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Líderes de casas terapêuticas podem se inscrever gratuitamente em congresso

São 50 vagas destinadas para eles na VII Jornada de Saúde Mental.

Modificado em 19/09/2024, 01:08

Líderes de casas terapêuticas podem se inscrever gratuitamente em congresso

(Divulgação)

O Brasil lidera o número de casos de ansiedade patológica no mundo, e acomete aproximadamente 9,3% dos brasileiros. Na América Latina, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão, além de ser o segundo país com maior prevalência nas Américas. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, as pessoas ainda têm resistência para procurar ajuda especializada pela ideia de que os problemas de origem mental possam ser resolvidos por conta própria. Especialistas afirmam que não há remissão espontânea de casos de ansiedade e depressão, daí a importância de se buscar ajuda.

Motivos que estimulam o Instituto Gartrell a realizar a VII Jornada da Saúde Mental e Fé Cristã, agendado para esta sexta-feira e sábado, 22 e 23 setembro, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia. Na sexta o evento acontecerá das 17 às 22h. Já no sábado, 23, haverá programação durante todo o dia, das 8h30min às 17h30min.

A jornada levará conhecimento científico de excelência em linguagem acessível para comunidade, buscando integrar o aspecto teórico e prático de cada assunto e tema ligado ao desenvolvimento global do ser humano em cada fase de sua vida, sempre propondo manejos efetivos e eficazes, que os participantes poderão implementar em seu dia a dia e cotidiano.

Aberto ao público em geral, a jornada receberá 15 palestrantes consagrados, tanto de Goiás quanto do cenário nacional da psicologia e psiquiatria estarão em Goiânia para painéis e workshops. O evento também acontecerá em modalidade digital para quem não puder estar presente.
50 inscrições gratuitas para multiplicadores
Capacitar a comunidade através da psicoeducação para promover a saúde mental/saúde integral é um dos propósitos do Instituto Gartrell e da VII Jornada da Saúde Mental e Fé Cristã. Por isso, a fim de contribuir com líderes de casas terapêuticas, que assistem pessoas em situação de risco emocional e social, a organização irá conceder gratuitamente 50 ingressos, sendo 25 presenciais e 25 on-lines.

Para concorrer a uma das vagas que serão disponibilizadas à estes profissionais que trabalham no voluntariado, os interessados devem enviar uma mensagem via WhatsApp para (62) 9 8225-0185, com as seguintes informações:

  1. Nome completo;
  2. Contato de e-mail;
  3. Contato de WhatsApp;
  4. Como ficou sabendo da VII Jornada?
  5. Onde atua com voluntário?
  6. Como a formação irá ajudar seu trabalho voluntário?

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Serviço de saúde mental em Goiânia segue com estrutura e atendimento precários

Ambulatório Municipal de Psiquiatria possui cerca de 2 mil pessoas esperando consulta com médico. Caps têm problemas graves

Teto do Caps Esperança, no Jardim Petrópolis, tem mofo, infiltração e reboco destruído

Teto do Caps Esperança, no Jardim Petrópolis, tem mofo, infiltração e reboco destruído (Wildes Barbosa / O Popular)

Após três meses de Sandro Mabel (UB) à frente da Prefeitura de Goiânia, a rede de atenção psicossocial (Raps) ainda opera com gargalos importantes. Cerca de 2 mil pacientes esperam consulta com um psiquiatra no Ambulatório Municipal de Psiquiatria, no Jardim América. A unidade não tem sequer um sistema informatizado para o acompanhamento dos prontuários. Além disso, a maioria dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), essenciais ao funcionamento da rede, funciona em locais alugados e sofre com problemas graves de infraestrutura.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a gestão quer estruturar a Raps para "garantir o acesso a cuidados de saúde mental de maneira humanizada, contínua e resolutiva". A gestão afirma que já contratou profissionais, vistoriou unidades e renegociou dívidas de aluguel, além de prometer redirecionar pacientes em fila para consulta com psiquiatras e de pleitear com o governo federal a construção de novas unidades.

Quando um paciente chega ao Ambulatório Municipal de Psiquiatria pela primeira vez, recebe um papel com seu nome, o número do prontuário e o distrito sanitário de origem. A cada vez que nova consulta marcada, outro papel -- com a data, o horário e o nome do médico que o atenderá -- é entregue para ele. Todas as vezes que esse paciente for até a unidade, o papel com o número precisa ser levado, a fim de garantir que a ficha do paciente seja encontrada.

