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Médico explica riscos de deixar hospital poucas horas após parto

Kate Middleton deu à luz seu terceiro filho nesta segunda-feira, 23, e deixou o hospital apenas sete horas após o parto

Modificado em 26/09/2024, 00:48

Kate e William com o novo membro da família.

Kate e William com o novo membro da família. (Tim Ireland / AP Photo)

O terceiro filho de Kate Middleton e William, duquesa e duque de Cambridge, nasceu na manhã desta segunda-feira, 23, em Londres. Apenas sete horas após dar à luz, Kate deixou o hospital com seu bebê, cujo nome ainda não foi divulgado, no colo. Entretanto, a curta permanência de Kate na maternidade deixou muitas pessoas intrigadas: é seguro receber alta tão cedo após o parto?

O ginecologista Eduardo Borges da Fonseca, presidente do Comitê Nacional de Perinatologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), explica que o período ideal para uma mulher ficar no hospital após dar à luz é, na realidade, uma convenção para sistematizar o processo e evitar erros. No Brasil, os hospitais costumam dar alta às mães cerca de 48 horas pós-parto, mas o médico diz que 24 horas são suficientes.

"No mundo todo, inclusive no Brasil, a alta se dá entre 48 a 72 horas, porque o teste do pezinho, que é aquele que avalia alterações genéticas e erros de metabolismo, é geralmente feito 24 horas após o nascimento. Na verdade, ele pode ser feito até o sétimo dia do nascimento, mas para facilitar para a mãe, foi convencionado na medicina dar alta já com o teste do pezinho feito", explica Eduardo, que diz que o período ainda serve para que a mãe possa amamentar pelas primeiras vezes com orientação e propicia tempo para tirar dúvidas com a equipe médica.

Além disso, as 24 horas de observação são importantes pois as principais complicações que acometem a mãe e o bebê no pós-parto ocorrem neste período. "Não existe a real necessidade de ficar por dois dias no hospital, mas esse procedimento existe para facilitar o processo total de recuperação da mãe. No caso da cesária, para reestabelecer o fluxo intestinal e também para possibilitar o teste do pezinho", diz.

Vale ressaltar que tudo depende de como a mulher está reagindo ou respondendo à dor. "Na medicina moderna, o ideal é que, quanto mais cedo a mulher for para casa, melhor", fala Eduardo. O médico, porém, não aconselha a alta antes das 24 horas pois há um pequeno risco de desenvolvimento de hemorragia. Ele explica que 80% das hemorragias ocorrem na primeira hora após o parto, mas 20% pode ocorrer nas 23 horas restantes.

Quando deu à luz George, seu primeiro filho, em 2013, Kate passou a noite no hospital. Já em seu segundo parto, quando trouxe ao mundo Charlotte, em 2015, ela deixou a maternidade apenas dez horas após o parto, e agora foram sete horas no local antes que voltasse ao Palácio de Kensington.

Um dos motivos possíveis para que Kate deixasse a maternidade tão cedo é a presença de muitas pessoas ao redor do hospital -- fãs da família real acampavam há dias na frente do local esperando pelo nascimento do terceiro bebê dela com William --, o que pode incomodar as outras mães que estão sendo atendidas ou internadas.

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Empresária presa por engano na frente dos filhos em Londres desabafa

Alline Fernandes Dutra foi levada em um camburão e passou mais de 30 horas presa. Ela foi confundida com homônima

Modificado em 17/09/2024, 16:31

Alline em frente à corte depois da última audiência, quando foi confirmado de uma vez por todas a sua inocência

Alline em frente à corte depois da última audiência, quando foi confirmado de uma vez por todas a sua inocência (Arquivo pessoal/Alline Fernandes Dutra)

A empresária goiana Alline Fernandes Dutra, de 36 anos, foi presa por engano no aeroporto de Londres por ter o nome parecido com uma mulher procurada por dirigir bêbada. Mesmo após apontar que a foto e os dados da pessoa procurada não eram iguais aos seus, Alline foi levada em um camburão e chegou a ficar 30 horas em uma cela.

