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Plano prevê rodízio com interrupção de água a cada dois dias na Grande Goiânia

Medida será colocada em prática caso o Meia Ponte baixe dos atuais 2,4 mil para 2 mil litros por segundo. Racionamento deve atingir parte de Aparecida e 34% de Goiânia, nos bairros atendidos pelo rio

Modificado em 21/09/2024, 00:47

Plano prevê rodízio com interrupção de água a cada dois dias na Grande Goiânia

O abastecimento de água nos 442 bairros de Goiânia e Aparecida de Goiânia atendidos pelo Sistema Meia Ponte poderá ter interrupções de dois em dois dias. A medida que está a um nível de ser acionada consta no Plano de Racionamento apresentado pela Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) para este ano.

A ação de rodízio será colocada em prática caso a vazão do manancial caia dos atuais 2.400 litros por segundo (l/s) para 2.000 l/s. A previsão é de que o rodízio seja feito apenas nos bairros atendidos pelo Meia Ponte. Desta forma, parte considerável da capital não deve sofrer com desabastecimento, já que 66% da cidade é abastecida com água do Ribeirão João Leite.

A diferença entre a vazão atual e o nível crítico 3, que obriga a implementação de racionamento, pode ser alcançada em menos de 15 dias. Na medição do início de agosto, o Meia Ponte registrou 4.000 l/s na média de sete dias, vazão que caiu para 2.714 l/s na primeira semana deste mês.

O rodízio será feito por regiões, com escala de três dias revezando entre interrupção, estabilização e fornecimento normalizado (confira o quadro). De acordo com a Saneago, o plano foi elaborado como forma de precaução, tratando-se de exigência legal das agências reguladoras e uma das diretrizes previstas pelo Comitê de Bacia do Rio Meia Ponte (CBH-MP).

Durante o período de rodízio, o plano prevê garantia de abastecimento aos usuários que prestam serviços essenciais. Para estes locais que têm inscrição como Usuários Essenciais na área de influência do Sistema Meia Ponte, a Saneago irá oferecer caminhões-pipa próprios e locados, conforme necessidade.

"A implementação ocorrerá de acordo com as intercorrências que surgirem no período planejado, caso estas impactem a regularidade do abastecimento destas unidades, a exemplo da intermitência programada no caso de rodízio do fornecimento de água", informa trecho do plano.

O presidente do CBH, Fábio Camargo, explica porque de a escala ter três níveis. "Como o sistema faz: hoje é o dia de Aparecida, então eles fecham o sistema de Aparecida, no outro dia eles vão ligar, mas não é automático, são quilômetros de dutos".

Antecipação

A medida é considerada a última alternativa diante do cenário de crise hídrica. Apesar de citar a possibilidade de chuvas fora do esperado, Fábio diz que, diante do quadro atual, com previsão de chuvas regulares apenas para a segunda quinzena de outubro, há riscos concretos de o rodízio se tornar necessário. "O mais importante é agir com antecedência", afirma o presidente.

Antes de acionar o rodízio, a Saneago diz que está executando programas de comunicação para conscientizar a população sobre os riscos do desperdício, além de ações estruturais, com obras na rede de abastecimento.

A Saneago destaca que o sistema Meia Ponte tem ligação com o João Leite, podendo o primeiro ser reforçado em até 800 l/s, acréscimo que é feito direto na rede de abastecimento. Apesar disso, o plano de racionamento leva em consideração apenas a medição da vazão do próprio Meia Ponte e por isso o rodízio não deve ser afastado com o uso do João Leite.

Como práticas preventivas, a companhia diz que realizou intensa preparação, por meio de um conjunto de obras e melhorias. "O resultado está nos números alcançados. Enquanto a média nacional de perdas atinge 39%, os índices atualizados da Companhia são de apenas 26,9% para Goiás", diz a nota da companhia.

Mesmo assim, a própria empresa pondera: "A estiagem demanda cautela, especialmente nesta que é a maior seca dos últimos cem anos. Assim, é fundamental que a população também faça sua parte por meio do consumo consciente da água".

Manancial teve redução de mil litros na vazão em 1 mês

Diante da possibilidade de acionar o sistema de rodízio de fornecimento de água, usuários do Sistema Meia Ponte já sofrem impactos. O manancial teve redução de mil litros na vazão média em um mês, entre agosto e setembro. A redução de 4 mil l/s para 3mil l/s fez o Meia Ponte chegar ao nível crítico 3, que implica em reduzir a captação.