A rotina, em pleno 2025, se assemelha ao cotidiano antes da existência de computadores e sistemas informatizados. Isso ocorre porque o ambulatório não possui nenhum sistema. Se, por exemplo, a unidade for inundada ou pegar fogo, todo o histórico dos pacientes pode ser perdido. O local também fica "ilhado" em relação ao restante da rede municipal de saúde, já que os profissionais que lá atuam não conseguem saber se a pessoa faz outros acompanhamentos.

O ambulatório não é uma unidade de portas abertas. Para consultas, os pacientes precisam ser regulados. Atualmente, a fila de espera por psiquiatra é de cerca de 2 mil pessoas. Como o local funciona com apenas seis psiquiatras, novos pacientes não são recebidos há algum tempo. Quem já se consulta também sofre. Apesar de o cenário estar melhor do que o de 2024, semana passada faltavam medicamentos de alta demanda, como sertralina e carbamazepina.

Em relação à informatização, a SMS explicou que o sistema da empresa Celk, já utilizado na rede municipal, será implantado também no ambulatório. Sobre a fila de espera, a pasta explicou que parte dela irá para unidades que ofertam consultas especializadas em psiquiatria. A pasta declarou ainda que também contratou cinco novos psiquiatras.

Sobre a falta de remédios, a pasta pontuou que comprou e distribuiu de forma emergencial mais de 65 tipos de medicamentos e insumos usados na assistência à saúde mental. A secretaria elaborou e implantou protocolos para assegurar a continuidade do tratamento dos pacientes da rede nos casos de medicamentos que ainda estão em falta, com a substituição por fármacos da mesma classe ou com diferentes formulações de dosagem, garantindo as devidas orientações sobre seu uso.

Infraestrutura

A situação do Caps Esperança, no Jardim Petrópolis, é caótica. Ele funciona em uma casa cheia de goteiras, infiltrações e mofo. Parte da recepção onde os pacientes aguardam atendimento está interditada por conta do risco que parte do teto representa. Além disso, a piscina do local é cheia de água escura e parada. A reportagem mostrou a situação do Caps em maio de 2024, ocasião em que a gestão anterior prometeu mudar o Caps em questão para outra casa, que seria alugada nas proximidades.

A reportagem voltou ao Caps Esperança, que cuida de pacientes com sofrimento psíquico grave e persistente, na tarde da última quarta-feira (26) e o cenário parecia ainda pior do que o encontrado no ano passado. O imóvel tinha enfrentado uma chuva e era preciso desviar da água no chão para não escorregar. Na casa, o cheiro de mofo era forte e, em alguns consultórios, móveis foram arrastados para driblar goteiras abundantes. Os pacientes reclamam. "Têm algumas salas onde você entra e são escuras. Remetem a hospitais psiquiátricos da década de 1970", diz a técnica em enfermagem Mônica Cardoso, 46 anos, que faz acompanhamento no Caps há dois.

No fim de 2024, a festa de confraternização dos trabalhadores e pacientes do Caps chegou a ser feita no novo imóvel, que fica a poucas ruas da casa atual, e um projeto de engenharia para adaptar o local teria sido produzido. Entretanto, à reportagem, pessoas que acompanham o processo relataram que, com a mudança de gestão, o andamento desse processo se tornou moroso, sendo que o projeto de engenharia teria sofrido alterações, limitando as adaptações necessárias e melhor aproveitamento do espaço. Um exemplo seriam as divisórias usadas, que antes estavam nas repartições do Paço, em detrimento de divisórias com isolamento acústico.

Questionada, a SMS informou que o Caps Esperança não permanecerá no imóvel atual e o novo imóvel já foi locado, estando recebendo adequações para assegurar, por exemplo, a acessibilidade do local, com a construção de rampa e alargamento das calçadas. De acordo com a gestão, o uso das divisórias será apenas provisório, até a SMS finalizar novo processo de contratação e empresa de engenharia para viabilizar a demarcação dos consultórios.

