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Mensagens mostram assessor especial de Salles atuando em favor de propriedade rural em MT

Polícia Federal obteve mensagens em que assessor especial do ministro intervém no setor de infrações do Ibama

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 01:00

Ricardo Salles

Ricardo Salles (Gilberto Soares/MMA)

A PF identificou trocas de mensagens de WhatsApp em que um assessor especial do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) intervém no setor de autos de infração do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em favor de um empreendimento agropecuário em Mato Grosso.

O assessor buscou garantir, no Ibama, o desembargo de uma área de propriedade rural, como mostram as mensagens reproduzidas pela PF. Isso extrapolou suas funções no Ministério do Meio Ambiente, segundo a polícia.

O Ibama tem poder para embargar uma área se constatar a prática de infrações ambientais, como o desmatamento ilegal recorrente.

O conteúdo dos diálogos faz parte da investigação que levou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a autorizar a Operação Akuanduba, deflagrada na quarta-feira (19).

Nas mensagens do aplicativo de conversação, o assessor especial do ministro também fez referência a uma "planilha da Petrobras", mas a PF não identificou outros detalhes sobre o que se trata.

"Para quem do financeiro posso pedir atualização de valores, referente a uma planilha da Petrobras?", quis saber o assessor especial do ministro, no grupo de WhatsApp dos servidores da Siam (Superintendência de Apuração de Infrações Ambientais) do Ibama.

As suspeitas envolvem Leopoldo Penteado Butkiewicz, auxiliar direto de Salles na pasta do Meio Ambiente.

Assim como o ministro, Butkiewicz foi um dos alvos da operação policial destinada a apurar crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando de madeira, extraída principalmente da Amazônia.

Para a PF, as mensagens de WhatsApp revelam que o assessor especial "exorbita claramente a esfera de suas atribuições, passando a configurar patrocínio direto de interesses privados de autuados perante a administração pública".

A polícia chegou ao material com a ajuda de um servidor do Ibama, lotado na Siam.

No dia 2 de março deste ano, segundo os diálogos, Butkiewicz pediu ao servidor do Ibama informações acerca de uma propriedade embargada em Mato Grosso. Na avaliação dos investigadores, ele defendia o desembargo ambiental.

O assessor enviou documentos do processo administrativo relacionado ao caso e perguntou se não seria possível "avocar o processo pelo valor".

A remessa do material, na avaliação da polícia, demonstra que o auxiliar de Salles tinha acesso direto ao respectivo processo administrativo.

Butkiewicz prosseguiu: disse que o autuado teria interesse em conciliar e teria obtido autorização para fins de desembargo.

O servidor do Ibama que conversou com a PF argumentou que o documento compartilhado não indicava um pedido de conciliação. Além disso, afirmou ele, nos autos do processo constaria que a autuação estaria inscrita em dívida ativa, o que vetaria a conciliação. Para isso, explicou o funcionário do Ibama, o autuado tem de demonstrar que possui regularidade ambiental plena.

O assessor de Salles contra-argumentou, dizendo que era preciso "dar prosseguimento".

"Não vi nos autos o arquivo que contém licença ambiental válida, para o exercício de atividade rural", respondeu o servidor do Ibama. "Essa APF [autorização provisória de funcionamento rural] dele tá com prazo expirado no dia 31/12/2020, ele precisa demonstrar que possui autorização renovada."

No dia seguinte, o assessor especial pediu ao servidor do Ibama um email para enviar pedido de desembargo da área. "Vou encaminhar o pedido de desembargo, com a juntada da licença já no SEI", disse. SEI é o sistema onde tramitam processos administrativos dos órgãos públicos.

Butkiewicz falou para Wagner, no grupo, que acreditava que o processo deveria ser baixado. Wagner concordou e pediu o envio de e-mail para a CNPSA (Coordenação Nacional do Processo Sancionador Ambiental).

Wagner Tadeu Matiota é o superintendente de Apuração de Infrações Ambientais, também alvo da Operação Akuanduba.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente afirmou que o assunto deveria ser direcionado ao Ibama, o que foi feito. O Ibama respondeu que "os fatos serão plenamente esclarecidos nos autos do inquérito".

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Amigos capturam peixe de 80 kg no Rio São Francisco

Animal foi encontrado no povoado de Pau D'Arco, em Malhada (BA). Foram necessários sete homens para retirá-lo d'água

Modificado em 20/04/2025, 13:36

Grupo de amigos precisou de quatro redes para capturar o pirarucu

Grupo de amigos precisou de quatro redes para capturar o pirarucu (Reprodução/Redes Sociais)

Celso, Sebastião, Reinaldo, Romário, Fábio e Adélio viviam um dia comum de pesca no povoado de Pau D'Arco, em Malhada (BA) quando pescaram um pirarucu de quase 80 kg e mais de 2 metros de comprimento no Rio São Francisco.

Grupo de amigos precisou de quatro redes para capturar o pirarucu de 78 kg e mais de dois metros. O peixe foi capturado num braço do Rio São Francisco, no povoado de Pau D'Arco, em Malhada (BA), após o peixe ficar preso por conta de uma enchente.

