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Veja dicas para escapar da ressaca nas festas de fim de ano

Para não repetir os mesmos erros e correr o risco de perder hoje a festa ou o dia seguinte, especialistas são unânimes em afirmar que, com pequenos cuidados, é possível, sim, curtir só a parte boa da virada

Modificado em 26/09/2024, 00:35

Lívia Soares: “Natal e réveillon são festas de excessos. Procuro sempre evitar aquilo que tenho certeza de que vai me fazer mal”

Lívia Soares: “Natal e réveillon são festas de excessos. Procuro sempre evitar aquilo que tenho certeza de que vai me fazer mal” (Douglas Schinatto)

Todo ano é a mesma história. O primeiro dia do ano nasce com a promessa de muita gente de que os exageros alimentícios e etílicos nunca mais serão repetidos. Afinal, ninguém quer acordar no dia 1º com aquela dor de cabeça e o estômago revirado. Mas, quando a noite de réveillon chega, a promessa parece ser sempre esquecida. Para não repetir os mesmos erros e correr o risco de perder hoje a festa ou o dia seguinte, especialistas são unânimes em afirmar que, com pequenos cuidados, é possível, sim, curtir só a parte boa da virada.

"Alguns cuidados podem ser tomados para evitar ou amenizar a ressaca do dia seguinte. Como, por exemplo, não se esquecer de beber água antes, durante e após o consumo de álcool", explica a nutricionista Gleicy Nunes. Consumir carboidratos leves durante a festa também ajuda a evitar a ressaca. Beber álcool sem se alimentar é sempre um erro. "Além disso, é importante não exagerar na quantidade de bebida alcoólica e evitar misturar diferentes tipos de bebida para aproveitar toda a festa sem sentir muito os efeitos do álcool", explica.

Ressaca nunca foi problema para a designer Lívia Soares, de 33 anos, pois não costuma consumir bebidas alcoólicas. "Mas na comida era algo devastador", confessa, aos risos. Após se submeter a uma cirurgia bariátrica, Lívia passou a procurar mais equilíbrio. Mesmo se precavendo com a hidratação, ela sempre mantém em casa remédios para azia e má digestão, ou vai até uma farmácia e pede indicação a um farmacêutico de confiança. "Natal e réveillon são festas de excessos. Procuro sempre evitar aquilo que tenho certeza de que vai me fazer mal."

A nutricionista Gleicy Nunes defende medidas simples para evitar problemas. Durante as festas, é importante se hidratar. O ideal é beber um copo de água para cada drinque, pois ela ajuda a diluir as toxinas, dando mais tempo para o organismo lidar com o álcool. "Quando consumimos bebida alcoólica, um hormônio responsável pela retenção da água no corpo (ADH) é inibido, e assim urinamos mais. A ressaca é resultado dessa desidratação, e da perda de sais minerais pela urina. Então, se hidratar durante a festa com água, suco natural ou água de coco é fundamental", explica.

Gleicy lembra que, durante as festas, os exageros e compulsões alimentares tornam-se comuns. "O grande número de eventos de confraternização que costumam ter preparações mais elaboradas, calóricas e ricas em gordura e açúcar, pode levar ao ganho de alguns quilos extras", salienta. De acordo com a especialista, a melhor forma de evitar problemas alimentares e prevenir o ganho de peso indesejado é evitar os exageros, dar preferência para preparações mais saudáveis, evitar as frituras e os doces e consumir os petiscos em pequenas quantidades.

Mas e quando o estrago já está feito e a ressaca e má digestão se instalam? Nesse caso, infelizmente, não existe receita milagrosa que ajude na desintoxicação. O processo ocorre de forma natural no organismo. O que se pode fazer para ajudar é consumir bastante água e outros líquidos, evitar alimentos gordurosos e dar preferência para fontes de carboidratos complexos, como pão e arroz integrais.