Os primeiros impactados foram os membros setor produtivo da Região Metropolitana atendidos pelo manancial. Isso porque no nível crítico 3 a captação via outorgas precisa ser reduzida em 50%, o que passou a ser regra desde a primeira semana deste mês.

Em entrevista ao POPULAR, a representante da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) no CBH-MP, Elaine Farinelli, cobrou que a população também deve passar a colaborar para que o setor não sofra ainda mais.

"Com (corte de) mais de 50%, há risco de paralisação. Só uma das indústrias emprega mais de 4 mil pessoas. E a empresa tem seus compromissos, de entregar sua produção. Ela trabalha com produção estipulada, então isso traz riscos de prejuízos enormes", afirma Elaine.

O presidente do CBH-MP, Fábio Camargo, diz que chuvas registradas na semana passada em alguns pontos da bacia ajudaram o manancial a manter 2.400 l/s de vazão, o que adia o início do rodízio. "Agora, considerando que nós temos 25 dias para iniciar o período chuvoso, é uma quantidade pequena ainda", diz Fábio ao alertar sobre os riscos.

"Passamos a semana longe dos 2 mil litros por segundo, que é a quantidade que se permanecer por uma semana demanda o racionamento. Ficamos em 2.300 l/s, 2.400 l/s. Agora, considerando que nós temos 15 dias para o início do período chuvoso, é uma margem muito pequena", explica Fábio.

O presidente destaca que a tarefa de casa contra o desperdício ainda é fundamental. "Desde 2017 nós estamos batendo na tecla de que o racionamento existe e que se a gente desperdiçar, nós vamos sentir as consequências", diz.

Ainda segundo Fábio, a efetividade do modelo de rodízio será medida na prática e poderá passar por alterações ao longo dos dias em que vigorar.

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Aterro terá de ser desativado após embargo em Aparecida de Goiânia

Semad aponta irregularidades que persistem há um ano e deu prazo para sair solução para a área embargada; prefeitura alega ‘medida desproporcional’

Aterro sanitário de Aparecida: embargo causado por persistência de irregularidades no local

Aterro sanitário de Aparecida: embargo causado por persistência de irregularidades no local (Wildes Barbosa / O Popular)

O aterro sanitário municipal de Aparecida de Goiânia foi embargado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) devido à persistência de irregularidades no espaço. A Prefeitura deverá repassar os resíduos coletados no município para outro aterro que esteja devidamente licenciado, e tem prazo de 60 dias para apresentar um plano para desativação definitiva do local. Para a administração municipal, a medida é "desproporcional".

Os problemas que geraram o embargo imediato, nesta terça-feira (25), do que a Semad tem chamado de lixão, são denunciados desde 2015 pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que moveu, em 2018, uma ação civil pública sobre o depósito irregular de chorume. O POPULAR mostrou em fevereiro de 2024 que uma decisão judicial, com base em pedido do órgão ministerial, determinou que o município transferisse o aterro e despoluísse a área em 60 dias, mas o prazo foi suspenso após recurso da Prefeitura.

Agora, a Semad impõe o prazo de 30 dias para comprovação de que os resíduos sólidos foram destinados a um aterro sanitário licenciado, além do período para a apresentação de um plano de descomissionamento e de monitoramento do espaço. Conforme a pasta, "a medida foi tomada depois de um ano de cobranças e de negociações para que as irregularidades fossem sanadas". Em julho passado, diz, a Prefeitura assinou junto à secretaria um termo de compromisso ambiental (TCA) para tratar sobre a regularização e operação no local.

"Porém, em dezembro de 2024, a fiscalização da Semad constatou que os problemas apontados no TCA permaneciam os mesmos. Diante do cenário, o Estado rescindiu o TCA e notificou o município", complementa, em comunicado à imprensa. Após o prazo citado para transferência dos resíduos a outro aterro, o município teria solicitado uma prorrogação "sob argumento de que estava enfrentando dificuldades legais e financeiras." Em nova fiscalização no dia 18 de março, foi constatado que, mesmo com "melhorias em alguns pontos", as irregularidades persistiam.