Não é "história de pescador": momento da captura foi registrado em vídeo. Os seis amigos contam orgulhosos sobre o momento em que conseguiram pescar o pirarucu.

Chamei uns amigos para pescar, deu muito trabalho para pegar", contou à reportagem o pescador Celso Carlos Batista. "Foram quatro redes, ele tentou fugir e acabou se enrolando, por ser grande demais", relembra.

Momento viralizou nas redes. A repercussão da façanha levou o grupo a querer tentar capturar outro exemplar futuramente. "A gente não tem o costume de ver esse peixe por aqui, não é comum no São Francisco", contou Celso.

Os 78 kg do peixe foram divididos entre os amigos. "Fiquei com sete quilos aqui em casa, a maioria comemos antes da semana santa", Celso, que até experimentou o pirarucu, admite que preferiu vender a sua parte, já que não é o seu peixe preferido para consumo. "Eu não tenho o costume de comer pirarucu, prefiro surubim e piranha, então preferi vender, foram R$ 30 reais por quilo."

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Onça-parda recebe dentes de titânio em instituto de Goiás

Lana foi sedada para a cirurgia e o procedimento durou cerca de uma hora e meia. Os resultados do tratamento serão documentados em estudos científicos

Lana recebendo próteses de titânio nos dentes caninos (Reprodução/TV Anhanguera)

Lana recebendo próteses de titânio nos dentes caninos (Reprodução/TV Anhanguera)

A onça-parda Lana recebeu próteses de titânio nos dentes caninos em um procedimento inovador realizado pelo Instituto Nex, em Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Em entrevista à TV Anhanguera, o dentista veterinário Floriano Pinheiro, disse que a técnica nunca havia sido aplicada em felinos selvagens e explicou que a onça foi sedada para a cirurgia, que durou cerca de uma hora e meia.

Primeiro realizamos o tratamento do canal exposto pelas fraturas e, em seguida, fizemos o escaneamento da cavidade oral para obter um modelo impresso em 3D, utilizado na fabricação das próteses de titânio", detalhou o dentista veterinário.

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas. Ao final da cirurgia, Lana já conseguia se alimentar normalmente com seus novos dentes.

Mesmo vivendo em cativeiro no Instituto Nex, a onça acabou fraturando os dentes caninos do lado direito. Diante disso, os especialistas optaram pela prótese de titânio, um material amplamente utilizado em odontologia humana por ser resistente, leve e altamente compatível com o organismo. No entanto, essa foi a primeira vez que a técnica foi aplicada em um felino selvagem.

O Instituto Nex afirmou que os resultados do tratamento serão documentados em estudos científicos para auxiliar na recuperação de outras onças que não podem ser reintroduzidas na natureza.Floriano Pinheiro destacou que o grande diferencial desse procedimento foi o uso da tecnologia de escaneamento 3D.

Pela primeira vez conseguimos capturar com precisão os mínimos detalhes da cavidade oral desses animais. Antigamente, a moldagem era feita com um material à base de silicone, mas agora podemos garantir um ajuste muito mais perfeito", explicou o dentista veterinário.

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas (Reprodução/TV Anhanguera)

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas (Reprodução/TV Anhanguera)

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Aragarças registra maior temperatura do país, diz Inmet

Cidade goiana registrou 41,9°C, e, segundo o Inmet, a alta temperatura é resultado de uma onda de calor

Onda de calor em Goiás

Onda de calor em Goiás (Wildes Barbosa/O Popular)

O município de Aragarças, no oeste de Goiás, registrou a temperatura mais alta do Brasil nesta sexta-feira (7), atingindo 41,9°C, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até as 15h, a cidade já marcava 40,7°C, chegando ao pico de 41,9°C no final do dia. O segundo maior registro ocorreu em Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, com 39,4°C (veja a lista no final do texto).

De acordo com a coordenadora regional do Inmet, Elizabete Alves Ferreira, uma frente fria pode trazer chuvas isoladas neste sábado (8) e domingo (9), mas não será suficiente para derrubar a onda de calor que mantém as temperaturas elevadas em Goiás.

A frente fria não consegue romper esse bloqueio, então aqui no estado vai influenciar apenas trazendo mais umidade e facilitando algumas chuvas de forma isolada. No sábado e domingo as temperaturas não vão ficar tão elevadas por aqui, mas é só realmente a questão do vento. As temperaturas aqui não vão baixar", afirma Elizabete.

Na manhã deste sábado (8), o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) emitiu um alerta para o estado, destacando o risco de novas elevações nas temperaturas máximas nos próximos dias, devido à chegada de mais uma onda de calor.