Fazer atividade física leve é outra ótima maneira de recuperar as energias para o novo ano. Para quem quer blindar o corpo antes da bebedeira, investir em alimentos que protegem o fígado -- como maçã, abacaxi, limão e vegetais verde-escuros -- é sempre bom na véspera do réveillon. Tomar própolis em gotas também pode contribuir para imunidade e proteção do fígado. Um chá de alecrim ajuda a recuperar as forças pós-bebedeira.

Dicas para começar bem 2019

Beba água, muita água

A desidratação é uma das principais causa da ressaca. Tomar um copo de água entre um taça e outra e mais um pouco antes de dormir vai te ajudar a acordar melhor no dia seguinte.

Não se esqueça de comer

Muita gente se esquece de comer alguma coisa enquanto está bebendo os bons drinques. Beber de estômago vazio é garantia de tragédia. Coma alguma coisa, de preferência algo proteico e sem muita gordura.

No ritmo certo

Não beba tudo de uma vez. Vá degustando a bebida e dando tempo ao organismo elaborar e processar todo o álcool que está entrando.

Não exagere

Beber pode até ser algo bacana e o réveillon pede mesmo festa e celebração. Mas não exagere para depois se arrepender do que fez à noite. O charme da festa pode perder toda a graça quando se passa dos limites.

Lívia Soares: “Natal e réveillon são festas de excessos. Procuro sempre evitar aquilo que tenho certeza de que vai me fazer mal”

Lívia Soares: “Natal e réveillon são festas de excessos. Procuro sempre evitar aquilo que tenho certeza de que vai me fazer mal” (Douglas Schinatto)

Geral

Saúde estadual investiga morte de idosa por suspeita de dengue no interior do Tocantins

Boletim de monitoramento, divulgado semanalmente, mostrou que o primeiro óbito em investigação deste ano aconteceu em Augustinópolis, no extremo norte do estado. Doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti

Modificado em 06/04/2025, 17:58

Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya

Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya (Raul Santana/Fiocruz)

O novo boletim de monitoramento dos casos de dengue no Tocantins apontou a primeira morte por suspeita da doença deste ano. A vítima é uma idosa e o caso está em investigação , segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A informação saiu no boletim referente aos dados coletados entre as semanas epidemiológicas 1 a 13 de 2025, do início do ano até o dia 29 de março deste ano. O óbito em investigação foi registrado em Augustinópolis, no Bico do Papagaio, no mês de março.

O documento divulgado semanalmente foi publicado na sexta-feira (4) e, segundo a SES, a área técnica está em contato com o Município e aguarda o resultado da investigação do caso.

No mesmo período, o estado registrou 5.754 notificações de suspeitas de casos de dengue. Apesar do alto número, houve uma redução de 42% em relação ao mesmo período de 2024, que teve 9.969 notificações.

Sobre os casos confirmados, 488 pessoas foram diagnosticadas com a dengue no Tocantins neste ano . Os registros ocorreram em 57 municípios. No ano passado, no mesmo período, a Saúde Estadual confirmou 1.707 casos da doença.

Vetor da doença

A dengue é transmitida aos seres humanos por meio da picada do mosquito Aedes aegypti . Por isso diversas ações alertam a população para evitar que se acumule, principalmente dentro de casa, focos com água parada. É nesse ambiente que o mosquito se prolifera e causa o aumento nos casos da doença.

Entre os sintomas da doença estão febre alta acima de 38°C; dor no corpo e articulações; dor atrás dos olhos; mal estar; falta de apetite; dor de cabeça; e manchas vermelhas no corpo.

Chikungunya e zika

A chikungunya e a zika também são transmitidas através da picada do Aedes aegypti. Com relação à chikungunya, foram registradas 486 notificações da doença e 74 casos confirmados.

Quanto à zika, os números são mais baixos ainda. O boletim das primeiras 13 semanas epidemiológicas mostrou 237 notificações e apenas cinco casos confirmados em quatro municípios.

Pelo receio de que o vírus cause problemas em fetos, felizmente nenhuma gestante foi diagnosticada com a doença neste ano, segundo o boletim da SES.