Foram os piores momentos da minha vida. Fui a loucura dentro da cela, estava sozinha em uma cela, mas rodeada de outros presos. Dava pra escutar os outros presos", afirmou.

Alline contou que não conseguiu dormir. "Teve uma hora que eu estava em crise incontrolável, eu esmurrava a porta da cela pedindo remédio para dor e uma janta", conta. Disse que pediu remédio porque estava sentindo dores nos braços e na cabeça. "Eles me algemaram muito apertado, ficou inchado. Mas também tive uma dor na cabeça terrível talvez por tanta pressão do stress que eu estava e por ter chorado praticamente as 30 horas que estava sob custódia da polícia", afirmou.

Ela contou ao POPULAR que a digital dela assinalou vermelho no sistema, o que significa que não era a mesma do registro da pessoa procurada. Alline contou que a, durante a detenção, os policiais se recusara a mostrar os dados básicos que que tinham da suspeita presa em 2022 - como data de nascimento, endereço, qual carro ela dirigia ou onde foi presa. "Após ir à corte, descobrimos que nenhum dos dados que eles tinham em mãos eram iguais aos meus", afirmou.

No dia seguinte após a prisão, Alline foi colocada diante ao juiz. "Durante a audiência, vimos que a polícia havia sumido com a foto da suspeita e também não passaram a informação de que minha impressão digital havia voltado vermelha, já provando a minha inocência", disse. Ela ainda informou que, enquanto ouvia o juiz falar, percebeu que a polícia teria editado o documento da prisão de 2022.

Segundo Alline, o nome dela completo e endereço foram adicionados ao documento, o que deixou "tudo mais confuso no sistema, para parecer que eu tinha algo a ver com o crime". Ela somente foi solta após o juiz ver em um vídeo da mulher procurada sendo presa, em 2022. "Enfim confirmaram que não era eu a pessoa e então fui solta, em liberdade condicional com data marcada para retornar à corte", contou. Atualmente, o processo continua aberto e a suspeita continua procurada.

Foi uma situação desesperadora, de muita aflição. Meu marido chorava ao falar com os policiais. Meu filho mais velho também. Minha filha de 1 ano e 3 meses ficou muito assustada", disse Alline.

O Itamaraty, em nota, afirmou que o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Londres, acompanha o caso e presta assistência consular à brasileira. Ainda recomenda que, em casos de emergências no exterior, que brasileiros contatem a repartição consular mais próxima.

É bem nítido aqui a indiferença com que tratam quem não é nato daqui. Sou casada com inglês e sempre que precisamos do serviço público ele liga ou vai à frente pois o tratamento é melhor. A discriminação é nítida", disse Alline.

Entenda o caso

No dia 13 de junho, quinta-feira, Alline Fernandes Dutra, estava no aeroporto de Londres para embarcar num voo para Florença para celebrar um casamento e curtir férias. No check-in, ao despachar as malas, Alline foi abordada por policiais. "Três policiais, dois homens e uma mulher, chegaram até mim muito armados e perguntaram se eu era Aline Fernandes". Ela confirmou, acrescentando seu último sobrenome, Dutra, ao responder aos agentes. Foi quando recebeu voz de prisão, por, segundo eles, ter cometido um crime em 2022 e não comparecer à corte no prazo devido.

Os policiais informaram a ela que, no dia 15 de janeiro daquele ano, teria sido flagrada dirigindo embriagada. O suposto crime de Alline (com dois Ls) Fernandes Dutra, na verdade, teve uma Alinne Fernandes (com dois Ns e sem Dutra no nome) como autora. "A questão é que eu não dirijo, não tenho carteira de motorista e não estava nas redondezas do local quando a outra pessoa foi presa", relatou Alline ao jornal. Foi o que ela argumentou também com os agentes que insistiram em levá-la presa.

A empresária e o marido viram que, nos papéis que foram apresentados, havia uma foto da pessoa procurada, que não se parecia com Alline. Um dos policiais chegou a falar que não adiantava colocar o foco na questão da foto. A agente disse que se as impressões digitais não conferissem, seria liberada, mas nem a impressão digital dela ter assinalado vermelho no sistema (quando não confere com o registro da pessoa procurada) fez com que a liberassem.

