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Professores da UEG fazem paralisação nesta terça-feira

Com faixas e cartazes, os profissionais manifestaram em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica, em Goiânia

Modificado em 19/09/2024, 00:32

Professores da UEG manifestaram em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica, em Goiânia.

Professores da UEG manifestaram em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica, em Goiânia. ((Foto: Divulgação/ Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás))

Colaborou: Samantha Souza

Professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) realizaram uma paralisação na manhã desta terça-feira (23), cobrando plano de carreira e outros benefícios. Com faixas e cartazes, os profissionais manifestaram em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica, em Goiânia. Agora, a categoria avalia uma possível greve.

De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás, a paralisação foi determinada após uma assembleia geral realizada na última sexta-feira (19). A categoria busca por melhores condições de trabalho, além do plano de carreira, pagamento da data-base de 2022 sem parcelamento, promoção de cargos de cerca de 200 professores que concluíram mestrado e doutorado.

Ainda segundo a associação, todas as demandas foram encaminhadas para o governador Ronaldo Caiado (UB), porém, não houve retorno. Eles também afirmam que há cerca de um mês solicitaram uma audiência com o governador, mas a reunião foi desmarcada diversas vezes pela equipe do chefe do executivo estadual.

"Nós conversamos com ele (Adriano Rocha) em fevereiro e, na época, ele disse que daria uma resposta em duas ou três semanas. Porém, adiou várias vezes. Em abril nós procuramos a universidade e o governador e, novamente, não tivemos resposta. Nós só queremos conversar", explicou Marcelo Moreira, presidente da Associação dos Docentes da UEG.

Ainda de acordo com Moreira, a associação aguarda por resposta do poder público até o dia 1º, data que está prevista uma nova assembleia, na qual a categoria deve deliberar por uma greve.

A reportagem, a UEG alega não ter recebido, oficialmente, as demandas relatadas pela associação. Além disso, a universidade afirma que já realizou um estudo para a implantação do plano de carreira dos profissionais. Inclusive, que a mesma segue em negociação com a Secretaria de Estado da Administração (Sead).

A UEG ainda garante que a paralisação desta terça, não afetou o calendário acadêmico.

A reportagem entrou em contato com a Sead por telefone e email, às 15h20, e aguarda retorno.

Geral

Em seis anos, UEG perdeu 48 cursos e 5 câmpus

Projeto de reestruturação iniciado em 2019 previa extinção de 57 graduações e 15 câmpus, mas ações ainda não foram finalizadas. Instituição estadual já saiu de 5 cidades goianas

Modificado em 08/03/2025, 16:40

Câmpus metropolitano da UEG no Parque Laranjeiras, em Goiânia, é uma das 11 unidades que estão em obras

Câmpus metropolitano da UEG no Parque Laranjeiras, em Goiânia, é uma das 11 unidades que estão em obras (Wildes Barbosa / O Popular)

Desde que foi apresentado o relatório final da Comissão de Redesenho, em 2019, na Universidade Estadual de Goiás (UEG), a instituição já descontinuou 48 ofertas de cursos de graduação e 5 câmpus. No documento, que foi rejeitado pelo Conselho Superior Universitário (CsU), a previsão era que fossem extintas 57 ofertas de cursos e 15 câmpus, mas a decisão do grupo na época foi de tomar como base o relatório para uma reavaliação. Ficou decidido que 30 dos 57 cursos apontados seriam reavaliados. Na época, o documento foi rejeitado sob o argumento de que ele foi realizado apenas por gestores da UEG, sem a participação da comunidade acadêmica.

Outras 39 ofertas de cursos não receberam qualquer ingressante neste ano e ainda podem ser descontinuadas nos próximos anos, com a exceção da graduação em Medicina, no câmpus de Itumbiara, que possui um vestibular à parte e que ainda não teve o resultado revelado. Vale explicar que a descontinuidade é descrita pela instituição como de "oferta" e não de "curso", já que um mesmo curso (como de Pedagogia, História, Administração, etc.) pode ser ofertado em mais de um câmpus e a exclusão se dá em um local específico e não de toda a universidade. Há ainda 6 ofertas que possuem menos de 10 ingressantes neste ano, o que pode ocorrer devido à migração entre os câmpus, em relação a cursos que estão sendo descontinuados.