Geral

Aparecida inicia vacinação contra a gripe nesta segunda-feira; veja quem pode se vacinar

Secretaria Estadual da Saúde marcou o lançamento da vacinação contra Influenza para terça-feira. Em todo o país, a campanha oficial está programada para 7 de abril

Município antecipou a imunização após receber doses distribuídas pelo estado

Município antecipou a imunização após receber doses distribuídas pelo estado (Diomício Gomes)

A vacinação contra a influenza (gripe) começou oficialmente em Aparecida de Goiânia nesta segunda-feira (31). A imunização é destinada para os grupos prioritários e, segundo a prefeitura, estará disponível em 37 salas pelo município ao longo de todo este ano. No Estado, a campanha começará na terça-feira (1º).

Em Aparecida de Goiânia, a coordenadora de imunização do município, Renata Cordeiro, disse ao POPULAR que o grupo prioritário passou a ser vacinado no sábado (29). Ela contou que foram imunizados trabalhadores de saúde e pacientes internados em oito abrigos, apesar da campanha nacional está agendada oficialmente para o próximo dia 7.

O estado de Goiás já recebeu as doses, previstas para o início da campanha, e já fez a distribuição para boa parte dos municípios. A recomendação foi: 'os municípios que tiverem recebido as doses já poderiam iniciar a campanha'. Sendo assim, Aparecida recebeu as doses na última quinta-feira, e preparamos os profissionais de saúde", apontou a coordenadora.

A estimativa da Saúde de Aparecida é de atender 187 mil pessoas contra a gripe. "Até o momento, nós recebemos 44,6 mil doses para o início desta campanha. Além desses cronogramas de vacinação externa, nos casos de Cmeis e Abrigos, nós vamos vacinar também a população em situação de rua", acrescentou.

A vacina contra a influenza foi incorporada ao calendário nacional de vacinação neste ano pelo Ministério da Saúde. O imunizante é destinado para crianças a partir de seis meses até menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), idosos com 60 anos ou mais e gestantes. A dose é única e o reforço é feito anualmente, explicou a coordenadora de imunização de Aparecida.

Renata pontua que na terça-feira (1º) até 7 de maio serão imunizadas as crianças dos 33 Centros Municipal de Educação Infantil (CMEI's), conforme cronograma pré-definido pela secretaria.

Com a incorporação ao calendário, de acordo com Secretaria Estadual da Saúde de Goiás (SES-GO), a vacinação dos grupos prioritários será realizada de forma contínua, ao longo do ano, e não apenas durante as campanhas sazonais.

Renata salienta que é importante ressaltar que além da gripe, Aparecida estará atualizando o cartão de vacinação para todas as demais vacinas. Para o atendimento, a pessoa precisa levar o cartão de vacina e documentos pessoais (RG, certidão de nascimento e CPF).

No estado

A vacinação contra a influenza para todo o estado será lançada pela SES-GO em Goiânia, na Unidade de Saúde da Família (USF) Riviera, no Conjunto Riviera. O governo estadual frisou que recebeu duas remessas do imunizante pelo Ministério da Saúde, o que totalizaram 672 mil doses. O estado salientou que a estimativa do governo federal é enviar mais de 2,8 milhões de doses para Goiás.

Ao chegar à central de saúde, a SES-GO ressaltou que é feita a distribuição para os 246 municípios por meio das 18 Regionais de Saúde. A Saúde de Goiás salienta que depois que recebem as doses, os municípios podem começar a imunização dos grupos prioritários

Quem pode ser vacinado, conforme definição do Ministério da Saúde:

