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Gloria Maria fala sobre seu quadro de saúde após cirurgia no cérebro

Jornalista de 70 anos bateu com a cabeça na quina de uma mesa de vidro, teve complicações e traz novidades; entenda

Modificado em 25/09/2024, 00:17

Apresentadora fez post no Instagram e deu detalhes sobre cirurgia

Apresentadora fez post no Instagram e deu detalhes sobre cirurgia (Reprodução Instagram )

Gloria Maria afirmou nesta quinta-feira, 28, que está se recuperando rápido da cirurgia no cérebro a qual foi submetida recentemente, no Rio de Janeiro.

"Vocês que me deram tanto amor neste momento complicado merecem saber primeiro as coisas maravilhosas que também estão acontecendo. Mais um pouquinho [de tempo] e eu estarei de volta ao Globo Repórter. Por enquanto, preciso ficar quietinha para me recuperar", escreveu no Instagram.

A jornalista informou também que apresentará na próxima segunda-feira, 2, ao lado de Roberto Carlos, o lançamento do filme Roberto Carlos em Jerusalém 3D, do show que ele fez na cidade do Oriente Médio. A obra foi narrada por ela e o evento de estreia ocorrerá no Cine Odeon, localizado no centro do Rio de Janeiro.

"Muito feliz por ter sido escolhida pelo Roberto para estar ao lado dele neste momento lindo. Vai ser, com certeza, uma noite de emoções", disse Gloria.

Entenda o acidente e a cirurgia de Gloria Maria

Em 18 de novembro deste ano, a apresentadora do Globo Repórter falou sobre seu estado de saúde pela primeira vez desde o ocorrido.

Segundo a apresentadora, o problema teve início na madrugada de sábado para domingo, em 3 de novembro: "Desmaiei na minha casa, do nada. Bati com a cabeça na quina da mesa de vidro e machuquei", contou.

"Fui no hospital costurar e os exames para saber a causa do desmaio demonstraram um tumor no meu cérebro que iria me matar silenciosamente a qualquer momento. O tumor formou um edema em volta dele que inflamou e me fez desmaiar", continuou Gloria Maria.

A jornalista passou por uma cirurgia que durou cerca de seis horas e, em seguida, foi levada ao centro de tratamento intensivo (CTI) do hospital CopaStar.

Gloria Maria, que é mãe de duas meninas, fez questão de agradecer o apoio de fãs e o fato de tudo ter dado certo: "Sobrevivi! Hoje acredito em milagre! Ainda tenho um caminho a percorrer, mas estou inteira!", disse.

Confira abaixo, na íntegra, o relato de Gloria Maria sobre sua participação no filme de Roberto Carlos:

Ver essa foto no Instagram

Vocês que me deram tanto amor neste momento complicado merecem saber primeiro as coisas maravilhosas que também estão acontecendo! Graças a DEUS. Estou me recuperando rápido e mais um pouquinho e estou de volta ao Globo Reporter @globoreporter E tenho novidade pra vocês dia 2 de dezembro, segunda que vem.vou estar ao lado do rei , Roberto Carlos, amigo de uma vida, que esteve comigo este tempo inteiro,apresentando o lançamento do Filme em 3 D do show que ele fez em Jerusalém e eu apresentei! Vamos estar juntos no palco do CINE ODEON. Mostrando ao vivo, para cinemas de todos o país o filme lindo em que o show se transformou. MUITO FELIZ por ter sido escolhida pelo Roberto para estar ao lado dele neste momento LINDO!! Vai ser com certeza uma noite de EMOÇÕES! Obrigada mais uma vez Roberto!! Por voltar a vida ao seu lado!!❤️ Ah. Essa foto e do show em Jerusalém Mas na segunda vou postar pra vocês. Por enquanto preciso ficar quietinha para me recuperar ! ❤️. @robertocarlosoficial

Uma publicação compartilhada por Gloria Maria (@gloriamariareal) em 28 de Nov, 2019 às 2:29 PST

Veja agora o texto publicado por ela após a cirurgia no cérebro:

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Deputada Adriana Accorsi internada para tratar infecção por herpes-zóster na cabeça recebe alta; vídeo

Em um vídeo publicado nas redes sociais, a deputada agradece toda a equipe do hospital onde esteve internada por cinco dias

undefined / Reprodução

A deputada federal Adriana Accorsi recebeu alta após ficar internada no Hospital Santa Helena, em Goiânia, para tratar uma infecção por herpes-zóster na cabeça. Em um vídeo publicado nas redes sociais, a deputada agradece toda a equipe do hospital onde esteve internada por cinco dias (assista o vídeo acima).

