Jovem é preso após ter surto e danificar mais de dez carros estacionados em Niquelândia
De acordo com a PC, o jovem foi encaminhado para um hospital
Redação O POPULAR
23 de janeiro de 2022 às 12:24
Modificado em 20/09/2024, 00:05
(Reprodução TV Anhnaguera)
Um jovem de 19 anos foi preso na última sexta-feira (21) após danificar mais de dez carros que estavam estacionados na porta da Secretaria de Educação de Niquelândia, município localizado no norte de Goiás. De acordo com a Polícia Civil (PC), o suspeito teria tido um surto psicótico e foi encaminhado para um hospital.
Como pode ser visto em fotos tiradas no local, o jovem quebrou para-brisas, vidros, portas e retrovisores dos veículos. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Cassio Arantes, pelo menos treze pessoas tiveram seus carros danificados.
Ainda conforme o delegado, o jovem foi transferido para um hospital psiquiátrico de Goiânia neste domingo (23), onde segue internado. O valor da fiança do adolescente foi estipulado em dez salários mínimos.
A Polícia orienta aos donos dos carros a irem até uma delegacia da Polícia Civil e registrarem um boletim de ocorrência.
Tia de menino que morreu após ficar trancado em carro de dona de berçário se revolta: 'Ninguém sentiu falta'; vídeo
Corpo de Salomão Faustino, de 2 anos, foi enterrado no Cemitério Municipal de Nerópolis. O momento foi marcado por forte comoção entre os familiares
Sylvester Carvalho
20 de fevereiro de 2025 às 16:01
Modificado em 20/02/2025, 16:01
Andréa Milhomen, tia de Salomão Faustino, de 2 anos, que morreu após ficar trancado dentro do carro da dona de berçário , revelou que a família está revoltada com a situação. Durante o velório da criança nessa quarta-feira (19) em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia, Andréa questionou o fato de ninguém na creche sentir falta do sobrinho.
A gente recebeu a notícia de que ele [Salomão] teria se machucado na creche, que era para os familiares irem para o hospital. O que mais nos revolta é ela [Flaviane] chegar no berçário e ninguém perceber que o Salomão não foi, ninguém perguntar, ninguém sentir falta. A própria Flaviane vê que só deixou o Salomão dentro do carro na hora de ir embora. Ontem, ela não foi mulher para entregar o corpo do Salomão para nós. A gente está clamando por justiça, a gente precisa de uma resposta", contou Andréa à TV Anhanguera.
O velório de Salomão aconteceu na Funerária Senap e foi marcado por forte comoção . A mãe da criança, Giselle Faustino, passou mal e precisou receber atendimento médico. No início da noite dessa quarta-feira, o corpo de Salomão foi enterrado no Cemitério Municipal de Nerópolis.
A dona do berçário, Flaviane Gabrielly Lima, de 36 anos, suspeita de deixar Salomão trancado dentro do carro, passou por audiência de custódia nessa quarta-feira e teve a prisão flagrante convertida em preventiva . Durante a sessão, o juiz Camilo Schubert Lima classificou o caso como homicídio com dolo eventual, ou seja, quando o fim (morte) não é almejado, mas se assume o risco.
Salomão Rodrigues Faustino morreu na terça-feira (18) (Reprodução/Redes sociais)
Ao POPULAR , o advogado Giovanni Machado, que representa Flaviane, disse que ela trabalha com crianças há anos e "sempre foi uma pessoa responsável e cuidadora e está profundamente abalada, vivendo o pior momento de sua vida". Ele explicou que não houve "qualquer intenção, qualquer descuido consciente ou negligência deliberada" e "não há tentativa de se esquivar da responsabilidade". "No momento da prisão em flagrante, ela estava a caminho do distrito policial para se apresentar", complementa, ao acrescentar que a creche "provavelmente" não deve voltar a ser aberta.