Vale destacar que a infraestrutura inadequada não se restringe ao Caps Esperança. No Caps Álcool e Drogas (AD) Casa, o banheiro feminino fica dentro da copa dos servidores. Além disso, a unidade conta com goteiras e mobiliário enferrujado. Dos 12 Caps da capital, apenas dois (Novo Mundo e Noroeste) estão em unidades próprias, preparados para ter infraestrutura adequada. De acordo com a SMS, já foi solicitado ao Ministério da Saúde, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um CAPS III (24 horas) na região noroeste. A pasta ainda pleiteia mais duas unidades com a União. A SMS vistoriou todas as unidades e renegociou as dívidas dos contratos de aluguel, que não eram pagos desde setembro. A secretaria diz que tem solicitado aos proprietários dos imóveis adequações nos locais em que é possível a permanência da unidade e que mapeou imóveis próximos nos casos em que as atuais instalações não tenham condições de abrigar os centros de saúde mental. (Colaborou Mariana Milioni, estagiária do GJC em convênio com a PUC Goiás)

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Secretaria ainda não definiu novos gestores

Com a gestão atual perto de completar cem dias, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda não definiu quem será o gerente de Saúde Mental da capital. O Ambulatório de Psiquiatria e a maioria dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) também estão sem gestores. Até agora, apenas um Caps, o Beija-Flor, possui gestor nomeado via Diário Oficial do Município (DOM). De acordo com a SMS, o processo de contratação dos novos gestores da rede municipal de saúde está em andamento, priorizando profissionais de perfil técnico, que deverão assumir nos próximos dias. A pasta ainda destacou que já realizou 40 nomeações para a gestão de unidades de saúde.

Presidente da Associação de Usuários dos Serviços de Saúde Mental (AUSSM) e do conselho local do Caps Ipê, Vanete Resende explica que, na prática, a falta de gestores tem atrapalhado o funcionamento dos Caps da capital. "Não conseguimos (como usuários) fazer reuniões com os trabalhadores das unidades. O pior é que não temos nem para quem reclamar, porque também não existe gerente de Saúde Mental. Está tudo parado", expõe.

Vanete ainda tece críticas para a falta de cuidadores nas residências terapêuticas, especialmente nas unidades Esperança e Novo Mundo. Esse tipo de unidade tem como intuito oferecer moradia ao mesmo tempo em que promove a desinstitucionalização de pacientes. Sobre o assunto, a SMS informou que já realocou servidores para as residências terapêuticas com déficit de cuidadores.

A gestão declara que quer estruturar a rede para atuar de forma integral, ou seja, aliar promoção, prevenção, tratamento e reabilitação psicossocial com foco no protagonismo do usuário e da família, envolvendo o paciente e as comunidades como peças determinantes no cuidado. Além dos Caps, do Ambulatório de Psiquiatria e do Wassily Chuc, a gestão pretende também fortalecer e ampliar o trabalho das Gerartes, que são associações que aliam terapias ocupacionais utilizadas na reabilitação de pacientes com transtornos mentais à geração de emprego e renda, conferindo autonomia e independência aos pacientes ao mesmo tempo em que favorece a inclusão.

Pronto-socorro ainda é problema

O Pronto-Socorro Wassily Chuc, no Jardim América, é a única unidade da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) preparada para atender exclusivamente urgências ligadas à saúde mental. Entretanto, o local sofre com problemas estruturais há anos. Na última quarta-feira (26), o lixo se acumulava no corredor de entrada do pronto-socorro. Além disso, o único banheiro disponível na recepção para o uso de quem aguardava por atendimento estava completamente sujo de urina.

Em 2023, a reportagem mostrou que a unidade sofria com infiltração no teto e nas paredes, além de problemas com a pintura e eletricidade do prédio, que é alugado pela Prefeitura de Goiânia. Em 2024, a situação continuou a mesma. Na época, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) emitiu um pedido em caráter de urgência, ocasião em que a Justiça determinou um prazo de 30 dias para que a Prefeitura providenciasse a adequação das irregularidades que estavam colocando pacientes e funcionários em risco.

Ainda no ano passado, o MP-GO conseguiu R$ 4 milhões de reais para reformar o Wassily Chuc após articulação com o Ministério Público do Trabalho (MPT), responsável pelo fornecimento do recurso. Entretanto, o caso ainda tramita na Justiça. Ao POPULAR, o MP-GO informou que a verba já foi depositada pelo MPT em conta vinculada ao juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública Municipal, onde ficará à disposição do juízo até a conclusão das diligências administrativas pertinentes pelo poder público municipal.

