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Novo golpe do Pix promete renda extra por tarefas online; veja cuidados

Também chamado de "golpe das pequenas tarefas" ou "golpe dos R$ 20", a prática não é nova

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 01:11

Nada muda para o Pix, que segue gratuito

Nada muda para o Pix, que segue gratuito (Divulgação)

Golpistas têm usado o Pix para enganar vítimas nas redes sociais ao oferecer dinheiro fácil em troca de tarefas simples. Trata-se do golpe da renda extra. Também chamado de "golpe das pequenas tarefas" ou "golpe dos R$ 20", a prática não é nova. Os criminosos oferecem uma renda extra para quem curtir vídeos em plataformas como TikTok, ou avaliar estabelecimentos no Google, por exemplo.

Segundo os relatos ouvidos pela reportagem, os golpistas abordam a vítima pelo WhatsApp e dizem ser de uma empresa que presta o serviço de avaliação e curtidas. Caso aceite saber mais sobre a proposta, a vítima é levada a grupos no Telegram, que têm milhares de membros e relatos falsos de experiências bem-sucedidas.

No grupo, a vítima começa a receber os pedidos dos golpistas. As tarefas incluem curtir vídeos, seguir perfis e fazer avaliação de estabelecimentos. Em troca, os usuários recebem entre R$ 10 e R$ 20 após cumprirem certa quantidade de tarefas.

Dali em diante a mecânica muda. O usuário recebe uma mensagem solicitando um "investimento" para que siga cumprindo os objetivos. Os valores demandados variam de R$ 120 a R$ 1.000, com promessas de retorno de 30% a 100% sobre o valor investido, segundo informou uma das vítimas à reportagem.

A partir do momento em que a vítima transfere o dinheiro por Pix, perde contato com o grupo e é bloqueada pelos administradores. O advogado especialista em direito digital Luiz D'Urso afirma que os criminosos podem obter os contatos de telefone em bancos de dados que foram expostos. "São milhares de números, eles escolhem alguns aleatoriamente e disparam mensagens", diz.

Um auxiliar de escritório de 27 anos, que pediu para não ser identificado, diz que, no último domingo (10), recebeu o contato de supostos representantes de uma empresa chamada Nustream, que se denominava "especialista em criptomoedas". "Me colocaram em um grupo no Telegram com mais de 2.000 pessoas, mas todas eram robôs. Eu não conhecia ninguém."

Sem suspeitar, executou as tarefas em troca de pequenas quantias, entre R$ 10 e R$ 16. Segundo o auxiliar, eram exigidas 18 tarefas diárias, com 30 minutos de intervalo entre elas. Criminosos prometiam um faturamento de R$ 800 por dia.

Após cumprir cinco tarefas, começaram os pedidos de "investimentos". "Só aceitei porque estava precisando de renda extra para cobrir os gastos do mês", afirma. Ele diz que, depois de ter transferido aos golpistas R$ 1.728, foi alertado pela suposta representante da empresa de que, caso não concluísse a última tarefa, todo seu dinheiro desapareceria. Em seguida, foi solicitado um novo investimento, no valor de R$ 2.800.

Segundo o relato, ele teria dito aos golpistas que não poderia realizar a operação. Como resposta, conta que recebeu uma mensagem que o pressionava: "Você precisa encontrar uma maneira de concluí-la e recuperar seu principal [sic], juntamente com sua comissão, e somente depois de concluir essa última tarefa você poderá prosseguir com a operação de retirada."

Como não tinha mais dinheiro, ele diz que foi removido do grupo. Depois, registrou um boletim de ocorrência e uma reclamação no site Reclame Aqui contra o banco que recebeu o dinheiro transferido. A instituição financeira orientou, porém, que ele procurasse o seu banco.

O QUE FAZER SE CAIR NO GOLPE DA RENDA EXTRA
Para solicitar o estorno de um Pix realizado, o usuário deve acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central (BC) para que vítimas de golpes financeiros recebam seu dinheiro de volta.

Para usar o MED, não é necessário fazer boletim de ocorrência. É preciso telefonar ou entrar em contato pelo chat do aplicativo do banco e relatar o ocorrido para que seja feito o pedido de estorno. A partir da análise feita pelas instituições, que pode levar até sete dias corridos, o valor bloqueado será devolvido em até 96 horas após a confirmação de golpe ou crime.