A goiana só foi solta após passar o vídeo da mulher procurada sendo presa, em 2022. "Disseram para mim que ainda estão atrás da pessoa e por isso não puderam fechar o caso. Ficou uma situação ainda aberta, por isso tenho de andar com esse documento, para provar que não sou a procurada", explica. (Colaborou Elder Dias)

Posicionamento

Itamaraty

"O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Londres, acompanha o caso e presta a assistência consular cabível à nacional brasileira.

Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.

Em casos de emergência no exterior, recomenda-se aos viajantes brasileiros contatar a repartição consular mais próxima."

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Inglaterra elimina Austrália e faz final inédita contra a Espanha na Copa do Mundo

Inglaterra elimina Austrália e faz final inédita contra a Espanha na Copa do Mundo

Modificado em 19/09/2024, 00:45

Jogadoras da Inglaterra celebram classificação à final da Copa do Mundo

Jogadoras da Inglaterra celebram classificação à final da Copa do Mundo (Divulgação/@FifaWWC)

Desfalcada de suas duas principais jogadoras desde o início da Copa do Mundo feminina e com outra estrela suspensa, a Inglaterra desafiou os contratempos para ir à final.

Nesta quarta-feira (16), a equipe venceu a Austrália por 3 a 1 pela semi. No próximo domingo (20), faz a decisão contra a Espanha. A certeza é que o Mundial feminino terá uma campeã inédita.

Já é o melhor resultado da história da seleção inglesa e a confirmação do favoritismo da equipe que chegou à competição como campeã continental. No ano passado, venceu a Eurocopa.

Em 2015 e 2019, a Inglaterra havia sido derrotada nas semifinais. Em 38 jogos sob o comando da treinadora holandesa Sarina Wiegman, o time perdeu apenas uma vez. Mas este revés havia acontecido em amistoso diante da Austrália, neste ano.

A finalista desembarcou na Oceania sem Beth Mead, artilheira do título europeu do ano passado, e a volante/capitã Leah Williamson. Ambas não foram convocadas por causa de lesões no joelho. Na vitória sobre a Nigéria, pelas oitavas de final, a atacante Lauren James foi expulsa e recebeu dois jogos de suspensão. Ela retorna apenas na decisão de domingo.

A Inglaterra dominou o primeiro tempo, em parte porque a Austrália decidiu que o melhor caminho era se fechar e usar os contra-ataques. Algo que não aconteceu nos primeiros 45 minutos. No único lançamento que pegou a zaga rival desguarnecida, Sam Kerr saiu na cara do gol, mas já havia sido marcado impedimento.

A recompensa pelo melhor desempenho inglês veio aos 35, quando Ella Toone acertou chute no ângulo para abrir o placar. No restante da etapa inicial, as donas da casa não conseguiram pressionar pelo empate e as britânicas continuaram com domínio territorial.

A Austrália precisava sair mais para o jogo e que a sua craque Sam Kerr aparecesse. Se o segundo tempo não teve um cenário muito diferente nos primeiros minutos, a Inglaterra arrefeceu seu ritmo e o empate chegou graças ao brilhantismo da camisa 20.

Recuperada de lesão, a semifinal foi o primeiro jogo em que começou como titular na Copa. E aos 28 minutos, Kerr acertou um arremate de longa distância, indefensável para ao goleira Earps, e igualou o placar.

Foi o lance que fez a Inglaterra despertar e retomar o mesmo ritmo com o qual iniciou a partida. Lucy Bronze quase anotou um gol espírita, em um cruzamento, e Alessia Russo chegou perto de desempatar com chute cruzado. A vantagem aconteceu aos 25, quando Lauren Hemp aproveitou a falha da zaga australiana para marcar o segundo inglês.

A Austrália estava acostumada a passar aperto nesta Copa do Mundo. Na fase de grupos, chegou à última rodada precisando vencer o Canadá para se classificar depois de ter sido batida pela Nigéria. Nas quartas de final, apelou a uma longa disputa de pênaltis para passar pelas francesas após empate em 0 a 0.