  • Idosos (acima de 60 anos)
  • Gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto)
  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
  • Trabalhadores da saúde (com comprovante de trabalho)
  • Trabalhadores da Educação (com comprovante de trabalho)
  • Pessoas com comorbidades: doenças respiratórias; cardíacas; renais, hepáticas, neurológicas crônicas, diabetes, transplantados, portadores de trissomias, imunossupressão e obesidade grau III -- (com laudo médico ou receita para comprovação)
  • Pessoas com deficiência permanente
  • Trabalhadores do transporte coletivo, rodoviário, passageiro urbano e de longos percurso (com comprovante de trabalho)
  • Profissionais das Forças Armadas (com comprovante de trabalho)
  • Funcionários do Sistema da População privada de liberdade (com comprovante de trabalho)
  • Profissionais das forças de segurança e salvamento (com comprovante de trabalho)
  • Caminhoneiros (com comprovante de trabalho)
  • População em situação de rua
  • Povos indígenas
  • População privada de liberdade acima de 18 anos de idade
  • Adolescentes e jovens em medidas socioeducativas
  • A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida pontua que a meta é imunizar 90% dos grupos prioritários. Para isso, no município, a vacina estará disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS's), que funcionam de segunda a sexta das 7h30 às 16h30. Além desses postos, na cidade funciona a Central de Imunização todos os dias, das 7h30 às 18h30, e, aos sábados, das 7h30 às 13h. No entanto, os postos não funcionam em feriados e pontos facultativos.

    Além disso, Aparecida de Goiânia prepara a realização de duas campanhas de "Dias D" para convocar toda a população elegível para a vacinação. As datas programadas são 12 de abril e 10 de maio.

    Confira postos de vacinação em Aparecida de Goiânia:

    1. Ubs Andrade Reis
    1. Ubs Bairro Cardoso
    1. ⁠Ubs Bairro Ilda
    1. ⁠Ubs Colina Azul
    1. ⁠Ubs Cruzeiro do Sul
    1. ⁠Ubs Independência Mansões
    1. ⁠Ubs Jd Florença
    1. ⁠Ubs Jd Rivieira
    1. ⁠Ubs Jd Tiradentes
    1. ⁠Ubs Mansões Paraíso
    1. ⁠Ubs Papillon Park
    1. ⁠Ubs Pontal Sul 2
    1. ⁠Ubs Veiga Jardim
    1. ⁠Ubs Alto Paraíso
    1. ⁠Ubs Anhambi
    1. ⁠Ubs Bairro Independência
    1. ⁠Ubs Bandeirantes
    1. ⁠Ubs Boa Esperança
    1. ⁠Ubs Buriti Sereno
    1. ⁠Ubs Campos Elíseos
    1. ⁠Ubs Caraíbas
    1. ⁠Ubs Garavelo Park
    1. ⁠Ubs Jd dos Ipês
    1. ⁠Madre Germana
    1. ⁠Ubs Delfiore
    1. ⁠Ubs Cândido de Queiroz
    1. ⁠Ubs Expansul
    1. ⁠Ubs Jd Bela Vista
    1. ⁠Ubs Jd dos Buritis
    1. ⁠Ubs Jd Olímpico
    1. ⁠Ubs Jd Paraíso
    1. ⁠Ubs Parque Trindade
    1. ⁠Ubs Rosa dos Ventos
    1. ⁠Ubs Santa Luzia
    1. ⁠Ubs Santo André
    1. ⁠Ubs São Pedro
    1. Central de Imunização

    Geral

    Deputada Adriana Accorsi internada para tratar infecção por herpes-zóster na cabeça recebe alta; vídeo

    Em um vídeo publicado nas redes sociais, a deputada agradece toda a equipe do hospital onde esteve internada por cinco dias

    undefined / Reprodução

    A deputada federal Adriana Accorsi recebeu alta após ficar internada no Hospital Santa Helena, em Goiânia, para tratar uma infecção por herpes-zóster na cabeça. Em um vídeo publicado nas redes sociais, a deputada agradece toda a equipe do hospital onde esteve internada por cinco dias (assista o vídeo acima).

    Eu quero agradecer toda a equipe do Hospital Santa Helena, desde as pessoas que me atenderam na recepção com todo carinho, das pessoas que limpam, as pessoas que trazem o alimento, que fazem o alimento muito bem feito aqui, as técnicas de enfermagem e enfermeiras que me atenderam com todo carinho", disse Adriana no início do vídeo.