Segundo a SMS, está em andamento o processo para desapropriação do imóvel onde o Wassily Chuc está localizado, com ressarcimento aos proprietários. A pasta explicou que o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, participou de reunião com o MP-GO na última quinta-feira (27) para tratar sobre o assunto e solicitou uma nova avaliação imobiliária dos terrenos, em função dos altos valores estabelecidos pela avaliação anterior, e acertou a utilização do montante restante para a reforma da unidade de saúde.

Atendimento

Além dos problemas estruturais, o atendimento no pronto-socorro também é uma complicação. No início da noite de quarta-feira (26), a reportagem encontrou Rogério (nome alterado para preservar a identidade), de 44 anos, revoltado na porta do local. Era o terceiro dia que ele ia até a unidade de saúde em busca de ajuda. Diagnosticado com esquizofrenia, ele sofria com episódios de insônia, irritação e ansiedade havia dias. "Chego aqui, passo pela triagem, mas falam que não tem vaga. Não aguento mais. O que vou ter fazer para entenderem que não estou bem?", desabafou. Por volta de 20 horas de quarta, Rogério conseguiu ser hospitalizado. De acordo com familiares, no momento ele já foi transferido para o Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental, onde está internado.

À reportagem, Rogério contou que já chegou a procurar um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para se tratar, mas que, pelo fato de trabalhar como pedreiro e ganhar dinheiro por meio de diárias, frequentar uma unidade do tipo se tornou inviável por conta do horário de funcionamento. "Teria de ir toda semana ver a psiquiatra e a psicóloga. Isso significa perder, no mínimo, um dia de serviço. Tenho filhos para sustentar", justifica. Por conta disso, Rogério faz um acompanhamento psiquiátrico mais espaçado na rede privada.

Além do Wassily Chuc, pacientes com emergências ligadas à saúde mental podem ser atendidas nas unidades de urgência da capital e também pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Esses serviços são aqueles que possuem os profissionais adequados para atender pessoas em surto e manejá-las a fim de evitar tragédias. Em agosto de 2022, o vigilante e ex-lutador de MMA José Carlos Alves Coimbra, de 48 anos, morreu durante uma abordagem policial no Jardim América, em Goiânia, enquanto estava em um possível surto psicótico.

O homem gritava frases desconexas e se movimentando de forma agressiva e errática e, antes da chegada dos policiais, teria agredido um idoso e danificado um veículo. O MP-GO chegou a pedir que os policiais envolvidos fossem a júri popular por homicídio, argumentando que eles tiveram oportunidade de algemar a vítima, mas não o fizeram. Entretanto, foram absolvidos pela Justiça.

Piscina sem manutenção do Caps Esperança: marca do descaso que também afeta outras unidades (Wildes Barbosa / O Popular)

Piscina sem manutenção do Caps Esperança: marca do descaso que também afeta outras unidades (Wildes Barbosa / O Popular)

Unidades da Raps sofrem sem zeladoria

A piscina cheia de água escura e parada no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Esperança, no Jardim Petrópolis, não é o único exemplo de falta de manutenção nos aparelhos da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Goiânia. No Caps Infanto-Juvenil (Capsij) Cativar, um mato alto cresce em uma das áreas comuns. O mesmo se repete no Ambulatório Municipal de Psiquiatria. A entrada da farmácia da unidade é cercada por um lote em que há um matagal alto. Problemas de higienização também são encontrados no Pronto-Socorro Wassily Chuc (leia mais acima).

Questionada sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explicou que foi solicitado à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) reforço no cronograma de serviços de roçagem das unidades da rede. Em relação à higienização das unidades de saúde e o fornecimento de materiais de limpeza, a pasta esclarece que o serviço é responsabilidade da empresa Loc Service, contratada na gestão anterior.

De acordo com a pasta, neste ano, "a SMS já convocou os gestores da empresa para prestar esclarecimentos, notificou a corporação e abriu processo para responsabilização da empresa pela má prestação dos serviços de higienização das unidades, por irregularidade no pagamento dos colaboradores e por falhas na entrega de itens de limpeza". O processo pode acarretar a rescisão contratual e proibir a empresa de efetuar novas contratações com o poder público.