Dentre os problemas observados no aterro municipal, está o "recobrimento inadequado, falta de controle de dispersão de particulados e incômodos à vizinhança, insuficiência da rede de drenagem pluvial e atração de fauna oportunista (urubus, por exemplo)". A Semad aponta ainda que "a água armazenada nas cavas, oriunda da área do antigo lixão, continua chegando ao Córrego Santo Antônio." Já a estação de tratamento de chorume permanecia sem dispositivos de contenção em extravasamentos e rompimentos.

Ainda conforme a secretaria, foram feitos estudos comparativos sobre os custos para disposição em aterros licenciados. No aterro municipal, alega, o gasto seria de R$ 132,26 para cada tonelada -- sendo 350 por dia. Em um aterro privado em Aparecida, a Metropolitana Serviços Ambientais, o custo varia de R$ 115,15 a R$ 135. No aterro Resíduos Zero Ambiental, em Guapó, o preço é de R$ 108 a R$ 137. Conturdo, vale destacar que este primeiro teve registros de vazamento de chorume em fevereiro, o que motivou uma apuração tanto por parte da Polícia Civil quanto da própria Semad.

Por fim, a pasta alega que o município pode regularizar as estruturas do espaço por meio de um licenciamento corretivo da área, "mediante a apresentação de relatórios que comprovem a adequação de todas as estruturas necessárias para a operação adequada, garantindo a mitigação ou compensação dos impactos ambientais negativos. Contudo, aponta, a vida útil do aterro já está no fim, tendo uma estimativa de seis a oito meses.

No dia 18 de fevereiro, O POPULAR mostrou que o prefeito Leandro Vilela (MDB) buscava regularizar o aterro municipal. À época, apontou que estava em diálogo junto ao MP-GO e Semad "para podermos regularizar o nosso aterro em função do custo que é operar um aterro privado". "Para o município é muito caro. Estamos com tanta dificuldade financeira e ainda vamos pagar mais caro sendo que temos o municipal. Se fosse só fechar e migrar para outro, ok, mas temos que continuar mantendo ele", disse.

Em nota, a Prefeitura de Aparecida diz que o anúncio da Semad é desproporcional, "haja vista que a interdição do aterro sanitário público pode onerar ainda mais município que se encontra com uma dívida herdada da administração anterior na ordem de R$ 500 milhões". "Há apenas 85 dias, a nova gestão tem se esforçado para regularizar a situação, tanto que nas últimas vistorias realizadas no local já foram constatadas melhorias e mantém diálogo constante com a Semad e o MP-GO para regularizar a situação."

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Mulher de 46 anos morre após fazer cirurgias plásticas, em Goiânia, diz delegado

Segundo polícia, paciente morreu três dias depois de fazer procedimento em um hospital da capital. Médico ainda não é investigado sobre o caso, mas responde por outras mortes na Justiça

Modificado em 25/03/2025, 19:25

PC relatou que Cristina Rocha da Silva foi encontrada desacordada em sua casa pela filha

PC relatou que Cristina Rocha da Silva foi encontrada desacordada em sua casa pela filha (Reprodução/Redes Sociais)

Uma mulher de 46 anos morreu após fazer cirurgias plásticas em um hospital de Goiânia. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), a chefe de serviços gerais Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, foi encontrada pela filha desacordada em sua casa, na madrugada de segunda-feira (25).

O delegado Anderson Pimentel investiga se a causa da morte foi em decorrência do procedimento cirúrgico feito nela pelo médico Dagmar João Maester.

Eu estou preferindo evitar ainda chegar ao profissional médico, pelo seguinte, eu preciso ter informações para saber se a morte foi causada ou se ela tem uma correlação direta ou indireta com esse procedimento", disse o delegado.

Ao DAQUI , o advogado do médico, Wendell Santana, disse que por enquanto não se manifestará sobre o caso.

Em razão do sigilo médico não podemos, ao menos por agora, prestar maiores informações sobre os fatos em tela", respondeu a defesa do médico.

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O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), por nota, informou que "não tem conhecimento" da morte da paciente atendida pelo médico Dagmar João Maester (veja íntegra da nota ao final desta reportagem).

O delegado acrescentou que nestes casos são realizadas perícias complementares para se confirmar a causa exata da morte. Se "foi efetivamente a parada cardiorrespiratória, se foi por outro fator endógeno, pré-existente, ou se foi causado por uma causa exógena, ou seja, externa e não inerente à vontade da vítima".

A Polícia Técnico-Científico Morte informou ao DAQUI que a causalidade da morte será esclarecida por exames de anatomopatológico e toxicológico. O prazo para o laudo cadavérico é de 10 dias.

