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Petrobras reduz preços da gasolina, diesel e gás de cozinha

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 00:32

Petrobras reduz preços da gasolina, diesel e gás de cozinha

(Pixabay)

Logo após divulgar mudanças em sua política de preços dos combustíveis, a Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) reduções nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, confirmando informações que haviam sido vazadas pelo governo na semana passada.

O preço da gasolina nas refinarias da estatal vai cair 12,6%, ou R$ 0,40 por litro. O preço do diesel será reduzido em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro. Já o preço do gás de cozinha cairá 21,3%, ou R$ 8,97 por botijão de 13 quilos.

Os novos valores entram em vigor nesta terça (16) e já refletem a nova política de preços, que abandonou o conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para importar os produtos.

O repasse para o consumidor, porém, depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos. No caso da gasolina, parte do ganho será compensado pelo aumento do ICMS, no início de junho.

Segundo a Petrobras, seu preço de venda da gasolina nas refinarias será de R$ 2,78 por litro. Considerando os outros componentes do preço, como impostos e o etanol anidro, a empresa estima que o preço médio final fique em torno de R$ 5,20 por litro.

Em junho, porém, entra em vigor a novo modelo de cobrança do ICMS, que terá alíquota única em todo o país. De acordo com projeção do consultor Dietmar Schupp, especialista em tributação de combustíveis, a mudança representa aumento médio de R$ 0,20 por litro.

No caso do diesel, diz a estatal, o preço médio de venda nas refinarias vai a R$ 3,02 por litro. Considerando impostos e biodiesel, a empresa espera um preço médio final de R$ 5,18 por litro, com o produto voltando a custar menos do que a gasolina pela primeira vez desde junho de 2022.

A companhia já havia sinalizado na semana passada que cortaria os preços, depois que aliados do governo vazaram informações de reunião do presidente da estatal, Jean Paul Prates, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os preços internos dos combustíveis estão bem superiores às cotações internacionais, segundo estimativa da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). No caso da gasolina, por exemplo, a diferença era de R$ 0,36 por litro na abertura do mercado desta terça.

Considerando apenas as refinarias da Petrobras, a diferença era de R$ 0,42 por litro. No caso do diesel, calcula a Abicom, o preço interno era negociado com ágio médio de R$ 0,23 por litro. Nas refinarias da estatal, o ágio era de R$ 0,28 por litro.

O corte superior ao ágio já reflete a nova política de preços, uma vez que a estatal não mais usará esse parâmetro na sua definição de preços. Agora, a formação de preços mira a busca por clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos.

A expectativa é que a mudança contribua para reduzir os preços no país. A Petrobras não deixará de acompanhar as cotações internacionais do petróleo, mas não mais incluirá em seus cálculos custos como transporte e seguro de importação dos produtos.

Nos comunicados sobre cortes de preços nesta terça, a empresa diz que "tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional".

"Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente", completou a companhia.

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Caminhão-tanque carregado de etanol explode, atinge casas e deixa quatro pessoas feridas; vídeo

Segundo bombeiros, veículo tinha 23 mil litros de álcool que vazou e escorreu para dentro de córrego da cidade

Modificado em 25/02/2025, 11:51

undefined / Reprodução

Um caminhão-tanque carregado de etanol explodiu, atingiu casas e deixou quatro pessoas feridas, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, relatou o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO). O acidente aconteceu no Jardim Goiás, na segunda-feira (24), e, segundo o motorista, o veículo ficou sem freio ao descer uma ladeira, tombou sobre calçada e muro de casa (veja vídeo acima).

De acordo com os bombeiros, ao capotar, o caminhão pegou fogo e atingiu uma residência. Foram socorridos o motorista, com escoriações leves; um morador da casa, com suspeita de fratura no abdômen; uma criança de 8 anos, com ferimentos leves; e uma mulher desmaiou após o acidente.

O Corpo de Bombeiros informou que eles foram encaminhados para o hospital. Mas, como os nomes dos feridos não foram divulgados, o POPULAR não conseguiu informações sobre os estados de saúde deles até a última atualização desta reportagem.