Luiz D'Urso recomenda comunicar os bancos imediatamente, tanto a instituição de onde o dinheiro saiu quanto a que recebeu a quantia. "Existe a responsabilidade dos bancos nesse tipo de fraude, eles são obrigados a ressarcir os consumidores, principalmente pela falta de segurança em fiscalizar essas fraudes no sistema bancário", diz.

Para Ione Amorim, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), é preciso registrar reclamações não apenas contra as instituições financeiras, mas também contra as empresas responsáveis pelas mídias sociais.

"Os golpistas desaparecem para nós, usuários, mas não para quem detém as redes. É preciso fazer uma reclamação para que as companhias rastreiem essas falsas empresas e contas-laranjas criadas", diz. "Precisamos de maior critério na abertura de contas e criação de perfis nas redes."

Amorim diz que as pessoas devem desconfiar de supostas oportunidades de ganhar dinheiro facilmente. "Esse tipo de fraude sempre existiu e agora se modernizou, como todas as nossas relações de negócio, migrando ao digital", explica. "A vítima deve se certificar de que, nesse esquema, emite avaliações falsas sobre estabelecimentos ou produtos, algo antiético e que pode prejudicar outros consumidores. Impulsiona um comércio que não existe."

O JOGO VIROU
O bancário Pedro Monteiro, 45, afirma que conseguiu enganar os golpistas. Ele recebeu três contatos em dias diferentes com o mesmo tipo de abordagem. Ele diz que aceitou participar e decidiu checar até onde conseguiria levar as tarefas sem desembolsar seu próprio dinheiro. Ele conta que foi incluído nos chamados "grupos de trabalho" e começou a fazer postagens simples e receber valores via Pix.

Após finalizar quatro tarefas, começaram as demandas pelos "investimentos". Monteiro negou. Uma suposta gestora da empresa afirmou que ele teria o valor de suas avaliações reduzido de R$ 5 para R$ 2. Depois de mais algumas negativas, os golpistas pararam de realizar as transferências.

No dia seguinte, conta que outras pessoas o procuraram, desta vez para avaliar positivamente e comentar em páginas de estabelecimentos no Google Maps. "Fizeram apenas um Pix de R$ 10 para me incluir no grupo e logo de cara pediram os investimentos para começar as tarefas", conta.

A tabela de preços dos investimentos era dividida em planos que iam de A a D e valores que variavam de R$ 120 a R$ 1.000, diz. Ao recusar o pedido de transferência, recebeu seguinte mensagem da suposta administradora. "Então você vai perder esse emprego."

O bancário afirma que registrou uma denúncia o grupo ao Telegram, mas que nada aconteceu. "Não houve nenhuma ação da plataforma para tratar dessa denúncia. O grupo continuou ativo, até que eu tomei a iniciativa de sair", diz.

Procurado pela reportagem na noite de quarta (13), o Telegram não respondeu até a publicação desse texto. Ao final do processo, Pedro afirma que lucrou com R$ 80 dos golpistas. O golpe da renda extra se enquadra como estelionato e está previsto no artigo 171 do Código Penal, com possibilidade de um a três anos de reclusão.

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Veja como consultar se seu CPF está irregular para o Pix

Saiba quem é inapto e como regularizar a situação do CPF ou CNPJ

Exclusão de chaves Pix de pessoas e empresas que estejam em situação irregular

Exclusão de chaves Pix de pessoas e empresas que estejam em situação irregular (Reprodução/Bruno Peres/Agência Brasil)

O BC (Banco Central) determinou que instituições financeiras e de pagamento deverão excluir chaves Pix de pessoas e empresas que estejam em situação irregular na Receita Federal.

O CPF (Cadastro de Pessoa Física) com situação cadastral suspensa, cancelada, titular falecido e nula e o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) com situação cadastral suspensa, inapta, baixada e nula não poderão ter chaves Pix registradas na base de dados da instituição, informou o BC.

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Veja como consultar se o CPF está irregular.

Como verificar se meu CPF está irregular?

Acesse o site https://servicos.receita.fazenda.gov.br/Servicos/CPF/ConsultaSituacao/ConsultaPublica.asp, informe o CPF e a data de nascimento e clique em consultar. Caso o seu CPF não tenha pendências, a situação cadastral constará como regular.

No caso do CNPJ, é necessário acessar o site https://solucoes.receita.fazenda.gov.br/Servicos/cnpjreva/Cnpjreva_Solicitacao.asp. Quando a situação da empresa estiver regular e não tiver nenhum tipo de pendência, o cadastro está ativo.