Eu quero agradecer toda a equipe do Hospital Santa Helena, desde as pessoas que me atenderam na recepção com todo carinho, das pessoas que limpam, as pessoas que trazem o alimento, que fazem o alimento muito bem feito aqui, as técnicas de enfermagem e enfermeiras que me atenderam com todo carinho", disse Adriana no início do vídeo.

Adriana Accorsi estava internada desde segunda-feira (24) e recebeu alta na manhã deste sábado (28). A deputada procurou atendimento médico no início desta semana quando sentiu fortes dores no corpo. Agora ela 'segue se recuperando e voltando à rotina aos poucos'.

Segundo a assessoria da deputada federal, ela está disposta a lutar para incluir a vacina contra a doença no Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita, sendo que atualmente ela só está disponível na rede privada para pessoas a partir de 50 anos de idade ou indivíduos imunocomprometidos.

Entenda a doença

Deputada federal Adriana Acorssi (PT) (Divulgação/Assessoria de Imprensa)

Deputada federal Adriana Acorssi (PT) (Divulgação/Assessoria de Imprensa)

A infecção provocada pelo herpes-zóster é a reativação do vírus da catapora e varicela-zóster, explicaram infectologistas ouvidos pelo POPULAR . Popularmente, a doença é conhecida como cobreiro e pode se manifestar em várias partes do corpo, segundo o Ministério da Saúde. No caso de Adriana, a assessoria de imprensa informou que ela foi acometida na cabeça.

Em entrevista ao POPULAR , o médico infectologista Marcelo Daher explicou que a herpes-zóster é uma reativação do vírus varicela-zóster. Segundo o médico, a pessoa que já teve varicela ou catapora tem a probabilidade de manifestação da doença.

O grande problema do herpes-zóster é a dor. É um desconforto intenso, com muita dor local. E dependendo do local, por exemplo, se for em uma faixa que pega o ouvido, pode causar paralisia facial e ter perda auditiva. Se pegar na região do olho, a pessoa pode ter risco aumentado de derrame", alertou.

Conforme Daher, o herpes-zóster é transmissível de uma pessoa que manifestou a doença para outra.

Ela [doença] se transmite de uma pessoa para outra pelo contágio direto pelas lesões e transmite na forma de catapora. Então, quem nunca teve catapora, ao ter contato com a pessoa com herpes-zóster, pode adoecer de catapora e não com o herpes-zóster, que é a segunda manifestação da doença", esclareceu.

Tratamento

O infectologista pontua que o tratamento é feito por antiviral. Sobre casos de mortos, Daher disse que não há registros. "A não ser na forma muito grave ou em pacientes imunossuprimidos. No geral, não costuma ter óbito, mas tem muita dor, tem muita morbidade, mas não tem muita mortalidade", explicou.

Daher alerta que o herpes-zóster "pode se manifestar novamente, mas não é tão frequente".

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Motorista de aplicativo que morreu após ser atingido por peça de caminhão que se soltou deixa filhos e enteadas

Acidente aconteceu na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia

Modificado em 29/03/2025, 20:23

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia

Motorista por aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, morreu após ser atingido por uma peça de um caminhão, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera e Reprodução/Redes Sociais)

O motorista de aplicativo Eder Lopes, de 39 anos, que morreu após ser atingido por uma peça de caminhão que se soltou , era casado e deixa um casal de filhos e duas enteadas, que cuidou desde os primeiros anos de vida, segundo a cunhada Lorena Souza. O acidente aconteceu na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia. A Polícia Civil investiga o caso.