"Exames estes a serem realizados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Goiás", emendou a polícia.

Entenda

A polícia relatou que Cristina Rocha da Silva realizou a cirurgia plástica no sábado (22). O procedimento teria sido feito em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. O nome da unidade não foi divulgado e, por isso, a reportagem não conseguiu um posicionamento sobre o caso.

Uma amiga e vizinha da vítima, Brenda Alves, contou ao g1 que Cristina recebeu alta hospitalar no domingo (23). Ao chegar em sua casa, reclamou de muitas dores no abdômen e falta de ar. Na segunda-feira, ela foi encontrada desacorda pela filha na casa dela.

O DAQUI entrou em contato com o Corpo de Bombeiros de Goiás (CBM-GO) para obter informações se uma equipe atendeu a ocorrência, o que foi negado. A corporação indicou que o atendimento foi feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A reportagem não conseguiu contato com o órgão.

Outros casos envolvendo o médico

Anderson Pimentel recordou que o cirurgião plástico Dagmar João Maester se tornou réu pela morte de uma idosa que fez uma mamoplastia, abdominoplastia e lipoescultura no Hospital Goiânia Leste, em Goiânia, em abril de 2023.

Sobre esse caso, em outubro do mesmo ano, a Justiça acatou uma denúncia contra ele. Maester foi acusado de negligência médica. Com a morte da idosa, ele foi investigado por suspeita de causar a morte de seis pacientes.

De acordo com as investigações, as mortes ocorreram em decorrência de intervenções clínicas em pacientes de Goiás, Maranhão e Distrito Federal. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).

No caso da idosa, o laudo pericial indicou a causa da morte como "alterações biopatológicas relacionadas com procedimento cirúrgico", o que teria ocasionado um tromboembolismo pulmonar.

Demais mortes supostamente causadas pelo médico Dagmar João Maester:

  • Em fevereiro de 2022, a vereadora de Açailândia Robenha Maria Sousa Pereira, de 43 anos, morreu após ter feito abdominoplastia, lipoescultura e mastopexia nos seios em um hospital de Imperatriz (MA).
  • Em março de 2022, a assessora parlamentar Patriciana Nunes Barros, de 36, também morreu após passar por procedimentos cirúrgicos de abdominoplastia e uma cirurgia de prótese nas mamas.
  • Em março de 2010, a servidora pública do Ministério das Cidades, Kelma Macedo Ferreira Gomes, de 33 anos, passou por uma lipoaspiração, implante de prótese de silicone nos seios e abdominoplastia, mas no dia seguinte teria passado muito mal.
  • Em 2001, outras duas pacientes também teriam sido vítimas após realizarem procedimentos estéticos em Goiás, com o mesmo médico.
  • Na época, o cirurgião chegou a ser suspenso por 30 dias do exercício profissional. Depois desse período, ele retomou as atividades.

    Íntegra da nota do Cremego (25/03/2025)

    O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) não tem conhecimento deste caso (morte da paciente). Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

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    Demolição de igreja onde teto desabou durante instalação de placas solares é autorizada

    Investigação revelou falhas no laudo de segurança estrutural apresentado à igreja e à empresa responsável pela obra. A demolição deverá ocorrer ainda nesta semana

    Modificado em 25/03/2025, 19:25

    Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou

    Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou (Wildes Barbosa / O Popular)

    A demolição da Igreja Videira, localizada no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia, foi autorizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) após o desabamento do teto enquanto trabalhadores instalavam placas solares. A administração da igreja informou que a demolição ocorrerá ainda nesta semana. Em entrevista à TV Anhanguera, o gerente de fiscalização do Crea, Jeorge Frances, explicou que a investigação revelou falhas no laudo de segurança estrutural apresentado à igreja e à empresa responsável pela obra.

    Não foram realizadas as vistorias adequadas para identificar a tipologia correta da estrutura. O laudo foi baseado apenas em cálculos, mas faltou a vistoria presencial. Em uma obra com mais de 30 anos, não basta apenas realizar cálculos; é essencial inspecionar e verificar a integridade das peças estruturais. Até o momento, a igreja está sendo analisada como uma vítima do processo. Ela não é alvo da fiscalização, mas sim os profissionais envolvidos", afirmou Jeorge Frances.