Confira as cinco maiores temperaturas de sexta-feira (7):

  • Aragarças (GO) - 41,9°C
  • Porto Murtinho (MS) - 39,4°c
  • Santiago (RS) - 38,7°C
  • Quaraí (RS) - 38,2°C
  • São Borja (RS) - 38,2°C
  • Orientações para período de seca

    Para manter a hidratação e a proteção do corpo durante o período seco, o Ministério da Saúde (MS) recomenda uma série de cuidados. Confira alguns a seguir:

  • Aumentar a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
  • Evitar bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
  • Fazer refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes;
  • Crianças, idosos e pessoas com alguma comorbidade podem não sentir sede. Ofereça-lhes água.
  • Evitar a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
  • Diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais com sombra, frescos e arejados;
  • Em veículos sem ar-condicionado, deixar as janelas abertas;
  • Não deixar crianças ou animais em veículos estacionados.
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    Óleo derramado em córrego pode contaminar praia e lago de Palmas, diz Guarda Ambiental

    Cerca de 10 mil litros de óleo foram descartados em córrego e atingiram o Parque Cesamar. Segundo especialistas da área ambiental, os danos são irreversíveis

    Modificado em 24/01/2025, 16:05

    Corpo de Bombeiros Militar instala barreira de contenção em córrego para evitar que mancha de óleo se espalhe (FMA/Divulgação)

    Corpo de Bombeiros Militar instala barreira de contenção em córrego para evitar que mancha de óleo se espalhe (FMA/Divulgação)

    A mancha de óleo que se espalhou pelo Córrego Brejo Comprido, que passa dentro do Parque Cesamar, pode chegar ao Lago de Palmas e ainda há o risco de contaminar a água que chega até municípios vizinhos. A informação é da Gerência Ambiental da Guarda Metropolitana de Palmas (GMP).

    "Se vier uma chuva de grande volume hoje, por exemplo, toda essa mancha de óleo, todo esse resíduo, tomará destino rumo ao lago da usina de Lajeado. Nós temos um risco iminente e que pode se agravar mais ainda", afirmou o inspetor Adalberto Bernardo, da Gerência Ambiental da GMP.

    O descarte irregular de cerca de 10 mil litros de óleo aconteceu na noite de quarta-feira (22). Na manhã desta sexta-feira (24), equipes de vários órgãos ambientais foram enviadas até a foz do Córrego Brejo Comprido para monitorar a qualidade da água, que corre em direção ao Lago de Palmas e Praia das Arnos.

    A prefeitura afirma que a empresa EHL despejou o produto em uma galeria pluvial. A empresa alega que houve uma falha operacional e que após identificar a ocorrência, imediatamente, iniciou os trabalhos de remoção dos resíduos (veja nota abaixo).

    Vazamento de óleo no Córrego Brejo Comprido (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Vazamento de óleo no Córrego Brejo Comprido (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Biodiversidade ameaçada

    Durante a tarde de quinta-feira (23), funcionários da empresa tentaram amenizar a situação utilizando baldes para captar a água contaminada pelo óleo. O material foi colocado em galões. Entretanto, segundo especialistas ambientais, os danos causados são irreversíveis.

    "Toda a fauna, inclusive a aquática, será comprometida de forma direta ou indireta", comentou o inspetor.

    O parque abriga diversas espécies de animais terrestres e aquáticos, como capivaras, pirarucus e jacarés. O risco de mortandade está sendo monitorado pela Fundação de Meio Ambiente de Palmas (FMA), pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Até esta sexta-feira (24) não foi registrada morte de animais.

    Uma barreira de contenção foi instalada no córrego, ainda dentro do Parque Cesamar, pelo Corpo de Bombeiros, para tentar evitar o avanço da mancha. Nesse momento, o empenho das equipes está em minimizar os danos à biodiversidade do parque.

    O presidente da FMA, Isac Braz da Cunha, explicou que uma parte do óleo decantou e ficou depositada no fundo do córrego. O órgão deve fazer um planejamento estratégico para a retirada desses resíduos.

    "Com o passar das chuvas a tendência é o lago baixar o nível. Já temos pontos assoreados que dá pra ver onde tá essa mancha. Já tem um projeto para desassorear o lago e, se for detectado mancha, vamos começar de imediato a articulação junto à Secretaria de Obras", disse o presidente.

    Manchas de óleo são vistas dentro do Parque Cesamar (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Manchas de óleo são vistas dentro do Parque Cesamar (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Investigação

    A Polícia Civil investiga o caso e a Perícia Científica foi chamada para analisar a situação. Caso seja comprovado a autoria, a empresa pode receber multa entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, conforme a Lei de Crimes Ambientais.

    Conforme apurado pela Guarda Metropolitana, a empresa EHL teria utilizado três caminhões pipas de sucção para retirar o óleo de uma galeria pluvial durante a noite.

    A Prefeitura de Palmas afirmou que o óleo estaria em um tanque de contenção no pátio da empresa e teria sido transferido para um caminhão que, em seguida, fez o descarte na galeria pluvial da Avenida NS-10, próximo ao Parque do Povo.

    Nota da empresa EHL

    A EHL informa que após identificar a ocorrência, imediatamente, tomou todas as medidas, ainda ontem, dia 22, às 19h, iniciando os trabalhos de remoção dos resíduos, com o acompanhamento de engenheiros ambientais, juntamente com órgãos ambientais, para garantir o cumprimento das normas vigentes.

    A empresa reforça que não houve descarte de material na galeria pluvial e sim falha operacional no pátio da empresa.