Uma família destruída", conforme contou Lorena Souza.

As duas filhas mais velhas são do relacionamentos anterior da minha irmã. Ele as criou como filhas. O filho mais novo dele é autista", segundo Lorena. As idades não foram divulgadas.

Nas redes sociais, Lorena também lamentou a morte do cunhado. "Que pesadelo, meu Deus, saber que meu cunhado não está mais com a gente. Que Deus o tenha em um bom lugar. Você sempre será lembrado, meu cunhado", lamentou na postagem.

Ainda segundo a cunhada, o motorista de aplicativo era um homem dedicado à família. "Ele era um homem muito trabalhador, tudo que fazia era pela família. Ele era provedor, muito triste o que aconteceu", contou Lorena em entrevista ao POPULAR .

Acidente

O acidente ocorreu na quinta-feira (27), no km 493, sentido Goiânia-Anápolis. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista estava transportando uma passageira no banco traseiro que sofreu apenas ferimentos leves, enquanto Eder não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Como o nome da passageira não foi divulgado, O POPULAR não conseguiu atualizar seu estado de saúde.

A Polícia Científica realizou a perícia para apurar as circunstâncias do acidente. A Triunfo Concebra, concessionária responsável pelo trecho, informou que o cubo de freio se desprendeu do caminhão e atravessou o para-brisa do lado do motorista.

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Acidente entre motos deixa um homem morto e outro ferido na TO-126

Acidente aconteceu em Sítio Novo, no extremo norte do Tocantins. Vítima tentava fazer conversão quando bateu em outro motociclista

Modificado em 26/03/2025, 16:44

Batida entre motos aconteceu em Sítio Novo do Tocantins

Batida entre motos aconteceu em Sítio Novo do Tocantins (Reprodução/Saomiguelonline_)

Um motociclista morreu e outro ficou gravemente ferido após os dois se chocarem durante uma conversão na rodovia em Sítio Novo do Tocantins, no extremo norte do estado. A vítima que morreu foi identificada como Zaqueu Dias Clemente, de 54 anos.

O acidente aconteceu na rodovia TO-126, na noite de terça-feira (25). Segundo a Polícia Militar, testemunhas relataram que Zaqueu tentava fazer uma conversão à esquerda quando bateu na lateral do motociclista de 21 anos, que trafegava no mesmo sentido.

Zaqueu morreu no local e a outra vítima foi socorrida e levada para o hospital.

O corpo de Zaqueu foi levado pelo Núcleo de Medicina Legal de Araguatins, onde irá passar pelos exames necroscópicos antes de ser liberado aos familiares.

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Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas

Em 26 de março de 2020, morria a primeira vítima do coronavírus em Goiás. Viúvo e filhas de Maria Lopes ainda choram a perda devido à doença que devastou centenas de milhares de famílias no Brasil

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Cinco anos depois, ainda é difícil aos familiares de Maria Lopes de Souza recordar o momento de sua partida após a infecção pelo Sars-CoV-2, que por muito tempo foi chamado de "novo coronavírus", surgido na China. A técnica de enfermagem aposentada, então com 66 anos, moradora de Luziânia, município do Entorno do Distrito Federal, foi a primeira vítima fatal da Covid-19 em Goiás. Naquele 26 de março de 2020, o Brasil já registrava 76 mortes, mas ainda havia um cenário de incertezas. No Estado, as autoridades de saúde buscavam respostas para delinear a melhor forma de atendimento à população. A perplexidade pairava Brasil afora.

A assistente social Sandra de Souza, 46, filha caçula de Maria Lopes, busca na memória os dias que antecederam a morte da mãe. "Estávamos com muito medo, as escolas tinham parado de funcionar e nós orientamos nossos pais a ficarem isolados na fazenda, sem receber ninguém." No dia 13 de março, o Decreto 9.633/2020 definiu a situação de emergência na saúde pública em Goiás e a partir daí vieram sucessivos decretos determinando isolamentos. Sandra conta que no final da primeira quinzena de março a mãe foi a uma igreja. "Acreditamos que foi o local da contaminação, porque ela não saía de casa."