Além da zeladoria, o transporte também é um problema nos Caps da capital. No ano passado, as unidades lidavam com as consequências do sucateamento do serviço, o que atravanca a busca ativa de pacientes. Por conta disso, o promotor de Justiça Marcus Antônio Ferreira Alves, titular da 53ª Promotoria de Goiânia, executou um termo de ajuste de conduta (TAC) com o intuito de determinar que a Prefeitura providenciasse a reestruturação do serviço de transporte dos Caps da capital.

Conforme a SMS, a pasta está com um processo licitatório em andamento para contratação de empresa para realização do transporte. Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), até o fim da licitação o serviço de transporte será realizado por agendamento, por meio dos veículos já disponibilizados pela SMS aos distritos sanitários de cada região.

IcMagazine

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Lucas Lucco anuncia retorno aos palcos após pausa para cuidar da saúde mental

O cantor se afastou dos palcos em 2023, após contar para os fãs que possuía transtorno afetivo bipolar (TAB)

Modificado em 27/01/2025, 19:01

Lucas Lucco anuncia retorno aos palcos após pausa para cuidar da saúde mental

Lucas Lucco anunciou a retomada de sua carreira musical neste domingo (26), em um show do sertanejo Gusttavo Lima. "Eu volto aos palcos para revolucionar", disse o cantor à plateia.

"[Gusttavo Lima] me convidou pra ir no primeiro show do seu novo projeto em Balneário para que eu pudesse anunciar para todo mundo que depois de um longo e escuro período eu estou voltando a fazer o que mais me faz sorrir na vida. Eu volto aos palcos, pra revolucionar... de novo. Com a benção do meu amigo e ídolo", afirmou.

Lucco pausou a carreira em dezembro de 2023 para cuidar de sua saúde mental, após precisar adiar e até cancelar shows. Na ocasião, ele contou aos fãs que possui transtorno afetivo bipolar (TAB), e nos meses anteriores havia sofrido várias crises.

Ele afirmou que sua próxima apresentação está prevista para março e já anunciou que lançará músicas inéditas. "A partir do mês que vem começo a lançar meu novo DVD 'Se conselho fosse som'. Espero que vocês gostem mesmo de mim cantando música romântica."

Quando questionado sobre como se sentiu ao subir ao palco novamente, Lucco disse: "Tipo voltar a andar depois de usar gesso nas pernas por meses". "Eu agradeço ao público que me recebeu muitíssimo bem", escreveu no seu Instagram.

Geral

Setembro Amarelo: como a prática de exercícios físicos pode prevenir o suicídio?

Atividades físicas podem promover sensações de bem-estar, felicidade e ajudar a reduzir sintomas de depressão e ansiedade

Modificado em 04/11/2024, 08:53

Setembro Amarelo: como a prática de exercícios físicos pode prevenir o suicídio?

(Divulgação)

Manter uma rotina de treinos faz bem não apenas para o corpo, mas é também uma ferramenta essencial para quem sofre com questões de saúde mental, com diversos benefícios que podem ajudar no controle das emoções.

Setembro é marcado pela campanha brasileira de prevenção ao suicídio e para médica do esporte Clarissa Rios, diretora técnica DoctorFit, franquia de estúdios de treinamento personalizado, praticar exercícios faz parte do processo de recuperação das pessoas que enfrentam problemas como depressão e ansiedade.

Um estudo publicado na Journal of Affective Disorders indicou que a atividade física regular está associada à redução dos sintomas de depressão e ansiedade, fatores de risco que podem levar uma pessoa ao suicídio. Os autores sugerem que os exercícios atuam como uma intervenção preventiva e fazem parte do tratamento dessas condições de saúde.

Confira sete principais benefícios:

Melhora da saúde mental
Praticar regularmente atividades físicas pode liberar endorfinas e serotonina, neurotransmissores que promovem sensações de bem-estar e felicidade no organismo. Esses efeitos podem ajudar a reduzir sintomas de depressão e ansiedade, que estão frequentemente associados ao risco de suicídio.

Redução do estresse
"Pessoas que praticam atividades físicas apresentam menores níveis de estresse. Essa é uma forma excelente de liberar tensões acumuladas e reduzir os níveis de cortisol e outras substâncias produzidas nesses momentos de tensão. Manter o corpo em movimento vai ajudar a aliviar a sobrecarga emocional que pode levar ao desenvolvimento de pensamentos de desvalia e tristeza, que podem evoluir para pensamentos suicidas", alerta a médica do esporte Clarissa Rios.