A UEG tem adotado como política o não retorno dos cursos que apresentam nota baixa nas avaliações como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e Conceito Preliminar de Curso (CPC), que, anteriormente, ficavam suspensos de ofertar vagas nos vestibulares até uma melhoria. Agora, na maioria dos casos, ocorre a descontinuidade. A decisão do governo Caiado de colocar em prática a redução da universidade atende a estudos internos da instituição que se iniciaram em 2008, com a conclusão de que a UEG não suportava mais o seu tamanho, o que teria feito a perda de qualidade da instituição em determinados câmpus ou cursos devido à incapacidade de fazer a gestão dos mesmos.

Para se ter uma ideia, em 2019, a UEG tinha 45 câmpus em 43 cidades diferentes do Estado. Apenas Goiânia e Anápolis possuíam duas unidades diferentes. Atualmente, são 40 câmpus efetivados em 38 cidades, e pelo menos outros 4 devem ser descontinuados nos próximos anos, o que deve ocorrer com a formação dos últimos alunos ainda matriculados nos locais ou há apenas o aguardo da questão burocrática de repasse dos imóveis.

Em Crixás, por exemplo, o prédio da UEG foi repassado para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e deve dar lugar a um colégio estadual de ensino fundamental e médio, de gestão da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO). Em Edéia, a estrutura foi repassada em convênio para a prefeitura municipal.

Neste mesmo período de seis anos desde o início do redesenho, de acordo com os dados abertos disponibilizados pela própria UEG, a universidade teve uma redução de 10 mil alunos, embora seja válido lembrar que houve o período de pandemia da Covid-19 a partir de 2020 e 2021. O atual reitor, Antonio Cruvinel Borges Neto, que tomou posse em meados de 2021, relata que, na época, havia 9 mil alunos matriculados nos cursos de graduação na universidade. Atualmente, os dados da instituição apontam 13.098 matriculados, enquanto que em 2019 eram 23.098, gerando a diferença de 10 mil alunos exatamente. "A gente está em um processo de retomada, a prova disso é que o número de inscritos no vestibular dobrou em três anos", diz.

Borges Neto conta que em 2022 foram 7 mil alunos interessados em ingressar na universidade no processo seletivo geral, que abrange todos os cursos, com exceção de Medicina, no câmpus Itumbiara, que possui vestibular separado. No certame para os ingressantes deste ano foram 14 mil inscritos, mesmo com uma oferta de cursos e vagas menor, conforme aponta o reitor. "Isso mostra que os estudantes sabem que a reestruturação era necessária, é um efeito disso. Os cursos que ficaram são reconhecidos como de qualidade, é o que a universidade pode oferecer de melhor", afirma. Ele diz que a UEG possui hoje 37 cursos e 115 ofertas (o número difere já que há cursos ofertados em mais de um câmpus).

Orçamento

Também em 2019, o Estado de Goiás modificou o estatuto da UEG e a forma de repasse da verba à instituição, que deixou de ser carimbada em 2% da receita líquida estadual para uma definição anual, como ocorre com as secretarias, por exemplo. A mudança foi vista como uma perda de garantias e de verbas para a universidade, o que redundaria em sucateamento, mas explicada sob o argumento de que a instituição não conseguia executar a verba destinada. Para o presidente da Associação dos Docentes da UEG (Adueg), professor Marcelo Moreira, isso é mostrado no aumento da evasão dos alunos, que seria o principal problema da instituição atualmente.

"É o maior gargalo, que inclusive se discute no CsU, sobre como manter os alunos na universidade. Não conseguimos dar bolsas, o perfil dos estudantes já mudou também", diz Moreira.

Segundo os dados da UEG, o número de alunos que abandonaram o curso em 2019 (1.416) é muito semelhante ao da quantidade atual (1.436), porém, como há um menor número de matriculados em 2025, a proporção é maior. Enquanto em 2019 cerca de 6% dos matriculados evadiram, neste ano o índice chega a 10%. Em 2024, com o ano já fechado, a evasão chegou a 7%.

Segundo o reitor da UEG, o problema da evasão de fato existe, mas vem sendo discutido e buscadas soluções a partir das bolsas. "A UEG é a universidade do filho do trabalhador goiano. 78% dos nossos alunos são de famílias de até três salários mínimos", afirma. Porém, ele não considera que a mudança no modelo de orçamento seja um problema.

"Em 2021, nós começamos com R$ 302 milhões e chegamos a R$ 321 milhões. Neste ano, começamos com R$ 524 milhões e já temos R$ 532 milhões. E isso é porque nós hoje conseguimos executar até 99% do orçamento. Minha obstinação nunca foi chegar nos 2%, mas saber quanto preciso para fazer tal coisa", diz.