Relembre o caso
Salomão morreu na tarde da última terça-feira (18) após ser esquecido dentro de um carro em Nerópolis. Segundo a Polícia Civil (PC), a dona da creche onde o menino estudava, Flaviane, esqueceu Salomão no veículo por cerca de quatro horas. A temperatura no dia chegou a 32 ºC. Quando percebeu o erro, Flaviane chegou a chamar os bombeiros, mas a criança não resistiu.
Ainda conforme a PC, após a confirmação da morte, Flaviane tentou fugir para Itaberaí, mas foi localizada e presa. Ela alegou que temia represálias. A mulher foi presa e levada ao Complexo de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia. A polícia segue investigando o caso e aguarda o laudo cadavérico para saber exatamente as causas da morte de Salomão.
Muito abalada, a mãe de Salomão, Giselle, é conduzida em cadeira de rodas pelo marido, Vilmar, durante o cortejo (Wildes Barbosa / O Popular)
Salomão Rodrigues Faustino morreu na terça-feira (18) (Reprodução/Redes sociais)
Atirador de elite do Bope foi morto com três tiros em ação policial
Cabo Paulo Vitor Coelho Campos era exímio atirador e foi alvejado por foragido que fez mulher e enteada reféns. Militares estavam em ocorrência em Niquelândia para prendê-lo quando foram surpreendidos
Malu Longo(Colaborou Gabriella Braga)
12 de fevereiro de 2025 às 08:15
Cortejo do PM até a Academia da Polícia Militar, onde foi velado (Wildes Barbosa / O Popular)
Chegada do corpo do PM para velório (Wildes Barbosa / O Popular)
Zona rural em Niquelândia onde aconteceu o crime e onde o suspeito morava a quatro anos (Reprodução/TV Anhanguera)
Cabo Paulo Vitor Coelho Campos, que morreu no confronto (Reprodução/TV Anhanguera)
Local onde aconteceu o crime, na zona rural de Niquelândia (Reprodução/TV Anhanguera)
Cabo Paulo Vitor Coelho Campos, do Bope (Reprodução/Redes sociais)
Armamentos apreendidos pela polícia (Divulgação/Polícia Militar)
Material apreendido no local do crime pela polícia (Divulgação/Polícia Militar)
Armamentos apreendidos pela polícia no local do crime (Reprodução/TV Anhanguera)
O cabo PM Paulo Vitor Coelho Campos, prestes a completar 33 anos, era considerado um exímio atirador. Instrutor de tiro, era membro reverenciado do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar de Goiás (PM-GO). Não foi por acaso que integrava o grupo de elite que se deslocou para Niquelândia, no Norte goiano, para prender Fábio Bernardo dos Santos, 37, de extensa ficha criminal e vivendo clandestinamente no povoado de Garimpinho, a 70 km da sede do município. Ambos morreram na operação na madrugada desta terça-feira (11). O militar foi baleado três vezes e seu corpo está sendo velado na Academia da PM-GO, no Setor Leste Universitário, com sepultamento previsto para as 9 horas desta quarta-feira (12), no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia.
Dezenas de policiais do Bope, que é baseado em Goiânia, se deslocaram para a zona rural de Niquelândia após o serviço de inteligência identificar a presença na região de Fábio dos Santos, conhecido como Fábio Cigano. Mesmo preparados, os policiais não contavam com a astúcia do fugitivo, apontado como um contumaz criminoso, com participação em assaltos a bancos, a carros-fortes e executor de homicídios -- cinco, pelo menos. Com mandado de prisão em aberto expedido pela Vara do Júri da comarca de Juazeiro (BA), por assalto a mão armada e uso ilegal de arma de fogo, ele estava disposto a matar ou morrer.