Melhora da autoestima
A forma como a pessoa se enxerga e a melhora da autoestima também é outro benefício que a atividade física proporciona. "Sensações de conquista e progresso, como correr mais rápido, levantar mais peso, ter mais habilidades em um esporte, pode dar um senso de controle e propósito, fatores importantes para a prevenção do suicídio", diz a diretora técnica da DoctorFit.

Criação de rotina
Criar uma rotina saudável e hábitos melhores pode ser benéfico para pessoas que lutam com pensamentos suicidas. A estrutura diária e o comprometimento com um objetivo positivo podem oferecer uma sensação de estabilidade.

Melhora nas conexões
Diversos esportes e atividades físicas são realizados em grupos ou equipes, o que facilita em fazer novas amizades, criar vínculos e gerar uma sensação de pertencimento. Ter uma rede de apoio é crucial para pessoas em situação de vulnerabilidade emocional.

Combate ao isolamento
Querer se isolar é característico de pessoas com pensamentos suicidas. A prática de atividades físicas, principalmente em ambientes sociais, pode ajudar a combater esse isolamento.

Melhora no sono
Pessoas que sofrem de problemas emocionais costumam ter muitas queixas de insônia. Um sono adequado pode melhorar o humor e o bem-estar mental e os padrões de sono também podem ser normalizados com as atividades físicas.

"O exercício físico é uma ferramenta poderosa na promoção da saúde mental, mas ele deve ser combinado com outros métodos de prevenção, como uma boa rede de apoio que inclui família, tratamento psicológico e acompanhamento médico, especialmente para pessoas com depressão severa ou risco iminente de suicídio", alerta Clarissa.

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Setembro Amarelo: um mês de reflexão e conscientização sobre saúde mental

Modificado em 17/09/2024, 17:29

Setembro Amarelo: um mês de reflexão e conscientização sobre saúde mental

(Divulgação)

Instituído como um mês de reflexão e apoio, o Setembro Amarelo visa trazer à tona questões que frequentemente são negligenciadas em nossa sociedade. É um período crucial para destacarmos a importância da saúde mental e promovermos a conscientização sobre a prevenção do suicídio.

A saúde mental é um aspecto fundamental do bem-estar humano e, muitas vezes, pode ser tão crucial quanto a saúde física. No entanto, ainda existem muitos estigmas e barreiras que impedem uma discussão aberta e sincera sobre o tema. Em uma sociedade que valoriza a produtividade e o sucesso, a saúde mental frequentemente fica em segundo plano, deixando aqueles que enfrentam dificuldades emocionais em situações de vulnerabilidade.

Heloíse Dutra, anfitriã do Instituto Lielô, ressalta a importância desta causa: "O Setembro Amarelo é um mês destinado à saúde mental, é essencial que possamos refletir nesse mês sobre as nossas ações diante todo o ano. Acolher e respeitar fazem parte da vivência humana, devemos encarar a vida percebendo o quanto estar no lugar do outro pode ser doloroso, existem batalhas diárias que são invisíveis aos nossos olhos."

Este mês oferece uma oportunidade valiosa para refletirmos sobre nossas próprias atitudes e sobre como podemos oferecer suporte mais eficaz às pessoas ao nosso redor. Muitas vezes, as pessoas que enfrentam desafios de saúde mental não demonstram sinais visíveis de sofrimento, tornando ainda mais vital a nossa capacidade de empatia e compreensão.

Além disso, o Setembro Amarelo nos convoca a ampliar o diálogo sobre o acesso a serviços de saúde mental e apoio psicológico. É fundamental que todos tenham acesso a recursos e suporte adequados para enfrentar suas dificuldades e buscar ajuda quando necessário.

Promover a saúde mental e prevenir o suicídio requer um esforço coletivo. Deve-se garantir que o apoio emocional e psicológico esteja disponível e acessível, e que as pessoas se sintam confortáveis em buscar ajuda sem medo de julgamento.

Neste Setembro Amarelo, é necessário um compromisso não apenas com a conscientização, mas também com a ação contínua para apoiar a saúde mental. Ao acolher e respeitar as experiências dos outros, é possível construir um ambiente mais empático e solidário para todos.