    Adriana Accorsi estava internada desde segunda-feira (24) e recebeu alta na manhã deste sábado (28). A deputada procurou atendimento médico no início desta semana quando sentiu fortes dores no corpo. Agora ela 'segue se recuperando e voltando à rotina aos poucos'.

    Segundo a assessoria da deputada federal, ela está disposta a lutar para incluir a vacina contra a doença no Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita, sendo que atualmente ela só está disponível na rede privada para pessoas a partir de 50 anos de idade ou indivíduos imunocomprometidos.

    Entenda a doença

    Deputada federal Adriana Acorssi (PT) (Divulgação/Assessoria de Imprensa)

    Deputada federal Adriana Acorssi (PT) (Divulgação/Assessoria de Imprensa)

    A infecção provocada pelo herpes-zóster é a reativação do vírus da catapora e varicela-zóster, explicaram infectologistas ouvidos pelo POPULAR . Popularmente, a doença é conhecida como cobreiro e pode se manifestar em várias partes do corpo, segundo o Ministério da Saúde. No caso de Adriana, a assessoria de imprensa informou que ela foi acometida na cabeça.

    Em entrevista ao POPULAR , o médico infectologista Marcelo Daher explicou que a herpes-zóster é uma reativação do vírus varicela-zóster. Segundo o médico, a pessoa que já teve varicela ou catapora tem a probabilidade de manifestação da doença.

    O grande problema do herpes-zóster é a dor. É um desconforto intenso, com muita dor local. E dependendo do local, por exemplo, se for em uma faixa que pega o ouvido, pode causar paralisia facial e ter perda auditiva. Se pegar na região do olho, a pessoa pode ter risco aumentado de derrame", alertou.

    Conforme Daher, o herpes-zóster é transmissível de uma pessoa que manifestou a doença para outra.

    Ela [doença] se transmite de uma pessoa para outra pelo contágio direto pelas lesões e transmite na forma de catapora. Então, quem nunca teve catapora, ao ter contato com a pessoa com herpes-zóster, pode adoecer de catapora e não com o herpes-zóster, que é a segunda manifestação da doença", esclareceu.

    Tratamento

    O infectologista pontua que o tratamento é feito por antiviral. Sobre casos de mortos, Daher disse que não há registros. "A não ser na forma muito grave ou em pacientes imunossuprimidos. No geral, não costuma ter óbito, mas tem muita dor, tem muita morbidade, mas não tem muita mortalidade", explicou.

    Daher alerta que o herpes-zóster "pode se manifestar novamente, mas não é tão frequente".

    Geral

    Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas

    Em 26 de março de 2020, morria a primeira vítima do coronavírus em Goiás. Viúvo e filhas de Maria Lopes ainda choram a perda devido à doença que devastou centenas de milhares de famílias no Brasil

    Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

    Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

    Cinco anos depois, ainda é difícil aos familiares de Maria Lopes de Souza recordar o momento de sua partida após a infecção pelo Sars-CoV-2, que por muito tempo foi chamado de "novo coronavírus", surgido na China. A técnica de enfermagem aposentada, então com 66 anos, moradora de Luziânia, município do Entorno do Distrito Federal, foi a primeira vítima fatal da Covid-19 em Goiás. Naquele 26 de março de 2020, o Brasil já registrava 76 mortes, mas ainda havia um cenário de incertezas. No Estado, as autoridades de saúde buscavam respostas para delinear a melhor forma de atendimento à população. A perplexidade pairava Brasil afora.

    A assistente social Sandra de Souza, 46, filha caçula de Maria Lopes, busca na memória os dias que antecederam a morte da mãe. "Estávamos com muito medo, as escolas tinham parado de funcionar e nós orientamos nossos pais a ficarem isolados na fazenda, sem receber ninguém." No dia 13 de março, o Decreto 9.633/2020 definiu a situação de emergência na saúde pública em Goiás e a partir daí vieram sucessivos decretos determinando isolamentos. Sandra conta que no final da primeira quinzena de março a mãe foi a uma igreja. "Acreditamos que foi o local da contaminação, porque ela não saía de casa."