O CBM acrescentou que o veículo tinha 23 mil litros de álcool, que escorreu para o leito do córrego Barrinha. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Rio Verde e questionou se há monitoramento do impacto ambiental para o local. Além disso, se a gestão irá autuar a empresa transportadora do líquido de alta periculosidade e se prestará algum atendimento para família vítima do acidente, mas não houve retorno.

Casa fica destruída após acidente (Divulgação/Equatorial)

Casa fica destruída após acidente (Divulgação/Equatorial)

Os bombeiros ressaltaram que uma equipe permaneceu no local do incêndio até a chegada de representantes da empresa proprietária do caminhão-tanque. Conforme a corporação, a rua foi interditada e a eletricidade desligada pela concessionária Equatorial.

A Equatorial Goiás informou, por nota, que equipes da distribuidora foram acionadas e estiveram no setor para avaliar a situação, garantir a segurança e recuperação da rede elétrica. A empresa destacou que a normalização do serviço esta programado para ocorrer na manhã desta terça-feira (25).

O incêndio causou danos em três ramais de ligação, afetando três unidades consumidoras. Por segurança, foi necessário realizar o desligamento imediato desses ramais, uma vez que a fiação foi danificada. No entanto, devido ao risco gerado pelas chamas e à necessidade de controle da situação pelos bombeiros, não foi possível restabelecer o fornecimento de energia no mesmo momento", cita comunicado.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) para saber sobre a investigação desse acidente, mas não houve retorno.

Caminhão atingiu rede elétrica, informou Equatorial (Divulgação/Equatorial)

Caminhão atingiu rede elétrica, informou Equatorial (Divulgação/Equatorial)

Íntegra da nota da Equatorial

A Equatorial Goiás informa que, devido ao incêndio ocorrido na tarde desta segunda-feira (24) no setor Jardim Goiás, em Rio Verde, equipes da distribuidora foram acionadas e estiveram no local para avaliar a situação e garantir a segurança da rede elétrica. O trabalho de recuperação da rede e normalização do serviço esta programado para a manhã dessa terça-feira (25).

O incêndio causou danos em três ramais de ligação, afetando três unidades consumidoras. Por segurança, foi necessário realizar o desligamento imediato desses ramais, uma vez que a fiação foi danificada. No entanto, devido ao risco gerado pelas chamas e à necessidade de controle da situação pelos bombeiros, não foi possível restabelecer o fornecimento de energia no mesmo momento.

A Equatorial enfatiza em caso de acidentes os clientes podem entrar em contato pelos canais de atendimento oficiais que funcionam 24 horas por dia:

  • Aplicativo Equatorial Energia, disponível para download no Android e iOS; (novo aplicativo)
  • Call Center 0800 062 0196;
  • *Agência virtual no site da Equatorial *
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    Gás de cozinha, diesel e gasolina ficam mais caros em fevereiro

    Novas alíquotas unificadas de ICMS entram em vigor no dia 1º, com alta média de 12,5%; reajuste nas distribuidoras pode superar o aumento do imposto

    Modificado em 17/09/2024, 16:11

    Distribuidora de gás de cozinha: reajuste de preço do botijão de 13 kg

    Distribuidora de gás de cozinha: reajuste de preço do botijão de 13 kg
 (Wildes Barbosa)

    Os preços da gasolina, do diesel, biodiesel e gás de cozinha devem subir a partir desta quinta-feira, 1º de fevereiro. O motivo é o reajuste das alíquotas fixas e únicas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre estes produtos, em todos os estados.

    Apesar de os novos valores do imposto já estarem definidos, o reajuste nas distribuidoras pode ser maior. Companhias de gás de cozinha já enviaram comunicados às revendas informando aumentos que vão de R$ 2,04 a R$ 2,56, enquanto o ICMS subirá R$ 2,08.

    Antes de as alíquotas serem unificadas em todo o País, o imposto era definido por cada estado. Desde que a nova política foi instituída, em maio de 2023, o valor do ICMS para os combustíveis estava congelado. O aumento do imposto foi anunciado ainda em outubro do ano passado, quando o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) emitiu despacho informando o reajuste do ICMS sobre a gasolina, diesel e gás de cozinha, com alta média de 12,5%.

