar, atrás ainda de Engenharia de Software, em que a nota mínima para passar foi de 799, 89.

    A mudança no ranking mostra uma disputa qualitativa nos cursos de tecnologia. Das sete maiores notas de corte, quatro foram da área. Em quarto aparece Ciência da Computação, com 781 pontos; em quinto Direito Matutino, com 773,99; seguido por Direito Noturno, com 760,78; e Sistemas de Informação, com 760,44.

    O coordenador da graduação em IA, Anderson da Silva Soares, aponta que a perspectiva financeira e o interesse pela profissão são os chamativos para que mais alunos busquem o curso, que é o pioneiro no Brasil. "A demanda do mercado existe e é muito grande, os alunos são contratados com um ou dois anos na graduação e é uma profissão da qual se fala muito, há esse interesse e é o que vem na cabeça de quem tem 17 anos", conta. Segundo ele, a maior parte dos graduandos é de alunos provenientes do ensino médio, com idade entre 17 e 18 anos, e com bastante entusiasmo. "Nosso papel é mostrar para os alunos onde está o exercício dele com a profissão, é o nosso maior desafio."

    Também professor no curso de IA da UFG, Celso Camilo reforça que "o mercado é grande e tem excelentes salários", o que cria o senso de oportunidade. "Além disso, as novas gerações já estão mais familiarizadas com as tecnologias e aprenderam a gostar. Isso também atrai o perfil mais inovador", relata. Soares lembra que a questão da concorrência nos cursos e o ponto de corte depende de vários fatores, como a demanda do mercado de trabalho e a referência da própria graduação. Assim, o fato de o Centro de Excelência em IA (CEIA) ser referência no cenário nacional, não apenas como formação de recursos humanos, faz com que o curso seja bastante procurado.

    Camilo explica que há dois movimentos importantes para justificar a busca pelo curso. "O primeiro é a percepção ampla da sociedade sobre a evolução da IA e a revolução que está causando na sociedade. As pessoas já percebem que o mundo está mudando e rápido. Isso gera um senso de oportunidade", diz. O segundo ponto é o desenvolvimento da excelência dessa área na UFG, com o Instituto de Informática e o (CEIA), que "são reconhecidos dentro e fora do país como um grande centro de desenvolvimento de talentos e projetos aplicados". Para ele, isso acaba atraindo mais pessoas também para a UFG.

    Soares lembra que o Ceia foi formado em 2019, com uma aliança com o Governo de Goiás, e uma das metas era a criação da graduação em IA com a formação de pessoas para atuar na área e abastecer o mercado, com a indução da demanda e a realização do ensino dos recursos humanos. "O Ceia é hoje o maior do Brasil, mesmo somando todos os outros centros não dá o nosso." Até por isso, o coordenador entende que ser o maior ponto de corte da UFG não altera a realidade do Ceia, mas que o fato muda a "perspectiva na procura por competências para uma sociedade melhor".

    Retomada tecnológica

    Soares explica que "a escolha no curso mostra uma mudança no balanço das múltiplas competências, fica mais equilibrado, o que é bastante positivo para o País, com essa retomada da procura por cursos de tecnologia e engenharias", diz. Para Camilo, ser o principal ponto de corte da UFG tende a ser um parâmetro de dedicação dos candidatos. "Pessoas mais engajadas e dedicadas costumam fazer uma melhor formação e apoiar a formação de outros alunos - favorecendo a cultura."

    Presidente do Conselho Estadual de Educação e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiás (Sepe-GO), Flávio Roberto de Castro conta que o fato dos cursos de tecnologia passarem a ser os principais pontos de corte da UFG não altera as perspectivas das escolas de Ensino Médio. "É o primeiro sinalizador dessa procura por outras profissões. Estamos vivendo momento de novas profissões, especialmente de IA, mas lógico que Medicina e Direito ainda são muito procurados e são relevantes." Para ele, como o Enem continua sendo a prova de entrada para todos os cursos, isso não muda a perspectiva das escolas, mas que já é percebido uma demanda dos alunos pela área, como a busca por cursos de robótica, por exemplo.

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    Sisu terá mais de 6 mil vagas para universidades de Goiás em 2025

    Quatro universidades ofertam vagas. Inscrições começam no dia 17 de janeiro

    Modificado em 23/12/2024, 19:44

    Fachada da Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Campus Samambaia, em Goiânia

    Fachada da Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Campus Samambaia, em Goiânia (Wildes Barbosa / O Popular)

    Goiás terá mais de 6 mil vagas disponibilizadas em universidades no estado aos estudantes que desejam tentar o acesso ao ensino superior em 2025 pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Para concorrer às vagas, os estudantes deverão se inscrever entre os dias 17 e 21 de janeiro de 2025, por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior (veja cronograma ao final da reportagem) .

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    As vagas estão distribuídas em quatro universidades públicas. A Universidade Federal de Goiás (UFG) lidera a lista com o maior número de vagas ofertadas. Ao todo, são 4.459. Na sequência, estão as Universidades Federais de Jataí (UFJ) e Universidade Federal de Catalão (UFCAT), com 1.080 vagas cada.

    O Instituto Federal de Goiás (IFG) disponibilizou 630 vagas. Já o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e a Universidade Estadual de Goiás (UEG), não aderiram ao Sisu.

    O Sisu utiliza as notas do Enem 2024 para calcular a nota de corte de cada curso, com base no número de vagas disponíveis e na quantidade de inscritos.

    Cronograma do Sisu 2025

  • 17 a 21/01 -- Período de inscrições
  • 26 a 31/01 -- Manifestação em lista de espera
  • 26/01 -- Resultado chamada regular
  • 27/01 a 04/02 -- Período de ocupação da chamada regular
  • 11/02 -- Convocação da lista de espera