De dentro da residência onde vivia com a mulher e a enteada, Fábio percebeu que o Bope tinha feito o cerco. Era madrugada, mas ele notou a movimentação por câmeras de monitoramento que tinha instalado na parte externa da casa. Segundo a PM, como tinha armamento pesado em casa, como fuzis calibres 5.56 e 7.62, Fábio começou a atirar. Ao menos 60 tiros foram disparados, conforme a PM. Foi nesse momento que três deles atingiram o cabo Paulo Vitor Coelho Campos, além do sargento José Carlos Rodrigues Mendes. Ambos foram socorridos, mas o primeiro não resistiu aos ferimentos; o segundo foi atingido de raspão no braço, sem maior gravidade.
Fábio Bernardo dos Santos, de 37, tinha extensa ficha criminal (Reprodução)
Fábio Cigano não se entregou e continuou resistindo, apesar do grande número de policiais do Bope nas proximidades da casa. Ele optou por fazer reféns a mulher e a enteada. Mais tarde, em depoimento informal à PM, ela contou que ele estava disposto "a matar ou morrer". E foi o que aconteceu. Após cinco horas de negociação, outros atiradores de elite entraram em ação. Em nota, a PM explicou que foram "mobilizados todos os recursos necessários" e adotados "protocolos técnicos de gerenciamento de crise, incluindo o isolamento do local e a tentativa de negociação". Conforme o comunicado, "mesmo após intensas tratativas, o agressor permaneceu resistente e, diante da ameaça cada vez maior de violência contra as vítimas, foi alvejado e veio a óbito".
Fábio mantinha em casa um verdadeiro arsenal. A PM apreendeu diversos armamentos, como vários fuzis e espingardas, além de munições e bananas de dinamite. Segundo sua mulher, eles tinham saído da Bahia em 2023 e se deslocado para Garimpinho. O distrito, cercado de serras, fica depois do distrito do Muquém, que agosto sempre recebe a romaria religiosa em homenagem a Nossa Senhora da Abadia do Muquém. E foi com oração que o Bope homenageou o colega morto, no mesmo local onde tudo aconteceu, tendo como testemunha o armamento apreendido. Abraçados, os policiais fizeram a oração do Bope.
Em entrevista à TV Anhanguera, o delegado Cássio Arantes disse que Fábio Bernardo foi baleado em uma tentativa de evadir do local. "Ele teria utilizado a companheira como escudo para sair e verificar a situação do lado de fora e, dentro da janela de oportunidade, o sniper (atirador de elite) do Bope conseguiu efetuar um disparo e neutralizar a ameaça antes de acontecer um mal maior", informou. Em vídeo dos policiais sobre a ocorrência e divulgado pela emissora, a mulher dizia que havia solicitado ao marido para que a deixasse sair junto com a filha. "Pedi várias vezes para sair, para ele deixar a gente ir embora, por causa da minha filha. Ele disse não, porque se eu saísse não tinha jeito para ele."
Planejamento
Durante coletiva de imprensa no velório do cabo nesta terça-feira, na Academia da PM, em Goiânia, o chefe do Estado-Maior Estratégico da PM de Goiás, coronel Durvalino Câmara dos Santos Júnior, relatou que havia indícios de que Fábio Bernardo "estava se preparando para diversas ações" na região. Contudo, tal suspeita está sendo investigada pela Polícia Civil. "Ele era morador da região havia quatro anos e, nesse intervalo, tivemos diversas ações na Bahia e em todo o Nordeste de roubos a carro-forte e novo cangaço."