    Este reajuste do imposto sobre combustíveis e gás de cozinha foi definido numa votação dos 27 secretários da Fazenda de todos os estados, integrantes do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz). O mercado estima que o maior objetivo seria compensar perdas de arrecadação, principalmente após a queda na alíquota de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicação, em meados de 2022.

    Com isso, o ICMS sobre a gasolina passará de R$ 1,22 para R$ 1,37, uma alta de R$ 0,15. Já o imposto que incide sobre cada litro de diesel e biodiesel subirá de R$ 0,94 para R$ 1,06, ou seja, uma alta de R$ 0,12. Já a alíquota do gás de cozinha, que terá um reajuste de R$ 0,16 por quilo no botijão de 13 quilos, passará de R$ 1,25 para R$ 1,41. Com isso, o valor do ICMS sobre cada botijão subirá R$ 2,08.

    Gás de cozinha

    O presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás), Zenildo Dias do Vale, informa que já recebeu comunicados de algumas distribuidoras sobre os reajustes que serão praticados a partir de quinta-feira. A maioria delas está anunciando reajustes de R$ 2,04 por botijão de 13 quilos, mas uma já comunicou um aumento de R$ 2,56. Foi o caso da Ultragaz, que atribuiu o aumento ao novo valor do ICMS e a "demais custos associados à cadeia produtiva".

    Mas o presidente do Sinergás alerta que estes valores são para retirada do produto nas distribuidoras. "Para pegar na companhia, é este preço. Mas, para entrega na revenda, o aumento deve chegar aos R$ 4, pois o ICMS sobre os combustíveis vai subir também", explica. Segundo ele, atualmente, a média de preços do botijão de 13 quilos está entre R$ 100 e R$ 120 no mercado da capital.

    Combustíveis

    Os postos de combustíveis ainda não receberam comunicados das companhias distribuidoras sobre os reajustes que serão adotados. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, lembra que sempre que há reajuste de impostos, as distribuidores costumam repassar o novo valor na íntegra e a expectativa é de preços mais altos a partir de 1º de fevereiro.

    Porém, ele alerta que as distribuidoras também podem aproveitar este reajuste do ICMS para repassar outros aumentos de custos, o que faria os preços subirem ainda mais que a alta do imposto. Porém, Márcio Andrade ressalta que este repasse também dependerá muito da situação de cada posto no momento. "Algumas revendas podem absorver parte disso por conta da concorrência e repassar um reajuste menor para seus clientes", explica o empresário.

    Mas na visão do presidente do Sindiposto-GO, de qualquer forma, este aumento significará mais um aumento de carga tributária, que vai pesar no orçamento das famílias e fica quase insustentável para o consumidor. "Provavelmente, só ficaremos sabendo quais serão os novos valores praticados na véspera do dia do aumento, ou seja, no dia 31 de janeiro", estima.

    Mas, considerando a última pesquisa de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que apontou um valor médio de R$ 5,90 para a gasolina na semana passada em Goiânia, o combustível passará dos R$ 6 com o novo imposto.

    Para o consultor e diretor da Suporte Postos, Cláudio Dias, as distribuidoras não deveriam aumentar os preços acima do reajuste do ICMS. "Mas eu não apostaria que isso não vai ocorrer. A voracidade delas é cada vez maior e, como não existe nenhum regramento sobre elas, o foco fica 100% nos postos."

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    Petrobras anuncia redução no preço do diesel para distribuidoras

    Modificado em 19/09/2024, 01:16

    Petrobras anuncia redução no preço do diesel para distribuidoras

    (Agência Petrobras)

    A Petrobras anunciou que vai reduzir em R$ 0,30 o preço do diesel A para distribuidoras a partir desta quarta-feira (27).

    Com a redução, o preço do combustível para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,48 por litro. A parcela da Petrobras no preço ao consumidor terá uma redução de R$ 0,26 por litro e passará a ser, em média, R$ 3,06 a cada litro vendido na bomba. O valor considera a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do combustível comercializado nos postos.