Há diferentes motivos para o CPF ou CNPJ ser considerado irregular pela Receita Federal. O CPF é suspenso quando tem informações incorretas ou incompletas no cadastro. Já o cancelado se deve à duplicidade ou decisão de processo.

O CPF é considerado nulo quando há erro grave ou fraude e de titular falecido quando a inscrição no CPF está com data de falecimento informada.

O CNPJ é suspenso quando há inconsistência nos dados, não cumprimento de obrigações legais, domicílio no exterior ou indício de fraude. O inapto é quando a pessoa jurídica passa dois anos consecutivos sem apresentar declarações contábeis.

O baixado e nulo é quando a empresa solicita a desativação do cadastro ou duplicidade de inscrição municipal ou estadual, respectivamente.

Como regularizar a situação

O processo de regularização do CPF pode ser feito por meio do site da Receita Federal. É necessário preencher dados pessoais como número de CPF, nome, data de nascimento, entre outros.

Após encaminhar o formulário à Receita Federal, o cidadão pode ter que enviar documentos ao órgão. Se for emitido um protocolo de atendimento, é recomendável anotar e aguardar o prazo do processo.

No caso do CNPJ, acesse o site https://www.gov.br/pt-br/servicos/consultar-dividas-e-pendencias-fiscais. Clique em "Consultar CNPJ", para pessoa jurídica, vá em "Iniciar" e informe os dados solicitados.

Pelo site será possível acessar um relatório completo das pendências e identificar as obrigações. Pode ser necessário regularizar informações ou inconsistências cadastrais e débitos.

Motivos para CPF irregular

  1. Suspenso - Esta situação indica que o cadastro está com informações incorretas ou incompletas;
  1. Falecido - Esta situação indica que a inscrição no CPF está com data de falecimento informada;
  1. Cancelado - Esta situação indica que a inscrição no CPF foi cancelada em razão de duplicidade ou decisão por processo;
  1. Nulo - Esta situação indica que a inscrição no CPF foi considerada nula em razão de fraude

Motivos para CNPJ irregular

  1. Suspenso - Foi identificado algum problema com o CNPJ, como inconsistência nos dados, o não cumprimento de obrigações legais, domicílio registrado no exterior ou indício de fraude;
  1. Inapto - A pessoa jurídica passou dois anos consecutivos sem apresentar declarações contábeis e demonstrativos, como a declaração de créditos e débitos tributários;
  1. Baixado - A empresa solicitou a desativação do cadastro;
  1. Nulo - Há alguma característica duvidosa no cadastro da empresa, como a duplicidade de inscrição municipal ou estadual, ou ação ilícita no registro.

Além da exclusão do sistema do Pix, um CPF ou CNPJ irregular pode trazer restrições ao cidadão. No caso do CPF, o titular ficará impossibilitado de emitir passaporte e ter acesso a financiamento bancário, casamento ou bloqueado para fazer concurso público.

Já a empresa pode ter restrições na emissão de notas fiscais, obtenção de crédito bancário e celebração de contratos com a administração pública.

Com a medida do BC, bancos e outras instituições devem garantir que os nomes de pessoas e empresas vinculadas às chaves Pix estejam em conformidade com os nomes registrados nas bases de CPF e de CNPJ da Receita Federal.

Com as novas medidas, será mais difícil para os golpistas manterem chaves Pix com nomes diferentes daqueles armazenados nas bases da Receita Federal", disse a autoridade monetária em nota.

O cruzamento de dados com com os nomes registrados na Receita deverá ser feito pelas instituições financeiras e de pagamento sempre que houver operações como registro, alteração de informações, portabilidade ou reivindicação de posse de uma chave Pix.

Depois da publicação da nota, o BC destacou que "a inconformidade de CPFs e CNPJs que restringirá o uso do Pix não tem relação com o pagamento de tributos, mas apenas com a identificação cadastral do titular do registro na Receita Federal."

O trecho faz menção aos mais 10 milhões de CPFs e CNPJs que tinham pendências na Receita Federal em setembro de 2024. À época, a Receita revelou que destes 2 milhões de CPFs poderiam ficar em situação pendente de regularização até o final do ano.

Os cidadãos com pendências são aqueles que deixaram de cumprir obrigações com o fisco, como entregar declarações ou mesmo corrigir erros em documentos enviados para a Receita, como é o caso do Imposto de Renda.