O coronel ponderou ainda que houve "surpresa" pela reação de Fábio Bernardo. "Cabo Campos era um homem com curso de ações de comandos, operador tático do Bope e altamente treinado, e estava portando o melhor de equipamento. Mas infelizmente tínhamos um agressor que nos surpreendeu pela agressividade. Sabíamos que ele estava com a mulher e filha, então não acreditávamos que teria uma reação tão violenta. Mas, da mesma forma, a resposta foi à altura", acrescentou. (Colaborou Gabriella Braga)
Cabo é homenageado em velório na Academia da PM
O corpo do cabo Paulo Vitor Coelho Campos começou a ser velado durante a tarde desta quinta-feira (11) no auditório do Comando da Academia de Polícia Militar, em Goiânia. A cerimônia no local teve início após um cortejo que saiu de uma funerária no Setor Bueno, passando pela Praça Cívica até à Academia da PM, no Setor Leste Universitário. Logo após o cortejo feito pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO), o caixão foi levado para o auditório por oito militares do Bope. O espaço foi lotado por familiares e amigos, os colegas de farda, além de policiais federais, policiais rodoviários federais e membros da Polícia Técnico-Científica.
Corpo do cabo Campos chega à Academia da PM para o velório (Wildes Barbosa / O Popular)
Governador em exercício devido à viagem de Ronaldo Caiado (UB) à Índia, Daniel Vilela (MDB) esteve na cerimônia para prestar solidariedade à família e amigos e, ao falar com a imprensa, lamentou o ocorrido, classificando Paulo Vitor como "um grande policial". "Sentimos muito, porque os nossos policiais literalmente doam a vida para garantir a segurança da nossa sociedade. E situações como essa nos trazem uma profunda tristeza porque perdemos um grande profissional, um grande policial que, ao combater um caso de alta periculosidade que se escondia aqui no nosso Estado, acabou sendo abatido. Venho reforçar nossa posição de garantir com que Goiás continue sendo um Estado seguro", disse Vilela.
Chefe do Estado-Maior Estratégico da Polícia Militar de Goiás, o coronel Durvalino Câmara dos Santos Júnior também teceu elogios ao companheiro de corporação ao falar com a imprensa. "Paulo Vitor era um homem vocacionado e que tinha uma vontade muito grande de fazer a diferença na vida do cidadão. A sociedade goiana hoje reconhece nosso suor, nosso trabalho e nossas lágrimas, e reconhece o quanto nós nos sacrificamos e o quanto somos capazes de doar o bem mais precioso, que é nossa vida, por quem não conhecemos. É uma perda irreparável para nossa instituição, mas sabemos que estamos no caminho certo. Somos uma instituição que não recua para o crime e hoje estamos aqui honrando o nosso irmão de farda que deu a vida por vocês", destacou.
Homenagens
A operação, que mobilizou cerca de 200 policiais, repercutiu em todo o País pela morte do atirador de elite da PM goiana. O cabo Paulo Vitor Coelho Campos, que deixa dois filhos menores, foi homenageado pela corporação e pelo governador Ronaldo Caiado, que está em viagem à Índia. "Ele faleceu cumprindo sua missão de proteger os cidadãos goianos e será lembrado por sua coragem e dedicação", afirmou, em nota. Daniel Vilela também expressou condolências ao cabo Paulo Vitor que, conforme ele, "dedicou sua vida à missão de proteger a sociedade goiana, atuando com coragem, honra e comprometimento no Bope". "Sua bravura e espírito de serviço permanecerão como legado para todos que integram a segurança pública do nosso Estado", disse, em nota publicada nas redes sociais.
Nas páginas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), mais homenagens ao cabo Paulo Vitor. "Hoje nos despedimos de um guerreiro que dedicou sua vida à proteção da sociedade. CB Campos tombou em combate, cumprindo sua missão com honra, coragem e lealdade. Não foi apenas a tropa que perdeu um irmão -- a sociedade perdeu um defensor incansável, um combatente que jamais hesitou em enfrentar o perigo para garantir a segurança de todos. Seu sacrifício jamais será esquecido. Seu nome será lembrado nas fileiras do Bope e na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo." E até mesmo a PM Rodoviária de Santa Catarina fez um tributo ao goiano. Em vídeo publicado nas redes sociais, os militares catarinenses bateram continência ao colega de farda.