Reformas

Borges Neto relata que, atualmente, 11 unidades estão passando por reforma, visando a qualidade do ensino e a melhoria estrutural para estudantes e servidores. Uma delas é a do Parque Laranjeiras, em Goiânia, cuja obra teve início no mês de fevereiro de 2024, com previsão de término no segundo semestre de 2025.

"As obras incluem modernização das instalações, melhorias em toda a infraestrutura elétrica, reparos na cobertura, adequação de pisos, reforma do ginásio, construção de laboratórios e de banheiros e pintura geral. O projeto ainda vai garantir a acessibilidade em todos os ambientes da unidade", informa a UEG. A reforma está orçada em R$ 3,8 milhões e já foram executados cerca de 55% dos trabalhos.

Reitor garante que processo é interno

O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Antonio Cruvinel Borges Neto afirma que toda a política de redesenho da instituição tem sido realizada intramuros, ou seja, com a participação do Conselho Superior Universitário (CsU) e da reitoria, sem qualquer ingerência do governo estadual. Em 2019, o relatório que provocou o redesenho foi feito quando a universidade passou por uma intervenção estadual. O reitor havia sido nomeado por decreto. O ato durou até março de 2021, quando o processo eleitoral foi realizado, com a eleição de Borges Neto. "O governador nunca me ligou para questionar qualquer decisão da UEG, mesmo sendo decisões que podem afetar politicamente, afinal, é a saída de uma universidade de um município, que é uma base eleitoral", conta.

Borges Neto ressalta que o redesenho iniciado em 2019 só estabeleceu o que vários relatórios anteriores haviam feito, que era demonstrar a incapacidade da UEG em se manter do tamanho que estava. "Em 2008, em uma tarde, mais de 50 cursos foram criados na UEG. Em 2009 já havia relatório técnico explicando que não era possível manter essa quantidade de ofertas, o mesmo foi feito em 2010, em 2013 se inicia um redesenho, em 2015 não teve um consenso, em 2018 um outro redesenho que foi rejeitado pelo conselho. Até 2022, foram 15 anos de discussão em que sempre apontou essa expansão desordenada. Quando assumi, já estava posto esse redesenho e extinguimos 42 ofertas, com vistas à qualidade."

À época, O POPULAR apurou que o maior problema da expansão era que ela ocorreu sem planejamento e, na maior parte das vezes, para atender demandas políticas de grupos nos municípios, que buscavam uma plataforma de governo com a abertura de novos cursos ou novos câmpus da UEG. O argumento dos gestores da época era que a expansão favorecia e incentivava moradores do interior goiano a entrarem para o ensino superior e qualificar a mão de obra local, com cursos de licenciatura, para a formação de professores, e de áreas análogas à economia da região, como de técnicos agrícola ou sucroalcooleiro.

A baixa procura por cursos de licenciatura, o que ocorre em todas as instituições de ensino superior, também fez com que a expansão passasse a não ser eficaz. "A UEG é uma universidade caracterizada pela formação de professores, porém a procura é baixa. Isso ocorre também nas universidades particulares e nas federais, em Goiás e nos outros estados. É uma coisa geral, pela desvalorização do professor, por muitos fatores", diz o reitor. Dos 48 cursos descontinuados desde 2019, 15 são de licenciatura ou Pedagogia. Outros 19 são de cursos técnicos, voltados para a formação de mão de obra local, e 14 são de bacharelado.

Associação questiona extinções

Presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (UEG), o professor Marcelo Moreira, da área de Economia, afirma que a reestruturação que a instituição de ensino superior passa desde 2019 não é feita de maneira planejada. Segundo ele, a descontinuidade dos cursos não é transparente e nem é discutida dentro do Conselho Superior Universitário (CsU), sendo muito mais a partir de decisões da reitoria e que a comunidade só fica sabendo a partir da falta de ofertas de vagas nos vestibulares. "Perdemos muitos alunos em regiões que precisam, como no Norte e Nordeste do Estado. É um momento de muita preocupação dos professores, que já dura muitos anos", diz.

Um dos principais problemas apontados é que, com a redução, muitos servidores, tanto professores como técnicos, tiveram que migrar e dar aulas em até mais de uma cidade. "Tem professores dando aulas em duas ou três unidades, rodando até 300 quilômetros nessas estradas de Goiás e sem nenhum aporte da universidade, tirando do próprio bolso mesmo", conta.