A derrota significa que o país perdeu a chance de igualar algo que foi obtido apenas pelos Estados Unidos em 1999: sediar a competição e ser campeã.

Nos 20 minutos finais, o time tentou. Vine e Kerr tentaram mas Earps fez duas defesas. Foi Sam Kerr quem teve a melhor oportunidade de igualar de novo o placar. Aos 40, a bola caiu nos seus pés dentro da pequena área após rebote da goleira. Ela chutou para fora. O castigo foi imediato.

No ataque seguinte, Alessia Russo bateu cruzado, anotou o terceiro inglês e carimbou a vaga para a inédita final.

FICHA TÉCNICA
AUSTRÁLIA : Mackenzie Arnold; Ellie Carpenter, Clare Hunt, Clare Polkinghorne (Emily van Egmond) e Steph Catley; Hayley Raso (Cortnee Vine), Katrina Gorry (Alex Chidiac), Kyra Cooney-Cross e Caitlin Foord; Sam Kerr e Mary Fowler. Treinador: Tony Gustavsson.

INGLATERRA : Mary Earps; Jess Carter, Millie Bright e Alex Greenwood; Lucy Bronze, Keira Walsh, Georgia Stanway, Rachel Daly e Ella Toone (Niamh Charles); Alessia Russo (Chloe Kelly) e Lauren Hemp. Treinador: Sarina Wiegman

Estádio: Accor Stadium, em Sydney (Austrália)
Público: 75.784 presentes
Árbitra: Tori Penso
Auxiliares: Brooke Mayo e Mijensa Rensch Tess Olofsson (quarta árbitra);
VAR: Massimiliano Irrati
Cartões amarelos: Alex Greenwood e Chloe Kelly (ING)
Gols: Ella Toone (ING), aos 36'/1ºT; Sam Kerr (AUS), aos 17' (AUS), Lauren Hemp (ING), aos 25'; e Alessia Russo (ING), aos 40'/2ºT

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Camilla será coroada rainha junto com Charles a despeito do pedido de Elizabeth 2ª

Modificado em 19/09/2024, 00:21

Camilla será coroada rainha junto com Charles a despeito do pedido de Elizabeth 2ª

(Chris Jackson/Getty Images)

O rei Charles 3º, de 74 anos, depois de ser coroado neste sábado (6), vai contrariar um pedido de sua mãe. Cerca de três meses antes de morrer, Elizabeth 2ª expressou, durante as comemorações de seus 70 anos de reinado, o "desejo sincero" de que a nora, Camilla, de 75, fosse considerada rainha consorte após a morte da soberana.

O pedido, porém, não será atendido. Pouco depois de Charles receber formalmente a coroa na Abadia de Westminster, em Londres, será a vez de Camilla ser ungida com o óleo sagrado e receber um anel e um cetro antes de seguir para o trono ao lado do marido.

Rainha consorte é o título da esposa de um monarca. Mas "rainha" também pode ser a soberana em pessoa, como a própria Elizabeth 2ª foi --o que não significa que Camilla entrará na linha sucessória. Apesar de o documento oficial que traz a liturgia da cerimônia de sábado se referir a Camilla como consorte, não foi o que se viu nos convites enviados às 2.200 pessoas que irão à Abadia de Westminster.

Neles, se lê: "A coroação de suas Majestades, o rei Charles 3º e a rainha Camilla. Por ordem do rei, o conde marechal tem o prazer de convidar...". No convite, desenhado pelo artista heráldico e ilustrador de manuscritos Andrew Jamieson, a palavra "consorte" desapareceu, misteriosa e oficialmente.

Quando o então príncipe Charles se casou com Camilla, em 2005, assessores reais insistiram que ela não queria ser rainha e disseram que a então sra. Parker Bowles "pretendia" ser conhecida como princesa consorte, a primeira na história britânica.

Foi um pouco mais complicado que isso. Em 1993, quando Charles ainda era casado com Diana Spencer --e Camilla com o militar Andrew Parker Bowles-- explodiu o Camillagate, ou Tampongate. Tabloides ingleses publicaram a transcrição de uma conversa íntima entre os amantes, uma conversa que teve o seguinte trecho:

Camilla: "Mmm, eu também. Preciso de você a semana toda. O tempo todo."