PM morre após ser baleado por homem que faz família refém, em Niquelândia, diz polícia
Outro policial ficou ferido durante a ocorrência, mas não corre risco de morte
Sylvester Carvalho
11 de fevereiro de 2025 às 14:28
Policial militar foi morto durante cumprimento de uma operação para prender um suspeito de alta periculosidade ((Reprodução/ TV Anhanguera))
O policial militar Paulo Vitor Coelho Campos morreu após ser baleado por um homem que faz a própria família como refém, em Niquelândia, no norte goiano. Outro policial foi baleado no braço. Ele já recebeu atendimento médico e não corre risco de morte. As informações foram confirmadas ao Daqui pelo batalhão da cidade. O caso aconteceu nesta terça-feira (11) na zona rural do município.
Segundo a Polícia Militar de Goiás (PMGO), a ocorrência segue em andamento e o agressor está mantendo membros da própria família como reféns. A PMGO também informou que o local já foi isolado pela corporação e está aplicando protocolos de gerenciamento de crise (leia na íntegra abaixo).
Paulo Vitor era cabo do Batalhão de Operações Especiais (Bope), segundo a PMGO. Ainda não se sabe as motivações e o histórico do suspeito. Conforme a polícia, assim que chegou na propriedade, a equipe foi recebida com tiros de fuzil. Nota da PMGO
A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que, na madrugada desta terça-feira, durante uma ocorrência na zona rural do município de Niquelândia, dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foram alvejados.
A Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) informa que a ocorrência na zona rural de Niquelândia ainda está em andamento. O agressor mantém membros de sua própria família como reféns em um local totalmente isolado pela corporação.
Todas as forças necessárias já foram mobilizadas para garantir uma resolução segura da situação. No local, equipes especializadas atuam com protocolos técnicos de gerenciamento de crise, visando preservar vidas e assegurar a segurança da população.
Dezembro de 2024 fechou com aumento de 7,2% em Goiás, impulsionado pela acessibilidade dos preços e estabilidade da taxa de juros
Gabriel Neves
27 de janeiro de 2025 às 06:35
Fabrício Macedo, gerente da Goiânia Veículos: “Demanda pelo carro usado tem subido muito no mercado” (Wesley Costa / O Popular)
O mercado de veículos usados e seminovos apresentou crescimento em Goiás. Impulsionado por fatores como acessibilidade em comparação com veículos zero quilômetro e estabilidade da taxa de juros, o estado fechou o mês de dezembro do ano passado com aumento de 7,2% das vendas comparado ao mesmo período de 2023, segundo levantamento da Federação dos Revendedores de Veículos Usados (Fenauto).
Em todo o estado, a entidade aponta que no último bimestre do ano passado (novembro e dezembro) foram vendidos 89.430 veículos usados. Com isso, Goiás despontou em primeiro lugar na quantidade de unidades comercializadas entre os demais estados do Centro-Oeste.
As associações e entidades representativas apontam que a tendência de crescimento vem desde 2022, com o início do cenário pós-pandêmico e de retomada da economia, mas que viu seu melhor desempenho no ano passado, sobretudo pela taxa de juros do país se manter estável.
De acordo com dados da Associação dos Revendedores de Veículos de Goiás (Agenciauto-GO), uma particularidade observada em Goiás é o período de maior movimentação de vendas, que se inicia em outubro e se estende até o dia 20 de dezembro. Esse comportamento é influenciado pela chegada do décimo terceiro salário e pelo aumento na oferta de carros para troca, caracterizando o fim do ano como o ápice do mercado de veículos usados no estado. Após esse período, as vendas costumam desacelerar devido às festividades de fim de ano e os custos adicionais com IPVA e matrículas escolares, por exemplo.
O presidente da Agenciauto-GO, Matheus Lira, explica que o principal motivo que leva as pessoas a comprarem o carro seminovo, por exemplo, e não o zero quilômetro é o preço, mais elevado desde a pandemia. Ele diz que foi isso que trouxe mais "movimento" para o mercado de seminovo.