Ele explica que, mesmo a universidade estando menor de uma maneira geral, novos cursos estão sendo abertos e a quantidade de docentes permanece em cerca de 1 mil. Em 2019, uma decisão judicial após ação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), obrigou a UEG a desfazer contratos temporários vencidos e abrir concursos.

Desde então, foram 13 certames realizados e o último destes teve a nomeação assinada nesta sexta-feira (7) pelo governador Ronaldo Caiado, dando posse a 71 novos professores da UEG, que vão atuar distribuídos em 19 campi. Moreira relata que, ainda assim, a carga horária tem sido extenuante, já que, além do ensino, há ações de extensão, pesquisa e ainda de gestão das unidades. "Para os professores, além de ter de sair da cidade, os cursos vão fechando e os servidores são incorporados em cursos análogos, mas isso vai desmotivando, não é a graduação que a pessoa queria, na cidade que já estava."

O reitor da UEG, Antonio Cruvinel Borges Neto, explica que a instituição tem tentado alocar os professores em cidades que eles querem, a partir de processos seletivos internos antes dos concursos.

Geral

Enfermeiros e técnicos de enfermagem das maternidades paralisam atividades

Greve começou nesta segunda-feira (9), com manutenção de apenas 30% dos atendimentos classificados como urgência e emergência

Modificado em 09/12/2024, 21:56

Enfermeiros em greve em frente ao Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) na manhã desta segunda-feira (9)

Enfermeiros em greve em frente ao Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) na manhã desta segunda-feira (9) (Fábio Lima/O Popular)

Os enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam nas três maternidades públicas de Goiânia - Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão - iniciaram, nesta segunda-feira (9), uma paralisação das atividades. Estão mantidos apenas 30% dos atendimentos classificados como urgência e emergência.

Conforme a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg), Roberta Rios, a paralisação reivindica o pagamento de salário do mês de novembro de 2024, além da primeira parcela do 13º salário e o adiantamento de férias. "É uma paralisação dos celetistas, que são a maioria dos trabalhadores", diz.

A paralisação das atividades tem funcionado no seguinte esquema: seis horas de interrupção durante o período matutino e mais seis horas de interrupção durante o período noturno. A paralisação seguirá esse arranjo até a próxima quarta-feira (11), ocasião em que o sindicato fará uma nova assembleia para discutir o assunto.

Esse novo encontro da categoria irá ocorrer em frente à Corregedoria da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), no Setor Sul. O intuito é discutir sobre o futuro da paralisação e prestar solidariedade à enfermeira e ao maqueiro que foram presos, na noite da última sexta-feira (6), enquanto trabalhavam no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC).

Em nota, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que gere as três maternidades municipais, informou que é direito dos trabalhadores celetistas e estatutários aderirem a movimentos grevistas, desde que respeitem a legislação vigente (pela Lei nº 7.783/1989, é obrigatório manter um percentual mínimo de 30% dos profissionais em atividade).

Dos 1,5 mil colaboradores da fundação, 733 (48%) são enfermeiros ou técnicos de enfermagem. Há, ainda, 76 profissionais que são servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). A fundação explicou que "a classe desempenha um papel fundamental e indispensável nas rotinas de assistência aos pacientes" e que "se solidariza com os profissionais e agradece seu trabalho e sua dedicação à saúde dos pacientes".

A Fundahc também comunicou que é uma fundação sem fins lucrativos e que todos os recursos para a manutenção das maternidades municipais são provenientes da Prefeitura de Goiânia, por meio da SMS. A fundação ainda destacou que a crise financeira enfrentada pelas maternidades é "uma realidade há muito conhecida" e que todos os esforços estão voltados para saná-la, sendo que a fundação aguarda o "repasse de recursos para pagamento da folha salarial, 13° salário, férias e vale-alimentação dos colaboradores até a presente data".

Em nota, a SMS informou que os pagamentos serão realizados em conformidade com o MP-GO.

IcEconomia

Emprego

UEG publica edital de concurso com salário de R$ 5 mil

São sete vagas para analista de gestão governamental - cargos na área jurídica. Inscrição será do dia 7 de janeiro a 6 de fevereiro de 2025

Provas serão aplicadas no dia 23 de março de 2025

Provas serão aplicadas no dia 23 de março de 2025 (Wildes Barbosa)

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) divulgou o edital de um concurso público com vagas para analista de gestão governamental -- cargos na área jurídica. No total, são sete vagas, com salário de R$ 5 mil, para uma jornada de 40 horas semanais.