O mal-estar respiratório de Maria e do marido Paulo Alves de Souza, então com 72 anos, alertou os filhos. "Pensamos em pneumonia, mas estranhamos porque ficaram doentes juntos", relata Sandra. Levaram o casal a uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde foi medicado. Como a febre de Maria não cedeu, ela se dirigiu a um hospital privado de Luziânia e o médico a encaminhou para a UPA do Jardim Ingá, por entender que a unidade pública estaria mais preparada para casos daquele vírus desconhecido. "Ela ficou na sala vermelha e lá não tinha tomografia. Minha irmã a levou para um hospital particular de Valparaíso e o exame deu sugestivo de Covid", lembra a filha.

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

"Foi aterrorizante. Cinco anos depois é difícil falar nisso. Enquanto tentávamos entender o que estava acontecendo, agarrados a qualquer fio de esperança, o que recebíamos era desinformação. Diziam que era exagero, que era só uma "gripezinha" e que o medo era infundado." Maria Lopes foi transferida para Goiânia e internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), então a unidade referência para atender infectados pelo novo coronavírus. Ela morreu na madrugada do dia 26, um dia após a internação. As autoridades de saúde anunciaram o óbito ressaltando que se tratava de uma paciente com comorbidades.

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Ao saber da morte da mulher, Paulo começou a passar mal e foi levado para a UPA do Jardim Ingá e de lá para Goiânia, tornando-se o paciente inaugural do primeiro Hospital de Campanha (HCamp) para enfrentamento da nova doença, montado em 14 dias no antigo Hospital do Servidor Público, que nunca tinha funcionado. "Era tudo novo e foi muito sofrido para a família. As pessoas evitavam contato conosco. Não passavam na calçada de nossas casas. Até parentes tinham receio. Na época, eu não conseguia falar no assunto", lembra a filha. Paulo ficou internado por seis dias. Sua alta foi muito comemorada pelos servidores, mas psicologicamente o motorista aposentado estava devastado.

"Ele se recuperou rapidinho, mas ficou depressivo. Até hoje, quando toca no assunto, chora", afirma a filha. Paulo não ficou com sequelas da Covid-19 e, aos 77 anos, continua morando na propriedade rural da família. Ele e Maria tiveram três filhos (Iara, Luis Carlos e Sandra), nove netos e dois bisnetos. "Há cinco anos, a Covid-19 mudou o mundo. Para nós, é uma mudança que tem nome, tem rosto e tem ausência. Nossa mãe é uma das vítimas dessa doença que muitos insistiram em negar. A nossa perda não foi só um número. Foi um vazio que nunca mais se preencheu. O que dói não é só a perda, mas a maneira como tudo aconteceu. Além da dor de ver quem a gente ama partir, tivemos que enfrentar o peso da negação, do descaso e da mentira."

Para enfrentar o luto, Sandra decidiu homenagear a mãe criando dois perfis em redes sociais -- @oamorquefica -- que, juntos, somam 1 milhão de seguidores. Neles, além de amor, ela fala de ausência e de resiliência. "A dor persiste, a saudade sufoca e a revolta ainda arde. Nossa mãe não foi só uma estatística, foi amor, foi história e foi vida. Ela foi tirada de nós por um vírus e por um sistema que preferiu fechar os olhos para a verdade", enfatiza.

Relações desfeitas pelo vírus

Marcada pela dor, a história de Maria e Paulo Lopes de Souza, até então um anônimo casal de Luziânia, se soma a muitas outras que vieram depois. No dia 12 de março, data em que o Brasil registrou a primeira morte por Covid-19, o músico Roberto Célio Pereira da Silva, o Xexéu, vestiu uma camiseta com a inscrição "Cláudia-se" para uma de suas apresentações. Foi a forma que encontrou para homenagear a afilhada e amiga Cláudia Garcia, cantora que morreu aos 49 anos no dia 26 de fevereiro de 2021. "Hoje chorei muito", contou ao POPULAR. Cláudia foi aliada de Xexéu na criação do projeto Adote a Arte que forneceu alimentos e material de limpeza ao pessoal da cultura que ficou sem trabalho durante a pandemia.