Charles: "Oh Deus. Vou viver dentro de suas calças ou algo assim. Seria muito mais fácil!".

Camilla (rindo): "O que você vai virar, uma calcinha? [Ambos riem]. Oh, você vai voltar como um par de calcinhas".

Charles: "Ou, Deus me livre, um Tampax. Que sorte a minha! (risos)".

A humilhação acabou com o casamento de Charles e Diana, e, doze anos depois, o príncipe se casou com Camilla. Os súditos tiveram dificuldades para aceitar a mulher com quem Charles traía a amada Diana. Por esse motivo, ao se casar com o então príncipe de Gales, Camilla decidiu não usar o título de princesa de Gales, que havia sido usado por Lady Di. Em vez disso, escolheu duquesa da Cornualha.

"Fui escrutinada por tanto tempo que você precisa encontrar uma maneira de viver com isso. Ninguém gosta de ser olhado o tempo todo e, você sabe, criticado... Mas acho que no final, eu meio que supero isso e sigo em frente", declarou anos depois, em uma entrevista.

No final das contas, a rainha Elizabeth 2ª acabou aceitando a situação e recebeu Camilla na família real. Mas não imaginou que a nora algum dia fosse ostentar o mesmíssimo título que ela carregou por 70 anos.

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Defensoria recomenda que Saúde de Goiânia libere prontuários de imediato a vítimas de violência

Vítimas relatam que a rede municipal de saúde negou ou dificultou o acesso ao documento. Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) afirma que burocracia fere direito das pacientes

Modificado em 19/09/2024, 00:24

Maioria das denúncias são de mulheres com uma condição financeira mais baixa, informa DPE-GO

Maioria das denúncias são de mulheres com uma condição financeira mais baixa, informa DPE-GO (Fábio Lima/O Popular)

Após as vítimas de violência obstétrica relatarem dificuldades para acessar os prontuários médicos de maternidades públicas de Goiânia, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) recomendou que o município disponibilize o documento para as pacientes. Segundo o órgão, a cópia do prontuário é um direito dessas mulheres e, por isso, deve ser entregue a elas de forma "imediata".

A reportagem solicitou por e-mail e mensagens um posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. Também questionou se a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) está ciente da situação enfrentada pelas pacientes e se enviou alguma orientação à SMS, mas também não obteve retorno.

A recomendação foi enviada na segunda-feira (24) e é assinada pela coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem), Tatiana Bronzato. Além do titular da 6ª Defensoria Pública Especializada de Atendimento Inicial da Capital, Gustavo Alves, e do coordenador do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), Tairo Batista.

No documento, a DPE afirma que tem recebido denúncias de pacientes vítimas de violência obstétrica que afirmam que a rede municipal de saúde negou ou dificultou o acesso ao prontuário médico. Segundo o órgão, as pacientes relataram que a solicitação é feita ao setor de protocolos, que realiza uma análise e pede até 20 dias para autorização do acesso ao referido documento.

Direito

Entretanto, de acordo com a DPE, esse prazo fere os direitos das pacientes. "O prontuário e seus respectivos dados devem estar permanentemente disponíveis, de modo que quando solicitado pelo paciente ou seu representante legal permita o fornecimento de cópias autênticas das informações pertinentes", considerou o órgão com base no parecer do Conselho Regional de Medicina de Goiás (CRM).

Além disso, destaca que a burocracia enfrentada pelas vítimas de violência obstétrica para conseguir o documento é uma violação de direitos da paciente e da ética profissional médica. "As exigências burocráticas, previstas por esta Secretaria, tornam dificultoso o acesso ao prontuário médico da paciente. Condicionar a liberação a outro órgão configura clara violação de direitos", escreve.

Recomendação

Por isso, a DPE recomenda a disponibilização "imediata" do prontuário médico para as vítimas de violência obstétrica. Ainda destaca que a entrega deve ser feita com apenas a solicitação da paciente após ela apresentar um documento pessoal de identificação. O órgão definiu um prazo de 10 dias para a SMS apresentar as medidas adotadas após a recomendação.