Segundo o edital, os candidatos não classificados dentro do número de vagas e não eliminados por qualquer motivo previsto nos editais irão compor a reserva técnica até o limite de três vezes o número de vagas previsto.

Clique aqui para conferir o edital

O prazo para inscrição no certame é entres os dias 7 de janeiro e 6 de fevereiro de 2025 no site do Núcleo de Seleção da universidade. O valor da taxa de inscrição é R$ 110. Terão direito a isenção candidatos cuja a renda da entidade familiar seja inferior a dois salários mínimos (R$ 2.824), mediante comprovantes de rendimento ou beneficiários do programa federal ou estadual de transferência de renda. A solicitação pode ser feita do dia 26 de novembro a 4 de dezembro de 2024.

O concurso será dividido em três etapas: prova objetiva; avaliação de títulos; e avaliação multiprofissional (exclusiva aos candidatos com deficiência).

As provas serão aplicadas no dia 23 de março de 2025 nos municípios de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiânia, Iporá, Jaraguá, Morrinhos, Palmeiras de Goiás, Pires do Rio e Uruaçu. O resultado final será divulgado no dia 18 de junho.

Geral

Maternidades de Goiânia seguem sem atendimento ambulatorial

Suspensão do serviço nas unidades Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão ocorreu no dia 29 de agosto, por atraso nos repasses. Secretaria alega que normalização deve ocorrer na próxima semana

Modificado em 04/11/2024, 08:46

Com hemorragia, Sandra aguardava atendimento na Maternidade Dona Íris na tarde desta quarta (18): “Horrível”

Com hemorragia, Sandra aguardava atendimento na Maternidade Dona Íris na tarde desta quarta (18): “Horrível” (Wesley Costa)

++GABRIELLA BRAGA++

Passados mais de 20 dias, os atendimentos ambulatoriais nas maternidades Célia Câmara, Dona Íris e Nascer Cidadão, em Goiânia, continuam suspensos. Ao mesmo tempo, pacientes reclamam de lentidão nos atendimentos de urgência e emergência. Gestora das unidades municipais, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) admite que pode haver demora devido ao aumento da procura pelo serviço. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) prevê a normalização na próxima semana.

Os serviços ambulatoriais das três maternidades foram paralisados no dia 29 de agosto. Na ocasião, a Fundahc alegou em nota encaminhada à imprensa que a suspensão ocorreria "até que seja alcançada a regularidade financeira dos convênios com a Prefeitura de Goiânia". A fundação ligada à Universidade Federal de Goiás (UFG) apontou ainda, que os atendimentos de urgência e emergência continuariam sendo realizados, mas com limitação de internações e "possibilidade de transferência de pacientes para outras unidades por meio da Central de Regulação do município."

À época da suspensão dos atendimentos, a SMS informou que havia a previsão de novos repasses "na próxima semana", ou seja, na primeira semana de setembro. O jornal apurou pagamentos feitos em setembro de R$ 6,3 milhões ao Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), R$ 4,7 milhões ao Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) e R$ 1,8 milhão à Maternidade Nascer Cidadão (MNC). Os valores em atraso não foram informados pela SMS e Fundahc.

Em nota, a Fundahc alega que "os dois repasses recebidos da SMS em setembro foram direcionados ao pagamento dos colaboradores, parte dos valores em atraso de médicos PJ e algumas notas fiscais a receber de fornecedores". "Os valores foram insuficientes, portanto, para adquirir suprimentos, pagar fornecedores e demais notas de prestadores PJ. Assim, a Fundahc está em negociação com os fornecedores que oferecem insumos e medicamentos para retomar os serviços eletivos e ambulatório o mais breve possível", continua.

Já a SMS diz que "recentemente, foi apresentada à fundação uma programação de repasses para a cobertura dos valores acumulados, no passado, até novembro próximo". "Valores (estes) que estão interferindo no cumprimento das metas de pagamento dentro do mês. Um novo repasse está programado para a próxima semana, com isso, a secretaria acredita que todo o atendimento será normalizado", conclui.

Atendimento mais lento

Ainda conforme a Fundahc, há uma média de 610 atendimentos eletivos por dia nas três maternidades, que são realizados de segunda a sexta-feira. E enquanto a situação não é normalizada, pacientes relatam que os atendimentos de urgência e emergência estão mais demorados. É o caso da auxiliar de serviços gerais Sandra dos Santos, de 30 anos. Ela buscou por volta das 7h desta quarta-feira (18) a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Chácara do Governador, na região leste da capital, para atendimento ginecológico diante de uma hemorragia. Entretanto, foi encaminhada à Maternidade Dona Íris, na Vila Redenção, na região sul.