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

Xexéu e a mulher Daniela foram contaminados. Ele chegou a ficar internado com 50% do pulmão comprometido e caiu em tristeza profunda após a morte de Cláudia Garcia. Mas não deixou seu propósito esmorecer. Mobilizou amigos e fez a diferença, assim como outros colegas do meio cultural, entre eles o músico Carlos Brandão e o artista circense Maneco Maracá, que também lideraram iniciativas semelhantes. "Estimo que 15 mil cestas tenham sido distribuídas pelo Adote a Arte no auge da pandemia e depois", afirma. Xexéu lembra ainda que os artistas foram uma espécie de agentes de saúde naquele período tenebroso. "As lives -- apresentações online -- salvaram muita gente da depressão."

Quase dez meses após Goiás ter sido apresentado oficialmente à pandemia e suas consequências sanitárias, econômicas e emocionais, a capital passou por um momento espinhoso. Aos 71 anos, o ex-governador Maguito Vilela morreu no dia 13 de janeiro de 2021 em decorrência das sequelas da Covid. Em agosto do ano anterior, o político havia perdido duas irmãs em Jataí para a doença. Maguito já estava internado quando foi eleito para administrar Goiânia com 52% dos votos no segundo turno das eleições de 2020. Tomou posse de forma virtual e se licenciou do cargo. A gestão da capital pelos quatro anos seguintes ficaria a cargo do vice, Rogério Cruz.

No tribunal

A técnica judiciária Ariony Chaves de Castro, responsável pelo centro de memória do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), fez da dor uma catarse. Em outubro de 2020, ela viu a Covid levar a cunhada, o irmão, os sogros dele. Em 2021, perdeu a irmã. "O Tribunal ficou fechado, mas trabalhei todos os dias. Foi o período em que mais produzi.Em alguns dias, eu sentava no chão e chorava muito. Tinha muito medo de morrer e deixar meu filho, então com 16 anos. O que me salvou foi a minha fé."

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Ariony produziu o documentário A Repercussão da Pandemia de Covid-19 no TRT-GO, em que mostra as providências para manter o serviço jurisdicional e depoimentos de servidores e magistrados atingidos pela doença. A produção foi exibida no Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) e concorre este ano ao Prêmio CNJ do Poder Judiciário.

Foi em 2021 que foi registrado o maior número de óbitos pela doença, em razão da chegada da variante ômicron, uma mutação do coronavírus. O produtor Felipe Jorge Kopanakis acompanhou em Goiânia o sofrimento do pai de 81 anos, que ficou cinco dias intubado antes de morrer, em maio daquele ano. Ele vivia em Niterói (RJ) e colaborou na produção do filme Mulheres & Covid, assinado pela irmã Fernanda Kopanakis e Ivan de Angelis, uma parceria com a Fiocruz. Depois disso, se cadastrou na Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid (Avico). "A Covid impactou todo mundo. Fui me aprofundando no tema e vejo que um dos grandes problemas da sociedade brasileira é esquecer o passado. Houve uma onda de desinformação e mentiras, precisamos lutar contra isso."

Membro de uma organização não governamental que atua com cinema e literatura em escolas públicas às margens dos rios Guaporé, Amazonas e Negro, na Amazônia, Jorge Kopanakis conta que após a pandemia só conseguiu voltar à região em 2024. "O impacto da Covid nessas comunidades distantes foi imenso. Já existe um isolamento natural porque não têm estradas. Para chegar a Manaus, é preciso pegar uma voadora (tipo de barco comum na Amazônia) e viajar 12 horas. Ninguém chegava e as pessoas foram morrendo. Teve um professor que morreu por falta de oxigênio." O produtor pretende se dedicar a um documentário sobre vacinação. "A taxa vacinal do País caiu. Estamos negando a ciência."