    Como os nomes dos profissionais envolvidos não foram divulgados, o DAQUI não conseguiu localizar a defesa deles para posicionamento até a última atualização desta matéria.

    O desabamento ocorreu em 19 de março. No momento da queda, a igreja, que recebe cerca de 3 mil pessoas aos domingos, estava vazia, com apenas seis funcionários presentes. Um deles precisou ser hospitalizado devido ao acidente.

    A Defesa Civil já havia recomendado a demolição do prédio, e agora o Crea também autorizou a ação. À TV Anhanguera , o conselho informou que a demolição será supervisionada em conjunto com o Corpo de Bombeiros, pois o telhado é composto por amianto, o que pode liberar partículas tóxicas caso se espalhem pela vizinhança.

    Desabamento em igreja

    O alerta do desabamento parcial do telhado da Igreja Videira foi feito por um trabalhador de uma oficina mecânica localizada em frente ao templo. Ao ver o acidente, o homem acionou o Corpo de Bombeiros.

    Matheus Oliveira, de 27 anos, relatou que operários vinham instalando as placas no telhado havia cerca de uma semana. Mas, por volta das 10h30, de quarta, a estrutura cedeu e surpreendeu quem estava por perto.

    Um barulho muito alto e muita poeira", descreveu a testemunha, depois que ele e colegas se assustaram com o incidente.

    Além dos bombeiros e da Defesa Civil de Goiânia, esteve no local representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO).

    O capitão do CBM, Guilherme Lisita, disse que os trabalhadores informaram que mais de 70 placas já haviam sido instaladas antes do desabamento. A estimativa é que cada uma delas pesa aproximadamente 30 quilos, o que representou um acréscimo de mais de duas toneladas à estrutura do edifício.

    O gerente de fiscalização do Crea-GO, Jeorge Frances, ressaltou que, além das questões administrativas relacionadas à área elétrica, a instalação de placas solares envolve diversos aspectos da engenharia. Conforme ele, o primeiro passo é calcular a capacidade de geração de energia no local.

    Frances frisou que a demanda de carga determina tanto a quantidade quanto o tipo de placas a serem utilizadas, sendo que cada modelo possui um peso específico. Esse fator também influencia a maneira como as placas serão distribuídas e fixadas na estrutura.

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    Moradores descartam resíduos indevidos em pontos

    Desde 6ª-feira, 8 espaços temporários recebem entulho, recicláveis, restos de poda e móveis, mas resíduos não permitidos ainda são depositados

    Resíduos ocupam ponto provisório do Jardim Europa: parte foi queimada

    Resíduos ocupam ponto provisório do Jardim Europa: parte foi queimada (Gabriella Braga)

    Inaugurados na manhã da sexta-feira (21), os oito pontos provisórios para descarte de resíduos têm tido adesão da população e, passados dois dias, ao menos dois já se encontravam lotados. Mas, apesar da tentativa da Prefeitura de Goiânia de regularizar os locais antes utilizados para descarte ilegal, por desinformação e desrespeito, rejeitos proibidos ou em quantidade acima do permitido seguem sendo despejados nesses locais, como é o caso de pneus e lixo orgânico. O descarte é permitido apenas para entulho, recicláveis, galhos e móveis, limitado a uma carreta, ou carroceria, por pessoa.

    A instalação de pontos provisórios em locais onde havia descarte irregular de resíduos foi anunciada no início de janeiro pelo prefeito Sandro Mabel (UB). À época, a reportagem mostrou que mais de 20 seriam criados para destinação temporária de lixo por cem dias. Passados quase três meses, os oito primeiros foram implantados, com prazo ainda indefinido de funcionamento. Na sexta-feira, o chefe do Executivo destacou que deseja chegar a 30 locais provisórios, onde há maior quantitativo de materiais descartados irregularmente. Os demais ainda são estudados pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma).

    Os oito pontos inaugurados na última semana estão nos bairros Parque Amazônia, Jardim Europa, Vale do Araguaia, Residencial Anicuns, Jardim das Hortências, Solar Ville, Brisas do Cerrado e Recanto do Bosque e foram limpos antes de serem regularizados. A reportagem esteve nos dois primeiros e observou grande quantidade de resíduos amontoados. No Parque Amazônia, o local está sinalizado com cartaz determinando o que é permitido ser descartado. Não havia caçambas no local. Não tinha também, a exemplo, lixo orgânico, mas havia resíduos têxteis, como roupas e malas de pano. Já a pilha de lixo era composta majoritariamente por galhadas e entulho, além de sofás. Até mesmo um capacete foi depositado no ponto. Logo atrás, está o Córrego Serrinha.