    Nas bombas, o preço encontrado pode ser entre R$ 4,63 e R$ 8,26 por litro, a depender do local de venda. A companhia destaca que esse preço é afetado por fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.

    Preço do diesel caiu R$ 1,01 por litro no ano, segundo a Petrobras. Isso equivale a uma redução de 22,5%.

    Valor da gasolina e do gás de cozinha permanecem estáveis. No caso do combustível, a última redução foi de R$ 0,12 por litro, em outubro. Com esse último movimento, o combustível acumula queda de R$ 0,27 por litro em 2023, cerca de 8,7%.

    Já para o gás, os preços de venda às distribuidoras permanecem estáveis desde julho. No ano, os preços de GLP da Petrobras acumulam uma redução equivalente a R$ 10,40 por botijão de 13kg, ou 24,7%.

    O ajuste é resultado da análise dos fundamentos dos mercados externo e interno frente à estratégia comercial da Petrobras, implementada em maio de 2023 em substituição à política de preços anterior, e que passou a incorporar parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação.Comunicado divulgado pela Petrobras sobre a queda do diesel

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    Falta de combustível é causa de nova crise do lixo em Goiânia

    Oito servidores da Comurg afirmaram que o combustível é insuficiente para atender a frota, que também enfrenta estragos frequentes. Funcionários apontam falhas no planejamento do serviço, em época crítica da dengue. Empresa não explica problemas

    Modificado em 19/09/2024, 01:11

    Goiânia volta a focar lotada de lixo. Na foto, lixos esparramados pela Avenida Ubaldina Naves de Brito, no Setor Jardim Balneário Meia Ponte

    Goiânia volta a focar lotada de lixo. Na foto, lixos esparramados pela Avenida Ubaldina Naves de Brito, no Setor Jardim Balneário Meia Ponte
 (Diomício Gomes)

    ++GABRIELLA BRAGA++

    Servidores da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) ouvidos pela reportagem apontam que a nova crise na coleta de lixo em Goiânia tem relação com a possível falta de combustível para os caminhões. Os funcionários da empresa destacam ainda que o problema, associado com a constante quebra dos veículos compactadores, dificulta o recolhimento regular dos resíduos urbanos. Sem o serviço normalizado, portas de casas e condomínios ficam cheias de rejeitos.

    A crise mais recente ocorre logo após o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) ingressar com pedido na Justiça para o arquivamento da ação protocolada pelo órgão contra a companhia, no dia 16 de outubro.

    A ação da promotora Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Goiânia, ocorreu em meio à forte crise ocorrida em toda a capital. À época, a empresa fez uma força-tarefa para solucionar a falta de recolhimento que perdurou por uma semana.

    Pouco mais de um mês depois, nos setores Parque Amazônia, Bueno e Jardim Atlântico, já foi possível verificar grande quantidade de lixo acumulada nas calçadas nesta terça-feira (28), conforme observado pela reportagem. A CBN Goiânia mostrou ainda que o problema persiste em outras localidades, como no Jardim América, Recanto das Minas Gerais e Vila Morais, Pedro Ludovico, Jaó, Vila Ana Maria, São José e Marechal Rondon.

    Oito servidores da companhia relataram ao jornal que o principal motivo para o serviço ter sido afetado recentemente é a falta de diesel. Isso, pois, mesmo quando a frota está em funcionamento, não se coloca todos os caminhões para rodar por causa do combustível. A quebra recorrente dos veículos que percorrem a cidade durante todo o dia é um problema elencado em todas as crises.

    A indisponibilidade diária de diesel apontada pelos servidores estaria também afetando a coleta seletiva. Um servidor explicou que a prioridade para a entrega do combustível é para os caminhões de coleta de resíduos urbanos, por serem rejeitos perecíveis, e que causam mais reclamações. Também foi informado à reportagem sobre a carência de coletores para garantir o serviço regularizado. Para eles, falta planejamento sobre como o serviço deve funcionar.