    O mal-estar respiratório de Maria e do marido Paulo Alves de Souza, então com 72 anos, alertou os filhos. "Pensamos em pneumonia, mas estranhamos porque ficaram doentes juntos", relata Sandra. Levaram o casal a uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde foi medicado. Como a febre de Maria não cedeu, ela se dirigiu a um hospital privado de Luziânia e o médico a encaminhou para a UPA do Jardim Ingá, por entender que a unidade pública estaria mais preparada para casos daquele vírus desconhecido. "Ela ficou na sala vermelha e lá não tinha tomografia. Minha irmã a levou para um hospital particular de Valparaíso e o exame deu sugestivo de Covid", lembra a filha.

    Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

    Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

    "Foi aterrorizante. Cinco anos depois é difícil falar nisso. Enquanto tentávamos entender o que estava acontecendo, agarrados a qualquer fio de esperança, o que recebíamos era desinformação. Diziam que era exagero, que era só uma "gripezinha" e que o medo era infundado." Maria Lopes foi transferida para Goiânia e internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), então a unidade referência para atender infectados pelo novo coronavírus. Ela morreu na madrugada do dia 26, um dia após a internação. As autoridades de saúde anunciaram o óbito ressaltando que se tratava de uma paciente com comorbidades.

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    Ao saber da morte da mulher, Paulo começou a passar mal e foi levado para a UPA do Jardim Ingá e de lá para Goiânia, tornando-se o paciente inaugural do primeiro Hospital de Campanha (HCamp) para enfrentamento da nova doença, montado em 14 dias no antigo Hospital do Servidor Público, que nunca tinha funcionado. "Era tudo novo e foi muito sofrido para a família. As pessoas evitavam contato conosco. Não passavam na calçada de nossas casas. Até parentes tinham receio. Na época, eu não conseguia falar no assunto", lembra a filha. Paulo ficou internado por seis dias. Sua alta foi muito comemorada pelos servidores, mas psicologicamente o motorista aposentado estava devastado.

    "Ele se recuperou rapidinho, mas ficou depressivo. Até hoje, quando toca no assunto, chora", afirma a filha. Paulo não ficou com sequelas da Covid-19 e, aos 77 anos, continua morando na propriedade rural da família. Ele e Maria tiveram três filhos (Iara, Luis Carlos e Sandra), nove netos e dois bisnetos. "Há cinco anos, a Covid-19 mudou o mundo. Para nós, é uma mudança que tem nome, tem rosto e tem ausência. Nossa mãe é uma das vítimas dessa doença que muitos insistiram em negar. A nossa perda não foi só um número. Foi um vazio que nunca mais se preencheu. O que dói não é só a perda, mas a maneira como tudo aconteceu. Além da dor de ver quem a gente ama partir, tivemos que enfrentar o peso da negação, do descaso e da mentira."

    Para enfrentar o luto, Sandra decidiu homenagear a mãe criando dois perfis em redes sociais -- @oamorquefica -- que, juntos, somam 1 milhão de seguidores. Neles, além de amor, ela fala de ausência e de resiliência. "A dor persiste, a saudade sufoca e a revolta ainda arde. Nossa mãe não foi só uma estatística, foi amor, foi história e foi vida. Ela foi tirada de nós por um vírus e por um sistema que preferiu fechar os olhos para a verdade", enfatiza.

    Relações desfeitas pelo vírus

    Marcada pela dor, a história de Maria e Paulo Lopes de Souza, até então um anônimo casal de Luziânia, se soma a muitas outras que vieram depois. No dia 12 de março, data em que o Brasil registrou a primeira morte por Covid-19, o músico Roberto Célio Pereira da Silva, o Xexéu, vestiu uma camiseta com a inscrição "Cláudia-se" para uma de suas apresentações. Foi a forma que encontrou para homenagear a afilhada e amiga Cláudia Garcia, cantora que morreu aos 49 anos no dia 26 de fevereiro de 2021. "Hoje chorei muito", contou ao POPULAR. Cláudia foi aliada de Xexéu na criação do projeto Adote a Arte que forneceu alimentos e material de limpeza ao pessoal da cultura que ficou sem trabalho durante a pandemia.