    Por outro lado, no Jardim Europa não havia placa de sinalização e lixo orgânico ocupava um dos cantos da área. Havia também restos de automóveis, pneus e ripas de madeira. Parte dos resíduos foram queimados, como o tronco de uma árvore cortada. O fogo chegou até mesmo nas três caçambas disponibilizadas no local. O ponto provisório também está instalado ao lado de um córrego. Contudo, vale lembrar que o local já era alvo de descarte irregular. A Amma diz ainda que todos os oito foram devidamente sinalizados.

    No dia seguinte à inauguração dos oito pontos, a Prefeitura divulgou que iria atuar para "coibir a ação de vândalos" que têm provocado danos ao patrimônio público. Em um deles, no Jardim das Hortências, a placa de sinalização foi cortada. Por isso, anunciou, a fiscalização seria intensificada. A Amma também apontou que estuda manter "um servidor operacional em cada um dos pontos, para orientar sobre o descarte correto e também para evitar atitudes que possam causar danos ao patrimônio público e ao meio ambiente, além de buscar fazer uso de câmeras de vigilância". Tais medidas fiscalizatórias ainda não foram implantadas.

    À reportagem, a pasta aponta que tem ocorrido dificuldades no respeito ao que pode ou não ser descartado. "Apesar da existência da placa indicando, verificou-se que está sendo feito o descarte de (a exemplo) pneus, além da depredação de algumas placas, o que motivou a Prefeitura a estudar novas medidas a serem implementadas", cita. "A fiscalização é integrada, envolvendo a Amma e Guarda Civil Metropolitana (GCM), quando necessário. O recolhimento está sendo feito tanto pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) quanto pelo Consórcio Limpa Gyn", complementa.

    Quando foi divulgada a inauguração dos espaços temporários, a Prefeitura disse que a limpeza seria feita diariamente. A reportagem questionou tanto ao consórcio quanto à Comurg qual será a periodicidade do recolhimento. Conforme o Limpa Gyn, será semanal e, em caso de necessidade, mais de uma vez por semana. A companhia não respondeu.

    Moradora do Parque Amazônia, a vendedora Daiane Albuquerque, de 43 anos, vê positivamente a medida. "Sempre teve muito entulho. Agora ajudou, porque não fica muito tempo (o lixo). Mas tem de tomar cuidado para não virar uma cratera", pondera. No tempo que a reportagem permaneceu no trecho, quatro pessoas depositaram resíduos no local. Um deles, que preferiu não se identificar, trabalha com limpeza de lote há cerca de três anos e conta que levava os resíduos aos ecopontos ou para locais privados.

    Mais pontos

    Os oito pontos provisórios se somam aos cinco ecopontos geridos pela Comurg na capital, situados nos setores Faiçalville, São José, Guanabara 2, Campos Dourados e Eldorado Oeste. Funcionando de forma definitiva, eles recebem, além dos materiais que podem ser descartados nos temporários, também pneus, óleo de cozinha usado e eletroeletrônicos. Em ambos, há limite do quantitativo que pode ser disposto. "São destinados para os pequenos geradores de resíduos, uma vez que os grandes geradores devem realizar o cadastro na Prefeitura e se responsabilizar por seu próprio descarte", explica a Amma.

    O Consórcio Limpa Gyn também está construindo o primeiro ponto temporário de transferência de resíduos (PTTR), no Residencial Português. A previsão é de que esteja concluído até abril. O espaço receberá materiais recicláveis e inservíveis, mas também não terá pneus nem lixo domiciliar. Haverá duas caçambas para volumosos e quatro baias para recicláveis. A construção e operação serão conduzidas pela terceirizada.

    Além dos oito temporários, dos cinco definitivos e do que está sendo inaugurado pelo consórcio, a Amma estuda outros espaços a serem regularizados "em que haja alto índice de descarte irregular". A pasta diz que também tem intensificado projetos de educação ambiental. "A implementação dos pontos provisórios está em fase inicial e, com base nos resultados que forem se apresentando, os órgãos competentes terão condições de definir seu tempo de duração. Como há áreas particulares e públicas utilizadas para esse fim, os pontos terão diferentes destinações após o projeto", pontua.

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