"O outro motivo é a mobilidade urbana ter melhorado com o advento do Uber, que ajudou demais os seminovos, porque passou a ser uma outra forma de fonte de renda do brasileiro", afirma.
No mercado de carros usados, os veículos são classificados conforme a idade: seminovos têm até 3 anos de uso, usados jovens possuem entre 4 e 8 anos, usados maduros variam de 9 a 12 anos, e os "velhinhos" são aqueles com 13 anos ou mais, geralmente modelos mais antigos e com maior necessidade de manutenção.
"Outro ponto foi a estabilidade da taxa de juros. A gente estava com a taxa de juros bem atrativa, e isso aqueceu. Tanto vale para zero quanto para o seminovo. Esses fatores macroeconômicos: inflação, taxa de juros, emprego, tudo isso refletiu para a venda de carros como um todo, em especial para o seminovo, devido ao preço estar melhor."
Gerente da Goiânia Veículos, Fabrício Macedo diz que os modelos populares que antes custavam cerca de R$ 60 mil já ultrapassam R$ 80 mil, enquanto versões completas chegam a mais de R$ 100 mil.
Essa realidade tem tornado os seminovos a principal opção para muitos consumidores, especialmente em faixas de preço entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, onde há maior dificuldade de reposição nas lojas.
"Hoje estão próximos de R$ 80 mil os populares completos. Por exemplo, o Onix custa R$ 108 mil. A Strada, mais vendida do Brasil, tem versões de R$ 145 mil. É por isso que para muitos é inaceitável. Aí a demanda pelo usado tem subido muito", afirma.
Mais vendidos
Segundo a Fenauto, na categoria popular, o Gol (Volkswagen) foi o automóvel usado mais vendido em dezembro do ano passado em Goiás, com 2.719 unidades comercializadas. Na sequência, aparecem o HB20 (Hyundai), com 1.187, e o Uno (Fiat), com 1.059, em segundo e terceiro lugares respectivamente.
Na classificação dos veículos comerciais leves, ou seja, aqueles que possuem capacidade de carga de até 3.500 kg (projetados para uso comercial) incluindo picapes, vans, furgões e outros modelos similares, o modelo usado mais vendido em Goiás em dezembro de 2024 foi o Strada (Fiat), com 1.334 cópias comercializadas, segundo a Fenauto. Em seguida, aparecem a S10 (GM), com 1.138, e a Hilux (Toyota), com 987.
Para 2025, as perspectivas seguem otimistas para o segmento de usados. De acordo com Macedo, as lojas já enfrentam alta demanda e estão intensificando a busca por veículos para reposição no estoque, a fim de acompanhar o ritmo das vendas.
A preferência por carros usados reflete as condições econômicas e a adaptação das famílias, que buscam alternativas mais adequadas às suas necessidades e orçamentos. "As famílias estão viajando mais de carro, e por exemplo, uma família de cinco, qual o valor do aéreo para cinco hoje? Eles preferem trocar ou comprar um carro que atende essa e as outras demandas da família", afirma.
Financiamento
Além do custo inicial, as condições de financiamento também exercem pressão sobre o mercado. Taxas de juros historicamente altas praticamente dobram o valor final de veículos novos adquiridos a prazo, inviabilizando o compromisso para grande parte da população, diz Macedo.
Conforme dados da B3, Goiás registrou um total de 272 mil veículos financiados em 2024, volume 19% maior em relação ao ano anterior. Apenas em dezembro, houve um aumento de 3,3% nas unidades financiadas, frente a igual período de 2023. Os números consideram modelos novos e usados.
O destaque, entre as modalidades, ficou por conta dos financiamentos de motos, que cresceram 24,6% no ano passado, comparado a 2023. Em seguida aparecem os autos e comerciais leves, com incremento de 18,7%. Enquanto as operações relativas a veículos pesados diminuíram 4,6% no Estado, também em base anual.