Na unidade de saúde voltada ao atendimento ginecológico e obstétrico, a chegada dela foi por volta de 11h. A reportagem a encontrou do lado da fora do prédio de urgência e emergência, que estava com todos os assentos preenchidos, por volta de 15h. Até às 16h, a mulher ainda aguardava ser chamada para a consulta, tendo realizado apenas um exame de sangue até aquele momento. Sandra reclamava da demora para ser atendida. "Atendimento está lento. Horrível", lamenta.

Em outros casos, além da demora para o atendimento, usuárias reclamam que foram mandadas para casa mesmo diante de um quadro de dor intensa. Essa foi a realidade da dona de casa Rosana da Luz, de 23 anos, também na maternidade Dona Íris. Grávida de 40 semanas, a jovem esteve na unidade de saúde nesta terça-feira (17) com fortes dores na região da barriga e perda de líquido. Ao chegar no local, por volta de 10h30, foi constatada dilatação de três centímetros. Após ser medicada e realizar os exames, ela conta que a médica a orientou ir para casa e, caso continuasse a sentir dores, para procurar a Maternidade Célia Câmara, na região oeste.

O relato é semelhante ao da dona de casa Thais Cristina Faria, de 33 anos, grávida de 38 semanas. Ela conta que havia ido na maternidade na semana passada e, por ter diabetes gestacional e gravidez de risco, foi orientada a voltar nesta terça à unidade para a indução do parto. No entanto, ao passar pelo profissional médico que fazia o atendimento, foi informada de que não seria feito o procedimento. Até o momento que o jornal conversou com a mesma, ela ainda aguardava ser chamada para o retorno. Naquele momento, ela reclamava que além da demora para o atendimento, teve de percorrer cerca de 230 quilômetros (km), saindo de Corumbaíba até a unidade.

Além delas, a cuidadora Eva Silva, de 40 anos, reclamava do atendimento para a filha Erica Cristina, de 20. A jovem, com 37 semanas, estava com contração e dilatação, além de falta de líquido amniótico. Mesmo com muitas dores, ela aguardava desde às 10h na recepção da unidade, após já ter passado por exames. A reportagem a encontrou por volta das 16h30. "Está horrível. Geralmente é bem ágil, mas hoje, depois da greve (paralisação), está crítico", comenta.

MP-GO diz que repasse ainda não é integral

Em junho deste ano, a Justiça determinou a Prefeitura de Goiânia a fazer o repasse integral e mensal no valor de R$ 20,2 milhões à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) para a gestão das maternidades Célia Câmara, Dona Íris e Nascer Cidadão. A decisão em caráter liminar foi motivada pela ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) ainda em setembro de 2023.

Na ação, o órgão ministerial apontou que a gestão das três maternidades municipais foram repassadas para a Fundahc mas, a partir de 2021, não efetua os repasses de forma devida, sendo feitos em "atraso e em valores inferiores aos devidos". Ainda no documento, é relatado que os atrasos apresentam risco à continuidade do atendimento para a população. Os valores mensais citados, conforme os convênios, é de R$ 10,3 milhões ao Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), R$ 7 milhões ao Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) e R$ 2,9 milhões à Maternidade Nascer Cidadão (MNC). O total representa o montante ao qual a Prefeitura foi determinada a pagar, no valor de R$ 20,2 milhões.

Ainda em setembro do ano passado a Fundahc apontava uma dívida de R$ 73,7 milhões. Já na sentença datada do dia 26 de julho, que reforçou a liminar do mês anterior, a juíza Raquel Rocha Lemos, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos, determinou que o município faça o repasse integral e mensal à Fundahc no quinto dia útil de cada mês.

Entretanto, conforme o órgão ministerial, mesmo após a sentença, "não houve o repasse integral dos valores revistos nos convênios". Diante disso, foi feito o requerimento do bloqueio de verba pública no valor de R$ 9,5 milhões, montante que não teria sido pago no mês de referência de agosto.

Na decisão da juíza no último dia 9, a Prefeitura foi intimada para comprovar que houve o repasse integral do mês de agosto, "sob pena de bloqueio do numerário suficiente para seu adimplemento". Entretanto, o Paço ainda está em prazo para resposta, conforme o MPGO.