    O promotor Juliano de Barros Araújo, da 15ª Promotoria, e que solicitou o arquivamento da ação, explica que não tem conhecimento recente sobre uma nova crise na coleta de lixo e que nenhuma denúncia foi feita ao MP-GO nos últimos cinco dias. Já no início de novembro, ele pontua que estava sendo feita a regularização do serviço. O DAQUI mostrou que, no pedido para que seja arquivada a ação contra a Comurg, feito no dia 23 de novembro, o MP-GO argumentou que a companhia atendeu a cobrança e regularizou o recolhimento antes mesmo de uma decisão judicial.

    Futuro

    A solução das frequentes crises de lixo apontada por Araújo seria a terceirização da coleta, processo que está em licitação. "Eu entendo que o serviço, enquanto estiver com a Comurg, vai ter falhas. A empresa não tem condições ou capacidade operacional para atender o serviço como é hoje. (Faltam) equipamentos, servidores e recursos. A própria dificuldade por ser empresa pública de precisar fazer contrato. Quebra uma peça e tem de licitar para consertar caminhão, afasta servidor e não tem como colocar outro no local. É uma dinâmica lenta, atrasa e impacta diretamente na capacidade operacional."

    Conforme ele, até que seja concluída a transferência do serviço à iniciativa privada, "é bem provável que tenhamos outros períodos críticos". A previsão, diz, é para meados de 2024. Um dos argumentos é a carência de servidores, visto que muitos são afastados das ruas por problemas médicos diante da "atividade desgastante". O promotor aponta que o último concurso teria ocorrido em 2007.

    Antes mesmo do serviço ser terceirizado, uma licitação para aluguel de 30 caminhões compactadores de lixo de 15 metros cúbicos (m³), com motorista está sendo feita pela companhia. O processo, entretanto, deve ficar para janeiro de 2024. A empresa que ficou na quinta classificação do pregão eletrônico, a Quebec Construções e Tecnologia Ambiental S/A, teve a proposta escolhida após a desclassificação das demais. O valor é de R$ 21,6 milhões. No entanto, uma das concorrentes entrou com recurso contra o resultado e uma decisão deve ser tomada até o dia 22 de dezembro.

    O contrato com a vencedora deve durar 24 meses, mas a expectativa é que a Comurg faça a terceirização antes deste período. A companhia não explica sobre quais problemas têm ocasionado a irregularidade na coleta de lixo, nem tampouco apresenta uma listagem sobre quantos caminhões saem às ruas diariamente. Também não diz onde são os pontos mais críticos nesta mais recente crise.

    Resposta

    A reportagem questionou sobre a falta de combustível e de servidores suficientes para a coleta, mas a companhia não respondeu aos questionamentos. Em nota, diz apenas que "trabalha diariamente para resolver os problemas pontuais e normalizar a coleta, dentro da programação estabelecida". "Há esforço concentrado para a solução imediata dos problemas que surgem. O objetivo é atender todas as regiões e proporcionar segurança e bem-estar à população", finaliza.

    A empresa apontou à TV Anhanguera que a chuva tem causado problemas na coleta de lixo. A justificativa não foi apresentada ao jornal. Um servidor da Comurg, entretanto, disse à reportagem que as chuvas acabam por inchar e deixar os resíduos mais pesados, o que também ocasionaria maior necessidade de manutenção nos veículos diante de esforço a mais para a compactação dos materiais.

    A nova crise ocorre ainda em meio a um alerta do Ministério da Saúde (MS) para possível explosão de casos de dengue na região Centro-Oeste. Em Goiás, neste ano, já foram confirmados 61,6 mil casos da doença, além de 32 mortes. Destas, seis ocorreram em Goiânia. A proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chicunguhna, cresce diante do período chuvoso aliado ao calor.

    Goiânia volta a focar lotada de lixo. Na foto, lixos esparramados pela Avenida Ubaldina Naves de Brito, no Setor Jardim Balneário Meia Ponte

    Goiânia volta a focar lotada de lixo. Na foto, lixos esparramados pela Avenida Ubaldina Naves de Brito, no Setor Jardim Balneário Meia Ponte
 (Diomício Gomes)