    O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

    O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

    Xexéu e a mulher Daniela foram contaminados. Ele chegou a ficar internado com 50% do pulmão comprometido e caiu em tristeza profunda após a morte de Cláudia Garcia. Mas não deixou seu propósito esmorecer. Mobilizou amigos e fez a diferença, assim como outros colegas do meio cultural, entre eles o músico Carlos Brandão e o artista circense Maneco Maracá, que também lideraram iniciativas semelhantes. "Estimo que 15 mil cestas tenham sido distribuídas pelo Adote a Arte no auge da pandemia e depois", afirma. Xexéu lembra ainda que os artistas foram uma espécie de agentes de saúde naquele período tenebroso. "As lives -- apresentações online -- salvaram muita gente da depressão."

    Quase dez meses após Goiás ter sido apresentado oficialmente à pandemia e suas consequências sanitárias, econômicas e emocionais, a capital passou por um momento espinhoso. Aos 71 anos, o ex-governador Maguito Vilela morreu no dia 13 de janeiro de 2021 em decorrência das sequelas da Covid. Em agosto do ano anterior, o político havia perdido duas irmãs em Jataí para a doença. Maguito já estava internado quando foi eleito para administrar Goiânia com 52% dos votos no segundo turno das eleições de 2020. Tomou posse de forma virtual e se licenciou do cargo. A gestão da capital pelos quatro anos seguintes ficaria a cargo do vice, Rogério Cruz.

    No tribunal

    A técnica judiciária Ariony Chaves de Castro, responsável pelo centro de memória do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), fez da dor uma catarse. Em outubro de 2020, ela viu a Covid levar a cunhada, o irmão, os sogros dele. Em 2021, perdeu a irmã. "O Tribunal ficou fechado, mas trabalhei todos os dias. Foi o período em que mais produzi.Em alguns dias, eu sentava no chão e chorava muito. Tinha muito medo de morrer e deixar meu filho, então com 16 anos. O que me salvou foi a minha fé."

    Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

    Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

    Ariony produziu o documentário A Repercussão da Pandemia de Covid-19 no TRT-GO, em que mostra as providências para manter o serviço jurisdicional e depoimentos de servidores e magistrados atingidos pela doença. A produção foi exibida no Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) e concorre este ano ao Prêmio CNJ do Poder Judiciário.

    Foi em 2021 que foi registrado o maior número de óbitos pela doença, em razão da chegada da variante ômicron, uma mutação do coronavírus. O produtor Felipe Jorge Kopanakis acompanhou em Goiânia o sofrimento do pai de 81 anos, que ficou cinco dias intubado antes de morrer, em maio daquele ano. Ele vivia em Niterói (RJ) e colaborou na produção do filme Mulheres & Covid, assinado pela irmã Fernanda Kopanakis e Ivan de Angelis, uma parceria com a Fiocruz. Depois disso, se cadastrou na Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid (Avico). "A Covid impactou todo mundo. Fui me aprofundando no tema e vejo que um dos grandes problemas da sociedade brasileira é esquecer o passado. Houve uma onda de desinformação e mentiras, precisamos lutar contra isso."

    Membro de uma organização não governamental que atua com cinema e literatura em escolas públicas às margens dos rios Guaporé, Amazonas e Negro, na Amazônia, Jorge Kopanakis conta que após a pandemia só conseguiu voltar à região em 2024. "O impacto da Covid nessas comunidades distantes foi imenso. Já existe um isolamento natural porque não têm estradas. Para chegar a Manaus, é preciso pegar uma voadora (tipo de barco comum na Amazônia) e viajar 12 horas. Ninguém chegava e as pessoas foram morrendo. Teve um professor que morreu por falta de oxigênio." O produtor pretende se dedicar a um documentário sobre vacinação. "A taxa vacinal do País caiu. Estamos negando a ciência."