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Empresária presa teria desviado cerca de R$ 5 milhões

Segundo a Polícia Civil, a corretora de imóveis se apropriava de aluguéis repassados à imobiliária por locatários, além de alienar lotes e casas sem autorização ou conhecimento dos proprietários

Anna Paula Rodrigues Souza é suspeita de se apropriar mais de R$ 5 milhões em aluguéis e alienação de imóveis em Goiás

Anna Paula Rodrigues Souza é suspeita de se apropriar mais de R$ 5 milhões em aluguéis e alienação de imóveis em Goiás (Reprodução/Redes sociais)

Uma empresária foi presa suspeita de desviar mais de R$ 5 milhões com a venda e aluguel de imóveis sem a autorização dos donos em Silvânia e Vianópolis, no sudeste do estado, informou a Polícia Civil (PC). Segundo a polícia, Anna Paula Rodrigues Souza se apropriava de aluguéis repassados à imobiliária por locatários, além de alienar lotes e casas sem autorização ou conhecimento dos proprietários.

Em nota enviada à reportagem, a defesa de Anna Paula, representada pelo advogado João Paulo Paiva Souza Cruz, informou que irá se pronunciar assim que concluir a fase de análise dos processos instaurados, e ressaltou que a cliente "sempre esteve à disposição da Justiça e compareceu a todos os atos para os quais foi devidamente intimada."

A empresária foi presa na sexta-feira (7), em Goiânia. Além da prisão preventiva, Anna Paula, que teve o nome e a foto divulgada pela polícia para facilitar a identificação de outras vítimas, também foi alvo de mandado de busca e apreensão.

De acordo com as investigações, a empresária responde por 26 inquéritos pelos crimes de apropriação indébita, estelionato e falsificação de documentos. Conforme a PC, o prejuízo aos donos dos imóveis ultrapassa R$ 5 milhões.

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Golpe do falso Elon Musk: Inteligência artificial foi usada em áudios para convencer idosa a dar dinheiro

Segundo a polícia, a idosa fez empréstimos e ainda desejava vender a casa onde morava, no valor de R$ 500 mil, para dar dinheiro ao suspeito

Conversas do suspeito e da vítima sobre o momento da descoberta do golpe (Divulgação/Polícia Civil)

Conversas do suspeito e da vítima sobre o momento da descoberta do golpe (Divulgação/Polícia Civil)

O golpista que se passou pelo empresário bilionário Elon Musk para pedir dinheiro a uma idosa de 69 anos de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, usou inteligência artificial (IA) em áudios que foram enviados para a vítima. Segundo o delegado José Antônio Sena, responsável pelo caso, o suspeito também trocou vídeos, sem mostrar seu rosto, com a idosa.

Em entrevista, o delegado disse que o suspeito mandava áudios com uso de IA, mas sobre a troca de vídeos, a vítima negou.

Ele mandava áudios sim, com inteligência artificial; já sobre os vídeos, ela [a vítima] negou e não toca no assunto, mas os familiares dizem que sim, que há gravações de vídeos, mas não existiam imagens", afirmou José Sena ao g1.

Segundo a polícia, a idosa fez empréstimos e ainda desejava vender a casa onde morava, no valor de R$ 500 mil, para dar dinheiro ao falso Elon Musk.

A gente viu a vítima pouco colaborativa, minimizando o golpe, dizendo que os filhos estão com interesse no patrimônio dela e que foi um golpe sim, ela assume que foi um descuido, mas quando perguntamos detalhes, ela não colabora", disse o delegado.

Relembre o caso

Uma idosa, de 69 anos, perdeu mais de R$ 150 mil acreditando que mantinha um relacionamento amoroso com o empresário bilionário Elon Musk. Segundo a Polícia Civil (PC), o caso foi denunciado pelo filho da vítima no início de dezembro de 2024 em Formosa.

Segundo a PC, o contato entre os dois era por uma rede social, eles mantinham conversas frequentes durante todos os dias que duraram por seis meses.

Após adquirir a confiança da vítima, este suposto empresário passou a fazer solicitações para a vítima, mediante promessa de encaminhar presentes como flores, joias, dentre outros; presentes estes que nunca chegaram", disse o delegado José Sena.

Conversa de idosa com golpista que se passava pelo bilionário Elon Musk (Divulgação/Polícia Civil)

Conversa de idosa com golpista que se passava pelo bilionário Elon Musk (Divulgação/Polícia Civil)

Conforme informações da PC, o suspeito solicitava valores em dinheiro inclusive para abastecer sua 'suposta aeronave'. Houve também um 'pacto de confiança' entre os dois, onde o suspeito induziu a vítima a cortar sua própria mão para provar seu amor por ele.

A vítima, emocionalmente envolvida, realizou inclusive alguns empréstimos para poder realizar o pagamento dos valores solicitados a ela", disse.

Segundo a PC, os relatos dos familiares contam que a idosa realizou um empréstimo de R$ 62 mil e um outro no valor de R$ 92 mil para enviar o dinheiro.

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Investigações

Segundo a polícia, as investigações estão andando rápido e eles estão no aguardo da decisão judicial dos pedidos que podem levar ao fechamento deste caso. Poucos detalhes foram divulgados sobre a investigação, mas de acordo com a polícia, o suspeito pode ser de outro estado.

O caso está sendo investigado como um estelionato amoroso virtual, segundo o delegado José Antônio Sena.

(Com informações do g1 Goiás)

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Golpe da modelo: Entenda como agia grupo preso em hotel de luxo suspeito de aplicar golpe com promessa de carreira

Vítimas contaram para a polícia como foram atraídas por agência paulista com promessas de comercial para TV de marcas famosas de cosméticos; confira prints

Modificado em 04/02/2025, 14:24

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O grupo, que foi preso em um hotel de luxo em Goiânia, atraía vítimas com anúncio falso de seleção de pessoas para comerciais de TV para marcas famosas de cosméticos, disse a Polícia Civil de Goiás. De acordo com o delegado Humberto Teófilo, propagandas impulsionadas na internet direcionaram as vítimas para um chat e, posteriormente, para agendamento de ensaio fotográfico.

O POPULAR entrou em contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Teófilo conta que durante a ação policial no hotel foram identificadas três vítimas. Entre as pessoas estava um adolescente de 13 anos. Uma dessas vítimas, uma cuidadora de idosos de 55 anos, relatou como caiu no golpe.

Segundo a mulher, ela estava navegando em uma rede social e se deparou com o anúncio. Ao clicar na propaganda foi direcionada para uma conversa com um perfil identificado como "Maria Todimo".

No diálogo, em prints feitos por ela, o contato convida a vítima para fazer um ensaio fotográfico no hotel e cita que o cachê pelo trabalho do comercial varia entre R$ 500 e R$ 3,9 mil (veja prints das supostas conversas).

Prints de supostas conversas de vítimas com a agência foram anexadas à ocorrência (Divulgação/PC-GO)

Prints de supostas conversas de vítimas com a agência foram anexadas à ocorrência (Divulgação/PC-GO)

No local, a polícia constatou que as vítimas tinham que assinar um contrato e adquirir produtos das marcas de cosméticos para maquiagem. Além de pagar pelo ensaio fotográfico.

Chegando até o local, as vítimas tiravam fotos, se maquiavam, mas eram surpreendidas com a venda de produtos que jamais seriam entregues, tal como um 'book', revelou Humberto Teófilo.

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Nesta terça-feira (4), o POPULAR entrou em contato novamente com uma das marcas de cosméticos citada na ocorrência e com a agência, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

Quatro mulheres, de 41, de 29, de 26 e de 25 anos; e um homem de 26 anos, todos com documentos de São Paulo, foram presos no domingo (2). Uma das mulheres, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, foi identificada pela polícia como proprietária da agência.

Ao POPULAR , Teófilo disse que os suspeitos alegaram que contrataram o serviço de um homem para gerir as redes sociais e que não tinham conhecimento desses anúncios sobre comerciais para TV com marcas de cosméticos.

O delegado ressaltou que os alvos do grupo eram mulheres com idades entre 40 e 60 anos. Ao todo, ele estima que cerca de 100 pessoas foram vítimas. Teófilo calcula, com base em mais de 90 contratos apreendidos, que o golpe praticado pelo grupo ultrapassa os R$ 200 mil em prejuízos às vítimas.

PC-GO divulgou idade da proprietária da agência, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, para identificar novas vítimas (Divulgação/PC-GO)

PC-GO divulgou idade da proprietária da agência, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, para identificar novas vítimas (Divulgação/PC-GO)

Teófilo aponta que os suspeitos devem responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa. A PC-GO informou que a autorização de divulgação da imagem de Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva está de acordo com os termos da lei nº 13.869/2019 e com a portaria nº 547/2021, "visto que a referida publicação poderá auxiliar no surgimento de novas vítimas".